domingo, 31 de agosto de 2008

Fomos até Timor - 2008



   INDONÉSIA             
                                                     BRUNEI
       TIMOR
                                              HONG KONG
       MACAU


          

FOMOS ATÉ TIMOR – 2008




Dia 09 Agosto

Vai ser mais uma viagem repleta de locais de grande interesse. Este itinerário tem o propósito de visitarmos mais uns lugares da Ásia que nos encantam, mas as próximas três semanas não serão o suficiente, há imensas paragens nesta viagem que iremos passar ao lado, pena é que o tempo e dinheiro são meramente insuficientes, mas iremos ver tantas coisas que nos são totalmente desconhecidas, isto porque a Indonésia só tem cerca de 17000 ilhas. Um local que gostávamos tanto de termos ido e não fez parte do nosso itinerário era visitar a reserva de Sumatra de Orangotangos em Kalimantan.
Ontem à noite ainda estivemos ao telefone com os nossos comparsas para afinar alguns pontos que nos faltassem e troca de mais algumas conversas da treta. Isto às vezes não é mais do que irmos falando para que a hora de partida chegue rapidamente.
Está na altura da partida aí está, 4h40 da manhã e já está tudo num reboliço cá em casa, vamos comer qualquer coisa colocar as malas à entrada do elevador e aí vamos nós descer até ao -3 e colocar a tralha no carro. O dia começa a romper, vai já alguma claridade, as luzes das ruas ainda se encontram ligadas, não se vê vivalma e ainda tirei as primeiras fotos ao edifício que habitamos, verdade, nunca tinha olhado para ele a esta hora do dia, é lindo e pergunto se nos voltaremos a ver, são coisas que nos vem à ideia nestas alturas. Lá vamos nós a caminho, para mais adiante fazermos a célebre IC19, via sempre com muito trânsito
e perigosa, nesta altura, lá vai um ou outro carro, mais nada, tanto que hoje é sábado. No entanto no sentido Lisboa – Sintra as viaturas a circular são em maior número, não são mais do que o pessoal a regressar às suas casas depois de uma noite ao relento nos bares e discotecas da nossa Lisboa. Já estamos muito perto do aeroporto e da casa dos nossos parceiros nestas viagens, Carlos e Júlia, tanto que os vamos apanhar para seguidamente largarmos toda a tralha no aeroporto, posteriormente estacionar o carro numa das artérias dos Olivais Norte e fazermos o Check-in. Aí estão eles todos eufóricos a caminharem pelos corredores do aeroporto para seguirem à zona de embarque onde uma aeronave da British nos vai levar para Londres, seguidamente fazer escala em Hong Kong e finalmente Jacarta, onde iremos conhecer outras terras longínquas.

A nossa partida está programada para as 8h25, são 7h40, pouco nos falta para iniciarmos este trajecto. Chegou a hora lá vamos para o nosso avião que está parado num local onde vamos até lá num autocarro para depois o apanharmos, todos sobem as escadas de acesso eu fico em baixo para tirar as nossas fotos de embarque, não mais do que uma recordação desta grande viagem.  Quando sobrevoamos Londres mais fotos foram tiradas, torna-se engraçado a paisagem que deparamos, imensos prédios e o rio Tamisa a circundar as ruas desta linda cidade. Com tudo isto já são 11h40, daqui a pouco tempo, precisamente 12h35, lá estaremos a embarcar num Boeing 747-400 da Cathay, para nos levar a Hong Kong, vai ser uma etapa penosa por causa das horas que iremos passar encaixotados. É por esta razão que não gosto de andar de avião.
Todas estas horas acima das nuvens deu para esclarecer e avivar a minha memória trazendo alguns factos à ideia, tais como;

O que seria viajar pelas 17508 ilhas o maior arquipélago do mundo, é sem dúvida um sonho. Apenas e só apenas, iremos visitar 5 ilhas, sendo elas – Java, Bornéu, Celebes, Lombok e Bali, nada mal para uma primeira visita.  Chamaria a este conjunto de ilhas um paraíso, pois são deslumbrantes, a sua vegetação o seu património cultural e não só. Também pensei no atentado que há anos aconteceu na ilha de Bali na cidade Denpasar que provou 182 mortes e mais 132 feridos. Acontecimentos da humanidade que traem centenas de famílias e devora a opinião pública. Nesta viagem este será um dos locais a visitarmos. Também dormitamos e vamos todos chegar com a nossa mente arejada.



Dia 10 Agosto

Chegamos a Hong Kong Pelas 7h10, desembarcamos e seguimos para a zona de embarque pois às 9h20, sairemos em direcção a Jacarta, última etapa deste longo percurso. Não deu para nos apercebermos que estivemos em Hong Kong, apenas os gatafunhos chineses que nada entendemos nem conseguimos emitir qualquer som, mas no regresso este vai ser também um ponto grande desta viagem.

Era excelente que as próximas 4 horas passassem depressa, estamos ansiosos por chegar ao destino final. E foram mesmo, pois o nosso cansaço deu para dormir e praticamente não demos por conta do tempo passar. Logo que desembarcamos fomos tratar dos nossos vistos que custaram a módica quantidade de €20,00 cada, até foi
rápido, mal saímos desta zona, fomos rodeados por gente que só nos quer ajudar, estão todos fardados, mas não fazem parte do serviço do aeroporto, querem carregar as malas para exigirem a gorjeta, mas nisso já estamos calejados. Não precisamos de ajuda pois também temos transfere adquirido para o hotel desta primeira noite, não mais do que o hotel Aryaduta que não sabemos a qualidade que nos espera. Já no hotel colocamos as malas nos quartos, que por acaso tem qualidade e saímos para vaguear pela cidade. E assim, não perdemos tempo, visitamos vários locais perto deste hotel e sem darmos por conta lá estávamos inseridos numa romaria que se designa “Jalan Jaksa 2008”. Até parece que não
estamos no mês de Agosto, mês das festas e aqui também deve ser tradição. Há montões de gente, algumas vestidas com trajes Indonésios que vão saltando, cantando e tocando os seus instrumentos. Encontramos um Japonês munido da sua bicicleta toda feita em madeira que era apreciada por todos, também apareceu uma rapariga com um micro macaco ou lá o que era que atraiu a nossa atenção, ela transportava-o ao colo num porta-bebés. Há iguarias para se comer em qualquer lugar ou esquina o cheiro é intenso e a fumaça
perdura, até parece que o cheiro se agarra à nossa roupa, pois fica bem entranhado, daqui a pouco já nos adaptamos e até já nos parecemos com eles. Resolvemos parar um pouco e refrescamo-nos com uma “Bitang”, cerveja desta terra, bem boa, estava fresca e veio mesmo a calhar porque a temperatura está muito elevada.
Assim passamos esta tarde que se prolongou até de noite, maravilhados com o nosso primeiro dia. Resolvemos regressar ao hotel onde fomos jantar uns pratos típicos e descansar, pois, amanhã outro grande dia virá.


Dia 11 Agosto

Preparados para iniciarmos o dia de hoje, vai imenso calor acompanhado de grande humidade, serão estes
dois factores que nos vão acompanhar durante estas semanas. Temos como primeira paragem o museu dos têxteis e a mesquita Istiqlal terminando no porto de Sunda Kelapa que actualmente funciona como cais para pescadores, mas reparamos que existem barcos de grandes dimensões feitos em madeira que fazem os trajectos entre ilhas super-carregados de produtos alimentares, tijolos, sacos de cimento, etc., olhamos e ficamos estupefactos ao vermos camiões e camiões
a carregarem aquelas cascas de nozes que mais nos parecem galeões dos nossos antepassados, alguns até têm grandes remendos com ripas sobrepostas, concluímos que a segurança é o ponto fraco. Aqui também não há guindastes, toda a carga é feita às costas de homens que transportam duas, três ou quatro sacas por uma travessa em madeira que verga quando passam, pois, o peso é excessivo. As contas ou a contabilidade destes estivadores é feita desta forma: quando descarregam os volumes são lhes dadas fichas, isto repete-se tantas vezes como as vezes que entram no barco. Se levas mais do que um volume recebes as fichas correspondentes. No entanto como isto repete-se um número de vezes e estão só em calções ou calças rota
s que por vezes nem bolsos têm, por estarem rasgados, existe um sócio ou familiar no cais a receber dele essas fichas. Passamos bons momentos apreciar toda esta azáfama, há fulanos com aspecto de toscos e malcriados que por vezes incomodam os poucos turistas que aqui vêm, está na mente deles tornarem-se assim, até julgam que são engraçados.
De seguida fomos visitar uma igreja feita pelos
portugueses há séculos atrás, não mais do que o ano de 1695 com o nome de “gereja Sion”, mais adiante a estação dos caminhos de ferro de Jacarta, onde deparamos com a grande movimentação de comboios cheios de pessoas. Ainda andamos por mais umas ruas desta zona e resolvemos regressar ao nosso hotel, que se encontra ainda distante deste local. A esta hora da noite o trânsito é infernal os táxis rolam numa condução desenfreada as motas são aos milhares que por vezes fazem trajectos em contra-mão.  E a poluição, esta é do piorio, arrastando consigo um cheiro pestilento vindo das valas que estão cheias de água inquinada. Ao lado do hotel onde nos encontramos há uma vala que contém tudo que é porcaria a seu lado imensas barracas com vistas para essa linda paisagem.


Dia 12 Agosto 

Cá estamos neste dia, preparados para mais uma
viagem, vamos somente dar uma fugida ali ao lado, ver como as coisas pairam no Sultanato do Brunei. 
Ontem estava a falar da condução dos taxistas, não só este motorista da agência de viagens está a levar-nos para o aeroporto e a condução dele é estranha. Entramos num enorme engarrafamento as 4 faixas desta via estão cheias e ele coloca-se na berma e faz
uma série de quilómetros desta forma, tangentes são constantes pois há outras viaturas que estão junto à linha de limite. Vamos todos assustados, mas como já temos andados nas mãos de outros loucos, este é mais um. Sim, chegamos vivos ao aeroporto, formalidades de embarque feitas e caminhamos para o hangar onde se encontra o avião do Brunei, este de cor amarela e branca. Sentados nos nossos lugares e pouco antes de descolarmos tivemos de ouvir uma
reza do Islão com frases do Alcorão, mesmo daquelas que se ouvem quando um minarete está perto de nós.
Ficamos excelentemente bem acomodados no hotel Rizquin International em Bandar Seri Begawan os quartos são luxuosos e enormes. Todo o hotel está
decorado com mobiliário valioso e até parece que estamos aqui a mais, não era preciso tantas comodidades. Depois do jantar que nos estava reservado num restaurante, também de uma categoria superior, fomos ver a Mesquita de Omar Ali Saifudan, passamos depois na frente ao Palácio Nurul Iman, residência do Sultão, mais adiante outra mesquita, já perto do mercado nocturno de Gadong, enquanto percorremos imensas bancas onde o grande negócio circunda em volta da alimentação, seguidamente os frutos e poucas com bugigangas. Já poucas pessoas se vêm na rua e temos de ir descansar, amanhã vamos enveredar numa floresta tropical que fica alguns quilómetros daqui.


Dia 13 Agosto 

A nossa viagem de hoje vai-nos levar a Ulu
Temburong National Park, não mais do que a floresta intocada do Brunei.
Já que tivemos uma noite descansada, ela nos fez recuperar a fadiga dos dias anteriores, vamos de certeza ter outro dia que perderemos as nossas energias, dentro de pouco tempo iremos ver o que o percurso de hoje nos reserva. Sabemos que vamos andar de barco e
depois mais nada nos disseram. Percebemos que a única maneira de se viajar aqui é só de barco não há mais nenhuma hipótese. Mesmo assim partimos por volta das 8h00, estava imenso calor e alguma humidade, fizemos um primeiro percurso num barco pequeno, mas com cabina, seguiram connosco mais seis pessoas que no final nos apercebemos que foram à boleia, mesmo assim ainda
andamos cerca de uma hora numa velocidade constante. Entramos numa baía que foi dar acesso a um enclave que também está circundado pela Indonésia, aí desagua um pequeno rio onde o percorremos, mais alguns quilómetros até que este ficou intransitável para este barco e num pequeno cais saímos onde tivemos de apanhar um tipo de canoa com um pequeno motor
que nos transportou rio acima. Por vezes tivemos de sair para ajudar a passar por cima de seixos ou alguns bancos de terra, algumas vezes ouvimos a hélice a bater nas pedras, uma das vezes até se partiu uma das pás. Todo este percurso está a ser feito em plena selva tropical, repleta de vida selvagem, soubemos que há imensos macacos, mas estes sentem-se tímidos e nada de se
mostrarem aos humanos, apenas vemos o reboliço das árvores onde eles estão instalados. Só ao fim de duas horas é que desembarcamos e vamos prosseguir a nova viagem por um trilho, repleto de lama, folhas de árvores, insectos e outra bicharada que se afasta quando nos aproximamos. Nesta altura a Sofia e Júlia já dizem mal à vida e fazem-nos conversas só para chatear, tais como “O que é que viemos para aqui fazer” ou “Estou
cansada” e “Isto tem alguma coisa de jeito”. Estão cansadas. Já estamos fartos de subir e é difícil de transpor alguns obstáculos, há algumas cordas para nos agarrarmos, nalguns locais umas pequenas escadas em que alguns a água jorra, está complicado, ainda mais que não tínhamos calçado adequado para esta caminhada. A temperatura está muito alta e a humidade arrasa-nos a todos. A verdade é que nós também estamos estafados. Ao fim de 1 hora de caminhada chegamos a uma plataforma onde outro grupo de estrangeiros
tinha acabado de chegar, estes também cansados e sequiosos. Agora é só subirmos 1226 degraus de diversas escadas que nos levam a uma correnteza de pontes que nos fazem circular sobre a copa das árvores. As senhoras já não tiveram coragem de transpor mais este imenso obstáculo, nós lá começamos a nossa subida que nos ajudou a cansar mais um pouco, mas conseguimos. Lá no cimo observamos a imensidão desta floresta e o ruído da bicharada com o cântico dos pássaros. Aqui reparamos que a nossa roupa estava toda molhada da transpiração que resultou do cansaço de mais esta subida, valeu a pena estar num local tão puro como este. Passado algum tempo começa a nossa descida desta infinita
escadaria para depois iniciarmos a outra descida, nesta altura as madames já se encontravam recompostas e o entusiasmo era outro, já sorriam e davam a suas larachas no sentido positivo, ok é tudo isto que é necessário. Quando recomeçamos a viagem de regresso de canoa, deu para parar em alguns locais onde nos refrescamos na água e vimos outros sítios bem agradáveis deste percurso, não foi exclusivamente andar de barco. Até deu para o Rambo
demonstrar a sua pose sem arma. A dona Júlia ainda deu a sua banhoca neste ribeiro contaminado de bicharada que fugiu só com a nossa presença. Já se fazia tarde deu-se a paragem para comermos, não foi jantar, mas quase, desta vez foi-nos servida comida tradicional que comemos, mas não dissemos que era muito bom, nada disso, diferente, mas o paladar era totalmente ignorado. Mais tarde terminamos este
trajecto para depois apanharmos o outro barco, onde eu ainda dormitei e regressarmos a Bandar Seri Begawan. Quando chegamos já estava prestes a escurecer, foi apenas ir ao hotel para nos refrescarmos e tomarmos as nossas banhocas de desinfecção, depois tínhamos um jantar mimoseado num restaurante típico desta cidade. Já noite dentro regressamos para um descanso meritório que nós bem estávamos a precisar.


Dia 14 Agosto


Ontem foi um dia cansativo, quando fomos nos deitar
foi cair na cama e adormecer de imediato, tal era a nossa fadiga.
Temos já o programa delineado para hoje onde vamos até Lapau, Dewan Majlis e o bosque “The Sir Omar Ali Saiduddien”, mercado de Tamu, museu de Tecnologia e museu da Cidade. Depois do almoço se ainda tivermos pernas vamos visitar “The Ragalia Centre” e o palácio do Sultão. Final da tarde iremos a uma aldeia típica, terminando no bosque Jame Asr Hassanil Bolkiah. A nossa primeira paragem foi até ao mercado de Tamu, este encontra-se com muitas bancas onde se vendem frutas exóticas, algumas desconhecidas por nós,
vegetais e muito peixe seco. Depois fomos até Lapau, local onde se fazem as cerimonias reais no Brunei, foi mesmo aqui em 1968, coroado o actual Sultão, ao lado. Mais adiante o palácio real, que está cercado por imenso arvoredo fica numa pequena colina rodeado por uma vegetação lindíssima. No portão de acesso a segurança que todos esperamos. A certo momento vimos um carro a descer a ladeira que vem do palácio até à entrada em grande velocidade, saindo este a velocidade excessiva continua, disseram-nos que era o irmão do Sultão que aí vinha.
Passeamos no parque onde se encontra o mausoléu de Bolkoah que nos disseram ser o fundador destes territórios há séculos atrás, hoje esta história está muito desvanecida e julguei que ele não foi sultão, mas rei. Ainda conseguimos ir a uma aldeia de pescadores onde as casas, conhecidas por palafitas ocupam uma área imensa nesta baía. Pela tarde numa das casas destes pescadores ofereceram-nos um chá acompanhado por uns bolinhos típicos deste país. Para o final
guardamos a visita ao museu Real da Insígnia Real do Brunei, este encontra-se com medidas de segurança muito elevadas, porque aqui estão expostas obras de arte e muitas peças em ouro e diamantes, resultado dos apetrechos de casamento do actual Sultão. Tudo está exposto com uma perspectiva de nós apreciarmos tudo, sem lhes tocar. A perfeição e as cores fortes lideram todas as peças, até nos parecem que nunca foram usadas, mesmos os dois carros de transporte, feitos em madeira e alguns metais, estes
mais nos parecem carros galácticos ou romanos. 
Com esta volta finalizamos a nossa ida a este país que muito apreciamos, sossegado e pacífico, por aqui passou há séculos o nosso descobridor Fernão de Magalhães.
Pelas 1h20, vamos regressar a Jacarta onde chegaremos cerca das 2h40, para seguidamente regressarmos ao mesmo hotel onde estivemos dias atrás. Cerca das 12h10 partimos para Jogjakarta.


Dia 15 Agosto


A nossa chegada a Jakarta pelas 2h40 da madrugada, chegou apenas para nos dirigirmos ao hotel e descansarmos até tarde, digo tarde porque a alvorada deu-se pelas 8h30 ao contrário dos dias anteriores que pela 6 ou 7h00, já havia reboliço no começo do dia.
O começo da etapa de hoje não é mais do que irmos para o aeroporto e apanhar o voo que nos vais levar até Jogjakarta, num percurso de apenas uma hora.
Mal chegamos iniciamos a visita ao local mais emblemático desta cidade “Borobudur”, não mais do que o maior templo budista do mundo, localizado no vale de Kedu, aproximadamente a 40 quilómetros do hotel onde nos encontramos. Esta é a maior atracção turística da Indonésia que foi construída no século VIII, originalmente como templo Indu. Aconteceu que este templo depois de ser construída uma stupa e transformado em templo budista este viria a ser abandonado e coberto totalmente pela vegetação, só vindo a ser descoberto por colonos ingleses em 1814.
No entanto ainda há situações por esclarecer pois ainda hoje são encontradas figuras e descrições enigmáticas que ainda não foram decifradas. Nesta altura já estamos devidamente identificados para que amanhã de manhã iniciemos esta volta. Hoje mantivemo-nos
perto do hotel demos algumas voltas, mas nada de significativo. Este hotel é emblemático nesta cidade e  tem todas as comodidades para que possamos descansar e fazer algo de diferente que também é necessário. Até o nosso jantar se prezou pela diferença, foi-nos oferecido comida bem típica desta região e servida por pessoas tipicamente vestidas com trajes regionais. Noite dentro chegou a hora do merecido repouso.



Dia 16 Agosto


Vai imenso calor e humidade e estamos a caminho do Borobudur dentro de uma carrinha que tem o ar condicionado ligado, para nos manter frescos, quando sairmos é que se vê o impacto e pouco depois o nosso corpo fica pegajoso e as roupas húmidas da transpiração. 
Cá estamos na base deste conjunto arquitectónico gigantesco, fomos tirando algumas fotos desta paisagem circundante para depois iniciarmos a nossa subida. Logo deparámos com painéis talhados em
pedra, com cenas da vida quotidiana e animais, estátuas e grandes escadarias, tudo muito escuro ou laranja amarelado, tratando-se do tipo de pedra que é resultante de um vulcão avistado lá ao longe que a todo o momento pode entrar em erupção. Ao longo deste trajecto cruzamo-nos imensas vezes com Indonésios que esperam sempre um cumprimento ou sorriso, temos de andar com a tacha arregalada para sermos também simpáticos. Dependemos bastante do nosso tempo em prol deste local que achamos
interessante e com uma história de séculos que nos fez pensar o início da sua construção, bem como o seu abandono, as grandes erupções vulcânicas o desenvolvimento da selva em seu redor e finalmente a sua descoberta recente. São períodos muito longos e falamos de séculos que passaram pela nossa humanidade, não mais do que um espaço muito grande para nós, mas pequeníssimo em relação ao universo. Terminada esta volta encaminhamos para outro ponto importante, ou seja, Pawon que se pensa
ser construído antes de Borobudur, mas que serviria para limpar a mente antes de se subir a Borobudur. Originalmente teria sido construído como túmulo ou necrotério do rei.Mais outro percurso este vamos até Kraton, ou seja, este nome quer dizer palácio, efectivamente uma cidade murada onde vivem cerca de 25000 pessoas, onde há imensas lojas, escolas, mesquitas e indústrias de prata e tecidos. Também neste local ainda reside o sultão ou insultão como lhes queiram chamar. Vimos apresentação de um grupo de
cantares acompanhados por diversos instrumentos. Ainda antes do almoço passamos pelo mercado das aves em Ngasem, nesta altura estava em alta a gripe das aves, foi questão de nos perguntarem se queríamos entrar. Todos estivemos de acordo e concluímos que este sitio não era onde pudéssemos apanhar tal doença. Andamos imenso tempo pelo meio de ruelas que estavam repletas de aves por todos os lados, bem como uma enorme quantidade de insectos e animais, como cobras, lagartos,
iguanas, cães, gatos e outros bicharocos. O ar estava conspurcado com o cheiro desta bicharada, não bastando a quantidade de penas que esvoaçavam, mais o calor infernal deste dia dava indícios que algo de mal aconteceria. Demos meia volta e dirigimo-nos ao castelo de água, que se encontra mais adiante. Este castelo foi concebido por um arquitecto português no século XVIII, passados anos a Fundação Gulbenkian financiou as obras de recuperação finalizada em 2004. Ao lado vimos como
são gravadas figuras em tecido (batik) e como são feitos os bordados, desta forma finalizamos o tour da manhã, fomos almoçar a mais um restaurante tipicamente indonésio onde degustamos mais uma série de paladares. Depois de um almoço destes a vontade de andar é nula, mas ainda restam forças para irmos até Prambanan que é um conjunto de templos hindus do século IX situados no centro da
ilha de Java. Sua construção data do ano 856 d.C. e ele é formado por dois complexos: o Loro Jonggrang, hindu, e o Sewu, budista.  O templo maior é dedicado a Shiva - o destruidor, os dois menores que se sentam à sua direita e esquerda são dedicados a Brahma, o criador, e Wisnhu , o sustentador.  O templo mais alto de Prambanan é impressionante com os seus 47 metros de altura.  A sua torre visível de longe e vai acima das ruínas dos outros templos.  Depois de centenas de anos de negligência, o templo de
Prambanan foi redescoberto por um holandês, em 1733. Desde então, este templo foi revitalizado e hoje é amplamente considerado o mais bonito e gracioso templo hindu da Indonésia. Aconteceu que nos fartamos todos de andar e quando demos por conta o sol estava a pôr-se, foi lindo ver o sol neste local tão sossegado que nos vai fazer recordar por toda a vida, tirei neste sítio uma fotografia fantástica que realça ainda mais a minha presença em Java. Para a noite estava reservado um espetáculo com cantares e dançarinos desta ilha de Java, finalizando mais uma vez num tradicional jantar Javanês.


Dia 17 Agosto


Tivemos de madrugar porque temos de estar no aeroporto às 04h30, onde partimos às 06h05 com destino a Ujung Pandang (Makassar), nas Celebes (Sulawesi), quando chegamos ainda tivemos de fazer 9 horas de carro até Rantepao.
Também guardamos um pouco de história desta ilha, numa altura em que os descobridores portugueses eram guerreiros, aventureiros e uns verdadeiros senhores do mundo naquela época o que não se passa hoje, somos o contrário dos nossos antepassados, não por nossa culpa, mas pelos
governantes que temos que os classifico como pilantras ou sanguessugas de um país esmifrado. Adiante, ouve dois portugueses de nome Simão de Abreu em 1523 e Gomes de Sequeira (entre outros), em 1525, foram enviados paras as Molucas em procura de água, foram os primeiros europeus a visitar esta ilha. Aqui foi instalada uma base portuguesa em Makassar nas primeiras décadas do século 16, que durou até 1665, altura em que os holandeses apareceram e deram trolha nos portugas. Os holandeses já tinham
chegado aqui em 1605, logo seguidos pelos ingleses, A partir dessa altura com muita porrada pelo meio os holandeses fixaram-se em definitivo, até que os japoneses na 2ª guerra mundial aproveitaram para aqui se instalarem e mais uns anos fugiram com as costas partidas. Em 1950 esta ilha foi absorvida pela Indonésia. Hoje chegamos nós para desbravar uma zona muito pequena, não mais do que Tana Toraja, vamos ficar mais uma vez com pena de não podermos ficar nesta ilha dois ou três meses e não chegariam para vermos o que de tão bonito e interessante aqui existe. Quando desembarcamos em
Makassar já tínhamos à nossa espera duas viaturas para nos levarem até ao nosso destino final. Feitos as primeiras dezenas de quilómetros em que a paisagem é verdejante com pouco transito, mas as estradas estreitas e muitas curvas, esta ilha também é montanhosa. Passamos por locais totalmente agrícolas, vimos novos e velhos e algumas crianças na labuta, também há quem não faça nada, ou estão sentados a ver carros a passar ou sentados à sombra. Neste trajecto vimos que ao transportarem arroz, um dos sacos rompeu-se, logo aparecem crianças para apanhar todos aqueles grãos que se
espalharam, também a quantidade foi grande, mas...
Fomos ver uma fábrica que está a fazer a descasca do arroz, interessante, nunca tinha visto e reparei com a velocidade em que os grãos entram na máquina para seguidamente a velocidade deles já descascados seja ainda muito superior.
Numa aldeia mais adiante havia um estendal de peixe seco ao longo da estrada. Todas as espécies servem para secar, os tipos de peixe são imensos que chamam a nossa atenção. Finalmente chegou a altura de almoçarmos, paramos num restaurante com uma vista soberba sobre a montanha, logo de seguida avistamos o mar imenso que separa esta ilha da do Bornéu. Aqui relaxamos um pouco e
saboreamos alguns sabores de Sulawesi. 
Pela tarde avançamos para norte aproximando-nos de Tana Toraja, sem que passássemos pelas montanhas eróticas. Este nome deve-se ao facto de que à nossa frente ficam várias vertentes que insinuamos serem os lábios da parte intimas das mulheres. Nós não imaginávamos, mas foram os habitantes que despertaram a nossa mente. 

Finalmente chegamos ao nosso destino, local embrenhado no meio de uma vegetação luxuriante, não se houve viva alma e uma paisagem de outras épocas, não mais do que o local onde iremos dormir em casas características desta ilha. Ainda podemos assistir a uma parte de um espectáculo, pois a nossa chegada tardia, não deu para mais, fomos jantar para depois darmos uma pequena volta noturna por este local.


Dia 18 Agosto

Hoje vai ser somente Tana Toraja.
Saímos, quase que madrugamos para nos dirigirmos à primeira aldeia escondida no meio da floresta, nas falésias de Lemo. Primeiro impacto; sepulturas ou gavetões como queiramos dizer, escavados em rochas íngremes a uma altura de vários metros, algumas delas a escorrer uma borra branca que não é mais dos que os cadáveres a decomporem-se. Nestas paredes também estão imensas figuras humanas feitas em madeira que caracterizam a
família. Descemos a encosta e viemos ter à aldeia onde se fazem imensas figuras em madeira para serem vendidas como recordação, mas a maioria são para os seus habitantes que as colocarão nesses gavetões fúnebres.
Passamos por um local onde se estava a desenrolar um funeral, feitas as nossas perguntas informaram-nos que só poderíamos entrar se comprássemos tabaco para o morto. Foi o que esta gente nos pediu! O morto deveria ser um insubordinável fumador que
acabou de morrer derivado ao cigarro. Este morto só ficou contente por comprarmos um pacote com não sei quantos maços de cigarros “marlboro”. No recinto da festa/funeral estava instalada a confusão, porcos vivos chegavam com as patas atadas, enfiadas em dois paus, transportado por homens e também alguns búfalos. O cheiro a sangue era nauseabundo. A carne de porco e búfalo eram cortadas aos magotes e colocados num caldeiro enorme onde eram cozinhadas, não mais que cozidas e servidas assim. Há algum vinho, chá e bolos e outras comidas
que vão servindo aos familiares do morto, também nos ofereceram, mas comida desta forma, não obrigado.
O morto está instalado num palanque com a tampa da urna aberta, pois o calor é sufocante e ele pode sentir-se mal disposto. Nós é que estamos indispostos por causa do cheiro nauseabundo do morto e do cheiro do sangue dos animais. Também choveu bastante e isto está num autentico lamaçal. Convidados e familiares continuam a chegar carregados de porcos
e búfalos vivos para serem mortos ainda hoje, soubemos que este funeral pode demorar uma série de dias e que poderá vir a repetir-se daqui a meses. Ao fim de duas horas acabou a nossa presença, resolvemos ir embora e a hora de almoço já se fazia tarde. Quando chegamos ao almoço já tínhamos perdido todo o apetite, ainda mais quando nos deram um arroz escuro que nos pareceu ser feito com sangue, não comemos quase nada, estamos enjoados.
À tarde continuamos o percurso por outras aldeias formosas com casas típicas e povos encantadores,
num deles estivemos com alguns habitantes aprender a esmagar o milho. Este é colocado num tronco que foi escavado e onde se coloca o cereal, depois nos dão um tronco de bambu, bem pesado que temos de levantar e atira-lo de encontro à base e partir o milho que ao fim de muitas pancadas fica em farinha. O ritmo deste trabalho é feito por uma pessoa que no
rebordo deste tronco vai batendo com um pau que dá o ritmo e nós vamos martelar no fundo do tronco provocando um som ritmado que dá a nota da música por eles idealizada. Foi mais um local que todos gostamos de passar, agora encaminhamo-nos para as grutas de Londa, pelo caminho vimos grandes quantidades de arrozais, alguns deles andam a pastar búfalos enormes.
Nas grutas deparamos que servem para armazenar caixões, alguns deles estão escavados, outros ainda com corpos ou ossos dentro deles. No chão andamos
aos pontapés a tíbias, perónios ou costelas. Aproveitam até para colocar as caveiras em certos locais. Quando saímos e dirigimo-nos para outro local onde as urnas, algumas com centenas de anos são colocadas em encostas em cima de troncos espetados nas rochas, estes com os tempos desmoronam-se e vêm desfazer-se, ficando as ossadas espalhadas por tudo quanto é sítio. Acontece quando passamos temos de ter cuidado para não andar a pisar ossos, estes são alguns milhares.
Depois de conhecermos mais umas aldeias, tivemos de regressar ao hotel pois já se fazia noite. Tivemos um jantar repastado num ambiente de se lhe tirar o chapéu. Tivemos mais um ponto grande desta nossa viagem.


Dia 19 Agosto

Depois de um dia extraordinário neste perímetro de
Tana Toraja e arredores, que vai ficar nas nossas memórias para sempre, aqui ficaram desvendadas situações inéditas por nós totalmente desconhecidas, ficamos com um bichinho de que gostaríamos de um dia aqui voltar com mais tempo e circundar toda a ilha, deveria ser gratificante tal epopeia.
Após o pequeno almoço servido bem cedo, tivemos de regressar a Makassar, porque temos avião às 16h50.
Quando partimos de Tana Toraja fomos fazer parte do trajecto realizado dois dias antes, mas ainda
conseguimos fazer uns desvios, passamos por um vale imenso onde o cultivo do arroz era feito em grande escala, conseguimos ver a imensidão destes campos verdejantes, onde a mão de obra é enorme. Todo este percurso está a ser feito com mais velocidade, ainda tivemos de almoçar para retomar a viagem de imediato.
Conseguimos chegar por volta das 15h00, usufruímos tempo de sobra para apanhar o avião que nos vai levar até Bali, onde chegamos à 18h00. Depois de jantarmos fomos passear pelo centro da cidade de Denpasar, apreciar a vida noturna e olharmos o local onde está um memorial pela vitimas do atentado orquestrado há 8 anos atrás que liquidou 202 pessoas entre elas um português. A razão desta visita relâmpago a Bali deve-se ao facto de amanhã partirmos para Timor.


Dia 20 Agosto

Chegamos a Timor ainda de manhã, vai ser
gratificante a nossa vinda a esta terra que faz ainda parte das nossas memórias e ainda muito perto de nós, portugueses em todos os sentidos. Terra tão conhecida pelo longínquo Timor e pelas casas tão tipicamente edificadas. Sabemos que as infra-estruturas turísticas ainda são modestas com estradas muito rudimentares, mesmo assim vamos ter pontos específicos para visitarmos, mas como nós somos aventureiros não vai haver qualquer entrave para podermos viajar com todo o ânimo.
Ao sairmos do avião deparamos logo com
helicópteros e aviões de guerra estacionados num dos lados deste aeroporto, pensamos logo serem australianos, mal vimos as bandeiras e dísticos reparamos que tínhamos razão. O nosso percurso até ao hotel Timor foi rápido, logo largamos as malas e fomos almoçar, sendo a nossa refeição um prato de bacalhau. Mas que saudades já tínhamos de comer algo da nossa terra, parece mesmo que estamos numa atmosfera de portugueses, é que estamos mesmo não só pelos costumes bem como os funcionários na maioria são conterrâneos.
Seguidamente fomos dar uma grande volta por toda
a marginal de Díli, paramos e vimos uma praia excelente. Vemos facilmente, lá longe a ilha de Ataúro que nos parece estar muito próxima de nós, mas não a distância é bem grande. Como a ilha tem montanhas altas dá-nos essa visão enganadora. Passamos perto do palácio do governo, dos locais onde estão a ser construídas grandes embaixadas e terrenos já reservados para futuras. Visitamos um local onde existem imensas tendas de comerciantes e artesãos que vendem de tudo um pouco, aqui foi pela primeira vez que tivemos contactos com o verdadeiro habitantes timorense, famílias simpáticas e faladoras, mas com
algum receio de falarem abertamente, foram afáveis as nossas conversas. Estivemos no cristo rei de Díli, está bem situado num monte que nos reserva uma vista fenomenal sobre este mar, a costa vista cá de cima é extraordinária. A praia que daqui vemos é enorme e convidativa a uma boa banhoca.
O sol está a pôr-se, ainda escaldante a sua luz avermelhada que se estende sobre o mar, mais o sossego e o esplendor desta ilha tão distante da nossa terra, estamos gratos por termos chegado até
aqui e descobrir mais um paraíso desconhecido.
Neste final do dia fomos jantar num restaurante muito famoso nesta marginal, pelo excelente peixe fresco. Conseguimos escolher os peixes que iremos comer, acompanhado da excelente cerveja da Indonésia “bintang” em garrafa gigante. 
A nossa noite prolongou-se até tarde, estivemos a falar durante algum tempo com os empregados e a descansar a nossa fadiga, ainda bebemos mais uma cerveja que cai sempre bem com esta temperatura.


Dia 21 Agosto

Vamos conhecer um pouco no interior de Timor, estamos a caminho para Ermera, logo à saída vimos bancas que vendem carne já partida aos bocados, onde as moscas fazem a primeira refeição, esta carne tem todo os aspecto de ser fresca, mas com o calor que aqui está e com a bicharada em cima perdeu toda a qualidade. As estradas são sinuosas, estreitas e nalguns troços com falta de alcatrão, adiante cruzamo-nos com diversas viaturas do exército australiano, num vale há uma base onde formigam carros de combate e alguns helicópteros. Fomos até ao local onde está uma enorme estátua do papa João Paulo II, visitou Timor alguns anos atrás, mais precisamente a 12 de outubro de 1989, tendo sido inaugurada esta estátua
em 15 de Junho de 2008.
Existem ainda locais onde a Unicef tem tendas para acomodar pessoas que perderam tudo durante a ocupação Indonésia. Ainda podemos ver muitas casas destruídas, há imensas pessoas que circulam por estas estradas a pé. Os meios de transporte são escaços e podemos ver carrinhas ciscadas de gente, também já nos cruzamos com motoretas que transportam três pessoas. Já no interior vimos muitas crianças maltrapilhas e com aspecto de má nutrição. Passamos nestas montanhas onde antigamente existiam enormes plantações de café, hoje ainda existem, mas estão cobertas por mato, os cafeeiros estão enormes e o seu crescimento é desordenado. Chegamos a Aileu à hora de almoçarmos, comemos
frango, temperado um pouco como é nosso costume, mas sabor ficou aquém.
O nosso percurso continuou, estivemos num cemitério onde estão os nossos antepassados ainda com campas e descrições inalteradas, até o portão mantém o escudo e as cores da nossa bandeira, vimos escolas com os mesmos pormenores, ou seja, mesmo durante a ocupação não foram destruídos ou vandalizados. É de louvar esta atitude que deveria prevalecer no mundo inteiro. 
Conseguimos desta forma fazer um longo percurso onde passamos por Taci-Tolo, Railao, Tibar, Aileu para regressarmos a Díli, onde visitamos o cemitério de Santa Cruz e onde caminhamos por entre as campas estão umas em cima das outras e
conseguimos uma explicação como tudo aqui aconteceu, alguns episódios diferentes daqueles que nos contaram, ficamos com uma forte inclinação dos factos que aqui soubemos. Terminada esta volta fomos ver um treino da selecção de futebol de Timor.
Há noite mais uma fugida ao nosso restaurante eleito na noite anterior onde fomos encontrar o presidente de Timor Ramos Horta que aqui veio fazer o mesmo do que nós. Ele que também recebeu o prémio Nobel da Paz em 1996. A sua guarda não é mais do que a nossa GNR, que está muito bem vista por todo o povo timorense. Não mais do que nós também nos sentimos bem guardados. Mas precisamos alguma vez de protecção! Assim finalizamos mais um dia cheio de grandes novidades desta terra tão distante “Timor”.


Dia 22 Agosto

Esta foi uma das férias que fizemos mais viagens de avião, umas grandes outras menores, até houve uma de 30 minutos de Bali para Lombok que por pouco a íamos perdendo, já tinham revendido os nossos lugares, perdemos tempo e a chatice que tivemos, mas conseguimos ultrapassa-la. 
Nesta altura ainda estamos em Timor, no entanto tínhamos pensado ontem que teríamos de tomar uma banhoca nestas águas. Assim foi feito, logo pela manhã fomos directos até à praia, não havia ninguém, a temperatura da água igual à das Caraíbas, apenas a cor difere. O tempo que estivemos dentro da água deu perfeitamente para ficarmos com vontade de ali ficar por longas horas,
uma maravilha.
Também não nos podemos atrasar, temos voo reservado que vai sair daqui pela 13h35 com destino a Bali. O nosso trajecto para o aeroporto fica-nos ainda mais na memória os laços que ligam os portugueses a esta terra é de séculos e relembramos o que seria esta terra na altura que foi colónia, penso que seria ainda mais genuína. Será que algum dia aqui voltarei! Pena minha, adoraria. 
Até na entrada para o avião a nossa despedida e fotografias que tiramos transmitia a nossa felicidade por ali termos ido a este grande Timor. Que este povo seja muito feliz e tenha de tudo bom na vida.
Chegamos a Bali e logo por volta das 17h30 partimos
em direcção de Lombok onde já temos hotel reservado no Novotel Coralia. O trajecto entre estas duas ilhas foi feito numa aeronave Xinzhou MA-60, um turbo hélice origem chinesa, mas motores canadianos.
O hotel é tipicamente desta zona do globo, muito bem decorado e feito ainda em madeira, coberto com colmo ou juta, mesmo junto à praia, basta andarmos 80 metros e já estamos a molhar os pés. 
A noite está estrelada, fomo-nos deitar com o som das ondas a baterem na areia e a passarada barulhenta ainda a dar os seus assobios.


Dia 23 Agosto


Demos início ao nosso percurso por Banyumulek, uma das aldeias de artesãos indígenas. Como saímos cedo conseguimos ver o início do comércio numa das ruas principais, são negócios feitos entre agricultores, pescadores e outros que produzem vêm aqui para trocarem ou
venderem entre si todos os produtos necessários para a sua sustentação. O que vemos; imensas canastras colocadas no chão feitas com folhas de árvores secas entrelaçadas em bambu, serapilheiras ou panos onde colocam todos os artigos, tanto que vemos o aspeto da limpeza e asseio desta gente. Há alguns cavalitos que puxam carroças por entre a multidão de gente que circula neste momento. Nós apreciamos imenso toda esta azafama e reparamos na vestimenta das mulheres, será aquela que mais chama atenção. 
Mais adiante entramos pelas pequenas vielas onde estivemos em contacto permanente com os habitantes, fomos falando e apreciando o seu dia a dia, só nos faltou entrar numa das suas casas. Vimos mais do que um tear a trabalhar, mais à frente estavam a cozinhar, até olarias, onde estivemos a apreciar os seus artistas, as costureiras, por fim as mães a tratarem dos seus filhos. Aqui as crianças são aos magotes, existe juventude ao contrário da nossa terra em que os velhos são a maioria.
Fomos andando até chegarmos à vila piscatória de Ampenan, onde existem imensos barcos de pesca que para nós nos parecem mais barcos de recreio por causa das suas velas e estabilizadores laterias. Chegam nesta altura muitos
barcos carregados de peixe imediatamente aparecem crianças a pedirem para lhe darem um peixe, seguidamente são descarregados e aparece o comprador que negoceia a pescaria, nessa altura ele distribui um ou dois peixes pelas crianças que esperam o donativo. Pela tarde percorremos imensos campos de cultivo, onde os arrozais superam tudo que se possa imaginar, parece-nos que toda a gente só vive do arroz. Finalmente regressamos ao resort onde vamos usufruir do resto do dia na piscina e praia.


Dia 24 Agosto

Não seria necessário sairmos deste resort pois temos aqui uma belíssima praia e os serviços aqui prestados são óptimos. Poderíamos usufruir de toda a vastidão de ofertas e ficávamos mais um pouco na engorda. Desta forma fomos dar uma grande volta a começar pela praia da Mandalika que tem um areal imenso formando uma baía que corta a grande corrente das águas. Areia muito fina e branca que nesta altura não tem qualquer pessoa a banhar-se, está completamente deserta, apenas cá do alto dos rochedos vêem-se pessoas como nós apreciar a magnifica paisagem.
Seguimos para a aldeia Rambitan, esta bem típica
com construções em madeira com telhados cobertos com palha, juta ou alang-alang, não mais do que os pelos dos elefantes, estes conseguem conservar uma temperatura agradável dentro destas casas. A vida nesta aldeia é feita para o turismo, reparamos que a maioria da população está à nossa espera, para nos vender algo ou para terem um pouco de conversa. No entanto têm na rua frangos, cabras ou mesmo vacas que vão fazer parte da sua alimentação. Estes povos seguem regras rigorosas, inevitáveis em que não são permitidos casamentos fora da aldeia para seguirem uma religião que é uma mistura de hindu
com o islão.
No final desta volta ainda consegui comprar uma máscara trabalhada à mão e pintada com cores garridas, tipicamente daqui, foi comprada por bom preço. 
Fomos também a uma represa construída pelos japoneses durante a ocupação na 2º guerra mundial.
Um local que não podíamos faltar era o parque Taman Mayura, sendo este um testemunho do passado onde encontramos magotes de pessoas que vêm aqui para se divertirem e descansar. A mesma atitude tivemos nós.
Narmada, mais um local visitado onde consegui ver
uma pequena luta de galos, não sou fã desta atitude, mas apenas a curiosidade estava em mim, reparei também que os donos dos frangos não estavam ali para os ver matarem-se, apenas para mostrarem como eles reagem quando se juntam e algum tem de vencer. 
Seguidamente passamos pela montanha onde existe uma colónia enorme de macacos, aqui vemos toda a macacada a pedir que lhes deem alguma comida, nomeadamente amendoins, ficam agradecidos e eufóricos.
Finalmente temos de ir para o aeroporto para seguirmos até Bali. É já aqui ao lado, mas nesta altura é a maneira mais rápida de passarmos este estreito que separa as duas ilhas.


Dia 25 Agosto


Estamos de regresso a Bali, desta vez para conhecermos mais algumas coisas deste local tão turístico, vamos ver o máximo o que podemos ver mais nesta ilha.
Iniciamos a nossa volta para assistirmos a uma dança típica desta ilha de nome Kris Dance, é dos dramas mais emblemáticos desta ilha, sendo exibidos pelos próprios aldeões. Apresentação longa em que tivemos dificuldade em perceber a sua história muito movimentada e colorida pelas vestimentas dos interpretes.
Seguidamente pusemo-nos no trilho para Kintamani, deparamo-nos com paisagens maravilhosas e passamos por entre arrozais onde o verde é um encanto. Ao longe já se avista o cone do vulcão. Quando chegamos ao sopé tivemos de almoçar, pois este estava já marcado e nós um pouco atrasados. Aqui descansamos e pudemos apreciar o tamanho deste vulcão, não estávamos preparados para subir aquela encosta pois o tempo era-nos curto e precisávamos de pelo menos 5 horas para completar tal aventura, soubemos que para termos uma amplitude de lá ir era necessário termos acordado às 3h00 da manhã para iniciarmos a subida e vermos o nascer do sol. Deve ser engraçado e um pouco de aventura, mas nesta altura não estamos afeiçoados a tal.
Vamos novamente a caminho para passarmos por um
centro agrário onde se cultiva de tudo um pouco, vimos algumas das tarefas dos lavradores como se torra o café ou como são apanhados ou cultivados certos frutos e cereais.
Algum tempo depois estávamos em Goa Gajah para olharmos para o templo onde é costume de os habitantes da ilha irem banhar-se nestas águas límpidas e frias. Estava muito calor, mas como é um local húmido a temperatura destas águas fica gelada, vê-se na cara de quem se mete dentro dela não é satisfatória. Ainda fomos a mais alguns locais, mas como se trata do último dia que nos encontramos na Indonésia vai-nos ser oferecido um banquete em plena praia. Quando chegamos ao local previsto
estavam colocadas imensas mesas no areal, onde a luz é das velas e tochas espalhadas pela praia. Serviram-nos uma enorme variedade de mariscos e muitas cervejas, tudo num ambiente de festa. Houve sempre música de fundo produzida por bons artistas. No final não faltou novamente mais   música e danças características deste país, ofereceram-nos algumas lembranças, tiramos as fotografias da praxe, para mais tarde recordar. Concluída esta festa de despedida, ainda
fomos até ao centro de Denpasar onde contemplamos a vida nocturna desta cidade e mais uma vez estivemos no monumento que rememora o massacre de criaturas há alguns anos atrás. Fomo-nos deitar já muito tarde, no entanto logo pela manhã e desta vez bem cedo teremos de partir para irmos até à ilha das tartarugas. Este tempo é sempre bem gozado, enquanto isto não podemos esquecer que teremos de ir para o aeroporto por volta das 14h00.


Dia 26 Agosto


Desta forma aí vamos nós, são cerca das 8h30 e já nos encontramos numa praia aqui perto para apanhar um barco que nos levará até à ilha das tartarugas, esta travessia é rápida. À distância que estamos ainda não conseguimos ver a ilha, mas à velocidade que vamos rapidamente chegaremos. Assim passado algum tempo chegamos onde tivemos que desembarcar no meio da água a cerca de 900 metros porque a maré está em baixo, neste momento a água não tem mais do que meio metro altura, caminhamos até atingirmos a areia. Neste
longo caminho tantas vezes pensamos se há algum buraco ou fundão, é que nós não estávamos à espera de tal, levamos roupa, máquinas fotográficas e outros objectos nas mãos. 

Quando chegamos vimos umas quantas gaiolas onde estão presas grande quantidade de tartarugas, algumas são gigantes, mas nessa altura mais me pareceu um jardim zoológico, brincamos com algumas, mas nada de extraordinário. Neste local também existiam duas cobras enormes que nós mexemos, mais um morcego gigante um mocho,
mais uma águia e outra bicharada.

Bebemos uma água de coco para refrescarmos e seguidamente fomos para o hotel onde ainda estavam guardadas as nossas malas e restantes apetrechos. Neste hotel ainda podemos dar mais umas voltas pela praia para depois nos encaminharmos para o aeroporto onde embarcamos pelas 16h00 e chegamos a Hong Kong às 21h00, um pouco cansados. Foi chegar e arranjar transporte para o hotel que fica no centro da cidade. Ainda fomos comer mais qualquer coisa antes de nos deitarmos numa destas ruas em que nunca se dorme.




Dia 27 Agosto

Quando nos propusermos fazer esta viagem até à
Indonésia, não fazia parte dos nossos planos Hong-Kong e Macau. Sempre me intrigou em conhecer Hong-Kong e como fazia parte de uma das nossas escalas, assim juntamos o útil ao agradável e resolvemos ficar aqui praticamente 3 dias. Sabemos que não é um país, mas um território com uma autonomia que em nada tem a ver com a China. Tem a sua própria moeda o idioma também difere a sua cultura e a governação. Sendo um território chinês, este tem fronteiras, sendo necessário para os chineses passaporte, para aqui entrar vindos da China ou vice-versa. Todas estas diferenças têm a ver com a presença inglesa que aqui estiveram durante alguns
séculos. Hong-Kong tem uma área pequena, mas com toda a mudança que se verificou nos últimos tempos ela veio aumentar com a inclusão dos novos territórios que a China incluiu chamando-lhe mesmo “Novos Territórios”, que ficaram anexados a Hong-Kong. Aqui o nível de vida é elevado, mas os impostos são baixos, desta forma nós podermos comprar material electrónico ou máquinas fotográficas mais baratas. Tive oportunidade de comparar o preço da minha máquina fotográfica, tendo-me apercebido que me custava metade do preço que a adquiri em Portugal, era igual em tudo, mesmo a lente que tem made em Vietname, não vi
nenhuma diferença, apenas fiquei receoso se não era uma cópia ou replica muito bem-feita. Quando desembarcamos neste aeroporto gigantesco verificamos que este foi contruído numa ilha feita pela mão do homem. Tivemos de apanhar um táxi que nos levou ao nosso hotel que está muito distante deste local, caminhamos durante bons minutos até que começamos a ver os imensos arranha-céus e o trânsito imenso, transpusemos algumas pontes e vimos que há carros de alta cilindrada a circular nesta cidade, por aqui se vê o nível de vida elevado. Depois de largarmos toda a tralha no hotel iniciamos as nossas voltas por esta ilha, gostamos de ver os autocarros que nos fazem lembrar Londres, apenas a diferença de que alguns são eléctricos, incluindo o trólei que já nos faz lembrar os velhos eléctricos que

circulam na nossa Lisboa. Tanto andamos que de tanto cimento ver resolvemos apanhar um elevador que nos levou a uma colina bem lá no alto conhecida por Victoria Peak, de lá vimos toda a cidade, é mesmo um local de encanto, valeu a pena. A partir deste local apanhamos um autocarro panorâmico que nos transportou ao longo desta cidade onde fomos conhecendo mais recantos. Ao fim da tarde apanhamos um bote até Tai o Fishing Village, onde algumas milhas ao largo podemos ver alguns golfinhos rosa, desembarcamos e demos uma volta por esta ilha onde pescadores são ás dezenas, também as construções de suas casas são tipicas para suportar a altura das águas das marés ou das
tempestades que assolam esta terra. Por todo o lado se vê peixe a secar, peixe que acabou de chegar e uma grande quantidade de marisco. Temos aproveitado este primeiro dia até à medula, pois já estamos a subir a escadaria para atingirmos o buda gigante, concluímos esta volta e lá vamos nós a caminho para apanhar o teleférico que liga Lantau ao aeroporto, são uns bons
quilómetros que nos transportou por serras, vales e até um estreito no mar, grande trajecto este, ou seja mais um ponto grande deste dia. Agora já está a querer escurecer, apanhamos o metro e fomos a um restaurante para o nosso repousante jantar de seguida passeamos pela marginal. Cansados, seguimos para o hotel onde dormimos que nem uns monges que mais nada têm para fazer, hoje, somente hoje, amanhã veremos o que esse dia nos reserva.


Dia 28 Agosto

Vamos continuar a descobrir novos recantos desta antiga colónia Inglesa e grande centro financeiro
internacional, onde grandes empresas têm aqui os seus escritórios.
Um dos locais que visitamos é onde se comercializam produtos electrónicos. Aqui o número de lojas é elevadíssimo, podemos ver computadores, máquinas fotográficas, todos os tipos de jogos, etc. Os preços são, mais baixos do que
estamos habituados, mas nada de exageros, há muitos que tais preços estão equiparados aos do nosso país. Sabemos de antemão que muitos desses produtos já são vendidos em Portugal por preços muito baixos, razão para não acharmos baratezas. Há situações que nos fazem logo lembrar contrafacções, mesmo parecendo originais a dúvida fica sempre em aberto. Os vendedores estão constantemente a chamar-nos, só querem vender e sabem quanto podem pedir pelo artigo de
comercializam, aí está aquilo que eu chamo o mau negócio. Neste caso se nós não regatearmos o preço, má compra fizemos. Ao fim das duas ou três horas que andamos por este local, concluo que não existem baratezas. Os melhores preços são de alguns produtos que já foram substituídos por novos modelos. Ainda tentei comprar uma lente para a máquina fotográfica, mas desisti, são caras e não tinham aquilo que procurava. Resumindo não esperem pechinchas e documentem-se quanto a preços que possam existir em Portugal, desta maneira esta é a forma exacta de comparação.
Andamos por ruelas cheias de lojas e bares tais como Cat Street e Lan Kwai Fong, fomos até Harbour City, onde as pessoas são aos magotes, aqui já fomos
espiolhar o local onde vamos comprar os bilhetes para amanhã darmos a nossa fugida a Macau.
Hong Kong não é mais do que um amontoar de prédios uns em cima de outros e onde os arranha-céus envidraçados fazem o destaque e dá-nos uma visão deslumbrante desta mega cidade. Os espaços verdes as diversas colinas e os recortes deste mar também ajudam a fazer desta cidade um presépio. Atravessando para o outro lado, Kowloon, temos outra expectativa desta cidade, dali vemos à nossa frente os contornos destes arranha-céus, lá estão a fazer neste momento outro gigante, irmão do mais alto ali existente, nesta altura não lhes vejo qualquer diferença, vão ser de certeza semelhantes. O trajecto desta tarde foi longo em termos de termos andado bastantes quilómetros a pé, houve locais que repetimos, mas sempre com vontade e alegria de estarmos aqui hoje num território que há poucos anos pertencia à Inglaterra. À noite andamos na boa vai ela pelas ruelas apinhadas de pessoas onde jantamos num pub chinês.


Dia 29 Agosto

Lembrar um pouco de história sobre Macau. Ela tem pelo menos 6000 anos, mas foi quando os portugueses ali chegaram no século XVI que se abriu a porta entre a Europa e o Japão neste tão pequeno pedaço de terra onde se transformou numa grande cidade comercial. Esta foi atacada diversas vezes pelo Holandeses, só no século XIX, Macau começou a entrar em declínio por causa de Hong-Kong, onde os nossos amigos de longa data os “bifes”, nos vieram afectar, mesmo com estes aldrabões a lixaram-nos o negócio em 1865 foi construído o primeiro farol no sul do mar da China. Só em 1887 é que os chinocas reconheceram oficialmente a soberania e a ocupação
perpétua de Macau. Em 1999 este território passou para as mãos da China que diz o dito por não dito e quis ficar com esta migalha de terra. Uma atitude Imperialista.
Passados séculos chegaram aqui os nossos antepassados guerreiros e descobridores, cá estamos nós para ver como as coisas pairam. Desta vez nós um pouquinho mais à frente ou bastante na retaguarda da nossa heptaconta geração vamos de catamaran. Ainda estávamos longe e já avistávamos o Grand Lisboa hotel e outros edifícios deste tão pequeno território de 30km2. Quando desembarcamos iniciamos a nossa volta, dos primeiros locais onde fomos foi a torre de Macau que tem uma altura de 338 metros, aí fui dar uma volta
panorâmica e apreciamos cá do alto Macau, é lindo visto desta altura. Terminada esta visita passamos pelo Largo do Senado, Ruínas de S. Paulo, Fortaleza do Monte e muitos outros locais que tanto gostamos. Foi engraçado vermos tantos nomes escritos em português, nomeadamente o nome das ruas. Quando chegou a hora do almoço fomos a um restaurante na Travessa de S. Domingos, 16A, onde nos deliciámos com boa comida portuguesa. Nesta altura o Carlos já não se estava a sentir bem dos intestinos e tivemos de comprar comprimidos, foi difícil, mas conseguimos. Mais à frente passamos pela calçada do Monte, fez lembrar o Beco do Monte, onde o Carlos tem uma casa para restaurar. Ainda fomos até às portas do cerco, nesta altura já paramos umas quantas vezes para socorrer o mau estar do Carlos. Já no final do
dia pusemo-nos a caminho até às ilhas da Taipa e Coloane, nesta altura praticamente é só uma ilha, pois estão a aterrar o espaço entre elas. Vimos a quantidade de casinos existentes e como já é noite muitos carros estão já caminho deste local com pessoas exuberantemente trajadas.
No regresso fomos de imediato apanhar o catamaran que nos vai colocar novamente em Hong-Kong.
Mais um dia aproveitado na integra, nesta viagem que está a queimar os últimos cartuchos.


Dia 30 Agosto

Hoje para não fugir à regra tivemos de nos levantar
cerca das 6h00, porque às 9h45 vamos partir no voo CX257 com destino a Londres. Fomos todos felizes da vida para o aeroporto onde embarcamos e fizemos esta tirada sem grandes problemas, sendo esta composta por muitas horas de voo, mais ou menos 12h00, dá para fartar. Conseguimos dormir, ler, ver filmes e ouvir alguma música. 
Quando chegamos a Londres ainda estivemos à espera do voo de ligação para Lisboa durante 2h30. Finalmente pousamos na nossa terra pelas 21h15, já era noite, quando daqui saímos há três semanas a esta hora ainda podíamos ver a noite a querer
escurecer, hoje é mesmo noite.
Terminaram, chegamos ao fim destas férias deslumbrantes, lá teremos de regressar às origens depois de corrermos locais que nunca vamos esquecer. Nunca estivemos parados foi sem dúvida uma corrida no tempo, estamos todos felizes.
Terminamos estas férias com chave de ouro levando na bagagem mais ideias do que poderemos fazer nos próximos anos. A Ásia está a deslumbrar-nos, cada país um povo e uma cultura diferente, quantas viagens ainda iremos fazer neste continente enorme!
































O Misterioso Iraque - 2025

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