INDIA - NEPAL
2007 - CURVA PELO AÇAFRÃO, CARIL, NOZ MOSCADA E INCENSO
13 – Agosto –
Lisboa – Londres
Tivemos que estar nos aeroporto por volta das 09h00, como tínhamos todos
combinado, pois abalávamos às 11h05 no voo BA501 da British. Dessa forma
ficamos na zona de entrada à espera do Carlos e da Júlia, mas estes nunca mais
vinham e resolvemos dar uma telefonadela, este atendeu-nos e voltou a repetir o
sucedido, foi nesta altura que ficamos totalmente acreditados do que se estava a
passar era verdade, ficamos bastante tristes e lá nos convencemos de que
iríamos fazer esta viagem sozinhos. Fomos fazer o chek in e dirigimo-nos para a
porta de embarque.
Chegou a hora da partida onde vamos fazer escala em Londres para depois
irmos até Bombaim, passadas algumas horas lá chegamos a Londres aonde vamos ter
ainda de esperar muitas horas ou seja somente às 21h50 vamos embarcar novamente. Havíamos combinado com
antecedência que quando chegássemos os quatro a Londres iríamos apanhar o
comboio para o centro desta cidade e darmos umas voltas por locais que ainda
não conhecêssemos. Tudo ficou em saco roto pois eu e a Sofia perdemos parte
dessa vontade. Passeamos pelo aeroporto, lemos e lá chegou a hora de partir
novamente onde vamos ter umas boas horas de viagem para chegarmos à Índia, país
totalmente desconhecido por nós. Serviram-nos o jantar a bordo, mais uma vez
não gostamos, bebemos uns cafés e chás,
fomos lendo e ouvindo alguma música, por volta das 11h15, chegamos a Bombaim.
14 – Agosto – Londres –
Bombaim

Deixadas as malas no hotel, demos uma olhadela para o exterior, estávamos
no 17º piso e podemos apreciar um pedaço desta cidade. Dali a uma hora saímos
e no trajeto entramos num centro comercial, numa das lojas a Sofia viu
umas sandálias muito engraçadas, entrou e comprou. Demos uma imensa caminhada
pelas ruas principais desta zona do hotel, vimos todas ou quase todas as
mulheres vestindo os seus saris visitamos alguns monumentos e fomos andando até
perder de vista o nosso local de saída. Já um pouco cansados e algum sono
voltamos ao hotel para jantarmos e repousarmos, já que este foi um dia com
muitas horas.
15 – Agosto –
Bombaim
Bombaim é hoje a capital financeira da Índia e uma das cidades com mais
população mundial. Vou descrever um pouco da história da presença dos
portugueses nesta parte do globo.
Os nossos antepassados dominaram esta região de Bombaim entre os anos de 1535 e 1665, embora alguns locais continuem a ser portugueses até 1737. Foram construídas várias igrejas pelo franciscanos e jesuítas, ergueram o castelo de Bombaim e o forte de Bandra, actualmente conhecido como Castella de Aguada. Meados do século XVII, tivemos confrontos com os britânicos devido á importância estratégica do porto, mas a 11 de maio de 1661 o contrato de casamento de Carlos II de Inglaterra com catarina de Bragança, esta filha de D. João IV, entregava a posse de Bombaim à Inglaterra como parte do dote D. Catarina. No entanto a entrega teve muitas peripécias, somente em 1665, foi parcialmente efectivada. Algumas aldeias continuaram a permanecer na posse dos portugas por muitos anos. A ilha de Salsete só foi perdida em 1737, conquistada pelo Maratas. Passados todos estes anos esta cidade é responsável por cerca de 70% de toda actividade portuária da Índia.
Os nossos antepassados dominaram esta região de Bombaim entre os anos de 1535 e 1665, embora alguns locais continuem a ser portugueses até 1737. Foram construídas várias igrejas pelo franciscanos e jesuítas, ergueram o castelo de Bombaim e o forte de Bandra, actualmente conhecido como Castella de Aguada. Meados do século XVII, tivemos confrontos com os britânicos devido á importância estratégica do porto, mas a 11 de maio de 1661 o contrato de casamento de Carlos II de Inglaterra com catarina de Bragança, esta filha de D. João IV, entregava a posse de Bombaim à Inglaterra como parte do dote D. Catarina. No entanto a entrega teve muitas peripécias, somente em 1665, foi parcialmente efectivada. Algumas aldeias continuaram a permanecer na posse dos portugas por muitos anos. A ilha de Salsete só foi perdida em 1737, conquistada pelo Maratas. Passados todos estes anos esta cidade é responsável por cerca de 70% de toda actividade portuária da Índia.
Agora descrever a nossa passagem por aqui. O despertar foi cedo pois vamos
ter uma guia que nos irá levar a conhecer os vários locais de maior importância
desta cidade.
Começamos por tomar conhecimento que a nossa ida até à
gruta de Elefanta, situada numa das ilhas não poderia concretizar-se porque o
tempo não estava em condições de navegar, logo achamos que era uma grande
aldrabice ou seja aí está a primeira tanga dos Indianos. Desta forma os planos
foram alterados e fomos até ao portal da Índia um arco de 26 metros de altura
construída no período colonial britânico, seguidamente abordamos a estação de
Chhatrapati Shivaji, muita gente e confusão total, quase se atropelam uns aos
outros, deixando no seu encalço um cheiro característico de sujidade – suor que
mais parece o cheiro do caril. No entanto nas ruas, sente-se o odor forte das
frutas que se estragam rapidamente com o calor o cheiro do incenso de milhares
de altares espalhados pela cidade. Aliado a isso a fetidez do estrume de gado,
presente por qualquer sítio que se vá. Vimos milhares de riquexós que correm
pelas ruas, puxados por homens esqueléticos a que uma força sobrenatural na
luta pela sobrevivência os consegue manter de pé. É a movimentação das pessoas
nas ruas que nos chamam mais atenção, vimos crianças com pernas tão finas que
nos parecem palitos e olhos arregalados são vistos aos montes nas ruas centrais. Muitos deles doentes que parecem ter muita mais idade. Há Indianos
enrolados em metros de tecidos, outros meio vestidos. Afastamo-nos mais um
pouco deste espectáculo e seguimos até ao Kamala
Nehru Park, local verdejante donde temos uma vista panorâmica de Bombaim, não bastando neste parque existe uma zona onde são depositados os cadáveres das pessoas da religião “Parsis” para que depois os corvos devorem a carne, os ossos são deixados ao sol durante algum tempo para secarem. Falei à guia que gostava de ver esse sítio mas ela disse-nos que não é bom e que ela própria não vai a esse local. Nós os turistas é mais por curiosidade para acreditar na descrição mórbida do espectáculo.
Nehru Park, local verdejante donde temos uma vista panorâmica de Bombaim, não bastando neste parque existe uma zona onde são depositados os cadáveres das pessoas da religião “Parsis” para que depois os corvos devorem a carne, os ossos são deixados ao sol durante algum tempo para secarem. Falei à guia que gostava de ver esse sítio mas ela disse-nos que não é bom e que ela própria não vai a esse local. Nós os turistas é mais por curiosidade para acreditar na descrição mórbida do espectáculo.
No final do dia andamos mais uma vez os dois sozinhos, passamos defronte do
Taj Mahal Palace um hotel de 5 estrelas com uma fachada emblemática, vimos
também a catedral St, Thomas. Estivemos
apreciar os táxis desta cidade com o seu táximetro do lado de fora, são espécie
totalmente desconhecida por nós.
Começou a escurecer e resolvemos regressar ao hotel para o merecido
descanso, amanhã vamos fazer a ligação entre esta cidade e uma mais a norte, há
que repousar, pois hoje andamos muitos quilómetros a pé.
16 – Agosto – Bombaim – Udaipur
Hoje madrugamos, eram cerca das 3h30 estávamos acordar para seguirmos para
o aeroporto apanhar o voo das 5h55 com destino a Udaipur, nunca tínhamos ido
para um aeroporto tão cedo, também foi a primeira vez que andamos num avião
turbo hélice, este consegue levantar e aterrar em espaços muito curtos e achei
que era muito seguro.
Mais uma vez quando chegamos havia transfer para nos levar ao hotel. Este motorista fez-nos crer que é um hábil motorista, desenrascado e veloz. No trajecto, ainda longo, as ultrapassagens eram tangentes, perto do embate frontal. Ainda era muito cedo vimos milhares de pessoas nas ruas, onde já vão carregadas de cestos ou enormes caixas às costas, passou por nós uma motoreta que transportava quatro sacos enormes que continham igual número de cabras, estas vivas. Camiões super carregados, por vezes a carga parece-nos que vai cair logo a seguir. Já fizemos umas boas dezenas de quilómetros e o panorama da imensidão do trânsito e pessoas a circularem por esta estrada é colossal. Acidentes até agora, zero, no entanto já vimos umas camionetas na berma com as cabinas totalmente desfeitas e perguntamos onde estão os lugares dos motoristas, é que não existem. Entramos agora na cidade de Udaipur, prevalece muito trânsito, é a confusão total, mas agora estamos a entrar nos portões que dão acesso ao nosso hotel, local aprazível, sendo ele Fateh Prakash Palace, um palácio situado nas margens do lago Pichola. Acomodados ficaremos aqui por duas noites.
Mais uma vez quando chegamos havia transfer para nos levar ao hotel. Este motorista fez-nos crer que é um hábil motorista, desenrascado e veloz. No trajecto, ainda longo, as ultrapassagens eram tangentes, perto do embate frontal. Ainda era muito cedo vimos milhares de pessoas nas ruas, onde já vão carregadas de cestos ou enormes caixas às costas, passou por nós uma motoreta que transportava quatro sacos enormes que continham igual número de cabras, estas vivas. Camiões super carregados, por vezes a carga parece-nos que vai cair logo a seguir. Já fizemos umas boas dezenas de quilómetros e o panorama da imensidão do trânsito e pessoas a circularem por esta estrada é colossal. Acidentes até agora, zero, no entanto já vimos umas camionetas na berma com as cabinas totalmente desfeitas e perguntamos onde estão os lugares dos motoristas, é que não existem. Entramos agora na cidade de Udaipur, prevalece muito trânsito, é a confusão total, mas agora estamos a entrar nos portões que dão acesso ao nosso hotel, local aprazível, sendo ele Fateh Prakash Palace, um palácio situado nas margens do lago Pichola. Acomodados ficaremos aqui por duas noites.
Hoje fomos visitar o Palácio da cidade que fica neste complexo onde estamos
hospedados é aqui que o Marajá tem
residência oficial quando viaja para esta cidade, cada vez que a bandeira
esteja içada neste palácio é sinal de que ele cá se encontra. Também aqui
dentro se encontra o palácio de Krishna e o Jagdish Temple, este dedicado ao
senhor Vishnu, construído em 1651 por Maharana Jagal e imensos jardins, foi uma visita que demorou
grande parte da nossa manhã. Seguidamente fomos almoçar num salão imenso com
dois lustres gigantes, mesas bem decoradas em que comemos com talheres de
prata. Tudo o que aqui comemos estava bem confeccionada e simplesmente
apresentável.
Pela tarde foi a experiência da azafama do mercado antigo
que é continuo nesta cidade. Caminhamos por ruas e ruelas mais uns becos, onde
as lojas de especiarias, ourivesarias, cangalheiros, mercado da prata e lojas
de alimentos onde vemos os diversos cereais e carne. O cheiro intenso das
especiarias é por toda a parte, mais os locais onde se cozinha que vamos
inalando toda aquela mistura de aromas.
Até agora ainda não tivemos quaisquer problemas com a nossa alimentação, pois já comemos em vários locais, vamos ver até quando.
Até agora ainda não tivemos quaisquer problemas com a nossa alimentação, pois já comemos em vários locais, vamos ver até quando.
Acontece que já estamos fartos de andar, rua acima rua abaixo, lá teremos
de ir à nossa base para jantar.
Jantamos novamente com todas as mordomias e fomos até ao nosso quarto
gigante, tipo salão, descansamos e eis que nos lembramos de ir novamente até lá
baixo ao centro da cidade. Já noite descemos aquelas ruas e eis no meio da
confusão da noite. Andamos por locais que poucos se arriscariam, desta forma
conseguimos ver toda a movimentação à noite de milhares de pessoas, mais o
barulho das motoretas, são milhares. A esta hora todas as lojas estão abertas e
a fazerem o seu negócio – alfaiates, picheleiros, pedreiros e tascas, mais e
mais, parece que o dia nunca acaba.
Nunca nos preocupamos com problemas que muitas pessoas estão sempre a
pensar, perigo, assaltos ou perderem-se, nada disso só coisas que iremos
relembrar com alegria para sempre. Bem noite regressamos.
17 – Agosto – Udaipur
Segundo dia em Udaipur e arredores. Estamos satisfeitos
com esta viagem tem decorrido acima das perspectivas. O calor aperta e com a
humidade existente é complicado andar por estes sítios a viatura que
estamos a viajar tem ar condicionado, mas quando saímos a baforada de ar quente é enorme.
Estamos a passar num local onde existem obras na estrada e vemos um grupo de
homens a olhar para quem passa e um grupo de mulheres com cestos a carregarem
pedras e com as pás a desviarem o entulho; coitadas, viram que estávamos a
tirar umas fotos pararam e envergonhadas deixaram as enxadas e pás de lado. Ao
longo deste caminho vimos imensas situações do trabalho/escravatura deste povo,
na volta sentem-se mais felizes do que nós, quem sabe!
Agora no meio da estrada um grupo de vacas que não nos
deixam passar, arredar pé não é com elas. Digo para o condutor apita que elas
saem, este disse-me que não vale a pena, estão já habituadas e só se vão embora
quando lhes apetecer. Não é mau ser vaca nesta terra.
Algum tempo depois chegamos a Eklinji, aqui existe um complexo de templos, totalizando 108, construídos no ano de 734, dedicados ao Deus Shiva. Este complexo murado encerra num hall elaborado com pilares trabalhados e todos diferentes sob um grande telhado piramidal que tem a imagem nas quatro faces de Shiva em mármore preta. Depois do almoço caminhamos até Nathdwara para visitar o templo, também muito interessante. Cerca das 15h00 começamos a fazer o nosso regresso a Udaipur, onde ainda fomos dar mais umas voltas por esta cidade do Rajastão.
Algum tempo depois chegamos a Eklinji, aqui existe um complexo de templos, totalizando 108, construídos no ano de 734, dedicados ao Deus Shiva. Este complexo murado encerra num hall elaborado com pilares trabalhados e todos diferentes sob um grande telhado piramidal que tem a imagem nas quatro faces de Shiva em mármore preta. Depois do almoço caminhamos até Nathdwara para visitar o templo, também muito interessante. Cerca das 15h00 começamos a fazer o nosso regresso a Udaipur, onde ainda fomos dar mais umas voltas por esta cidade do Rajastão.
18 – Agosto – Udaipur – Jodhpur
Partimos bem cedo a ligação entre Udaipur e Jodhpur, são cerca de 280km que
esperamos fazer em 6h30, estas estradas são perigosas tanto que os acidentes
são frequentes e frontais, neste caminho vimos imensos carros e camionetas
desfeitas pelos embates, há que ter cautelas. O motorista está calmo e só de
vez enquanto é que sai uma ultrapassagem nos limites.
Quando chegamos a Ranakpur fomos visitar o o templo
construído no século XV, que está situado no vale de Aravali, este tem 1444
pilares todos eles diferentes, mas além dos pilares todo o templo é exótico,
uma obra de arte incomparável e
trabalhosa. Nós fomos andando e vendo e não nos cansamos de tanta
beleza. Tiramos imensas fotografias, mas ainda somos medíocres quando as
tiramos com pouca luz, falta-nos informação como proceder para que tenham
melhor qualidade.
Numa das paredes exteriores estava um enxame de milhões de abelhas, eram
dois cilindros colossais, tinham à vontade um metro de comprimento e um
diâmetro de 80cm na parte superior.
Neste trajecto o guia levou-nos a uma fábrica de tecidos onde eram feitas
lindas colchas, acabamos por compra duas que são bonitas.
Final do dia chegamos ao termo de mais uma etapa, estamos cansados e
precisamos de um bom banho de um jantar em condições para reposição das
calorias gastas. O nosso hotel é mais
uma surpresa – Ajit Bhawan, situado à entrada desta cidade, com um serviço
excepcional que aconselho a quem aqui vier. Houve um espectáculo à noite de
música instrumental Indiana e conjuntos de bailados. Não bastando existe aqui
um número considerável de carros antigos expostos que se encontram em estado de
conservação excelente. O quarto onde nos encontramos é excelente, desde o
mobiliário, espaço e tamanho. Tudo funcionou em pleno.
Pela tarde fomos ver a cidade, visitando o Observatório Astronómico, Palácio da cidade e Palácio dos ventos.
19 – Agosto –
Jodhpur – Jaipur
Todos os trajectos estão a ser feitos em viatura com
condutor, não bastando hoje vamos ter mais uma tirada de 6h30 num percurso que
rondará os 335km. Assim pela manhã visitamos Jodhpur, demos mais uma volta pela
cidade, cheia de ruelas e encruzilhadas, mais parece uma cidade árabe. As casas
estão praticamente todas pintadas de azul, do alto de uma colina consegue-se
ver o contraste que produz este tom azulado, torna-se encantador e logo nos
alerta toda atenção, por isto ela é conhecida como “a cidade azul”, contrasta
bem com o deserto de Thar. O ponto
relevante é o forte Mehrangarh que ao longe nos parece inexpugnável.
À entrada fomos por um dos sete portões com o nome Vitória, construído pelo marajá Man Singh para comemorar as vitórias sobre Jaipur e os exércitos vindos de Bikaner, soube que há um outro portão o de Fattehpol que também significa vitória, para marcar a derrota que os Mongóis tiveram. Este colosso foi construído no século XV, no reinado de Rao Jodha, fundador da cidade de Jodhpur. A primeira pedra do forte foi colocada no dia 12 de Maio de 1459 pelo próprio Jodha numa colina rochosa 10km ao sul da cidade de Mandore. Diz-se que apenas teve de desalojar um único habitante o ermitão Cheeria, no entanto este ficou aborrecido amaldiçoou Rao, mas apaziguada a situação foi-lhe construída uma casa e um templo dentro do forte perto da caverna onde ele costumava meditar. No entanto Jodha era muito supersticioso e teve medo da maldição, para ficar com garantia da nova construção resolveu enterrar um homem vivo nas fundações, este homem até concordou, mas ficando com a promessa de que sua família seria sempre bem tratada pelos Rathores, clã histórico da região. Os seus descendentes ainda hoje continuam a viver Raj Bagh, jardim do Rajiya, herança legado por Jodha.
À entrada fomos por um dos sete portões com o nome Vitória, construído pelo marajá Man Singh para comemorar as vitórias sobre Jaipur e os exércitos vindos de Bikaner, soube que há um outro portão o de Fattehpol que também significa vitória, para marcar a derrota que os Mongóis tiveram. Este colosso foi construído no século XV, no reinado de Rao Jodha, fundador da cidade de Jodhpur. A primeira pedra do forte foi colocada no dia 12 de Maio de 1459 pelo próprio Jodha numa colina rochosa 10km ao sul da cidade de Mandore. Diz-se que apenas teve de desalojar um único habitante o ermitão Cheeria, no entanto este ficou aborrecido amaldiçoou Rao, mas apaziguada a situação foi-lhe construída uma casa e um templo dentro do forte perto da caverna onde ele costumava meditar. No entanto Jodha era muito supersticioso e teve medo da maldição, para ficar com garantia da nova construção resolveu enterrar um homem vivo nas fundações, este homem até concordou, mas ficando com a promessa de que sua família seria sempre bem tratada pelos Rathores, clã histórico da região. Os seus descendentes ainda hoje continuam a viver Raj Bagh, jardim do Rajiya, herança legado por Jodha.
Dentro deste forte visitamos vários palácios, todos eles com extensos
pátios. Destaco principalmente o Palácio das Pérolas, onde está o trono real. A
Sofia só queria umas pulseiras e os colares, não esquecendo os brincos que
vimos, as fotografias que tiramos falam por si.
Vamos deixar este local aprazível e pormo-nos à estrada, são muitos
quilómetros e já estamos a ficar com alguma fome.
Hoje é domingo, há menos transito, também as camionetas
são menos e o resultado é que circulamos mais rápido. São cerca das 2h00, está
imenso calor e resolvemos parar num restaurante de estrada. O seu aspecto é
duvidoso, mas o motorista garantiu-nos que é bom e que só tem comida vegetariana, nós que não
ligamos peva a este tipo de comida, lá teremos de comer, porque foi-nos dito
que por perto não existia mais nada, note-se que estamos numa zona desértica.
Antes de começarmos a almoçar interrogamo-nos, mas que nojeira vem aí, pois à nossa volta apenas estavam numa mesa quatro indianos com aspeto um pouco badalhoco assim como o empregado que nos atendeu!
Antes de começarmos a almoçar interrogamo-nos, mas que nojeira vem aí, pois à nossa volta apenas estavam numa mesa quatro indianos com aspeto um pouco badalhoco assim como o empregado que nos atendeu!
E o que se passaria na cozinha?
O pão que pedimos tinha mal aspeto, a verdade é que era
muito gostoso. O certo é que comemos
tudo e estava muito delicioso, não tivemos
nenhum problema, mas se vissem o menu, estava velho, sujo e cheio de nódoas com
muita gordura. Pode-se vir aqui almoçar ou jantar, deixo aqui
o nome e número do telemóvel “Mango
Mirchi Ri Dhani, 94143-55341, estrada nacional 25. sentido Jaipur.
Quando chegamos a Jaipur era já noite. Amanhã iniciaremos mais outra etapa.
20 – Agosto – Jaipur
Estamos hospedados no Rajputana Sheraton, com o que nos figura este nome,
traz-nos à ideia, casa de putaria, mas não, local agradável e localizado num
sítio emblemático.
O passeio de hoje vai ser em parte a visitar ao forte de Amber e descrever
a experiência vivida não vai ser fácil. Este forte é uma fortaleza histórica
situada na cidade de Amber que dista 7km de Jaipur no estado do Rajastão, aqui
se misturam as culturas muçulmanas e hindus. Aqui mandavam e governavam a seu
belo prazer os Marajás. Em 1947 ainda existiam na Índia cerca de 600 reis,
basicamente cada cidade/estado tinha um
rei.
O nosso ingresso neste forte foi em cima de um elefante,
quando chegamos lá acima pensei, porque não dois elefantes, era mais engraçado
e o preço não era caro. As cores deste forte são da cor do barro e amarelados
os seus muros extensos e largos, no seu interior existem templos e palácios,
confinados entre paredes com 6km de muralhas, existem muitas fontes e jardins.
Este forte está ligado com o forte
Jalgargh, situado na outra colina. Vimos imensas incrustações em mármores,
janelas rendilhadas, salões com vários relevos, pinturas. Há um salão dos
espelhos, onde o Raja recebia os seus súbditos. Este salão demorou 6 anos a ser
construído, todo ele coberto com
pequenos espelhos importados da Bélgica.
Todos os Marajás eram gajos que
tinham de ter muitas mulheres, este apenas tinha 12 rainhas e centenas de
concubinas, todas em aposentos individuais e com passagens secretas para o
quarto dele, ou seja todos os dias tinha um rebuçadinho diferente. Ah, porque
eu não nasci Raja, Marajá ou Maracujá, mas segundo consta nenhuma delas poderia
saber das suas preferências. Acho que ele já deveria estar tão embaraçado com
as contas que se esqueceu da Sónia Balhelhas, Henriquina Schiffer, Palmira
Careca e da Beatriz Coxa, parece-me que elas morreram virgens e com teias de
aranha.Pela tarde fomos ver a cidade, visitando o Observatório Astronómico, Palácio da cidade e Palácio dos ventos.
Depois do nosso jantar no hotel, resolvemos os dois dar uma volta à noite
por esta cidade. Fomos avisados na portaria que era perigoso, mas achamos que
não era tanto assim, saímos com cautela percorrendo uma rua sem qualquer
iluminação e mais umas curvas chegamos à confusão nocturna da cidade, para nós
já não era novidade. Ruas ruelas, largos, postes de iluminação no meios dos
passeios com montes de fios e disjuntores, tudo um perigo, por qualquer razão
desequilibrando-nos e vamos de encontra a um deles e lá ficamos agarrados.
Muita pessoas às compras, tascos a fazerem os seus cozinhados e muita miséria à
nossa volta. Foi mais uma vez engraçada esta volta que demos os dois sozinhos e
sem perigo.
21 – Agosto – Jaipur –
Fatehpur Sikri – Agra
Vamos para outro lugar interessante que nós viajantes não poderemos deixar
de ver, como todos os lugares desta terra fabulosa cheia de cores e odores. Já
é tarde, lembrei-me agora, tinha lido em tempos
que deveria comprar em Udaipur incenso, pois é considerado dos melhores
do mundo, são naturais e purificam o
ambiente cerca de três horas.
O trajecto de hoje vai ser feito em direcção a Fatehpur Sikri, declarado
património da humanidade pela Unesco. Esta cidade foi construída pelo imperador
Mongol Akbar, como homenagem ao santo
Sufi Salim Chishti que lhe abençoou o seu 1º filho, pois Akbar não conseguia
ter filhos e foi atrás da ajuda divina. A profecia concretizou-se.
Este imperador foi considerado o mais notável, reinando de 1556 a té 1605. No final do seu reinado o império Mongol cobria a maior parte do norte da Índia o seu reinado também foi sujeito a enormes batalhas, fundou uma nova religião, chamada Din-i-Llahi ou seja divina fé que foi dissolvida logo após a sua morte tanto que as suas três esposas eram de religiões diferentes, hinduísmo, islamismo e catolicismo. Akbar planeou uma cidade murada toda feita em arenito vermelho que misturava os estilo hindus e islâmicos, esta serviu como capital Mongol apenas 14 anos, sendo depois abandonada, um dos motivos pode ter sido a falta de água outro o calor deste deserto.
Passados cinco séculos ela encontra-se em excelente estado de conservação, mais nos parece que foi concluída há pouco tempo.
Este imperador foi considerado o mais notável, reinando de 1556 a té 1605. No final do seu reinado o império Mongol cobria a maior parte do norte da Índia o seu reinado também foi sujeito a enormes batalhas, fundou uma nova religião, chamada Din-i-Llahi ou seja divina fé que foi dissolvida logo após a sua morte tanto que as suas três esposas eram de religiões diferentes, hinduísmo, islamismo e catolicismo. Akbar planeou uma cidade murada toda feita em arenito vermelho que misturava os estilo hindus e islâmicos, esta serviu como capital Mongol apenas 14 anos, sendo depois abandonada, um dos motivos pode ter sido a falta de água outro o calor deste deserto.
Passados cinco séculos ela encontra-se em excelente estado de conservação, mais nos parece que foi concluída há pouco tempo.
É uma obra grandiosa em que nós nos
perdemos ao admirar todos os cantos existentes, grandes artífices aqui
trabalharam.
Vamos até Agra que será o nosso destino de hoje. Ainda são alguns
quilómetros e há imenso trânsito nesta estrada. Amanhã iremos ver o ex-libris
da Índia “Taj Mahal”.
22 – Agosto – Agra
Vai ser um dia em grande, porque?
Sempre ouvimos notícias, vimos reportagens e fotografias um sem número de
situações que nos fazem despertar a nossa imensa curiosidade sobre este local
do mundo. Estamos com essa curiosidade em aberto e vai ser hoje que vamos
revelar esse encanto guardado na imaginação.
Foram-nos busca ao hotel, cedo, para
nos encaminharem para o mais do que “Taj Mahal”, ele abre às 6h00, ainda
estávamos longe e já começamos a mirar esta magnífica obra de arte.
Esta encerra todas as 6ª feiras, mas com cautela estamos na 4ª feira,
tivemos essa precaução. Já nos encontramos no jardim frontal a tirar montes de
fotografias, não nos cansamos, o encanto
é tal que não conseguimos parar. Não é permitido entrar de sapatos dentro do
mausoléu. Os visitantes Indianos vão tirar os sapatos e deixá-los à entrada, a
nós fornecem-nos uns protectores em plástico branco para colocar nos nossos
sapatos, iguais aos que nós utilizamos no laboratório onde trabalhamos, mas se
quisermos ir descalços não há problema, até é agradável pisar aquela mármore
branca e fria.
Também o Taj Mahal é conhecido como a maior prova de amor do mundo, contém inscrições retiradas do Corão. Há incrustações com pedras semipreciosas, tais como o lápis-lazúli, entre outras. A cúpula é feita com fios de ouro, há quatro minaretes que cercam este monumento. Esta obra foi feita entre os anos de 1632 e 1653, ou seja dali a 300 anos, exatos nasci eu, tinha que ser. Houve cerca de 20 mil homens trazidos de várias cidades do oriente para trabalhar nesta sumptuosa obra que o imperador Shah Jahan, mandou construir em memória de sua esposa favorita Aryumand Banu Begam a quem ele chamava Mumtaz Mahal “Jóia do palácio”, esta faleceu após dar à luz o seu 14º filho. – (coitada naquela altura não havia anticoncepcionais, tinha de parir e pronto. Mas para ela ter tantos filhos devia ser cá uma lasca, seria!), tendo o Taj Mahal sido construído sobre seu túmulo junto ao rio Yamuna.
Também o Taj Mahal é conhecido como a maior prova de amor do mundo, contém inscrições retiradas do Corão. Há incrustações com pedras semipreciosas, tais como o lápis-lazúli, entre outras. A cúpula é feita com fios de ouro, há quatro minaretes que cercam este monumento. Esta obra foi feita entre os anos de 1632 e 1653, ou seja dali a 300 anos, exatos nasci eu, tinha que ser. Houve cerca de 20 mil homens trazidos de várias cidades do oriente para trabalhar nesta sumptuosa obra que o imperador Shah Jahan, mandou construir em memória de sua esposa favorita Aryumand Banu Begam a quem ele chamava Mumtaz Mahal “Jóia do palácio”, esta faleceu após dar à luz o seu 14º filho. – (coitada naquela altura não havia anticoncepcionais, tinha de parir e pronto. Mas para ela ter tantos filhos devia ser cá uma lasca, seria!), tendo o Taj Mahal sido construído sobre seu túmulo junto ao rio Yamuna.
Nos finais do século XIX, vários locais estavam muito danificados por falta
de manutenção e durante a época da
rebelião hindu de 1857 foi arrestado por
soldados britânicos e oficiais que lhes arrancavam as pedras embutidas nas
paredes e o lápis-lazúli dos seus muros. Em 1908 completou-se a restauração
ordenada pelo vice-rei britânico.
Também a 7 de Julho de 2007, foi classificado património da humanidade,
celebração feita em Lisboa.
Supõe-se que o imperador pretendesse fazer uma réplica do Taj Mahal
original na outra margem do rio, em mármore preto. Dando inicio ás obras um dos
seus filhos deu-o como louco e foi encarcerado, vindo a morrer alguns anos depois.
Finalizamos a nossa extensa visita a este local representativo de amor, para irmos a uma oficina onde trabalham mármores e onde compramos uma caixinha em mármore branco com incrustações que nos vão fazer relembrar a nossa vinda aqui.
Finalizamos a nossa extensa visita a este local representativo de amor, para irmos a uma oficina onde trabalham mármores e onde compramos uma caixinha em mármore branco com incrustações que nos vão fazer relembrar a nossa vinda aqui.
Mais tarde ainda conseguimos ir até ao forte de Agra, obra sumptuosa de cor
vermelha com imenso palácios, mesquitas, haréns e jardins, foi neste forte que
o velhote que mandou construir o Taj Mahal foi aprisionado por um dos seus
filhos, usurpador onde passou os seus
últimos anos olhando para o túmulo de sua amada.
Finalizada esta visita ainda
fomos a outros locai de interesse para depois darmos o nosso giro por Agra,
onde existem todo tipo de vendedores que nos querem vender tudo, mas também há
outras pessoas que querem que lhes tiremos fotografias, tirando-lhe uma, aparecerem
outros e outros, alguns dizem-nos que
são todos família, tudo se torna engraçado, mas depois é enfadonho.
Regressamos ao hotel para o merecido jantar, este foi-nos serviço com grande qualidade e sabores que gostamos. Já noite dentro assistimos a um espectáculo de cantares e danças desta região.
Regressamos ao hotel para o merecido jantar, este foi-nos serviço com grande qualidade e sabores que gostamos. Já noite dentro assistimos a um espectáculo de cantares e danças desta região.
23 – Agosto – Agra – Delhi
A ligação entre as
cidades de Agra e Delhi, vai ser novamente de carro o mesmo condutor que é uma
grande melga, está sempre à espera de nos levar a sítios onde nos querem impingir algo para
comprar-mos onde ele iria usufruir de uma mísera comissão, essa atitude não faz parte do nosso
pacote de viagem. É frequente nestes últimos dias dizer-nos
que aquele seria o último dia que nos
acompanha, fingimos que não entendemos e no outro dia lá vem ele novamente com
a mesma conversa. Hoje a história repetiu-se, ficamos à espera. Disse-nos que a
viagem vai demorar cerca de 4h30 e que há um percurso feito em auto estrada,
vamos ver então. Temos de visitar no
caminho Sikandra onde está enterrado o imperador mongol Akbar, foi ele que o
mandou construir, mas foi completado e modificado por seu filho.
Mais uma obra
emblemática que nos agradou. Mais à frente fomos almoçar para que depois
passados muito quilómetros chegássemos á zona de portagem, mais parecia que
tinha havido ali uma
guerra, estava tudo partido, ferrugento onde carroças
e triciclos super carregados circulavam por ali, bom auto estrada este, apenas
tinha a faixa separadora duas vias para cada lado e lixo por quanto é sítio. Já
estamos perto de Delhi a placa indica 142km, mas estamos fartos de parar, pois
o trânsito é medonho e perigoso. Finalmente chegamos a Delhi, percorremos
imensas avenidas arborizadas, mas muita poluição e transito caótico. Hoje vamos
directamente para o hotel, amanhã iremos desbravar esta cidade. Aconteceu que
depois de descansarmos um pouco ainda fomos dar uma volta pelas redondezas do
hotel.
No local onde foi cremado, foi erguido um memorial em granito preto com uma pira com chama eterna. Já que estamos naquela de visitar túmulos, aqui vai mais um o de Humayun, este é o mais antigo mausoléu mongol de Delhi. Quem o mandou construir foi sua viúva em honra do seu marido. Quem diria, uma viúva dar-se ao luxo de mandar construir uma coisa destas. Será mesmo verdade?
há aqui um edifício circular que é o símbolo da democracia Indiana. Percorremos longas avenidas e vamos até ao Qutb Minar que é o minarete de tijolo mais alto do mundo com 72,5 metros de altura. Guardamos para o final visitar o bazar, local repleto de vendedores e artistas de rua. Há locais que as artes tradicionais de cariz familiar são transmitidas de geração para geração, aqui se vende de tudo, tapetes, viveres, pratas, ouro, não esquecendo as imensas especiarias e o lixo acumulado, sujeira, pobreza, mau cheiro, aglomeração, animais abandonados pelas ruas e poluição, um bom contraste. Para quem visita este local pela primeira vez terá de superar um certo choque inicial perante a pobreza, os altos níveis de poluição.
Nós até quisemos ir a pé, mas ele insistiu para não sairmos. Foi um desespero para nos levar até às margens do rio Ganges. O preço que tínhamos acordado era de ida e volta, mas logo lhe dissemos para se ir embora que pagávamos tudo, ainda mais, resolvemos dar-lhe uma boa gorjeta. Ele foi-se embora todo sorridente, com tantos salamaleques que nos extenuaram. Coitada desta alma. Por muitas vielas estreitas que ele nos levou vimos pessoas e locais que só assim conseguimos ver. Pobreza e ruelas todas sujas de bosta das vacas, mais os macacos que deitam toda a porcaria para o chão. Num local até vimos um morto a ser transportado a grande velocidade em cima de uma padiola com as braços de fora ao pendurão. Uma vaca estava a borrar-se toda e quem passava naquele momento levava com a porcaria em cima, mas ninguém se apoquenta, esta é a doutrina de quem aqui vive. São milhares as pessoas que carregam jarros nas suas mãos para se dirigirem para as escadarias do Ganges, este o rio mais sagrado da Índia.
24 – Agosto – Delhi
Enchemo-nos de forças para o dia de hoje, pois estamos realmente muito
interessados em conhecer esta capital, por isso para tal teremos que andar
muito a pé .O nosso passeio vai começar pela cidade velha de Delhi, este
iniciou-se pela mesquita Jama Masjid, construída em 1656, pelo imperador Shah
Jahan, sobre uma colina. Existem três
cúpulas em mármore preto e branco e dois minaretes imponentes. Muita gente,
algumas famílias inteiras visitam esta mesquita que nos olham com ousadia e
espanto - mas quem são estes intrusos.
Pedimos para tirar uma fotografia a um
deles, logo de imediato outros também quiseram, até um grupo extenso quis. São chatinhos mas também simpáticos.
Enchemo-nos de coragem e subimos a um dos minaretes, pois o calor já aperta. Do
cimo deste avistamos esta cidade, um perder de vista, não se consegue saber
onde começa e pode acabar, valeu a pena o nosso esforço.
Próximo local para vermos; Túmulo de Mahatma Gandhi que foi fundador do
moderno estado indiano e liderou 250 milhões de indianos, foi assassinado a tiro no dia 30 de Janeiro de 1948 com 79
anos. Foi cremado e as cinzas atiradas ao Ganges.
No local onde foi cremado, foi erguido um memorial em granito preto com uma pira com chama eterna. Já que estamos naquela de visitar túmulos, aqui vai mais um o de Humayun, este é o mais antigo mausoléu mongol de Delhi. Quem o mandou construir foi sua viúva em honra do seu marido. Quem diria, uma viúva dar-se ao luxo de mandar construir uma coisa destas. Será mesmo verdade?
Durante a manhã ainda fomos a mais locais desta cidade velha, mas chegou a
hora do almoço e já sentimos alguma fome, ainda mais acho que nos habituamos
com facilidade à culinária indiana, esta é muito apimentada e quente com os
seus temperos, cores, texturas e aromas, alguns desconhecidos por nós. Fomos a
um bom restaurante que tinha categoria e um serviço ótimo.
Nesta tarde passamos pela cidade nova, onde
fomos até à Porta da Índia uma homenagem
aos soldados mortos durante a segunda guerra mundial e nas guerras anglo-afegãs,
seguindo-se a zona do parlamento,
há aqui um edifício circular que é o símbolo da democracia Indiana. Percorremos longas avenidas e vamos até ao Qutb Minar que é o minarete de tijolo mais alto do mundo com 72,5 metros de altura. Guardamos para o final visitar o bazar, local repleto de vendedores e artistas de rua. Há locais que as artes tradicionais de cariz familiar são transmitidas de geração para geração, aqui se vende de tudo, tapetes, viveres, pratas, ouro, não esquecendo as imensas especiarias e o lixo acumulado, sujeira, pobreza, mau cheiro, aglomeração, animais abandonados pelas ruas e poluição, um bom contraste. Para quem visita este local pela primeira vez terá de superar um certo choque inicial perante a pobreza, os altos níveis de poluição.
Já cansados regressamos ao hotel que ainda fica a uns bons quilómetros
deste local, onda ainda vimos , mulheres vestidas de saris a circular em carros
topo de gama. Mas que desnível tão grande depois de vermos tanta miséria.
“O Sol nasce para todos, isso é mentira.”
“Todos nascemos da mesma forma, mentira.”
“O homem cava seu túmulo com o garfo diariamente, verdade.” (Gandhi).
25 – Agosto – Delhi – Varanasi
25 – Agosto – Delhi – Varanasi
Ontem despachamos o nosso motorista que fomos aturando durante alguns dias
com o seu sentido de ganhar dinheiro com alguma venda que se concretizasse,
mesmo nos restaurantes que íamos almoçar, neste último dia oferecemos-lhe o
almoço, mas não aceitou. Isto porque o almoço dele era sempre oferta na base de
lá levar clientes, mesmo que fossemos nós a escolher ele iria receber algum
dinheiro e comia de borla, Vimos esta situação algumas vezes. Hoje pensávamos
estar libertos, mas ainda nos está a transportar para o aeroporto onde vamos
embarcar com destino a Varanasi, onde vamos levantar voo pelas 10h40.
Chegados a Varanasi, fomos colocar as nossas malas no hotel Radisson e lá
estamos a partir em direcção a Sarnath que fica a 12km, uma cidade pequena onde
Siddhartha deu seus primeiros
ensinamentos após atingir a iluminação, há cerca de 2510 anos atrás. Desde
então ficou conhecido por seus seguidores como Buda, que significa o iluminado.
Sarnath também é um dos quatro locais mais importantes do circuito budista,
lugares por onde o Buda passou, portanto lugares sagrados.
Existem numerosos mosteiros e grandes stupas da época Ashoka. Houve grandes destruições no período muçulmano e só redescoberta em 1794. As esculturas mais importantes desse período estão em frente do museu. As stupas são como túmulos e servem como santuário para relíquias do Buda.
Existem numerosos mosteiros e grandes stupas da época Ashoka. Houve grandes destruições no período muçulmano e só redescoberta em 1794. As esculturas mais importantes desse período estão em frente do museu. As stupas são como túmulos e servem como santuário para relíquias do Buda.
Pela noite fomos visitar as cerimónias nocturnas em homenagem ao rio
Ganges, conhecida como ganga Aarti que se desenrolam no rio Ganges, rio sagrado
para os hindus. Assim todas os dias a partir do por do sol é feita na
Dasaswamedh Ghat. Esta ghat é uma das
maiores de Varanasi e a preferida pelas viúvas para a cerimónia. Nós
turistas fomos assistir a este ritual num barco que alugamos, demos uma volta pelo rio que apresenta um caudal imenso, estamos no período das monções, soubemos que mais a norte tem chovido imenso nestes últimos dias o rio subiu imenso, está uma corrente forte, há que ter cuidados, os donos dos barcos não estão nada incomodados. Venderam-nos uma vela dentro de um recipiente em papel para nós acendermos e colocarmos na água com cuidado para não se afundar. Vimos um pouco
abaixo as piras onde estão a ser cremados imensos cadáveres, está uma fumaça intensa e um cheiro nauseabundo a presuntos assados. Grandes montes de lenha existem nesse local para serem vendidos consoante as possibilidades monetárias dos familiares que as compram para queimar seus entes queridos. Olhamos para a margem, reparamos as milhares de pessoas que estão neste momento. Viemos mais tarde para junto à margem, pois está prestes a iniciar-se a cerimónia, assim podemos ouvir os sermões que entoam e o fogo, flores e danças.
Esta cerimónia é apenas de agradecimento não se faz qualquer pedido. Ritual terminado, ficamos a saber imensas questões, uma delas “as famílias que não têm dinheiro para pagar a cremação, muitas vezes atiram os corpos dos familiares directamente ao rio ou são colocados em restos de fogueiras, mas os corpos acabam por não ser queimados integralmente, razão pela qual é possível verem-se restos de cadáveres a boiar”. Finalmente regressamos para o repouso merecido.
turistas fomos assistir a este ritual num barco que alugamos, demos uma volta pelo rio que apresenta um caudal imenso, estamos no período das monções, soubemos que mais a norte tem chovido imenso nestes últimos dias o rio subiu imenso, está uma corrente forte, há que ter cuidados, os donos dos barcos não estão nada incomodados. Venderam-nos uma vela dentro de um recipiente em papel para nós acendermos e colocarmos na água com cuidado para não se afundar. Vimos um pouco
abaixo as piras onde estão a ser cremados imensos cadáveres, está uma fumaça intensa e um cheiro nauseabundo a presuntos assados. Grandes montes de lenha existem nesse local para serem vendidos consoante as possibilidades monetárias dos familiares que as compram para queimar seus entes queridos. Olhamos para a margem, reparamos as milhares de pessoas que estão neste momento. Viemos mais tarde para junto à margem, pois está prestes a iniciar-se a cerimónia, assim podemos ouvir os sermões que entoam e o fogo, flores e danças.
Esta cerimónia é apenas de agradecimento não se faz qualquer pedido. Ritual terminado, ficamos a saber imensas questões, uma delas “as famílias que não têm dinheiro para pagar a cremação, muitas vezes atiram os corpos dos familiares directamente ao rio ou são colocados em restos de fogueiras, mas os corpos acabam por não ser queimados integralmente, razão pela qual é possível verem-se restos de cadáveres a boiar”. Finalmente regressamos para o repouso merecido.
26 – Agosto – Varanasi
Hoje vamos
novamente até à margens deste rio, será quase uma duplicação, mas como vimos
situações que nos chamam atenção, pensamos que poderíamos ir todos os dias lá e
veríamos sempre situações novas. A questão que se põe - hotel onde nos encontramos
ainda é distante para irmos a pé e nem sabemos verdadeiramente o trajeto até
lá, mas mal saímos do hotel tivemos uma série de ofertas, táxi ou riquechó.
Optamos pela última e fomos escolher o homem que tinha aspecto de mais
necessitado, combinamos o preço e achamos que era muito barato e aí vamos nós a caminho do desconhecido. Rua abaixo e enquanto
o trajeto era a direito tubo bem, mas quando vinha uma pequena subida o caldo
entornava-se. O trinca-espinhas não tinha cabedal para puxar estas bestas, coitado
estava mesmo mal nutrido. A nossa cortesia estava a tornar-se infrutífera, pois
tantas vezes este homem parou para descansar, ele transpirava a sua camisa suja
e cheia de buracos ficava agarrada ao canastro. Nós até quisemos ir a pé, mas ele insistiu para não sairmos. Foi um desespero para nos levar até às margens do rio Ganges. O preço que tínhamos acordado era de ida e volta, mas logo lhe dissemos para se ir embora que pagávamos tudo, ainda mais, resolvemos dar-lhe uma boa gorjeta. Ele foi-se embora todo sorridente, com tantos salamaleques que nos extenuaram. Coitada desta alma. Por muitas vielas estreitas que ele nos levou vimos pessoas e locais que só assim conseguimos ver. Pobreza e ruelas todas sujas de bosta das vacas, mais os macacos que deitam toda a porcaria para o chão. Num local até vimos um morto a ser transportado a grande velocidade em cima de uma padiola com as braços de fora ao pendurão. Uma vaca estava a borrar-se toda e quem passava naquele momento levava com a porcaria em cima, mas ninguém se apoquenta, esta é a doutrina de quem aqui vive. São milhares as pessoas que carregam jarros nas suas mãos para se dirigirem para as escadarias do Ganges, este o rio mais sagrado da Índia.
Quando chegamos
a uma das escadarias deparamos com mulheres, homens, idosos e crianças de todas
as castas banharem-se naquela água imprópria para qualquer coisa, apenas seria
utilizada para regar as plantas por causa de ter imensa imundície. A estimativa
é de que cerca de 6000 pessoas aqui chegam diariamente que oram e entoam
mantras em homenagem a Shiva. O cheiro que paira por vezes é insuportável,
mistura do incenso com o fumo que vem das piras ali ao lado onde as cremações
são continuas. Há aqui imensos peregrinos, sadhus errantes (homens santos) e sacerdotes hindus (brâmanes), que deixam
oferendas aos deuses.
Desta forma
passamos o dia inteiro nesta zona, percorremos grandes distâncias sem que
fossemos abordados por alguém que nos quisesse perguntar alguma coisa ou mesmo
pedir. Adoramos aqui estar e gostava de voltar novamente um dia. Quem sabe?
Regressamos ao
hotel de táxi que foi apanhado já bem fora de todo este emaranhado de ruelas.
Quando chegamos à porta do hotel vimos a trupe de fulanos que eram os donos dos
riquechós e táxis que riam a bom rir,
olhando
para nós e agradecendo a condescendência que tivemos com o magricelas que nos
havia transportado. No meio deles lá estava ele que foi empurrado para a frente
para nos agradecer novamente. Grandes recordações teremos para toda a vida de
Varanasi, Benares ou ainda como Kashi com os seus 3 milhões de almas.
27 – Agosto – Varanasi
– Kathmandu
Mais outro percurso que iremos iniciar com destino
a Kathmandu, fomos informados que teremos de estar no aeroporto cerca das 9h00,
por causa dos transtornos que podem ocorrer com esta ligação, pois só às 12h19,
é que partiremos se não houver atrasos
ou alterações da companhia Nepalesa. Quando chegou a nossa hora de partida
seguimos sem quaisquer problemas e passado pouco mais de uma hora já estávamos
no destino. Chegamos com algumas pertinácias, pois esperávamos que fosse a
continuidade dos seus vizinhos Indianos, mas nada disso, foi surpresa os
Nepaleses são muito mais amáveis e com atitudes muito diferentes.
Também são aos milhares com um trânsito caótico ainda mais neste dia porque há imensas filas de automóveis à espera de comprarem gasolina. Soubemos que há muita falta deste combustível, pois o abastecimento vindo da India atrasou-se, disseram-nos que isto é vulgar, pois é feito mesmo de propósito. Nesta cidade existem imensos restaurantes, lojas que vendem roupas fashion e muitas pashminas é fantásticos passearmos por todas estas ruelas
e vermos construções feitas em madeira que deslumbram-nos a todos, O nosso percurso foi tão extenso que passamos por Boudhanath que dista 11 quilómetros do centro da cidade, esta é uma das estupas maiores do mundo. Mais outro local que vimos e achamos muito interessante foi o templo de Swayambhunath, principalmente budista mas também hindu, ele é conhecido pelo templo do macaco, devido à existência de uma colónia de macacos considerados sagrados que aqui residem. Entramos num templo onde um grupo numeroso de budistas entoavam e tocavam os seus cânticos, onde
estivemos apenas nós a apreciar sem que nos intimassem de que não poderíamos filmar ou tirar fotografias, foi um momento inesquecível e que julgávamos impossível. Isto estava a passar-se numa sala recatada em que a maioria dos monges teriam uma idade já avançada e onde as pessoas apenas espreitavam e não tiveram a ousadia de entrar, nós um pouco mais atrevidos entramos e a grande surpresa foi a que atrás descrevi.
Também são aos milhares com um trânsito caótico ainda mais neste dia porque há imensas filas de automóveis à espera de comprarem gasolina. Soubemos que há muita falta deste combustível, pois o abastecimento vindo da India atrasou-se, disseram-nos que isto é vulgar, pois é feito mesmo de propósito. Nesta cidade existem imensos restaurantes, lojas que vendem roupas fashion e muitas pashminas é fantásticos passearmos por todas estas ruelas
e vermos construções feitas em madeira que deslumbram-nos a todos, O nosso percurso foi tão extenso que passamos por Boudhanath que dista 11 quilómetros do centro da cidade, esta é uma das estupas maiores do mundo. Mais outro local que vimos e achamos muito interessante foi o templo de Swayambhunath, principalmente budista mas também hindu, ele é conhecido pelo templo do macaco, devido à existência de uma colónia de macacos considerados sagrados que aqui residem. Entramos num templo onde um grupo numeroso de budistas entoavam e tocavam os seus cânticos, onde
estivemos apenas nós a apreciar sem que nos intimassem de que não poderíamos filmar ou tirar fotografias, foi um momento inesquecível e que julgávamos impossível. Isto estava a passar-se numa sala recatada em que a maioria dos monges teriam uma idade já avançada e onde as pessoas apenas espreitavam e não tiveram a ousadia de entrar, nós um pouco mais atrevidos entramos e a grande surpresa foi a que atrás descrevi.
Noutro local existem imensas mulheres que fazem colares com flores, outras
vendem hortaliças, acabou de passar por nós um homem pouco robusto mas que
carrega uma trouxa maior do que ele e que nos parece ser muito pesada. Olhamos
para as diversas construções em madeira, as suas janelas ou portadas todas
talhadas, são verdadeiras obras de arte. É que há edifícios que devem ter
uma altura de uns cinco andares ou mais, todos feitos em madeira se um dia há um tremor de terra não se vão conseguir aguentar, já que alguns estão com alguma inclinação. Por qualquer sítio que passemos, lá ao longe avistamos os imponentes Himalaias.
uma altura de uns cinco andares ou mais, todos feitos em madeira se um dia há um tremor de terra não se vão conseguir aguentar, já que alguns estão com alguma inclinação. Por qualquer sítio que passemos, lá ao longe avistamos os imponentes Himalaias.
O dia já está a ir-se embora, vamos ter de regressar ao hotel, já cansados
estamos e amanhã outro dia virá.
28 – Agosto – Kathmandu
Iremos dar continuidade ao nosso passeio que ontem ficou a meio, estamos em
Durbar Square, onde existem os bairros residenciais antigos que abarca mais de
50 templos mais o palácio de Rana, contornamos um local onde os hippies se
vislumbravam nestas paragens onde podiam adquirir droga. Vimos a casa templo de
Kumari, onde habita uma rapariga que é ali colocada e considerada deusa, esta
tem que ser virgem mas quando chega a
puberdade com a primeira menstruação perde esse estatuto de deusa, aí é despejada e colocada outra no seu lugar.
Quando chegou a hora do almoço fomos procurar um restaurante típico Nepalês
onde nos deliciamos com os pratos
apresentados. Não muito prático e que nós não achamos graça nenhuma foi de
termos de comer sentados no chão com as pernas
esticadas para debaixo da mesa. Terminamos a nossa refeição com um digestivo
que s foi jorrado a partir de mais de um metro de altura em que o funcionário
conseguiu acertar no copo, copo esse, pequeno e do líquido não se entornou nem
uma gota.
Seguidamente abordamos o Bagmati rio sagrado que aqui passa, podemos ver
milhares de pessoas que se lavam nestas águas, nos locais onde são cremadas as pessoas,
nestas margens também existem imensas vacas a pastarem aquelas ervas viçosas e
bem adubadas, graças às cinzas e dejetos humanos. E porque razão também há
imensos corvos? É que ainda podem sobrar uns restinhos de lombo humano para
darem uma bicada. Nos muros aqui
existentes as pessoas sentam-se e apreciam toda aquela movimentação, isso
aconteceu connosco que também nos sentamos.
Tivemos que negociar com dois indivíduos que aqui se encontravam prostrados com umas vestimentas e pinturas estranhas que nos chamam logo atenção para que possamos tirar umas fotos, acordo feito, mas não poderíamos tirar mais do que três, nós tiramos cinco.
Tivemos que negociar com dois indivíduos que aqui se encontravam prostrados com umas vestimentas e pinturas estranhas que nos chamam logo atenção para que possamos tirar umas fotos, acordo feito, mas não poderíamos tirar mais do que três, nós tiramos cinco.
Mais umas volta e a chuva apareceu, não foi em quantidade mas deu para
vestir as capas que nós transportávamos, ainda fez algumas poças. Recomeçamos o
giro e passamos por ruelas tão estreitas que mal dava para passar duas pessoas
ao mesmo tempo, sítios bem engraçados e que iremos recordar com intensidade.
Há telhados que a erva já nasce em cima deles e algumas telhas já caíram, quantas já não tombaram em cima das pessoas?
Há telhados que a erva já nasce em cima deles e algumas telhas já caíram, quantas já não tombaram em cima das pessoas?
Fomos comprar uma peça fundida com vários metais que emite um som
tranquilizante quando colocada na cabeça e tocada com uma peça feita em
madeira. Fizemos um negócio que durou bastante tempo, mais parecia que estava a
comprar uma obra de arte muito valiosa. Mais adiante compramos também uma
janela típica do Nepal feita em madeira,
esta toda talhada. Não bastando a Sofia comprou uma echarpe feita em pashemina.
Final do dia, mais uma compra para amanhã irmos sobrevoar o Monte Evereste.
29 – Agosto – Kathmandu – Monte Everest - Kathmandu
Compra da viagem feita na véspera com a hipótese de não se vir a realizar,
muito dependendo do tempo. Tivemos a informação que pode haver neblinas
impossibilitando o voo de sair.
Chegamos ao aeroporto bem cedo, sem hora marcada para levantarmos voo,
aconteceu por duas vezes em que estávamos para levantar e ordens em contrário
não deram essa autorização. Passaram-se mais ou menos duas horas, surge um
burburinho que não entendemos, mais
movimentações à nossa volta e surge a notícia que temos de embarcar rapidamente
pois o tempo está a levantar na zona do Evereste. Eu já tinha pensado mais do
que uma vez que não se iria concretizar e quando o avião já roncava na pista
ainda tinha as minhas dúvidas quanto ao sucesso desta viagem. Logo que
levantamos de Kathmandu começamos a sobrevoar a cordilheira dos Himalaias toda
a viagem.
A nossa posição na aeronave foi do lado esquerdo de onde podemos admirar os picos brancos de outras montanhas que estão acima das nuvens e preguntávamos onde está o Evereste, não demorou muito tempo e eu sem que alguém proferisse alguma coisa avistei lá ao longe este enorme pico. Não foi difícil de o descobrir a sua forma é incomparável, foi só aprontar a máquina fotográfica e tirar uma série de fotografias para recordar aquele momento. O piloto fez a aproximação e deu duas voltas para que pudéssemos aprecia-lo bem. No entanto apenas nos foi possível ver aquela grande parte que se encontra acima das nuvens a base e as demais cordilheiras, ficam no esquecimento, seria uma grande sorte termos o privilégio de tal clareza.
Terminada a última passagem regressamos ao aeroporto sem problemas e o nosso contacto com os dois pilotos deste avião foi espetacular, estivemos junto a eles e vimos toda a movimentação e os manómetros de voo desta aeronave de Buddha Air que soubemos ser a mais carismática, tanto que com outras companhias tem havido nos últimos anos alguns acidentes. Desembarcamos e foi-nos entregue um diploma em como sobrevoamos o Evereste.
A nossa posição na aeronave foi do lado esquerdo de onde podemos admirar os picos brancos de outras montanhas que estão acima das nuvens e preguntávamos onde está o Evereste, não demorou muito tempo e eu sem que alguém proferisse alguma coisa avistei lá ao longe este enorme pico. Não foi difícil de o descobrir a sua forma é incomparável, foi só aprontar a máquina fotográfica e tirar uma série de fotografias para recordar aquele momento. O piloto fez a aproximação e deu duas voltas para que pudéssemos aprecia-lo bem. No entanto apenas nos foi possível ver aquela grande parte que se encontra acima das nuvens a base e as demais cordilheiras, ficam no esquecimento, seria uma grande sorte termos o privilégio de tal clareza.
Terminada a última passagem regressamos ao aeroporto sem problemas e o nosso contacto com os dois pilotos deste avião foi espetacular, estivemos junto a eles e vimos toda a movimentação e os manómetros de voo desta aeronave de Buddha Air que soubemos ser a mais carismática, tanto que com outras companhias tem havido nos últimos anos alguns acidentes. Desembarcamos e foi-nos entregue um diploma em como sobrevoamos o Evereste.
Uma grande contrariedade foi que pelas 15h40 deveríamos embarcar com
destino a Calcutá, não aconteceu porque fomos informados de ter havido um
atentado no aeroporto e serem cancelados todos os voos programados.
Ainda estivemos no aeroporto mas fomos arremessados para um hotel da companhia aérea que não tinha condições nenhumas para albergar milhares de pessoas, fomos encaminhados mais tarde para outro hotel que também sofria do mesmo mal. Passamos uma noite para esquecer pois até o ar condicionado estava contra nós, fazia uma algazarra que parecia que ia explodir, tanto que às tantas da manhã tive de chamar alguém que conseguisse desligar aquela merda.
Iremos ver o que temos reservado para amanhã. Que mais nos irá acontecer tanto que o nosso programa tem os dias totalmente angariados, não existindo espaço para que surjam contratempos. Ficamos acabrunhados nesta terra que dificilmente resolvem algo delicado.
Ainda estivemos no aeroporto mas fomos arremessados para um hotel da companhia aérea que não tinha condições nenhumas para albergar milhares de pessoas, fomos encaminhados mais tarde para outro hotel que também sofria do mesmo mal. Passamos uma noite para esquecer pois até o ar condicionado estava contra nós, fazia uma algazarra que parecia que ia explodir, tanto que às tantas da manhã tive de chamar alguém que conseguisse desligar aquela merda.
Iremos ver o que temos reservado para amanhã. Que mais nos irá acontecer tanto que o nosso programa tem os dias totalmente angariados, não existindo espaço para que surjam contratempos. Ficamos acabrunhados nesta terra que dificilmente resolvem algo delicado.
30 – Agosto – Kathmandu – Calcutta
A nossa preocupação de
ontem à noite era logo que acordássemos
deslocarmo-nos imediatamente para o
aeroporto, apesar da companhia aérea nos ter informado que teríamos voo
à mesma hora de ontem. Nós sabíamos que seria grande a confusão, mas nada
teríamos a perder. Utilizámos um dos autocarros que foi buscar outros
passageiros e nós fomos juntos com eles, apesar de logo haver grande confusão,
pois toda a gente queria seguir. Aqui fomos espertos e partimos, quando
chegamos a balbúrdia era inestimável, tanta gente a reclamar e todos a quererem
passar à frente seja de quem for. Estivemos bastante tempo, uma a duas horas
sem que pudéssemos fazer o check-In, mas a estudar a melhor maneira de
ultrapassar tal balburdia, com mais artimanhas fizemos o dito check-In e fomos
ultrapassando todas as barreiras.
Algumas horas se passaram e por fim à força conseguimos passar todos aqueles Nepaleses e Indianos, até as mulheres com crianças que tinham primazia nesta situação. Quando nos vimos a subir para o avião pensamos que isto não é possível, como é que nós num país onde nada conhecemos e termos pela frente o problema do idioma conseguimos viajar. Sem dúvida somos duas pessoas com muita sorte, mas também digo; isto não é para todos. No entanto olhei bem para o avião e pensei, isto vai chegar ao destino!
É que este parecia que tinha saído da sucata, nem calculam o estado, aspeto dele, por fim vi escrito na fuselagem Aeroflot, o quê um avião Russo, grande cangalho este. Verei se valeu a pena passar por tudo isto para que depois vá por aí a baixo, tudo se acabaria. O que valeu foi, apenas uma hora e dez minutos de viagem. Por fim acabou o pesadelo, estamos já em terra vivinhos da Silva. Estamos totalmente esgotados e muito atrasados para visitar e ver ainda alguma coisa de Calcutta.
Algumas horas se passaram e por fim à força conseguimos passar todos aqueles Nepaleses e Indianos, até as mulheres com crianças que tinham primazia nesta situação. Quando nos vimos a subir para o avião pensamos que isto não é possível, como é que nós num país onde nada conhecemos e termos pela frente o problema do idioma conseguimos viajar. Sem dúvida somos duas pessoas com muita sorte, mas também digo; isto não é para todos. No entanto olhei bem para o avião e pensei, isto vai chegar ao destino!
É que este parecia que tinha saído da sucata, nem calculam o estado, aspeto dele, por fim vi escrito na fuselagem Aeroflot, o quê um avião Russo, grande cangalho este. Verei se valeu a pena passar por tudo isto para que depois vá por aí a baixo, tudo se acabaria. O que valeu foi, apenas uma hora e dez minutos de viagem. Por fim acabou o pesadelo, estamos já em terra vivinhos da Silva. Estamos totalmente esgotados e muito atrasados para visitar e ver ainda alguma coisa de Calcutta.
31 – Agosto – Calcutta – Bombaim – Londres
Perdemos um dia por causa do que se passou
no Nepal, agora vamos ver se conseguimos ver ainda algumas coisas desta cidade.
Desta forma logo pela manhã, mais propriamente 7h00, já nos encontramos na zona ribeirinha, onde podemos ver a azafama do começo do dia com milhares de pessoas a banharem-se nas águas no rio Ganges o tal que é muito sagrado e que já o vimos passar em Varanasi.- Os Indianos são muito limpinhos pois quando os vemos tomarem banho e lavarem os dentes nesta água imunda que arrasta toda a porcaria, restos de cadáveres, dejetos e não sei mais o quê. Quando passamos eles olham-nos de admiração e sorriem.
As mulheres tomam banho todas vestidas, vemos ao longo deste paredão pilhas de pauzinhos com 20 a 30cm que são vendidos e que eles escolhem com grande precisão aquele que mais lhes agrada, pois será a escova de dentes desse dia. Fomos até ao mercado das flores onde vimos imensas flores de lótus, passamos por um bairro onde são preparadas figuras gigantes feitas em barro que foram utilizadas num desfile no mês de Julho deste ano e que já estão a ser preparadas outras para o ano que vem, há ruas que mal se pode passar por causa do espaço que estas ocupam.
Toda a vida destes habitantes se desenrola ao longo destas ruas onde permanecem de dia e noite. Cozinham, dormem e trabalham, alguns ainda dormitam em cima de camas feitas em bambu, outros fazem a sua refeição que ainda é tão cedo, há crianças por todos os lados, dificilmente vemos um velhote. A nossa volta limitou-se a pouco mais desta área, conseguimos ver elétricos que estão todos cheios de mossas, acho que só reparei neles por causa destas amolgadelas.
O certo é que vamos já para o aeroporto com destino a Bombaim, pois ainda temos um restinho de horas para darmos uma pequena volta que ficou por fazer quando aqui passamos da primeira vez. Uma vez chegados a Bombaim,. Tínhamos à nossa espera a guia que nos acompanhou há duas semanas atrás. Já sabia o atraso que tínhamos e ofereceu-nos se queríamos ver uma casamento indiano de uma classe avantajada, não tivemos problemas em dizer que sim, fomos então para essa cerimónia e deparamos o que é ser rico nesta terra. Os miseráveis são afastados deste local, onde chega o noivo e seus familiares todos emproados, por sua vez a noiva já se encontra num imenso salão á espera do dito macho.
Ela com um traje todo engalanado coberto de joias nas suas mãos, braços, pescoço, peito e cabeça não se encontra espaço para tanta riqueza. Ela coitada quase tem dificuldade em mexer-se, conseguimos tirar-lhe umas fotos com autorização dos seus familiares. Finda esta cerimónia lá nos dirigimos para aeroporto onde vamos apanhar o avião que nos vai levar a Londres. No aeroporto mais uma cena destas paragens porque a nossa mala tinha a mais 4 quilos, estes queriam por força vender-nos uma mala que pediam um valor exorbitante.
Não conseguiram vender nada porque achamos que era negócio, espalhamos pelo chão roupa e mais roupa e outros objetos, pusemos tudo dentro de sacos de plástico, nesta altura mais parecíamos os ciganos de Oleiros. Obstáculo ultrapassado, dentro de pouco tempo estaremos a sobrevoar Bombaim para depois passadas uma longas horas chegarmos a Londres. Grande corrida a deste dia, estamos exaustos, mas iremos dormir uma soneca no avião.
Desta forma logo pela manhã, mais propriamente 7h00, já nos encontramos na zona ribeirinha, onde podemos ver a azafama do começo do dia com milhares de pessoas a banharem-se nas águas no rio Ganges o tal que é muito sagrado e que já o vimos passar em Varanasi.- Os Indianos são muito limpinhos pois quando os vemos tomarem banho e lavarem os dentes nesta água imunda que arrasta toda a porcaria, restos de cadáveres, dejetos e não sei mais o quê. Quando passamos eles olham-nos de admiração e sorriem.
As mulheres tomam banho todas vestidas, vemos ao longo deste paredão pilhas de pauzinhos com 20 a 30cm que são vendidos e que eles escolhem com grande precisão aquele que mais lhes agrada, pois será a escova de dentes desse dia. Fomos até ao mercado das flores onde vimos imensas flores de lótus, passamos por um bairro onde são preparadas figuras gigantes feitas em barro que foram utilizadas num desfile no mês de Julho deste ano e que já estão a ser preparadas outras para o ano que vem, há ruas que mal se pode passar por causa do espaço que estas ocupam.
Toda a vida destes habitantes se desenrola ao longo destas ruas onde permanecem de dia e noite. Cozinham, dormem e trabalham, alguns ainda dormitam em cima de camas feitas em bambu, outros fazem a sua refeição que ainda é tão cedo, há crianças por todos os lados, dificilmente vemos um velhote. A nossa volta limitou-se a pouco mais desta área, conseguimos ver elétricos que estão todos cheios de mossas, acho que só reparei neles por causa destas amolgadelas.
O certo é que vamos já para o aeroporto com destino a Bombaim, pois ainda temos um restinho de horas para darmos uma pequena volta que ficou por fazer quando aqui passamos da primeira vez. Uma vez chegados a Bombaim,. Tínhamos à nossa espera a guia que nos acompanhou há duas semanas atrás. Já sabia o atraso que tínhamos e ofereceu-nos se queríamos ver uma casamento indiano de uma classe avantajada, não tivemos problemas em dizer que sim, fomos então para essa cerimónia e deparamos o que é ser rico nesta terra. Os miseráveis são afastados deste local, onde chega o noivo e seus familiares todos emproados, por sua vez a noiva já se encontra num imenso salão á espera do dito macho.
Ela com um traje todo engalanado coberto de joias nas suas mãos, braços, pescoço, peito e cabeça não se encontra espaço para tanta riqueza. Ela coitada quase tem dificuldade em mexer-se, conseguimos tirar-lhe umas fotos com autorização dos seus familiares. Finda esta cerimónia lá nos dirigimos para aeroporto onde vamos apanhar o avião que nos vai levar a Londres. No aeroporto mais uma cena destas paragens porque a nossa mala tinha a mais 4 quilos, estes queriam por força vender-nos uma mala que pediam um valor exorbitante.
Não conseguiram vender nada porque achamos que era negócio, espalhamos pelo chão roupa e mais roupa e outros objetos, pusemos tudo dentro de sacos de plástico, nesta altura mais parecíamos os ciganos de Oleiros. Obstáculo ultrapassado, dentro de pouco tempo estaremos a sobrevoar Bombaim para depois passadas uma longas horas chegarmos a Londres. Grande corrida a deste dia, estamos exaustos, mas iremos dormir uma soneca no avião.
1 – Setembro – Londres – Lisboa
Voamos há uma boas horas, estamos bem
acomodados neste Boeing 747-400 da British, dormimos já e parece que nos vão
trazer o almoço ou jantar, estamos é perdidos no tempo. Vamos lendo ouvindo
alguma música e olhando para o écran onde podemos ver algum filme, mas poucos
nos despertam atenção. Quando chegamos a Londres transportávamos uma janela em
madeira que estava muito mal acondicionada ou seja embrulhada em jornal que já
deu nem sei quantas voltas, está todo esfarrapado por isso o péssimo aspeto que
tem.
Quantas pessoas passam por nós, olham para o que transportamos e vão-se interrogando – mas o que é que trazem ali!
Quantas pessoas passam por nós, olham para o que transportamos e vão-se interrogando – mas o que é que trazem ali!
Estivemos ainda umas horas à espera de
apanharmos o avião que nos vai trazer a Lisboa. De regresso à nossa terra podemos
fazer o balanço destes dias maravilhosos que passamos nestas terras são
simbólicas, perfumadas e onde os nossos antepassados andaram a descobrir novos
mundos para os europeus.
Nós descendentes desses portugueses com garra lá fomos dar também umas voltas. Se dissermos que não descobrimos nada é puramente mentira. Nós, passados todos estes séculos descobrimos imensas coisas, sim nós, Gilberto e Sofia, ainda temos muitos dos nossos antepassados. Relembraremos sempre com nostalgia esta viagem com muitas saudade de um dia regressarmos.
Nós descendentes desses portugueses com garra lá fomos dar também umas voltas. Se dissermos que não descobrimos nada é puramente mentira. Nós, passados todos estes séculos descobrimos imensas coisas, sim nós, Gilberto e Sofia, ainda temos muitos dos nossos antepassados. Relembraremos sempre com nostalgia esta viagem com muitas saudade de um dia regressarmos.