À PROCURA DO GORILA...
5 Agosto
5 Agosto
Mais um início de
férias de verão para nós as férias grandes que nos fazem relembrar os tempos de
antigamente em que nós os mais pequenos andavam sempre à espera desse momento.
Acontece que antes de
darmos tal início não me posso esquecer da trabalheira que a Sofia teve em preparar as nossas malas, sim fazer as
malas, uma autêntica trabalheira e um grande pesadelo para muitas mulheres que
ou não sabem o que levar ou senão levam metade da roupa. Há que levar o indispensável para que não
haja stress no início, louvo-a por isso, pois sei que nada irá faltar e mais
aquela perfeição na arrumação das duas malas para estas três semanas é obra.
Chegou o momento de
partimos para o aeroporto onde nos vamos encontrar com o resto da trupe que vou mencionar por ordem alfabética para que
não existam diferenças no trato ou na amizade - Cândida; Carlos; Cláudio; Gilberto; Gui; Júlia; Sofia e Tana, uma turma de grande pompa.
São cerca das 15h00 e
já estamos todos a tratar da papelada para levantarmos voo para a nossa
primeira etapa até Marrocos, especificamente Casablanca onde iremos permanecer no
final do dia, noite e a manhã de domingo para depois retomarmos a nossa viagem
para o Quénia. Esta estadia em Casablanca
deve-se ao facto de conseguirmos um preço mais económico na viagem. Tivemos
todos uma poupança global aproximadamente
de 1000€, que no final iremos gastar de
outra forma. A nossa estadia em Marrocos não nos vai trazer mais despesas, tudo
está incluído na passagem aérea, tais como jantar, dormida, pequeno almoço e
almoço.
Um pormenor de realce,
foi quando estávamos a jantar foram
colocados uns pires com umas azeitonas que eram uma delicia que foram
totalmente devoradas por todos nós, não bastando ainda pedimos mais e mais, no final ficámos com a
ideia que as comemos todas e mais que houvesse, não eram umas azeitonas quaisquer,
eram esguias, quase sem caroço, este fino e pontiagudo uma delícia. Já
no final da noite programamos a hora a que amanhã deveríamos levantar para a
nossa viagem até à Mesquita de Casablanca.
Já tudo delineado fomos descansar.
6 Agosto
Vamos dar continuidade
à nossa presença aqui em Casablanca, aproveitando a manhã para visitar-mos a 7ª
mesquita maior do mundo, que levou 7 anos a ser construída e onde
trabalharam cerca de 35 mil operários.
Logo que saímos do
hotel procurámos transporte para toda
esta gente, desta forma foram necessários
dois táxis que nos iram levar e trazer de
volta por um preço mais ou menos tabelado que nós não achamos caro. Já na
mesquita começamos a nossa visita com um guia que é falador e um tretas pelas
conversas que nos foi fazendo e dotes de ser um daqueles árabes que para nós já
não nos engana. A nossa presença foi cerca de hora e meia onde ficamos a
conhecer esta obra que já tínhamos passamos algumas vezes por aqui e nunca
usufruíamos visitá-la, desta vez não podia falhar.
Concluía esta visita
regressamos ao hotel para almoçar, este fazia parte do nosso do pacote da
passagem aérea. Posso dizer que não era uma refeição de relevo, apenas o essencial para
não passarmos fome, ainda pedimos azeitonas daquelas que ontem tão maravilhosas
eram, mas fomos informados que não havia mais, pudera ontem uma trupe de portugueses
conseguiram devora-las todas e mais que houvessem. Estamos satisfeitos e daqui a pouco partiremos para o aeroporto onde vamos apanhar o voo com destino a Nairobi. Como não havia mais para fazer lá fomos para o aeroporto, num transfer que também estava incluído. Quando chegamos eram 14h10 e só pelas 16h40 é que o voo seguia para o Quénia, mais parecemos um grupo de saloios que chegam na véspera para seguir viagem. Deu ainda para dormitarmos um pouco nas cadeiras e logo chegou a hora da nossa partida.
Vai ser dura a viagem pois ainda são bastante horas e chegaremos pelas 2h25 de amanhã, 2ª feira. Pela primeira vez viajamos na royal air maroc e ficamos contentes porque os espaços entre as cadeiras é substancialmente largo, permitindo que estiquemos as nossa pernas, as refeições também nos agradaram o pessoal de bordo simpático. Quase todos temos dormitado, porque logo que cheguemos iremos fazer uma corrida para apanharmos o outro voo que nos vai levar até ao Uganda onde iremos levantar os jipes que alugamos há algum tempo para nos deslocarmos ao longo dos próximos dias.
conseguiram devora-las todas e mais que houvessem. Estamos satisfeitos e daqui a pouco partiremos para o aeroporto onde vamos apanhar o voo com destino a Nairobi. Como não havia mais para fazer lá fomos para o aeroporto, num transfer que também estava incluído. Quando chegamos eram 14h10 e só pelas 16h40 é que o voo seguia para o Quénia, mais parecemos um grupo de saloios que chegam na véspera para seguir viagem. Deu ainda para dormitarmos um pouco nas cadeiras e logo chegou a hora da nossa partida.
Vai ser dura a viagem pois ainda são bastante horas e chegaremos pelas 2h25 de amanhã, 2ª feira. Pela primeira vez viajamos na royal air maroc e ficamos contentes porque os espaços entre as cadeiras é substancialmente largo, permitindo que estiquemos as nossa pernas, as refeições também nos agradaram o pessoal de bordo simpático. Quase todos temos dormitado, porque logo que cheguemos iremos fazer uma corrida para apanharmos o outro voo que nos vai levar até ao Uganda onde iremos levantar os jipes que alugamos há algum tempo para nos deslocarmos ao longo dos próximos dias.
Podemos
dizer que estamos perto da meia- noite e o 2º dia de viagem lá vai.
7 Agosto
Depois de tantas horas
de voo por cima deste continente que tanto gostamos chegamos finalmente a
Nairobi. Será aqui que nos temos de despachar
rapidamente, recebemos em Lisboa a informação de que não chegávamos a sair da zona de interligação dos voos internacionais, mas não é que está acontecer, vamos desembarcar, para tirarmos os vistos de chegada ao Quénia para depois irmos levantar as malas para seguidamente fazermos o check-in para o Uganda. Não bastando o voo em que acabamos de chegar veio com um atraso de 45 minutos e o tempo que nos resta para todas estas voltas é de 1h e 50 minutos. Fomos tirar os vistos para todos que vão englobar três países que serão o Quénia, Uganda e Ruanda. Aqui perdemos imenso tempo pois cada visto é tratado
individualmente e como logo pensamos que a família Garcia seria aquela que demoraria mais tempo, teve logo a primazia de serem os primeiros, isto porque apenas estava a funcionar um guiché para este serviço. Também combinamos que os primeiros a despacharem-se deveriam dirigir-se imediatamente para o tapete do desembarque das bagagens e levantá-las rapidamente para não se perder mais tempo. Eu e a Sofia fomos os últimos e enquanto esperávamos e tratavam dos nossos vistos íamos vendo o tempo a passar e algumas vezes veio à conversa - já perdemos o próximo voo. Vistos tratados, fomos logo
numa correria ter com o resto da equipa e qual foi o nosso espanto "as bagagens de todos não tinham chegado" já o Carlos estava na zona de reclamações da falta de bagagens e todos aborrecidos com o que se estava a passar. Mas, havia qualquer coisa que me mexia com a ideia e me fez ir até ao tapete onde haviam ainda imensas malas, olhei umas quantas vezes e reparei que uma das malas era idêntica à do Carlos estava envolvida em filme transparente, vi que era uma das dele pois a quantidade de autocolantes só poderia ser dele. Imediatamente gritei lá para o fundo onde estavam todos os intervenientes a dizer que vi uma das malas, logo de seguida vi outra e outra e lá estavam todas. O que se
passou foi que a air Maroc congratulou-se em ter aquele trabalho para que depois nós na recepção tivéssemos este desplante de não encontrar a nossa bagagem. Com toda esta baralhada mais tempo perdemos, avançámos a correr para os balcões da air Ruanda para fazer o check in em cima da hora, fomos sem dúvida os últimos, super atrasados mas conseguimos embarcar, foi chegar e partir, mas que sorte a nossa. Aqui se viu que continuamos a ter a sorte do nosso lado. Há dúvidas!
rapidamente, recebemos em Lisboa a informação de que não chegávamos a sair da zona de interligação dos voos internacionais, mas não é que está acontecer, vamos desembarcar, para tirarmos os vistos de chegada ao Quénia para depois irmos levantar as malas para seguidamente fazermos o check-in para o Uganda. Não bastando o voo em que acabamos de chegar veio com um atraso de 45 minutos e o tempo que nos resta para todas estas voltas é de 1h e 50 minutos. Fomos tirar os vistos para todos que vão englobar três países que serão o Quénia, Uganda e Ruanda. Aqui perdemos imenso tempo pois cada visto é tratado
individualmente e como logo pensamos que a família Garcia seria aquela que demoraria mais tempo, teve logo a primazia de serem os primeiros, isto porque apenas estava a funcionar um guiché para este serviço. Também combinamos que os primeiros a despacharem-se deveriam dirigir-se imediatamente para o tapete do desembarque das bagagens e levantá-las rapidamente para não se perder mais tempo. Eu e a Sofia fomos os últimos e enquanto esperávamos e tratavam dos nossos vistos íamos vendo o tempo a passar e algumas vezes veio à conversa - já perdemos o próximo voo. Vistos tratados, fomos logo
numa correria ter com o resto da equipa e qual foi o nosso espanto "as bagagens de todos não tinham chegado" já o Carlos estava na zona de reclamações da falta de bagagens e todos aborrecidos com o que se estava a passar. Mas, havia qualquer coisa que me mexia com a ideia e me fez ir até ao tapete onde haviam ainda imensas malas, olhei umas quantas vezes e reparei que uma das malas era idêntica à do Carlos estava envolvida em filme transparente, vi que era uma das dele pois a quantidade de autocolantes só poderia ser dele. Imediatamente gritei lá para o fundo onde estavam todos os intervenientes a dizer que vi uma das malas, logo de seguida vi outra e outra e lá estavam todas. O que se
passou foi que a air Maroc congratulou-se em ter aquele trabalho para que depois nós na recepção tivéssemos este desplante de não encontrar a nossa bagagem. Com toda esta baralhada mais tempo perdemos, avançámos a correr para os balcões da air Ruanda para fazer o check in em cima da hora, fomos sem dúvida os últimos, super atrasados mas conseguimos embarcar, foi chegar e partir, mas que sorte a nossa. Aqui se viu que continuamos a ter a sorte do nosso lado. Há dúvidas!
O tempo que este voo demorou
até Entebe foi perto de 1 hora e 20, desembarque feito levantamento das ditas malas
e descobrir onde poderão
estar os nossos jipes alugados alguns meses atrás. Há um senão do Cláudio que está convencido de que não há jipes nenhuns, que fomos enganados e caso arrumado. Eu afirmei-lhe por mais do que uma vez que isso não ia acontecer os jipes estão à nossa espera e logo verás, sorrisos da parte dele e silêncio.
estar os nossos jipes alugados alguns meses atrás. Há um senão do Cláudio que está convencido de que não há jipes nenhuns, que fomos enganados e caso arrumado. Eu afirmei-lhe por mais do que uma vez que isso não ia acontecer os jipes estão à nossa espera e logo verás, sorrisos da parte dele e silêncio.
Acontece que mal saímos
vimos algo que nos intimidou - O pessoal da empresa de aluguer dirigiram-se a
nós e encaminharam-nos para as nossas máquinas. Tudo está a funcionar como planeado e nada de
maus pensamentos. Feita a recepção das viaturas e perguntas que achamos
importantes, fomos abastece-las e
seguidamente para um supermercado onde fomos comprar imensos víveres para os
próximos dias. Saímos praticamente atestados e já estamos a caminho de Kampala,
a capital deste país, são poucos quilómetros. Falando um pouco desta
capital , vão ver que o transito é caótico, há pó por todo o lado, enormes
bairros de lata e gente que sobrevive vendendo pequenas coisas. Aqui há grandes
contrastes entre a pobreza generalizada e os “muzungus” que são os homens
brancos e os
ugandeses abastados que vivem em Kololo, zona onde se encontram as embaixadas estrangeiras. No entanto as pessoas são amáveis e para os padrões africanos Kampala é uma capital incrivelmente segura. Talvez por isso o Uganda é apelidado de “pérola de África”. Já estamos tentando encontrar o centro, este com imenso trânsito na sua maioria os "Matutus", não mais do que Toyotas Hiace com uns valentes anos em cima e carregados de pessoas. Como na maioria dos países africanos, também aqui se vê milhares de bicicletas que servem para transportar tudo que é possível, por vezes vimos até o impossível, cargas enormes e gigantescas que deveriam ser levadas de outra forma, são estes pormenores que nos despertam a nossa curiosidade e que
nós os valorizamos. O imenso colorido das roupas femininas é soberbo, todas janotas lá caminham por buracos e terra poeirenta, tantas vezes com os seus filhotes às costas ou com grandes cargas à cabeça. Há vendedores ambulantes que vendem de tudo por tudo que é sítio, há muita oferta entre eles e quando alguém está interessado naquilo que vendem, logo é rodeado por mais vendedores e outros artigos que não aquele que estava interessado. Vimos situações deste tipo entre eles, pois ainda não fomos abordados com tal conjuntura porque ainda não parámos para comprar fosse o que fosse. Depois de umas voltas por esta cidade dirigimo-nos para Jinja a cidade onde vamos pernoitar, pelo caminho fomos ultrapassando algumas camionetas de carga que estão apinhadas de
pessoas, na parte traseira só vimos cabeças todas juntas para poderem apanhar um pouco de ar, esta forma de viajar é um perigo incalculável.
ugandeses abastados que vivem em Kololo, zona onde se encontram as embaixadas estrangeiras. No entanto as pessoas são amáveis e para os padrões africanos Kampala é uma capital incrivelmente segura. Talvez por isso o Uganda é apelidado de “pérola de África”. Já estamos tentando encontrar o centro, este com imenso trânsito na sua maioria os "Matutus", não mais do que Toyotas Hiace com uns valentes anos em cima e carregados de pessoas. Como na maioria dos países africanos, também aqui se vê milhares de bicicletas que servem para transportar tudo que é possível, por vezes vimos até o impossível, cargas enormes e gigantescas que deveriam ser levadas de outra forma, são estes pormenores que nos despertam a nossa curiosidade e que
nós os valorizamos. O imenso colorido das roupas femininas é soberbo, todas janotas lá caminham por buracos e terra poeirenta, tantas vezes com os seus filhotes às costas ou com grandes cargas à cabeça. Há vendedores ambulantes que vendem de tudo por tudo que é sítio, há muita oferta entre eles e quando alguém está interessado naquilo que vendem, logo é rodeado por mais vendedores e outros artigos que não aquele que estava interessado. Vimos situações deste tipo entre eles, pois ainda não fomos abordados com tal conjuntura porque ainda não parámos para comprar fosse o que fosse. Depois de umas voltas por esta cidade dirigimo-nos para Jinja a cidade onde vamos pernoitar, pelo caminho fomos ultrapassando algumas camionetas de carga que estão apinhadas de
pessoas, na parte traseira só vimos cabeças todas juntas para poderem apanhar um pouco de ar, esta forma de viajar é um perigo incalculável.
Estamos
muito próximo de Jinja conseguimos encontrar um hotel barato limpo e também
onde podemos jantar, situado num povoado pequeno e sossegado. Como este dia
para nós já vai nas trinta e muitas horas é aconselhável irmos para a cama um
pouco mais cedo. Aqui no equador anoitece mais cedo do que estamos habituados
nesta época do ano. Finalizando este dia não estávamos à espera que houvesse
por perto umas mesquitas, o altifalante com um volume ensurdecedor tivemos de
ouvir frequentemente aquela lengalenga/homilia, foi um fartote mas por fim lá
conseguimos dormir.
8 Agosto
Eram 6 da manhã e já se
ouviam as lengalengas que ontem não nos deixavam adormecer, são enfadonhas e
irritantes, como é possível um povo estar sempre a ouvir a mesma coisa. A
verdade é que já não consegui dormir mais. Combinamos que partiríamos cedo para
passarmos a fronteira com o Quénia e fazermos o máximo de quilómetros
possíveis.
No hotel tentaram fazer-nos
um pequeno almoço que se enquadrasse com aquilo que costumamos comer, isso não
aconteceu mas remediou-se. De seguida pusemo-nos ao caminho e fomos dar umas
voltas por Jinja, fizemos algumas tentativas para descobrir uma estrada que nos
levasse até às margens do lago Vitória, não conseguimos e também não estivemos empenhados
em insistir, prosseguimos o trajecto planeado, passando por locais pouco
habitados, pequenas aldeias e algum trânsito, até que chegamos ao posto
fronteiriço onde tivemos de tratar da documentação de entrada noutro país.
Demoramos algum tempo, depois seguimos e
mais adiante arranjarmos um sítio onde pudesse-mos parar para
comer-mos, qual foi o nosso espanto que do nada apareceram várias
crianças para nos fazer companhia e no final terminamos em festa com aquela
malta toda.
O desfecho do trajecto foi feito em montanha onde nos apercebemos que os jipes têm pouca força, consomem litros de gasóleo e andam muito pouco, dificilmente chegam aos 120. Estes últimos quilómetros foram difíceis de transpor tanto que anoiteceu, caiu alguma chuva, só conseguimos arranjar hotel com alguma sorte a meio da montanha aí arranjámos também jantar, este demorou mais de uma hora a ser preparado e aquilo que chamaram bife, não era mais do que um monte de ossos com pouca carne. Os quartos eram pequenos e com condições deploráveis, até a água foi escassa e muita dificuldade em nos arranjarem toalhas de banho, um grande problema que foi ultrapassado com a nossa boa vontade.
9 Agosto
com cautelas, alguns levantam-se e toda a manada se movimenta. Como não queríamos incomodar partimos para novas descobertas. Ainda não tínhamos avistado girafas e elas aí estão bem perto de nós, olhando-nos e comendo ao mesmo tempo as tenras folhagens das árvores, vamo-nos aproximando mas mudam-se de lugar ao mesmo tempo que vão-se afastando lentamente de nós, para elas nós é que somos os bichos. Devem pensar elas que raio de cepos com duas pernas uma bola nos ombros e em cima de um monte de ferros nos querem aborrecer, já estão a incomodar-nos. Quando seguíamos por outro atalho tivemos a surpresa do dia - uma leoa já adulta está um pouco à nossa
frente a beber água numa poça que se encontra no trilho. Algum tempo a observámos até que resolveu ir-se embora, nós avançámos e fomos descobri-la na pequena encosta do nosso lado, não mais do que três metros de nós, escondida por uma pequena vegetação. Paramos tiramos muitas fotografias, ficamos ali quietos a olhar para ela, fazendo o mesmo para nós com aquele olhar penetrante, ela estava do meu lado mantive o vidro completamente aberto, sem qualquer receio, senti-me confiante que não nos faria qualquer mal, até que a confiança foi mútua, pois levantou-se desceu para beber novamente na tal poça, desta vez a distância encurtou-se e todos ficamos radiantes com aquele maravilhoso espetáculo. Grande sortudos, quem iria imaginar que
isto acontecesse. Nunca esqueceremos estes momentos, são para recordar sempre, noutros tempos vindouros com nostalgia.
8 Agosto
9 Agosto
Iniciamos a nossa viagem pelo Quénia com o propósito de
seguirmos directamente para o Lake Nakuru Natrional Park, sempre ouvimos dizer
coisas fantásticas deste local. Mal entramos neste parque a primeira imagem que
tivemos foi de um imenso lago onde as águas nesta altura do ano estão a inundar
uma vasta área e onde existem uma vastidão de árvores submersas. Existem outros locais em
que das árvores já só existem os troncos completamente despidos e esguios e
outros com as suas folhagens totalmente secas o que modifica totalmente a
paisagem. Andados alguns metros e deparamo-nos com os primeiros
animais, que são parecidos com gazelas, mas nunca conseguimos
saber a sua verdadeiro espécie, mais adiante caminhavam por entre a vegetação
um grupo numeroso de babuínos, quase ao lado pastavam calmamente as graciosas
zebras, aqui aproveitámos para olharmos a floresta e o lago que nos permite ter
uma visão perfeita do que nos rodeia e do que ainda vamos descobrir. Conseguimos
observar alguma passarada mas não aquela quantidade que lhes é atribuída, é bem
lindo o chilrear deles e os seus assobios estridentes. Nesta caminhada acabamos
de nos cruzar com uma hiena que seguia um pouco apressada. Um amontoado de
búfalos descansa à sombra do arvoredo, quando passamos ficam atentos e os
machos logo dão sinal de perigo, levantado a sua enorme cabeça com os seus possantes
chifres e olhando-nos com cautelas, alguns levantam-se e toda a manada se movimenta. Como não queríamos incomodar partimos para novas descobertas. Ainda não tínhamos avistado girafas e elas aí estão bem perto de nós, olhando-nos e comendo ao mesmo tempo as tenras folhagens das árvores, vamo-nos aproximando mas mudam-se de lugar ao mesmo tempo que vão-se afastando lentamente de nós, para elas nós é que somos os bichos. Devem pensar elas que raio de cepos com duas pernas uma bola nos ombros e em cima de um monte de ferros nos querem aborrecer, já estão a incomodar-nos. Quando seguíamos por outro atalho tivemos a surpresa do dia - uma leoa já adulta está um pouco à nossa
frente a beber água numa poça que se encontra no trilho. Algum tempo a observámos até que resolveu ir-se embora, nós avançámos e fomos descobri-la na pequena encosta do nosso lado, não mais do que três metros de nós, escondida por uma pequena vegetação. Paramos tiramos muitas fotografias, ficamos ali quietos a olhar para ela, fazendo o mesmo para nós com aquele olhar penetrante, ela estava do meu lado mantive o vidro completamente aberto, sem qualquer receio, senti-me confiante que não nos faria qualquer mal, até que a confiança foi mútua, pois levantou-se desceu para beber novamente na tal poça, desta vez a distância encurtou-se e todos ficamos radiantes com aquele maravilhoso espetáculo. Grande sortudos, quem iria imaginar que
isto acontecesse. Nunca esqueceremos estes momentos, são para recordar sempre, noutros tempos vindouros com nostalgia.
Mais adiante
cruzamo-nos novamente com um grupo de babuínos, fitaram-nos também de perto,
mas aí eu tive receio e medo, não confiar nestes rapazes, nunca se sabe o que
vai naquelas cabeças. Já bem perto das margens deparamos desta vez com numerosas
aves de várias espécies, também foi lindo. O contraste entre elas e mais uma
enorme manada de búfalos que estavam por ali foi extraordinário. Até uma lebre passou-nos à frente numa
correria descomunal, ia com muita pressa, sabemos lá a fugir do quê!
Conseguimos
ver três rinocerontes brancos que pastavam alguma distância, não nos podemos aproximar mais porque sairíamos fora do trilho e obstruiríamos a sua zona de pastagem, não podemos ser assim tão maus.
ver três rinocerontes brancos que pastavam alguma distância, não nos podemos aproximar mais porque sairíamos fora do trilho e obstruiríamos a sua zona de pastagem, não podemos ser assim tão maus.
Faltava ver também a
macacada, sim ela apareceu com o propósito de nos cravarem qualquer coisa para
comerem e não foi que a madame macaca abotoou-se com a totalidade das bolachas
que a Sofia lhe deu e não foi capaz de dar seja o que for aos outro filhotes ou
conterrâneos que a acompanhavam, esta tinha as mãos/patas cheias os outros a
pedirem-lhe e nada, até porrada lhes ofereceu, é por isso que dizem que somos
descentes dos macacos, egoístas e
trampolineiros. Já perto do fim da nossa volta de hoje contemplámos mais girafas enormes, com cores muito vivas.
trampolineiros. Já perto do fim da nossa volta de hoje contemplámos mais girafas enormes, com cores muito vivas.
Fomos para o alto de um
miradouro apreciar a beleza da floresta e do lago, conseguimos ver parte do por
do Sol, como sempre este momento é lindo
quando nos encontramos em África.
Já estava a escurecer quando conseguimos arranjar um lodge dentro deste
parque onde pernoitamos e jantamos. Um pormenor, não havia mais ninguém, somente estas 8 almas.
quando nos encontramos em África.
Já estava a escurecer quando conseguimos arranjar um lodge dentro deste
parque onde pernoitamos e jantamos. Um pormenor, não havia mais ninguém, somente estas 8 almas.
10 Agosto
O primeiro trabalho
deste dia, foi atestarmos as nossas máquinas porque já estavam a ficar sem
combustível, sabermos quantos litros os depósitos levam, para poder-mos fazer a
média. Praticamente levaram a mesma quantidade de gasóleo o nosso ficou atestado
com 73,46 litros o do Cláudio mais 3 litros os consumos é que são exagerados,
acima dos 15 litros.
O segundo trabalho,
comprar carne e não foi nada difícil, porque ao passarmos por uma pequena
terreola deparamo-nos com um micro talho que tinha uma montra o seu tamanho não
era maior do que uma despensa, onde estavam
duas peças de carne penduradas. Aqui entraram os conhecimentos profundos do
Cláudio que nos assegurou que a carne
era fresca e de boa
qualidade. O problema que se punha era o cortar da carne, todos achamos que o
vendedor não perceberia nada desse assunto, falamos com ele e combinou-se que
seria o mestre da culinária na "arte do corte" que iria ter esse
prodigioso trabalho. Imediatamente passou-se para o lado de dentro e eis que de faca
em punho inicia a tarefa, logo se apercebeu que as facas nada cortavam, ainda
esteve a roçar o fio de uma pela outra para tentar que ficassem mais afiadas
para facilitar o corte. Engraçado, nós não tínhamos perguntado o preço quando
no final havia um monte de ossos e outro de peles, mais a carne boa cortada em
bifes o vendedor ficou com uma cara a olhar para nós, como a perguntar quem vai
pagar os ossos e as peles! Apercebemo-nos de tal questão e logo lhes dissemos
que pagaríamos tudo e assim, colocou-se
tudo em cima da balança, pagamos e verificou-se que não foi nenhuma pechincha
para o país onde nos encontrávamos o preço rondava o que se paga em Portugal,
mesmo assim partimos felizes e contentes por comprarmos aquilo que
necessitava-mos.
A
viagem de hoje será de tentar-mos chegar ou acercámo-nos de Masai Mara, já
fizemos uns bons quilómetros em boa estrada mas a partir de certa altura só
pavimento em mau estado de conservação e por fim passar a terra batida com
grandes socalcos e buracos gigantescos, por esse motivo fez com que a nossa
média quilométrica caísse o que
ocasionou encurtar o tempo de viagem programado
para hoje. Já fartos das péssimas
estradas por volta das 14h00 resolvemos parar onde houvesse uma sombra,
no meio de uns campos de cultivo lá arranjamos local para comermos. Montamos o nosso estaminé,
composto de mesas e cadeiras e eis-nos à beira da vereda a saborear as nossas
manducas. Mais tarde foi só recomeçar a marcha por entre montes e
vales
e já se fazia escuro quando chegamos a Masai Mara onde arranjamos local para
descansarmos, cozinharmos e provar a deliciosa carne que hoje compramos. Nesta
noite ainda estivemos a combinar o nosso
trajecto neste tão fabuloso parque
(Masai Mara).

11 Agosto
Depois deste imenso trajecto tivemos de procurar na povoação mais próxima um bom local para dormir e jantar, conseguimos a um preço muito acessível. Chegamos à conclusão que não é caro arranjar hotéis fora das zonas turísticas, este por exemplo é bastante acolhedor e asseado.
12 Agosto
11 Agosto
Derivado ao piso
calamitoso que ontem percorremos a grade montada em cima do tejadilho do nosso
jipe está a soltar-se uma das porcas foi à vida e faz uma grande vibração em
cima de nós, tivemos de procurar uma oficina nesta terra ou nação dos Masai
para fazerem a reparação. Oficina montada em pleno campo onde tudo reparam, mas
arranjar uma porca que se adapta-se não foi nada fácil, mas lá com outra parecida
o problema ficou resolvido, aproveitou-se e reapertaram todas as outras antes que saltassem em andamento.
Hoje de manhã é que nos
apercebemos a movimentação do povo Masai nesta zona, não podemos esquecer que
este parque é tão grande que ocupa uma área de 1510km2. Aconteceu que logo que
saímos do lodge onde nos encontramos fomos logo rodeados por dezenas de
mulheres que nos quiseram vender algo de típico deste povo, O produto que mais
despertou atenção das senhoras foi sem dúvida os tecidos muito frequentes neste
povo, tais como as cores garridas. Logo foi pretexto para comprarem, não
bastando ainda insistiram que tinham mais e mais para venderem, dificilmente
conseguimos arredar pé.
Mais adiante iniciamos
o nosso percurso por este parque, existe uma paisagem deslumbrante, algumas
elevações plantas rasteiras e os primeiros animais teimam em aparecer, não é
que no cimo de um cume deparamo-nos com uma chita, animal que por nós foi visto
pela primeira vez na sua vida selvagem, estava alguma distância mas conseguimos
tirar as nossas fotos. Ali estava ele calmamente procurando a sua presa ou
mesmo a descansar, isso não nos pareceu pois o seu olhar fitava algo que não
conseguimos ver, manteve-se ali durante imenso tempo e fomos nós que tivemos de
ir embora. Mais adiante as zebras que fazem parte integrante deste parque e
logo não faltaram os gnus, são centenas ou milhares segundo dizem, apenas vimos
umas duas centenas, nada mal. Também deparamo-nos com avestruzes, não nos
pareceram muito frequentes, mas são as três primeiras que avistamos misturadas
com uma manada de zebras. Impalas e antílopes já vimos uns tantos e desta vez a
quantidade é enorme, eles estão espalhados por uma área enorme distanciados uns
dos outros, invulgar porque pensamos ser fácil os outros predadores os
apanharem assim tão isolados.
Chegamos a uma zona
onde vimos desta vez centenas e centenas de gnus pastando, por onde eles passam
parece que passou um corta relvas pois fica tudo rapado. Nesta altura
lembrei-me de chamar a estes desengonçados animais "funcionários
públicos", pois mais me parecem os nossos FP que nos atendem no dia a dia
de forma carrancuda, mal encarados e mal humorados. Nem mais a partir de hoje
todos nós quando avistarmos um gnu vamos-lhe de certeza dar este nome, eu nunca
mais me irei esquecer.
Ali adiante algo se
passou, está um grupo enorme de abutres que rodeiam alguma presa, olham-nos
apreensivos mas não arredam pé.
Vamos cruzar o Mara
river o tão célebre rio que os animais o atravessam para se dirigiram para
outras pastagens, tendo de enfrentar os enormes crocodilos que esperam por este
momento. Aqui vimos imensos crocodilos e uma imensa quantidade de hipopótamos,
há pontos em que a água já é pouca e estes encontram-se todos amontoados que
mal se conseguem mexer na lama, vimos que estão tão encostados uns aos outros,
quando expelem as fezes estas ficam em cima deles por vezes nas cabeças ou na boca,
um nojo.
Ver javalis africanos é
muito frequente, parecem estar sempre com medo, qualquer movimento ficam de
imediato em alerta o suficiente para iniciarem correrias desenfreadas. Ali à
frente mais centenas de funcionários públicos, desta vez estão de trombas, digo
de trombas porque um pouco mais abaixo estão os célebres trombinhas, ou sejam
os lindos elefantes que quando nos aproximamos demais ficam atentos e abanam
aquelas enormes orelhas em sinal que nos vão abalroar, assim afastamo-nos um
pouco e a situação normaliza. Este parque é fértil em bicharada, todas as
situações descritas, repetiram-se ao longo de todo o percurso, até a palavra muzunguz
era repetida frequentemente pelos Masai. Para este povo o termo muzungu quer
dizer que somos brancos, não sendo desta forma uma palavra depreciativa pelo
contrário.Depois deste imenso trajecto tivemos de procurar na povoação mais próxima um bom local para dormir e jantar, conseguimos a um preço muito acessível. Chegamos à conclusão que não é caro arranjar hotéis fora das zonas turísticas, este por exemplo é bastante acolhedor e asseado.
12 Agosto
Ontem à noite
estranhamos a razão porque um dos responsáveis por esta unidade hoteleira nos abordou
durante o nosso jantar pedindo para
retirarmos os jipes do local onde se encontravam e estacioná-los na
traseira do hotel, não entendemos pois eles estavam bem estacionados dentro dos muros
do hotel. Como não demos importância ao pedido pois achamos que não tinha nexo,
voltaram mais tarde a pedir-nos para os mudar-mos, nessa altura já tínhamos
jantado e estávamos todos na conversa da treta. Quando descemos e fomo-nos deitar
relembraram-nos novamente, nessa altura; deixa lá ir mudá-los, mas como os jipes eram altos não conseguimos
estaciona-los nas traseiras como nos tinham pedido e acabaram por ficar num local mais
recatado junto à recepção.
Pela manhã depois de
tomarmos o nosso pequeno almoço, inicia-mos a nossa visita pela cidade, mas mal
saímos do hotel e pouco metros tínhamos andado quando deparamo-nos com algum
reboliço, muitas tropas em jipes outras a pé que estavam a manter a ordem na estrada nacional que estava barricada pelos
civis, muitos pneus queimados e imensas pessoas nas ruas. Fomos caminhado
devagar apreciando toda aquela movimentação, vimos ainda mais paus e pedras
espalhadas no meio da estrada e mais tropas, só agora é que conseguimos
perceber toda aquela insistência em retirarmos as viaturas para um local menos acessível
a qualquer tipo de vandalismo aos nossos jipes. O que
se passou foi insurreição ou manifestação sobre o acto eleitoral para as
presidenciais que acontece neste momento no Quénia, estão a contar os votos e
os resultados não são agradáveis para uma grande parte da população. Não houve
qualquer indicio de agressão ou palavras
de insulto para connosco, passamos sempre bem devagar entre manifestantes e tropas,
chegamos mais à frente e retrocedemos pelo mesmo caminho para podermos apreciar
toda aquela agitação.
Nesta altura já estamos
muito perto da fronteira com a Tanzânia, vamos perder algum tempo com os
requisitos fronteiriços e temos de comprar mais algumas coisas para reabastecer
as nossas arcas e despensas, há produtos que já estão a escassear. Encontrámos
mais um local onde comprámos carne e mais uma vez o nosso cortador de serviço
deu o seu ar de sabedoria e destreza. Ao mesmo tempo as meninas foram comprar
mais umas bananas e outros afins necessários.
Chegados à fronteira
onde perdemos algum tempo com todas as peripécias de tratar de um papel aqui,
outro ali, outro acolá, regressando novamente à casa de partida para nos
indicarem o que mais temos de fazer, com todos estes estratagemas lá se foram 100
minutos.
Com isto tudo já são
2h00 da tarde, almoçamos e vamos pôr-nos a caminho para o Serengueti, o
trânsito rola pacificamente as bermas das estradas estão sempre com muita gente
que circula a pé, outros de bicicleta ou motecas, há que ter muito cuidado para
não termos nenhum acidente e não atropelarmos ninguém. Por vezes cruzamo-nos
com cargas colossais em cima das bicicletas ou homens e mulheres com cargas também descomunais à cabeça, grandes
fotos foram tiradas com estas situações que vamos todos recordar.
Quando
chegamos a uma das portas de entrada deste parque "Ndabaka gate" já
se estava a fazer um pouco tarde, e se fossemos entrar no parque a esta hora
iríamos pagar um dia onde só seriam aproveitadas duas horas que depois não
poderíamos parar em qualquer lado, somente em lodges. Assim resolvemos passar
aqui o resto do dia, tomamos uma grandes banhocas e fizemos uma grande jantarada
preparada pelas Donas, também fomos dormir nas nossas camas que estão
instaladas no cimo dos tejadilhos das viaturas. Neste lodge enormíssimo, só
estamos nós, mais ninguém vamos pernoitar aqui no meio da estepe. Vimos que nas
redondezas há imensos macacos, mas não lhes podemos dar confiança, são
traiçoeiros e pouco sociáveis, Há pouco tempo passamos por um grupo que nos
olhou de soslaio como quererem dizer o
que vocês fazem aqui! Vamos então ser cautelosos.
13 Agosto
A nossa presença aqui foi presenciada por mais dois jipes que se aproximaram de nós e tiveram a mesma oportunidade de estarem tão perto destes lindos animais. Não ficamos satisfeitos, insistimos para que os leões abalassem daquela árvore para outra, ou seja andamos atrás deles por alguns minutos a persegui-los de jipe, foram-se mudando e nós mais e mais fotos tiramos, foram momentos inesquecíveis. Quando reconhecemos que já tínhamos executado a nossa tarefa de andar atrás dos leões, fomos para um outro local onde avistámos uma manada de elefantes, eram bastantes e estavam apanhar as folhagens das árvores com a sua gigantesca tromba, mais outro momento dos bons. Partimos para outro local e eis que ao fim de vários quilómetros a nossa geringonça pifou, problema eléctrico que só foi resolvido num local onde conseguimos desencantar um electricista que percebia alguma coisa do assunto. O problema ficou meio remediado mas lá deu para prosseguirmos, ao fim de 2 hortas e meia de seca.
Voltamos para o trilho em péssimo estado, pois continuamos em chapa ondulada que nunca mais acaba, mas estamos muito perto também do local onde vamos passar a noite. A nossa estadia aqui foi reservada logo no início do dia quando entramos no parque. Era obrigatório marcarmos um local onde deveríamos ficar, este local está completamente repleto de turistas que viajam ao abrigo de pacotes de viagem, vão também dormir em tendas e o jantar é-lhes preparado por pessoal adstrito à sua estadia aqui, no entanto nós preparamos o nosso jantar, abrimos as nossas tendas que estão nos tejadilhos das nossas viaturas e tomamos os nossos banhos nos mesmos locais dos outros hóspedes. Como este parque não tem qualquer vedação, fomos informados que durante a noite poderíamos ter visitantes de quatro patas. Achamos que não é problema para nós pois ficamos bem instalados lá no alto. Adormecemos que nem uns anjinhos.
14 Agosto
dúvida que perdemos bastante tempo nesta operação de cooperação e ainda temos pela frente muitos quilómetros até ao nosso destino e a noite já aí está. Sucedeu que passaram-se já duas horas a conduzirmos de noite e a determinada altura quase que embatemos numa barreira colocada no meio da estrada, ficamos a escaços centímetros. Este obstáculo estava ali colocado por guardas do parque que se encontravam na valeta sentados e sem qualquer iluminação, estava escuro como breu, encontravam-se armados com metralhadoras e apenas perguntaram para onde íamos, susto ultrapassado, dali a pouco chegamos ao lodge onde vamos pernoitar. Tivemos uma noite com muito vento e frio, rodeados por uma enorme manada de zebras que ali se encontram em estado completamente selvagem. Com este cenário havia enormes quantidades de bostas por todo o lado, foram diversas as vezes que tivemos de nos desviar para não pisar tal porcaria.
15 Agosto
16 Agosto
Dia iniciado, depois de um pequeno almoço no hotel e já de partida resolvemos que é necessário comprar mais víveres para termos sempre alimentos para irmos trincando durante as nossas viagens e quando chegarmos a determinados sítios em que as comidas não nos agradam ou tenhamos pouco tempo para mos sentarmos e estarmos à espera imenso tempo que façam a comida como já tem acontecido, ficarmos á espera mais de uma hora. Procuramos nesta cidade um supermercado ou coisa parecida, pois supermercados aqui é complicadíssimo vê-los e os que existem têm mau aspecto. Hoje até correu bastante bem, porque havia nos arredores da cidade um supermercado equiparado tanto em quantidades, disposições dos produtos, asseio, etc., etc., como nas grandes cidades europeias, grande admiração a nossa, até o troco nos deram em moedas, estas eram novas, noutros locais os valores eram sempre conjuntados com os valores em papel, eu até pensei que não existissem moedas na Tanzânia.
17 Agosto
18 Agosto
Após o nosso pequeno almoço lá vamos nós iniciarmos mais um dia da nossa viagem, a poucos metros do nosso hotel deparamos com um destacamento de jovens que marchavam comandados por uns elementos das forças armadas, pelo aspecto devem ser voluntários que se alistaram ou se vão alistar no exército. Estes seguem convictos de que irão defender um ideal que nunca saberão qual a razão.
19 Agosto
13 Agosto
O parque de Masai Mara,
fica no sudoeste do Quénia e está ligado ao Serengeti, da Tanzania. Basicamente
trata-se de dois nomes diferentes para designar a mesma coisa, que por acaso
(ou nem por isso) tem uma fronteira pelo meio, administrações diferentes e
nacionalidades diferentes. Ora, nós sabemos isso, a fronteira está lá para toda
a gente ver no meio da savana, mas os animais selvagens não sabem e não havendo
forma de lhes ensinar coisas tão importantes como o patriotismo, o respeito
pelas leis fronteiriças ou o ódio reciproco por terem pertenças territoriais
diferentes, eles passeiam-se de um lado para o outro, como sempre fizeram,
ignorando as fronteiras dos homens e seguindo apenas os seus instintos de
sobrevivência. Esta indisciplina animal dá origem ao mais extraordinário
espectáculo do parque: a grande migração, quando milhões de animais circulam
entre o Serengeti e o Masai Mara, em busca de água, de alimentos, para acasalar
ou para parir.
Começamos o nosso
percurso em terra batida com imensas lombas, toda esta jornada tem grandes
distâncias que são feitas também em chapa ondulado, termo usado para definir o
tipo de piso horrível que vamos percorrendo. Note-se que as entradas neste e
noutros parques em que já estivemos são substancialmente elevadas com preços a
partir de 90 dólares, indo até aos 140. Também poucos quilómetros tínhamos
andado e já estávamos a observar os primeiros animais e eis que nos deparamos
com um esqueleto que supomos ser de um búfalo, deste apenas existe a cabeça,
chifres e espinha. As patas foram-lhe decepadas e nas redondezas não há sinais delas.
Por aqui reparamos que existem mais e mais esqueletos, pode ser que façam neste
local grandes almoços e jantares, pois comida nas lhes falta, por aqui estão
dezenas de búfalos, gnus, zebras, antílopes e outros que os predadores e
abutres os deliciam.
Num pequeno bosque
encontramos uns quantos babuínos, sempre desconfiados que gostam de manter
alguma distância e não nos dão confiança para nos aproximarmos deles. Nesta
altura do dia o sol já aperta e os animais dirigem-se para um pequeno rio que
passa junto ao local onde nos encontramos e forma-se uma grande confusão quando
chegam magotes de diversas espécies sequiosos,
até a água parece pouca. Um pouco mais ao lado a quantidade de hipopótamos é
excessiva, nem água já têm para se banharem, estão todos num magote, devem
estar com frio para estarem assim tão juntos. Sempre por perto, lá estão os
célebres alfaiates (crocodilos), que também nesta altura estão na ciesta.
Hoje
não é a primeira vez que saímos dos trilhos e entramos pela savana adentro,
sorte tivemos em determinada altura, que avistamos debaixo de uma árvore um
grupo de leões que dormitavam. Circulamos várias vezes à volta da árvore para
eles saírem e tirarmos as nossas fotos desse momento imperdível. A nossa presença aqui foi presenciada por mais dois jipes que se aproximaram de nós e tiveram a mesma oportunidade de estarem tão perto destes lindos animais. Não ficamos satisfeitos, insistimos para que os leões abalassem daquela árvore para outra, ou seja andamos atrás deles por alguns minutos a persegui-los de jipe, foram-se mudando e nós mais e mais fotos tiramos, foram momentos inesquecíveis. Quando reconhecemos que já tínhamos executado a nossa tarefa de andar atrás dos leões, fomos para um outro local onde avistámos uma manada de elefantes, eram bastantes e estavam apanhar as folhagens das árvores com a sua gigantesca tromba, mais outro momento dos bons. Partimos para outro local e eis que ao fim de vários quilómetros a nossa geringonça pifou, problema eléctrico que só foi resolvido num local onde conseguimos desencantar um electricista que percebia alguma coisa do assunto. O problema ficou meio remediado mas lá deu para prosseguirmos, ao fim de 2 hortas e meia de seca.
Voltamos para o trilho em péssimo estado, pois continuamos em chapa ondulada que nunca mais acaba, mas estamos muito perto também do local onde vamos passar a noite. A nossa estadia aqui foi reservada logo no início do dia quando entramos no parque. Era obrigatório marcarmos um local onde deveríamos ficar, este local está completamente repleto de turistas que viajam ao abrigo de pacotes de viagem, vão também dormir em tendas e o jantar é-lhes preparado por pessoal adstrito à sua estadia aqui, no entanto nós preparamos o nosso jantar, abrimos as nossas tendas que estão nos tejadilhos das nossas viaturas e tomamos os nossos banhos nos mesmos locais dos outros hóspedes. Como este parque não tem qualquer vedação, fomos informados que durante a noite poderíamos ter visitantes de quatro patas. Achamos que não é problema para nós pois ficamos bem instalados lá no alto. Adormecemos que nem uns anjinhos.
14 Agosto
Continuamos no famoso e
grande vale do Rift, que tem uma extensão de mais de 5000km, vindo da Síria até
Moçambique, sendo esta uma falha tectónica responsável por este imenso vale.
Faz hoje três dias que
entramos da Tanzânia e quero referir que se trata de um país muito mais
próspero do que o Quénia, sendo ambos pobretanas, verificamos que as estradas
estão em muito melhor estado, aqui conseguimos ver sinalização para peões e
automobilistas, marcação das linhas no asfalto e casas com muito melhor
aspecto, tudo isto faz a diferença.
O programa de hoje será
a continuação do nosso trajecto em direcção ao Ngorongoro Conservation Area, mas
ainda temos muitos quilómetros para palmilhar, não obstante continuarmos a
percorrer trilhos em péssimo estado de conservação. A chapa ondulada teima em
não nos deixar o que nos vai ajudando são as temperaturas amenas que temos
encontrando, ajuda-nos imenso, porque se
houvesse muito calor, mal de nós.
Voltamos a cruzar com
imensas espécies, gazelas, búfalos, elefantes e os leões que são os animais que
mais gostamos, apesar de viajarem dois connosco, não mordem e não têm o mesmo encanto
dos que vamos avistando ao longo do percurso, estes são daqueles que andam
atrás de um campeonato há imensos anos para os lados de Alvalade, conhecem!
nada conhecidos para estes lados. Numa das alcateias que vimos de leões, havia
um que tinha no lombo uma ferida recente, bem grande, resultante de qualquer
luta com um seu rival ou presa que não se quis dar por vencida tão facilmente,
deixando aquela marca. Ao final da manhã passou pela nossa frente um elefante
em passo de corrida com a sua tromba no ar, estava furioso e dirigia-se na
direcção de um jipe que não o nosso que teve de andar mais rápido para não ser abalroado
por este peso descomunal. Nesta zona não
faltam leões e quando estamos a passar junto a uma árvore com alguma sombra aí
estavam uns quantos a dormir e pouco preocupados com a nossa presença, uns
estavam mesmo de barriga para o ar com as pernas abertas, tal é a moleza em que
se encontram, sabem perfeitamente que nenhum predador que por ali ande se atreve
a importuna-los.
Ali perto um bando de
abutres espreitam uma hiena que vai devorando a carcaça de outro animal,
parece-nos um pedaço de gazela. Finalmente chegou a nossa hora de almoço e o
fim da nossa estadia no tão célebre Serengeti.
Chegamos à porta de
saída deste parque onde temos de fazer o pagamento de mais um dia que estivemos
nesta reserva. Quando íamos pagar, fomos surpreendidos quando nos disseram que temos
de pagar uma multa porque saímos fora do trilho. Ficamos boquiabertos pelo argumento que nos estavam a proferir.
Fizemos várias perguntas e uma das respostas foi de terem recebido uma denuncia
de outro jipe que se encontrava naquele momento no local onde infringimos a lei,
imposta pelo parque. Depois de longa conversa que entrou na fase de discussão a
nossa interlocutora D. Cândida Marques se manifestou já alterada e possessa com
os argumentos do dito responsável, este levou uma grande vergastada de
argumentos que perdeu o combate por KO ao 10º assalto, grande luta esta.
O certo foi que não
fomos condenados e apenas pagamos a nossa presença como havíamos programado.
Passado este momento de discórdia que na
verdade nós e sempre nós circulamos por todos os sítios que não motivassem
problemas ou perigos a ninguém, sim temos uma maneira solitária de viajarmos,
não queremos guias e temos conhecimento a nível mundial como devemos deslocar-nos
nas mais diversas conjunturas. Não seria o paleio do fulano que nos intimidaria
para ficarmos todos cheios de cagaço. Saímos do Serengeti e
logo entramos no parque de Ngorongoro, e eis que surge pela nossa frente mesmo no
meio do trilho a senhora girafa, completamente parada como a querer dizer, aqui
não passam e esta continuou parada, a poucos metros à nossa frente sem vontade dali se mover. Estamos a circular numa zona montanhosas
onde podemos apreciar também imensas aldeias Masai que se dedicam à pastorícia,
pois existem grandes rebanhos de cabras e bovinos, vamos apreciando todas estas
façanhas deste povo que se veste coloridamente, mesmo os homens, são estes na
verdade que realçam, porque não é muito comum verem-se noutro local vestidos
desta maneira.
Depois
de vários quilómetros percorridos, já começava anoitecer quando nos deparamos
com um jipe parado à beira da estrada, achamos estranho estar naquele local no meio
da montanha, pensamos o condutor deve estar com algum problema no jipe. Parámos
e perguntamos-lhe se precisava de ajuda, disse que estava avariado com uma fuga
no radiador, perguntando se tínhamos
água que lhe pudéssemos dispensar, lá lhe arranjamos uns bons litros que ele utilizou para atestar o radiador e qual
foi o nosso espanto quando o vimos juntar uma quantidade generosa de folhas de chá triturado para que servisse de tampam para obstruir a saída de água e remediando o grande
problema que tinha entre mãos. Sorte a dele termos passado naquela altura do dia num local
ermo oito portugueses que o conseguiram ajudar. Sem dúvida que perdemos bastante tempo nesta operação de cooperação e ainda temos pela frente muitos quilómetros até ao nosso destino e a noite já aí está. Sucedeu que passaram-se já duas horas a conduzirmos de noite e a determinada altura quase que embatemos numa barreira colocada no meio da estrada, ficamos a escaços centímetros. Este obstáculo estava ali colocado por guardas do parque que se encontravam na valeta sentados e sem qualquer iluminação, estava escuro como breu, encontravam-se armados com metralhadoras e apenas perguntaram para onde íamos, susto ultrapassado, dali a pouco chegamos ao lodge onde vamos pernoitar. Tivemos uma noite com muito vento e frio, rodeados por uma enorme manada de zebras que ali se encontram em estado completamente selvagem. Com este cenário havia enormes quantidades de bostas por todo o lado, foram diversas as vezes que tivemos de nos desviar para não pisar tal porcaria.
15 Agosto
Encontramo-nos a 2405
metros de altitude, sim esta noite dormimos nesta elevação e acordamos com
bastante nevoeiro e muito frio e até tivemos muita dificuldade em aquecer o
leite para tomarmos os nossos pequenos almoços. As casas de banho eram
partilhadas por todas as pessoas que se encontravam neste lodge, quando
acordámos verificamos que estavam imensas tendas por todo o lado, muita gente mas
todos acompanhados por guias, ao contrário de nós que não temos guias nenhuns,
somos alérgicos.
Iniciámos o percurso
programado para hoje nas vertentes da grande cratera de Ngorongoro, um trilho
muito verdejante e lindo que percorremos até chegarmos a um miradouro de
onde conseguimos deslumbrar a imensidão
desta cratera. Ao longe pastam
elefantes, búfalos e zebras, sabemos que outros animais existem neste espaço,
mas não conseguimos distingui-los por causa da distância a que se encontram. Aproveitamos
para tirar fotos, para mais tarde recordar este local maravilhoso.
Colocamo-nos a caminho
de Arusha que é o nosso destino programado para hoje, já percorremos alguns
quilómetros até chegarmos a uma cidade pequena onde fizemos algumas compras que
nos saíram extremamente caras, também descobrimos
um local excelente para almoçarmos. Deparamos com umas pequenas lojinhas onde
cozinhavam alimentos, algumas grelhavam bocados de carne e fritavam batatas,
estivemos a observar qual era a limpeza com que eram confecionados, perguntamos
os preços e pedimos o que queríamos comer. Instalamo-nos num recinto tosco onde
haviam mesas, cadeiras, algumas árvores e foi o quanto bastou para comermos à
vontade num local muito agradável rodeado de imensos populares que olhavam de
admiração a nossa postura num local tão inóspito para nós, dificilmente irão
ver outros forasteiros que possam ter a mesma atitude. Também foi nesta vila
que ao pararmos o jipe na estrada nacional junto à berma, sem que me tivesse apercebido ao abrir a porta do meu
lado a minha carteira caiu para a rua.
A Sofia apercebeu-se
que algo de estranho se estava a passar junto à minha porta, qual o meu espanto
quando dois fulanos se aproximam e se baixam, abro a porta para ver o que se
passa e um deles tem a minha carteira na mão. Reparei que não eram ladrões
profissionais mas apenas alguém que encontrou uma coisa e tenta ficar com ela. Mas
um deles teve a gentileza de dizer que o outro tinha tirado algum dinheiro, pedi-lhe
para mo devolver, no final rogou se lhe
dava-mos uma recompensa. Não entrei em discussão e dei-lhe algum dinheiro, ele
ficou satisfeito. No entanto tive muita sorte porque juntamente estavam os
cartões de crédito, débito, bilhete de identidade, carta de condução e algum
dinheiro do Quénia e Tanzânia, não mais do que uns €80.
Descobrimos a existência
dum lago que por sinal se encontrava bem perto do local aonde nos encontrávamos,
mas para nosso espanto deparamo-nos com uma estrada que dava acesso ao lago mas
a entrada estava delimitada ao hotel que a controlava, se quisesse-mos entrar
teríamos de pagar. Assim retrocedemos e passamos por um mercado ao ar livre
onde se vendiam roupas e outras bugigangas, alguns de nós saíram e foram arejar
por entre a multidão. Neste sítio a Sofia tirou muitas fotos a mulheres com
caras atraentes e todas aperaltadas, são lindas e gosto de as ver assim.
Visita terminada ao
mercado, aí vamos nós a caminho de Arusha, destino final para hoje. Mas no trajecto
deparamo-nos com uma aldeia Masai que logo nos atraiu e lá fomos nós regatear o
preço da entrada para podermos efectuar a tão desejada e misteriosa visita. Mas
foi árdua, tivemos que ser bastante persistentes
para conseguir o preço que achávamos que era justo para eles e acessível às nossas bolsas, de imediato após o
pagamento começou a nossa recepção e apresentação ao resto da comunidade que
ali vive, estiveram à conversa connosco e seguidamente começarem a cantar e a dançar
usando um ritmo guerreiro onde não
faltaram os célebres saltos Masai, tudo aquilo estava muito bem encenado.
O espetáculo ainda
demorou alguns minutos, para quem vê os documentários na televisão estar a ver
ali ao vivo é emocionante. A seguir veio as visitas guiadas pelos nativos a
mostrar-nos as suas casas que nos parecem mais cortes para guardar o gado,
terminando com a venda de artigos que dizem ser confeccionados por eles,
compramos algumas coisas depois de termos regateado os preços que eles sempre inflacionam, nós como sempre também
fizemos negócio comparando os preços que ele praticam com a maioria dos
turistas. Mais uma visita finalizada com sucesso. E lá partimos com o coração
cheio de alegria pois são destas emoções que nós adoramos, conhecer outras
civilizações, mas temos que por pés ao caminho pois já se está a fazer tarde e
ainda não temos local para pernoitar. Mas
neste percurso começamos a ver bem ao
longe os contornos do monte Meru com os seus 4565 metros, algumas nuvens encontram-se
muito abaixo do seu cocuruto, panorama encantador. Mais alguns quilómetros e
chegamos ao nosso destino final, tivemos sorte e arranjamos hotel por um preço
muito acessível. dizemos pechincha. Para o jantar estava guardado um local
tipicamente feito para turista o "Nadeem Khan ou Khan's Barbeque",
conforme o negócio na Mosque Street, 0nde parte do negócio de dia é uma oficina
e outro fragmento que à noite vira restaurante. Jantamos debaixo de uma arcada que
se encontra do outro lado da rua a qual podemos chamar a esplanada deste
soberbo restaurante. Foi imensamente agradável, comemos bem e não comemos mais
porque não quisemos, podíamos pedir mais comida que não nos era recusada. Sem
dúvidas, o dono de nacionalidade Indiana era uma pessoa muito afável o que contribuía
para que o restaurante estivesse completamente esgotado e a maior parte dos
seus clientes serem estrangeiros. Um restaurante conhecido mundialmente.
E
lá vamos nós de regresso ao nosso hotel que estava localizado no outro lado da
cidade, um percurso que fizemos a pé sem problemas.16 Agosto
Dia iniciado, depois de um pequeno almoço no hotel e já de partida resolvemos que é necessário comprar mais víveres para termos sempre alimentos para irmos trincando durante as nossas viagens e quando chegarmos a determinados sítios em que as comidas não nos agradam ou tenhamos pouco tempo para mos sentarmos e estarmos à espera imenso tempo que façam a comida como já tem acontecido, ficarmos á espera mais de uma hora. Procuramos nesta cidade um supermercado ou coisa parecida, pois supermercados aqui é complicadíssimo vê-los e os que existem têm mau aspecto. Hoje até correu bastante bem, porque havia nos arredores da cidade um supermercado equiparado tanto em quantidades, disposições dos produtos, asseio, etc., etc., como nas grandes cidades europeias, grande admiração a nossa, até o troco nos deram em moedas, estas eram novas, noutros locais os valores eram sempre conjuntados com os valores em papel, eu até pensei que não existissem moedas na Tanzânia.
Compras efetuadas,
iniciamos de imediato o nosso caminho até ao monte Quilimanjaro, pelo caminho
não fizemos paragens, apenas uma em me deu uma forte dor de barriga, como não
aguentava mais tivemos que parar perto
de uma plantação de milho e lá fui eu para o meio dele, tive receio num local como este poderia encontrar um daqueles bichos
rastejantes e que há imensos em áfrica, tão conhecidos por cobras com pelo,
tive de me despachar e eis que arregaço as calças e aí vai ele com fogo no rabo
para o jipe. Momento passado, arrancamos e mais alguns quilómetros fizemos até
começarmos a subir a ladeira que nos foi levar até a uma entrada de acesso ao
tão célebre monte Quilimanjaro. Paramos o jipe e montamos o nosso estaminé para
almoçar mas começou a chuviscar, tivemos que acelerar o nosso petisco para não
ficarmos todos molhados, foi chuva de pouca dura e lá fomos nós tratar dos nossos acessos. E lá diz o ditado quem não
sabe é como quem não vê e deparamo-nos com um pequeno ou grande pormenor era possível
a nossa entrada mas teríamos de estar equipados, mentalmente preparados e
com tempo para enveredarmos a fazer aquela subida dos tais 5891 metros. Tínhamos
de ter roupa, calçado, mantimentos, apropriados e mochilas para levar uma boa
carga, porque não será só um tipo de roupa ou calçado, mais pormenores seriam
necessários. Fiquei a saber que o nome Quilimanjaro,
quer dizer montanha branca que está localizado no norte da Tanzânia junto à
fronteira com o Quénia, sendo este o
ponto mais alto de África.
Pronto, desistimos logo
à partida, corrida perdida, mas ficamos contentes por aqui termos estado. Não
conseguimos ver seja o que for desta montanha pois uma grande névoa o envolvia.
Paciência, será que terei oportunidade de um dia chegar lá acima ou vir
novamente aqui, tenho imensas dúvidas.
Resolvemos voltar à
nossa casa de partida, pensamos que poderíamos ficar no mesmo hotel e amanhã
fazermos o outro percurso que nos irá aproximar do Burundi. Mesmo assim
percorremos 285 quilómetros. À noite fomos jantar num extraordinário
restaurante localizado no espaço comercial onde estivemos esta manhã a fazer as
nossas compras. Grande jantar e boa cerveja, esta para quem gosta de cerveja
como nós.
Noite finalizada, regressamos
ao hotel para mais um merecido descanso, amanhã vamos ter pela frente uma
tirada de cerca de 600km.17 Agosto
O cenário para hoje
vislumbra-se nos quilómetros que vamos fazer nas estradas que vamos encontrar,
cenários incalculáveis, jipes já com imensos problemas que têm surgido e se vamos
conseguir chegar dentro das horas ou seja ainda com dia. Sabemos que não é
muito aconselhável conduzirmos à noite.
Arrancamos então à hora
programada, vimos mais uma vez a quantidade de trânsito desta cidade, juntamente
o aglomerado humano e os vendedores que se encontram aos magotes em cada
esquina. Alguns quilómetros feitos onde a paisagem é obviamente de savana,
sendo lindíssima e com particular de nos irmos cruzando com pequenas aldeias e
frequentemente com homens, mulheres e crianças que se encaminham para as suas
labutas, dando-nos um sorriso de satisfação que nós contribuímos da mesma
forma, sendo da nossa parte ainda mais ousado tirando fotografias. Por todo
este trajecto fomos vendo formações rochosas e uma planície que no seu conjunto
dá-nos um aspecto muito peculiar nesta
paisagem envolvente.
Cerca das 14h00 fizemos
a nossa paragem para almoçar e esticarmos as pernas, parámos num local ameno
onde tiramos as mesas cadeiras e todos os apetrechos necessários para a nossa
comezaina. Desta vez não tivemos mirones a observar-nos, animais ou seja o que
for, neste recanto apenas chegaram mais tarde um grupo de crianças vindos de
uma escola que se aproximaram de nós cautelosamente, mesmo assim longe e encima
de umas rochas que se encontravam a uns 100 metros, não fossemos nós mordê-los,
sempre distantes. Aqui não vimos bicharada, mas o certo é que junto a nós
haviam buracos enormes escavados no solo
que não chegamos a saber quais os bichos que ali viviam, os buracos eram tão
grandes que o rodado de qualquer jipe cabia dentro dele e caso acontecesse não
tínhamos meios dali sair.
Logo que terminamos a
nossa refeição fomos fazer o último percurso que nos levou mais uma vez a
passarmos por locais inóspitos sem
povoações, apenas fomos vendo alguns embondeiros gigantes, poucas terras onde
ainda cultivam algumas cearas. Com tudo hoje, não vimos nenhum animal.
Deparamos com um
camião desfeito, resultante de um acidente rodoviário em que a cabina não
existia, tal foi a força do embate. Mas
alguns quilómetros à frente mais outro camião desfeito de mais um acidente. Tantos acidentes que comentamos o
porquê. Achamos mais tarde a resposta - o fluxo de camiões é tão grande porque
alguns quilómetros mais à frente em Mewanza existe um porto marítimo no Lago
Vitória onde são descarregadas e carregadas milhares de toneladas de
combustíveis e alimentos que abastecem a capital deste país Dodoma sendo esta a
estrada nacional que segue até Dar es Sallam, Ruanda e Burundi.
Ao
final do dia chegamos a Nzega, finalizando esta grande etapa. Tivemos alguma
dificuldade em encontrar hotel, aqueles
que já fomos encontram-se lotados, bem como outros que não gostamos da sua
aparência, por fim encontramos um que vai servir para nos acomodar. Os quartos
remedeiam a questão do jantar é que está um pouco complicada, sendo que a
cozinheira já se tinha ido embora, ficaram de a ir chamar para fazer qualquer
coisa. Pouco tempo depois fomos informados que a célebre cozinheira não vem,
havendo a possibilidade de uma outra pessoa do staff tentar fazer algo para
nós, porém vieram pedir auxílio para que déssemos ajuda na cozinha. Duas
senhoras se prontificaram ajudar, não mais do que a Júlia e Sofia. Assim a
partir de agora este célebre hotel tinham na sua cozinha duas chefes culinárias que
tratam a cozinha por tu e eis que fizeram uns frangos estufados como eu nunca
tinha comido; Eu que não gosto de frango desta maneira, mas como estava tão bom
gostei imenso. Como ainda ficou bastante comida na panela as empregadas que ainda lá estavam acabaram de a devorar com grande satisfação. Refeição concluída,
falatório da noite e lá fomo-nos deitar em paz.18 Agosto
Após o nosso pequeno almoço lá vamos nós iniciarmos mais um dia da nossa viagem, a poucos metros do nosso hotel deparamos com um destacamento de jovens que marchavam comandados por uns elementos das forças armadas, pelo aspecto devem ser voluntários que se alistaram ou se vão alistar no exército. Estes seguem convictos de que irão defender um ideal que nunca saberão qual a razão.
Percorremos o último
troço pela estrada que ontem tantos quilómetros fizemos, a paisagem é praticamente
a mesma, nada mudou, sendo o trânsito maior. A quantidade de camiões que fomos
ultrapassando e outros que vamos cruzando são imensos, para não falar da quantidade de embondeiros que ainda se
encontram ao longo da berma da estrada não nos podemos esquecer de salientar as
célebres bicicletas sempre super-carregadas com todo o tipo de mercadorias.
Quando olhamos para os pneus destas bicicletas pensamos vê-los em baixo, devido ao excesso de peso que carregam,
nada disso, devem ter uma carga de ar de tal ordem que não se nota qualquer
diferença.
Decorridos cerca de
150km, começamos a ver algumas aldeias, por esta razão encontramos mais pessoas a circular pelas bermas da
estrada, por este motivo temos que estar mais atentos na condução, no entanto
temos verificado ao longo destas férias que há uma precaução de todos estes
povos em circularem ao longo da estrada, tendo em atenção de andarem pelas
bermas não incomodando o trânsito automóvel.
A poucos quilómetros da
cidade onde iremos pernoitar passamos por uma lixeira a céu aberto junto à
estrada que expele um cheiro nauseabundo. Vontade tive de vomitar tal era a
qualidade do cheiro existente no ar,
parecia nunca mais terminar. No meio daquele chavasqueiro vimos muitas pessoas
a esgaravatar aquela nojeira, fazendo montes de plástico, vidros e outras
porcarias.
Chegados à cidade imediatamente procuramos um local onde almoçar, por sinal o Carlos tinha assinalado no seu livrinho do desenrasca, mais conhecido pelo Lonely Planet que informa de tudo para quem viaja e lá fomos nós para um restaurante por eles divulgado, mas nem pela cabeça nos passou que iríamos ter uma procura tão exaustiva, andamos por ruelas e becos, por fim lá o conseguimos descobrir. Este estava tão mal sinalizado e localizado num edifício que mais parecia uma arrecadação para identificá-lo tinha uma pequena tabuleta com o seu nome, estacionámos e dirigimo-nos para lá, porém não gostamos da ementa que nos apresentaram nem da sua apresentação, ainda hoje acho que o nosso não deveu-se à apresentação das empregadas, estas tinham aspecto que estavam ali para nos fazer um favor, tanto que se encontravam encostadas ao balcão e assim continuaram, desta vez o nosso livrinho não nos desenrascou, saímos porta fora e lá fomos nós à procura de outro restaurante. Depois de tantas voltas dar-mos lá conseguimos encontrar um que nos agradou bastante, encontrava-se situado junto ao parque de estacionamento de um centro comercial muito equiparado de aspecto aos nossos, no entanto com pouca gente, mas com lojas gigantescas.
Chegados à cidade imediatamente procuramos um local onde almoçar, por sinal o Carlos tinha assinalado no seu livrinho do desenrasca, mais conhecido pelo Lonely Planet que informa de tudo para quem viaja e lá fomos nós para um restaurante por eles divulgado, mas nem pela cabeça nos passou que iríamos ter uma procura tão exaustiva, andamos por ruelas e becos, por fim lá o conseguimos descobrir. Este estava tão mal sinalizado e localizado num edifício que mais parecia uma arrecadação para identificá-lo tinha uma pequena tabuleta com o seu nome, estacionámos e dirigimo-nos para lá, porém não gostamos da ementa que nos apresentaram nem da sua apresentação, ainda hoje acho que o nosso não deveu-se à apresentação das empregadas, estas tinham aspecto que estavam ali para nos fazer um favor, tanto que se encontravam encostadas ao balcão e assim continuaram, desta vez o nosso livrinho não nos desenrascou, saímos porta fora e lá fomos nós à procura de outro restaurante. Depois de tantas voltas dar-mos lá conseguimos encontrar um que nos agradou bastante, encontrava-se situado junto ao parque de estacionamento de um centro comercial muito equiparado de aspecto aos nossos, no entanto com pouca gente, mas com lojas gigantescas.
No restaurante fomos
bem atendidos, fazendo referência que o negócio era comando por um europeu, não
mais, as regras logo são outras, o tipo de comida, talheres, pratos, mesas,
higiene, etc. Comemos todos muito bem, sendo o preço acessível.
Aqui perto conseguimos
um local engraçado para dormir. São umas casinhas em que o seu exterior está
muito bem ajardinado e o local é sossegado, parece uma boa aposta, veremos. Tem
uns belos quartos, uma boa cama e lençóis lavadinhos. Não quero dizer que nos
outros locais onde já pernoitamos não se encontrassem também em boas condições, não, é que ainda não tinha
falado até agora na qualidade das roupas das camas o que acho ser também muito
importantes nas nossas férias.
Mais uns metros abaixo
está o grande lago Vitória que resolvemos dar uma volta e olharmos de perto
para as suas águas que estão bastante poluídas com bactérias que trazem imensas
infecções à pele e ao sistema respiratório. Comentamos que não vamos tomar
banho, nem pensar molhar os pés. Vimos que para esta gente não são problemas,
há pessoas a tomarem banho e mulheres a lavarem roupa, parece que nós é que
somos esquisitos! Não, coitados não têm outros meios que não estes, assim terem
que os aproveitar. Nesta volta que demos estivemos algum tempo á espera que o
sol se pusesse, para o vermos fugir lá ao longe no horizonte
deste imenso lago. A sorte não foi muita porque havia algumas nuvens,
dificultando tal momento. Finalizada esta volta regressamos à nossa residência
para tomarmos as nossas banhocas e descansarmos um pouco, reparamos que não
podemos deixar as portas abertas porque há muitas osgas e lagartixas á espreita
de uma nesga para entrar.
Já é noite e não
estivemos para procurar novo local para jantar, resolvemos ir ao mesmo sítio
onde almoçamos, este é bem perto e há imensas coisas para nos deliciar-mos.
Desta vez o nosso acesso foi pelo interior do centro comercial onde estava
actuar um grupo de dança e cantares desta terra, engraçado mas nada de
relevante.
Encontramos imensa
gente para jantar, já não tivemos o privilégio dos lugares extraordinários da
hora do almoço, usámos a esplanada e não foi de todo a melhor experiência com aspectos
bastante negativos, é que havia música
difundida em altos berros, estridente e eu simplesmente não gosto de comer em
locais onde haja tanta algazarra, incomoda-me e torna estes locais desagradáveis.
No entanto há pessoas que gostam, há gostos para tudo.
Noite
dentro fomo-nos deitar e eis que o barulho infernal deste recinto entoava nos
nossos quartos, houve barulheira até às tantas da madrugada, alguns de nós
tiveram dificuldade em adormecer, tal era esta berraria. Eu até adormeço em
qualquer lugar e como o barulho para dormir não me incomoda, logo adormeci.19 Agosto
Já se passaram 14 dias
das nossas férias e começamos a ver que dentro de 10 irão acabar, mas graça à
nossa astúcia de viajantes vamos fazer com que o tempo seja o mais extenso possível, vamos aproveitar todos os minutos
para não dizer segundos. Mais penso como é que resolvemos empreender-mos uma
viagem destas, gastando o menos possível e descobrirmos novas gentes, com as
suas tradições e modos de vida totalmente diferentes das nossas, conhecer
outros lugares deste planeta, ter um contacto mais directo com a vida animal, sendo
esta que nos tem surpreendido bastante e nunca mais iremos esquecer os momentos
que passamos e os que daí se advenham.
Oh! vou deixar-me de cantigas e passar a descrever
o dia intenso de hoje:
Não é novidade que o
trajecto de hoje já foi programado alguns meses atrás, porém há sempre
imprevistos e novidades que nos surpreendem. Havia a hipótese de fazermos os
primeiros quilómetros circundando uma imensa baía, no entanto ressalvo o que já
foi dito dias atrás; estes jipes andam muito pouco, impossibilitando de
podermos fazer grandes médias, como aquelas que já fizemos há anos nas férias
na África Austral , daí termos optado por encurta-la e passarmos um estreito do
lago Vitória em barco, pouparemos umas dezenas de quilómetros e concluiremos uma travessia de barco que não estava no
programa.
Então pela manhã
partimos em direcção ao porto de embarque onde compramos as respectivas
passagens, foi um percurso pouco mais de 60km que foram feitos rapidamente.
Logo que chegamos tinha partido uma embarcação há poucos minutos, ainda a
conseguimos ver a largar ferro. Desta forma tivemos de esperar que viesse a
próxima, ainda demorou algum tempo, mas neste tempo de espera deu para nós
contarmos algumas histórias e descansar mais um pouco. No cais de embarque a
quantidade de pessoas e viaturas foi aumentando até que na hora da partida a
embarcação estava praticamente repleta de passageiros e viaturas. Quando
entramos fomos dos primeiros a subirmos para o deck mais alto para podermos
apreciar todo o trajecto, porém a companhia não demorou a chegar e eis que um
grupo de Tanzanianos, entre eles, homens e mulheres foram todo o percurso a
cantar. São ocasiões raras que demonstram
alegria e boa disposição, sim não estávamos à espera de tal momento, gostamos e
sorrimo-nos de contentamento, não mais; haja paz e alegria entre os povos para
vivermos todos em concórdia. Foi com alegria que fizemos esta viagem de barco,
bem positiva para o momento.
Finda a viagem retomamos
a estrada de asfalto para nos levar até Ngara, qualquer coisa como 350km, à
medida que nos dirigíamos para oeste fomos passando por imensas aldeias em que
as suas casas eram feitas de cimento e com telhados de zinco, nalguns casos mais
isolados também se viram muitas choupanas de colmo e algumas paredes
construídas em barro com muita imperfeição, trabalho todo pessimamente
amanhado. Aqui o arquiteto é também engenheiro, pedreiro ou electricista, sei
lá mais o quê. Mas electricidade aqui! Possivelmente da candeia. Observamos que
em muitos locais há roupa à venda amontoada nas bermas da estrada, na
impossibilidade de se abrir uma loja no shopping, monta-se o estaminé quase à
porta da tabanca. Mas são destas e de
outras realidades que me faz gostar de África. Há momentos ultrapassamos uma
motorizada super carregada de galinhas amontoadas em duas cestas de bambu que
nem se conseguem mexer.
Chegou a hora da fome,
tivemos de parar num local que pensamos ser sossegado para almoçar e tirarmos
os nossos apetrechos para tal acto imprescindível, mesas, cadeiras, etc..
Reparamos que a determinado momento havia algures alguém a espreitar entre a
vegetação o que nós estávamos a fazer. Sem darmos confiança a ninguém,
aconteceu que passados alguns minutos já toda a aldeia estava muito perto de
nós a observarem. No entanto esta gente, já muito avançada para a época já
tinham dois repórteres que de télélés em punho tiravam fotos, achamos que nunca
tinham visto 8 brancos com aquele propósito e tão à vontade a almoçar naquele
local, não acreditámos que alguma vez isso tenha acontecido. O certo é que no
final ficaram com todas as garrafas de água e cerveja que nós consumimos, não
bastando a Sofia e a Júlia resolveram distribuir por algumas crianças, bolos e
bolachas e quando partimos deram grandes pulos de alegria e acenos de
despedida.
Vamos fazer agora o
resto da nossa etapa utilizando o mesmo trajecto, percorrendo perto de 150km,
porém a determinada altura fomos mandados parar pela polícia que nos informou a
velocidade em que passamos um radar rodoviário. Ficamos estupefactos pela
informação, porque temos até andado com cautela e a velocidades nada
excessivas, mas eis que nos dizem que passamos num local a 90km, pareceu-nos
que a velocidade máxima permitida nesse dito lugar era de 50km. O Carlos
disse-lhes para justificarem. Estivemos uns largos minutos à espera mas lá
chegou outro carro da polícia com a filmagem. Sim parece, sempre têm razão,
agora querem que paguemos uma multa, ok,
quanto é USD30,00, mas nós não temos dólares. E disseram-nos que a multa
tem de ser paga somente em dólares. O que nós queríamos era não pagar absolutamente
nada, razão de dizermos que já não possuíamos nada dessa moeda. Perguntam que
dinheiro é que tínhamos e nós dissemos
que só temos euros e xelins tanzanianos. Então por especial favor iam aceitar
euros, adiantando que eram 30 euros, logo afirmamos que o euro valia muito mais
do que o dólar.
A
polícia lá fez as contas e pediram 25€, o nosso interlocutor desse momento
mister Carlos Neves, disse- lhes que a cotação que estavam a fazer era errada e
que na véspera trocamos euros por xelins e que o valor tinha que ser muito
menos. Entretanto havia um daqueles mirones que na nossa terra existem à molhada,
intrometeu-se na conversa e disse à polícia que o valor estava mais do que
certo que a cotação que nós estamos a dizer estava errada. O certo é que perdemos
mais duma hora nesta discussão da treta, tudo por causa de cêntimos. Por fim lá
pagamos os 25 euros, tivemos direito ao respectivo recibo da multa e ficamos
todos amigos, grandes bacalhaus para todos os polícias e lá fomos andando.
Agora, pensamos nós, fomos
uns grandes tretas por uma causa irrelevante, perdemos imenso tempo para quê!
Que ganhos tivemos?
Não me venham dizer que
foi só para chatear os polícias. Desculpas da treta.
Já tarde retomamos a
nossa viagem, onde pela primeira vez conseguimos ver as vacas que têm uns
cornos enormes, mais conhecidas pelas "Ankole Watusi", o seu peso
pode variar entre os 410 e 730kg, são animais harmoniosos que nos chamam atenção
pelo seus enormes chifres.
Final da tarde concluímos
a nossa etapa, foi só procurar hotel ou similar.
Nesta
pequena vila não há hotéis, apenas residenciais, sendo a maior parte muito rudimentares,
lá conseguimos uma que pensamos ser a melhor ou das melhores, aí fomos nós que fizemos o nosso jantar num pátio interior que
veio a ser-nos muito útil quando caiu uma grande chuvada na altura que tudo estava
pronto para nos sentarmos a jantar,
desta forma remediamos e uns sentados outros de pé conseguimos comer mais um
dos bons pratos cozinhados pelas senhoras. A
hora de dormir chegou e com a modéstia deste povo ficamos todos bem acomodados
nos confins deste continente Africano que tanto amamos.
20 Agosto
Conseguimos arranjar hotel com facilidade e um local muito apresentável para jantarmos, só que estivemos mais de uma hora à espera que nos servissem, aqui um senão bem grande, mais nos parece que estes povos são mesmo assim, já tivemos mais casos idênticos mas como este que íamos adormecendo de tanto esperar, não.
Quando ontem nos fomos
deitar o tempo estava invernoso, muita chuva, vento e algum frio, sempre pensei
que seria assim uma noite tempestuosa, choveu durante algum tempo mas depressa
amainou. De manhã quando acordamos parecia não ter acontecido nada, estava um
céu limpo e os caminhos e ruas totalmente secas.
O destino de hoje será
o Burundi, nesta altura estamos já muito perto cerca de 100km, mas quando
chegamos à fronteira com este país, fomos tratar de toda a papelada do lado
Tanzaniano para depois seguirmos ao posto de controlo do Burundi, esta verificação
era na mesma sala, apenas estava independente um do outro. Desta forma o que se
estava a passar ao lado logo o outro serviço ouvia toda a conversa. Assim nem
foi preciso nós avançarmos muito com a saída da Tanzânia que logo os Burundis
perguntaram se nós possuíamos visto. Adiantamos que íamos tirar o visto mesmo ali
na fronteira. A informação que nos foi dada é que esse visto teria de ser
tirado numa fronteira que está situada muito mais a sul desta, tivemos algumas
tentativas para que nos deixassem entrar mas em vão, por ali não nos era
permitido entrar. Achei estranho porque tinha informações que os vistos podiam
ser tirados nas fronteiras, não especificando quais.
Como
descortinamos dificuldade, resolvemos ir para norte e abolir a nossa entrada
neste país e optarmos por ir para o Ruanda, este país também fazia parte da
nossa viagem mas estava no seguimento da visita ao Burundi. Recalculado o nosso
percurso aí vamos em forma de corta mato, circulando nalguns troços em terra
batida, com piso muito regular em direcção à próxima fronteira, foram bastante
quilómetros e nalguns casos o GPS, marcava fora da estrada, sempre com a
informação de que a norte teríamos a nossa provável estrada. O certo é que
concluímos este troço em óptimas condições. Em determinada curva um
motociclista e seu pendura passaram por nós numa condução desenfreada, sai da
estrada e vai parar no meio da vegetação uns metros mais à frente, não paramos
pois não sabemos a reação deste povo, nós não tínhamos qualquer culpa, mas
parar seria incorrecto, tanto que calculamos não ter sido grave a sua queda.
A nossa viagem decorreu
maravilhosamente e eis que de um momento para o outro deparamos com um pequeno
rio que tinha na sua margem uma balsa para nos transportar para a outra margem,
note-se que não tinha mais do que 50 metros de largura. Foi novidade porque
nunca passamos por situação deste tipo, várias vezes vimos na TV casos como
este mas nunca pensamos que tal ia ocorrer numa altura destas. Pouco tempo
esperamos para largar ferro, depois de termos pago à portageira um valor para o
frete de nos colocar no outro lado.
Desembarcamos andamos
poucos quilómetros e logo vimos uma placa que nos indica Ruanda, dali a pouco
tempo já com papelada de saída e entrada noutro país estava tratada. logo que
passamos a fronteira fomos cambiar euros em francos Ruandeses e tratar do nosso
almoço, este num restaurante que tinha comida já confecionada, era só colocar
no prato e arregaçar as mangas. Foi um almoço fraco mas remediou-se no entanto
já provei a cerveja desta terra, por casualidade excelente "Mützig".
No caminho para a
capital do Ruanda deparamo-nos com grandes plantações de arroz, chá e bananas.
Este pequeno país em que a guerra terminou há poucos anos nem parece que
renasceu das cinzas, está muito bem cuidado, não se vendo um papel ou lixo
espalhado pelo chão, regras de trânsito atualizadas e um povo humilde e
educado. Podem dar instrução a povos que consideramos ocidentais que não têm
uma atitude tão exemplar como estes Ruandeses.
Deparamos
que este país é muito montanhoso, pois subimos grandes montanhas para logo as
descermos e outras estão logo pela nossa frente para os mesmo procedimentos. Ao
fim de vários quilómetros continuamos
abismados com o nível desta terra, sabemos que existem grandes riquezas
confrontadas com o outro lado miserável, mas o pé rapado vai vivendo usando
como os seus vizinhos a bicicleta que tudo transporta. Mal chegamos a Kigali,
grande cidade esta, moderna e com grandes viaturas e o mesmo contraste com
vivendas e edifícios modernos. Conseguimos arranjar hotel com facilidade e um local muito apresentável para jantarmos, só que estivemos mais de uma hora à espera que nos servissem, aqui um senão bem grande, mais nos parece que estes povos são mesmo assim, já tivemos mais casos idênticos mas como este que íamos adormecendo de tanto esperar, não.
21 Agosto
Hoje para começar o dia
vamos recordar um pouco da história deste país:
Ruanda recebeu uma
atenção internacional considerável devido ao genocídio ocorrido em 1994, no
qual cerca de 800 mil pessoas foram mortas. Desde então, o país viveu uma
grande recuperação social e hoje em dia, apresenta um modelo de desenvolvimento
que é considerado exemplar para países em desenvolvimento. Em 2009, uma
reportagem da rede de notícias CNN classificou Ruanda como tendo a história de
maior sucesso do continente Africano, alcançando estabilidade, crescimento da
economia (a renda média triplicou nos últimos dez anos) e integração
internacional.
A população é
predominantemente jovem e rural, com uma densidade entre as mais altas na
África. Os ruandeses são provenientes de apenas um grupo cultural e
linguístico, o Banyarwanda, embora dentro deste grupo há três subgrupos: os
Hútus, Tútsis e os Twa. Os Twa são pigmeus que habitam a floresta, descendentes
dos primeiros habitantes do Ruanda.
Agora falando da nossa
saída do hotel, esta foi pelas 10h00, considero um pouco tarde, porque é assim
que continuamos a perder imenso tempo com situações que em nada acrescentam às
nossas férias, para mais num continente que nos esconde tantas originalidades.
A nossa primeira passagem foi por um local tão enigmático como o "hotel
des Mille Collines", onde há poucos anos se desenrolou um acto de
patriotismo por parte de um habitante que colocou por diversas vezes a sua vida
e seus familiares em perigo de morte, tanto que foi feito um filme em honra
deste herói com o nome "Hotel
Ruanda". O hotel é o cenário para o filme Hotel Ruanda, mas na verdade não aparece no filme que foi filmado na África do Sul. Fomos
percorrendo mais alguns sítios desta cidade de Kigali e não poderíamos esquecer o aquartelamento onde
foram massacrados 10 soldados Belgas a 7 de Abril de 1994, tiramos a nossas
fotos e tivemos mais informações de um cicerone que nos deu mais dados do que
ali se passou. Mais alguns quilómetros, descobrimos um memorial onde se
encontram as ossadas de milhares de pessoas deste genocídio. Mesmo ao lado existe
uma escola e naquele momento em que chegamos os rapazes estavam a sair para almoçar,
mal nos viram correram na nossa direcção para nos receber e dar-nos as boas
vindas, tão felizes estavam e nós tão felizes ficamos, nunca nos iremos
esquecer deste momento tão encantador. Finalizada a nossa visita a Kigali,
fomos arranjar um local para almoçar, por acaso foi difícil, mas lá conseguimos
arranjar um lugar que nos agradou. Pela tarde fizemos mais de uma centena de
quilómetros pelas lindas montanhas deste país onde constantemente as subimos e
descemos. Num destes percursos deparamos com um acidente entre dois camiões que
embateram violentamente ficando totalmente desengonçados, causando feridos ou mesmo mortos, não
conseguimos averiguar.
Na continuidade
do percurso fomos apreciando toda a beleza dos vales, ladeados sempre com
vegetações luxuriantes, entre elas as bananeiras que são aos milhares e as
grandes plantações de chá. Uma das plantas que sempre dá realce são os bambus
que fomos também contemplando. Quando o final do dia chegava, encontramos um
hotel com grande facilidade na cidade de Gikongoro, aqui ficamos alojados e
prepararam-nos um excelente jantar para todos. Desta forma também ficamos muito
perto de Nyungwe Forest National Park.
22 Agosto
Vou contar o que nos
aconteceu ontem à noite que quando todos
quisemos tomar as nossas banhocas; eis que surgiu o problema "falta de
água", situação muito frequente nestes locais de África, reclamamos e eis
que batem à porta dois funcionários com uma bacia cheia de água. A Sofia
encontrava-se enrolada numa toalha de banho, pois não tinha conseguido tomar o
seu banho na totalidade e aguardava pelo desfecho se ainda conseguiria vir a
terminar a sua higiene. Um dos funcionários ficou tão atrapalhado com a imagem
que fugiu aterrorizado, mais parece que viu o diabo. A bacia continha água
quente que era para nós nos lavarmos em modo antiquíssimo. No dia seguinte quando
nos levantamos já tínhamos água com fartura e então podemo-nos regalar com uma
bela banhoca para começar mais um dia.
O dia amanheceu com um
sol radioso e o barulho de uma colónia colossal de morcegos que se encontravam
ali a poucos metros pespegados nas ramagens de várias árvores, fomos buscar a máquina
fotográfica pois queria-mos registar estas imagens para mais tarde recordar. Tomamos um farto pequeno almoço e lá fomos nós na
direcção de Nyungwe, por entre imensas plantações de chá, onde se viam
trabalhadores na sua lide de apanhar as tão fatigantes folhas. Quando a Sofia
tirou uma fotografia a uma das obreiras que andava na apanha das folhas de chá
esta não gostou e furiosa manifestou-se com um gesto intimatório. Mais uma vez
passamos por uma vila onde centenas de crianças circulavam pela estrada a
caminho da escola, é impressionante vermos tantos jovens com a mesma atitude.
Sem dúvida que a população neste país não envelhece e qual será a sua população
daqui a 20 anos! Deve ser impressionante só a somar mais e mais, porque não o
termo multiplicador por 3 ou 4. Hoje vimos grandes campos de arroz incluindo a
labuta da mão de obra que aqui não falta, parece-nos que para o mesmo serviço estão logo uns quantos
trabalhadores e assistentes, pois há tempo para ambas as funções.
Por fim chegamos ao tal
parque que temos em mente visitarmos, fomos saber os preços dos ingressos e
verificamos que diferem em muito, tal como o tempo e percurso. Praticamente há
preços para todos os gostos, porém não esquecer que são todos acima de USD32,00
e podem ir até aos USD1200,00, dependendo
das nossas carteiras, todavia como nós somos simplesmente uns pé rapados, podem
calcular que a nossa opção foi a mais baratucha, podíamos sem dúvida gastar
mais alguns tostões mas o tempo é nosso inimigo nesta altura do campeonato. No
percurso escolhido tivemos que ter guia, este levou-nos por entre uma imensa plantação
de chá até ao ponto de começarmos a embrenhar na floresta de Nyungwe. Após uma centena de metros estávamos
num declive que se houvesse algum percalço podíamos rebolar até ao fim da
ribanceira, resultado, arranhões e alguns golpes das silvas e ramos que se
encontravam partidos. Comecei a olhar para a Sofia que demonstrou uma cara de
arrependimento, pois ela apercebeu-se que não iria ser tarefa fácil pelas dificuldades que começaram a surgir. A meio
do percurso surgiram um guarda mais uma ajudante que vieram ao nosso encontro e
vinham munidos de catanas para desbravar toda a vegetação à nossa frente,
concluímos que estava-mos a passar por locais onde há muito tempo ninguém
passou ou até nunca ninguém terá passado, tal era o aspecto
do
terreno. Depois de decorrido algum tempo com diversas peripécias e muitas dificuldades,
eis que estamos apreciar os primeiros macacos "Colobus" que habitam
neste terreno acidentado e com uma vegetação densa de altas florestas, pântanos
cheios de flores e muita humidade em volta há imensos bambus e plantações de
chá. O controlo desta bicharada é feita por guardas que comunicam entre eles e
dão a posição exacta onde encontrar os ditos Colubus. Sem mais nem menos começaram
a cair os primeiros pingos de chuva, achei que seriam uns pingos simplesmente,
não, veio uma grande chuvada e eu e a Sofia ficamos bastante molhados ao
contrário do resto da equipa que se encontravam equipados para tal
eventualidade. Recordo que o guarda nos preveniu da chuva e que deveríamos
levar coberturas, eu não liguei a tal porque o tempo em nada apontava para que
houvesse chuva, mas pronto, apanhamos uma molha a sério, no final parecíamos
uns pintos. Conseguimos fazer uma grande caminhada pela selva, tiramos muitas
fotos com muita dificuldade porque tais macacos estavam nos píncaros das árvores,
estas abanavam e focar tais criaturas era praticamente impossível, assim com
grandes subidas, descidas, ribeiros, troncos e insectos lá concluímos o trajecto
programado.
Regressados
a Gisakusa, pequena vila nos arredores desta floresta, fomos procurar onde
pernoitar. Existiam poucos locais onde ficar, procurámos e voltamos a procurar,
depois de árdua pesquisa, ficamos num lugar onde o quarto deveria ter 3 metros
quadrados com uma casa de banho de 1 metro quadrado, não mais do que uma
cocheira, valeu pela espinhosa insistência de todos nós. Não podemos acusar
seja quem for, concluo que todos erramos. No jantar as duvidas prevaleceram e se
fossemos comer neste restaurante da cocheira/cavalariça como queiram entender.
Coitadas das pessoas quiseram ser agradáveis para connosco, mas nós já tínhamos
tirado a pinta e se nos dessem lagosta ou faisão, não conseguiam limpar as
nossas mentes, perante tal situação fomos procurar algo melhor e lá conseguimos
descobrir um excelente restaurante que por sinal também era um grande hotel mas
nós contentamo-nos só pelo jantar, dormir fomos para a cocheira imaginem qual
era a nossa vontade depois de percebermos que afinal havia um hotel como aquele
pela modica quantia de €231,00 por quarto. Lá fomos nós dormir para as nossas cocheiras
de €18,00 com pequeno almoço incluído, pois
o cansaço já se apoderava de nós.
Vamos
dormir, vamos dormir,
Todos
os patinhos acabam de brincar,
Acabam
de brincar,
Os pijamas
vão vestir,
E os
dentes vão lavar,
Os
pijamas vão vestir,
E os
dentes vão lavar…
23 Agosto
Neste dia depois do
nosso banho, fomos tomar o pequeno almoço e até ficamos surpreendidos com a
quantidade e qualidade da comida que nos foi apresentada também devemos frisar
a simpatia do empregado, no final podemos tirar uma conclusão que nem tudo era
tão mau como parecia, tirando a cocheira dos nossos quartos que continuamos a
afirmar que eram péssimos que até nos deixou traumatizados. Antes de partirmos ainda fomos
fazer umas compritas por estas bandas, foi dos poucos sítios por onde passamos
que no meio do nada podemos encontrar
uma loja que vendia chá em pó e outra tinha artesanato local, compramos umas
quantas peças feitas em madeira, osso e juta, bem engraçadas e muito
económicas. Pelas nossas contas iremos percorrer pouco mais de 200km, subindo e
descendo montanhas, não fosse este o país da 1000 colinas, sabendo que a altitude
mais baixa encontra-se a cerca 950 metros, sendo esta no rio Rusizi. A máxima
altitude é de 4507 metros.
Já estamos a conduzir
há duas horas, cruzando-nos com imensos povos que circulam pelas estradas, são
estas as melhores formas de caminharem com rapidez. Nesta caminhada
deparamo-nos com feiras de gado, onde comercializam grande quantidade de bois e
a multidão é numerosa. Quando passamos por estes locais paramos na estrada
ou abrandamos dependendo do local e assim
aproveitamos para tirar inúmeras fotos,
deslumbrámo-nos com esta nossa atitude, tendo como moeda de troca um aseno ou
um sorriso de simpatia.
A certo momento cruzámos
um casamento onde noivos e convidados caminhavam ao longo da estrada,
afrouxamos metemo-nos com eles, tiramos fotos e mais umas risadas de ambas as
partes, os noivos e convidados, nove no total iam vestidos a rigor. Percorremos
uns bons quilómetros e nem aldeia ou vila vimos, ficamos sem saber até onde iam
a pé, grande caminhada tiveram de certeza de fazer porque ao fim de 10
quilómetros é que vimos uma pequena vila, de resto até ali só montanhas e vales
sem vermos qualquer casa.
Por fim chegamos ao
lago Kivu, sendo este perigoso por ter no seu fundo uma imensa bolha de gás
proveniente do vulcão ali existente, soubemos que esta situação está controlada
pois existe na sua margem um gasómetro de captação deste gás que é aproveitado
na indústria. Aproveitamos um local nas margens do lago para montamos mais uma
vez o estaminé para almoçar, quando terminamos e queríamos arrancar o nosso
ilustre jipe mais uma vez disse que dali não saia, tudo por causa de uma
bateria que há dias não carrega. Foram feitas as peripécias do costume,
recolhendo carga da bateria do outro jipe, aproveitando para fazer o contacto
com duas chaves de fendas. Faz lembrar uma frase que ouvi há muitos anos
"manobra penosa papá". Neste local o Carlos pisou um pico enorme que
lhe furou o sapato e atingiu o pé, causando-lhe um ligeiro ferimento.
Fizemos parte do
percurso pela margens do lago, onde estivemos muito próximo das fronteiras da
República Democrática do Congo, um dia também gostava de passear por este país
enorme. Grande
parte da estrada que hoje utilizamos foi reformulada à pouco tempo, está muito
bem alcatroada, curvas bem delineadas e as são bermas bastante largas, também
percorremos dezenas de quilómetros por estradas em construção, muito bem
estruturada e sinalizada. Vimos que daqui a alguns meses vai existir um
trajecto onde se pode conduzir em segurança. Tanto que fazer estradas em locais
tão montanhosos como este é complicado e caro. Quando chegamos a Gisenyi,
conseguimos mais uma vez um hotel com categoria superior e por bom preço, isto
depois de termos pechinchado os valores. O mesmo se passou com a categoria do restaurante
que escolhemos, mais uma vez pela informação do Lonely Planet, graças às
excelente informações deste livro temos tido bons resultados. Hoje mais uma vez
cansados e com sono deitamo-nos que nem umas focas gordalhonas.
24 Agosto
Despertamos esta manhã
todos cheios de pica, pois descansamos comodamente em quartos com todas as
comunidades de um hotel de categoria, foi quanto bastou. Há sempre um se não em tudo isto a porta do
quarto do Gui estava teimosa em não se abrir, o trinco encravou, tivemos de
chamar o serviço de intervenção do hotel para dar solução ao problema. Difícil
a solução que acabou por estarmos todos a intervir no seu arranjo. Ideias não
faltaram, desde o canivete, empurrão, chave de parafusos, terminando com uma patada
do Cláudio que estava algum tempo com a fúria de actuar, assim foi o suficiente
para abrir a porta.
A seguir fomos tratar
das nossas barrigas e deparamo-nos com uma atitude de nos lisonjear, não mais
do que um funcionário estava de volta dos jipes a lava-los, nós que os
queríamos sujos, pois representavam os obstáculos que já ultrapassámos, ficaram
bem limpinhos, já não estávamos habituados a estas mordomias. Cansava-me de
dizer que são nestas pequenas/grandes coisas que estes povos nos estão compostamente
a surpreender.
E pronto, fogo à peça e
aí vamos a caminho de Volcanoes National Park Rwanda, uma centena de
quilómetros e chegaremos a tão consagrado parque onde poderemos ver os nossos
irmãos "Gorila Maguila".
O Ruanda também é um
país onde se produzem grandes quantidades de bananas, nós já estamos fartos de
comer bananas nestas férias, são baratas e muito saborosas, basta olhar para o
nosso lado e constantemente cruzamos com homens e mulheres a transportar grandes cachos deste fruto, tal como em Portugal chegam verdes às lojas, ou seja irão
amadurecer à força, eu pressuponho que é o processo de apodrecimento. No
entanto encontramos ainda bananas com a cor amarelada, estas sim são vendidas
de imediato pelos comerciantes que montam a sua tenda na borda da estrada.
Hoje cruzamo-nos com
tantas mulheres, ou seja todos os dias nos cruzamos com elas e reparamos que têm
grande gosto nos trajes que vestem, elas sabem-se arranjar, não fossem elas
mulheres. Mas o assunto é importante é aqui no Ruanda onde existem as mulheres
mais bonitas de África segundo conclusão de uma organização africana de nome
"Afrojuju", é muito relativo, mas a verdade é que andam sempre muito
limpas e arranjadas com suas saias e vestidos de cores audazes.
Nesta estrada passamos
por um sapateiro e logo me lembrei porque não mando arranjar os meus sapatos
que já correram meio mundo e estão a desconjuntarem-se todos, precisam de ser
cozidos, não remendados pois a finalidade é terem um buraco na sola em cada um dos
sapatos. Um deles por minha vontade já teria ido janela fora, mas o que o faz
permanecer é que têm que ter os dois buracos. Eles vão voar um dia pela janela
do carro, não faço ideia quando. Os meus amigos conhecem-nos muito bem a minha
mulher tantas e tantas vezes diz; é uma vergonha andares com essa porcaria. E
quando os levo calçados nos aeroportos!
E nas cidades,
restaurantes, etc. Acham que alguém olha para meus pés?
De certeza, centenas ou
milhares de pessoas já os apreciaram.
Já faço férias com estes indomáveis sapatos há
mais de 20 anos e merecem ter um final feliz.
Agora vou deixar de
fazer publicidade aos meus sapatos e vou
continuar a falar sobre as magnificas novidades que vamos encontrando pelo nosso caminho; a certo momento postadas
perto da estrada uma série de costureiras munidas das suas máquinas de costura
estão a fazer ou arranjar todo o tipo de roupas, serviu para pararmos um pouco
e lá vão as nossas madames tirar mais fotos e dar um pouco de conversa àquele pessoal
que estão sempre à espera de uma palavra e mais umas fotografias e no final quando
partimos ficam tão felizes com tão pouco, basta-lhes dar-lhes um pouco de
atenção. Outro momento de prazer que se passou connosco, quem é que pode
esquecer momentos como estes!
Outro e mais outro
carregamento em bicicletas de paus enormes de cana de açúcar, pobres bicicletas
e homens que carretam cargas descomunais. Note-se que estes homens e mulheres
não andam a molengar, andam depressa com passos bem largos.
Resolvemos
que íamos ficar numa cidade não muito longe do local onde nos encontrávamos "Ruhengeri"
, poucos quilómetros mais fizemos e eis que chegámos. A procura de hotel também
não foi fastidiosa e por acaso encontramos "The Garden Place
Hotel"", pertencente a uma
constituição religiosa, sendo um hotel de um piso apenas, está bem
estruturado, quartos amplos e de boa qualidade. Foi por acaso que o
encontrámos, pois o Carlos já tinha lido no Lonely Planet existirem habitações
deste tipo que podíamos descobrir por estas bandas. Este hotel não possuía
restaurante, mas bem perto fomos comer qualquer coisa pois tínhamos almoçado já
tarde e o apetite de todos não era muito.
25 Agosto
A certo momento tivemos
de parar, logo surgem dois penduras com as suas bicicletas e cargas agarram-se
ao jipe do Cláudio e assim continuaram durante este percurso onde houve muitas
subidas ingremes, desta forma escusaram-se de ofegar para transpor tais
obstáculos. Como seguíamos na retaguarda
apercebemo-nos que eles se tinham aproveitado da boleia do jipe
agarrando-se à sua traseira e através do rádio informamos o Cláudio que tinha
dois penduras no seu jipe, a razão da nossa
comunicação não foi mais do que alertá-lo para ter cuidado, não fazer grandes arranques nem aumentar a
velocidade. Também a certa altura eles se aperceberam que nós fazíamos parte
daquele complot e lá se iam rindo e acenando para nós. No final
agradeceram-nos. Nós somos assim, gostamos de fazer bem e assim angariamos minutos
de mais um acontecimento inesperado. Pelas 13h00, chegamos a
uma das entradas do parque para ver os ilustres gorilas onde deparámo-nos com a
complicada forma de ver tais animais, existe uma manipulação para que nem todas
as pessoas tenham a possibilidade de os avistar, sendo a mais premente o valor
de acesso, não mais do que USD 600,00,
considerámos um abuso praticarem tais preços. Desta forma os gorilas estão
vistos. Resolvemos uma forma mais barata de estar ao pé deles, irmos num sábado
ou domingo até ao nosso jardim zoológico não será a mesma coisa mas com estes
preços nem pensar. Nesta zona está muito frio e uma humidade elevada, a
vegetação também é muito densa, vimos que um pouco mais abaixo podemos almoçar,
foi sem dúvida o que de melhor podemos fazer neste momento. Fomos a um
restaurante que nos preparou umas boas refeições ao nosso gosto e com
qualidade. O frio era tão grande que trouxeram para o pé de nós uma braseira em
que nos regalamos. Conclui-se que daqui apenas levamos a satisfação de termos
estado num restaurante esplêndido com boa comida e um atendimento exemplar.
25 Agosto
Mal acordamos e nos
aproximamos da recepção a Sofia avistou umas vitrinas onde estavam expostas
diversas peças em madeira, entre esses artefacto estava um presépio composto
por 10 peças em madeira esculpidas à mão e foi amor à primeira vista.
Questionou o preço, fez a contas em euros e vai de comprá-lo, porém quando foi
fazer o pagamento em euros, foi informada que não poderia pagar daquela forma,
porque não era o hotel que o estava a comercializar mas sim um artista da terra
e que apenas recebia em dólares. A Sofia não conseguia entender o porquê, mas
todas as explicações que lhes deram fez com que ficasse amargurada, não tinha
dólares que chegassem e estava tão empenhada em levar para casa o dito presépio
que andou a pedir dinheiro por tudo quanto era sítio, pediu ao Carlos que tinha
meia dúzia de dólares, pediu à Cândida que meia dúzia também tinha. O certo é
que juntou os poucos que possuía mais a coleta que acabara de fazer e conseguiu
rematar tal negócio, ficou radiante e nunca mais largou as pecinhas que
adquiriu. Note-se que o preço era exímio, mesmo barato, mas dólares era o que
nós todos na altura menos tínhamos.
Na noite anterior já
tínhamos ficado muito perto da fronteira com o Uganda e poucos quilómetros
fizemos para lá chegarmos, mais uma vez tratamos de toda a papelada para sair e
entrar noutro país. Toda esta movimentação é morosa, perdemos muito tempo a dar
voltas pela polícia, alfândega e não sei mais o quê. Ao fim de algum tempo
vimo-nos livres desta trapalhada toda, depois de termos estado a resolver
problemas que não o são com pessoas prepotentes e algumas velhacas, assim vimos
situações de menosprezarem seus cidadãos que por vezes compram por um vintém
uma ninharia no país vizinho e o pessoal das fronteiras tentam logo rapinar-lhe
todos os seus bens com afirmações desonestas. Presenciei tal facto que me
revoltou.
Esta etapa de hoje vai levar-nos até Kabale
será curta mas muito movimentada, quase toda feita em altas montanhas com o
tempo a não ajudar em nada, estava chuvoso e mormaceira, mais nos parece um
daqueles dias de inverno em que não temos vontade de sair de casa.
Tivemos
de atestar mais uma vez estes dois jipes comilões de litros de gasóleo o nosso
enchemos-lhe a barriguita com 76,68 litros, não mais do que 230040 xelins
ugandeses, podemos comparar com o fulano que ao nosso lado meteu 0,86 litros de
gasolina igual a 3000 xelins. Como veem ao pormenor que vou em apreciar coisas
que para muitos lhes passava ao lado. Estejam todos atentos suas mulas que a
vida não é só dormir e comer alguma coisa. A nossa viagem decorreu toda com
calma até que chegamos ao nosso destino final de hoje, em que nos reserva um
tão afamado hotel de nome "White Horse Inn", enquadrado em cinco
hectares gramados nos arredores da cidade Kabale, hotel do tempo colonial
construído em 1937 e onde já hospedou muitos dignatários visitantes, incluindo
Jimmy Carte e Bill Gates, entre outros. Faltavam nesta lista imensa a nossa
presença dos tão dignatários, Condes do Farrusco, Marquesa de Asa Delta,
Visconde da Asseca do Tintol e o Grão-Ducado do Esterco. Sem dúvida também
fomos bem recebidos, fomos colocados em quartos ao nível de tão ilustres
personagens. Ao final da tarde foi servido um chá no salão prata, ao jantar
fomos encaminhados pelos respectivos mordomos ao salão nobre, manjar umas
grandes pratadas de carne que estavam uma delícia. Desta forma terminamos mais
um dia em grande, fomo-nos deitar na paz de todos os santos, santinhas e
santeiros.
26 Agosto
As limousines estão aptas para a
última etapa que nos vai levar a Entebbe num percurso de 418km,vão ter de
aguentar porque foram alugadas para passarem momentos difíceis, mesmo assim tiveram
sorte não levaram nenhuma coça, era isso que elas precisavam, mas como são
muitos lentas e devoram gasóleo não podemos apertar muito com elas. Não nos
iremos esquecer dos diversos problemas que nos têm causado, inúmero alguns:
-Motor de arranque os parafusos desapertaram-se
e deixou de funcionar.
-Porta direita atrás do condutor, fecho
solto, porta presa por uma cinta.
-Grade do tejadilho, parafuso perdido
outros prestes a perderem-se.
-Uma bateria completamente apagada.
-Luzes do tablier fundidas.
-Piscas, não funcionam.
-Faróis de marcha-atrás, não
funcionam.
-Dois pneus com o arame já à vista.
-Etc.
Com todas estas e mais mazelas, já não
iriámos muito longe, mas vão ter de fazer esta etapa que vai começar agora.
O nevoeiro que estava ontem à noite
mantém-se, vamos ter de circular com cautela pois o piso encontra-se molhado.
No nosso trajeto achamos engraçado como
estes povos cozem os tijolos, constroem pilhas enormes de tijolos, deixam um
espaço vazio no seu interior e colocam arder barrotes em madeira durante alguns
dias, passado esse tempo ficam prontos para utilização.
Havia pouco tempo de viagem, passamos
por um controlo da polícia que estava a barrar a estrada, passamos devagar, olharam,
mas não quiseram nada connosco. Temos visto ao longo do trajecto de hoje imensas
fabriquetas de portões, mobiliário e caixões, penso que nenhuma delas vai à
falência ou será inviável ou insolvente, porque por aqui não passou nenhum
Passos Conelho ou um Encavado Silva. Vi muitos talhos com uma área comercial de 1,5m2 onde a
carninha espelha a sua frescura, não são mais do que casotos em madeira com
teto em zinco. Ali se vendem produtos diretamente do produtor bem frescos. Há
imensos shopping center e supermercados um pouco maiores, "prá i" uns
10 metros quadrados de área, sempre
cheios, às moscas. As frutarias ao ar livre é que têm as maiores áreas, é só
espalhar os cabazes, cestas, canastras, açafates e baldes. E as lavandarias de
rua e secadores de vento, são aos magotes, são mais alguns contrastes estes que
vamos vendo. O negócio próspero do carvão está em total desenvolvimento, são
quantidades enormes de sacos de 50 quilos espalhados nas bermas das estradas.
Os painéis solares, também aqui estão
em franco desenvolvimento, estes expostos às centenas e são vendidos nas
estradas onde temos passado.
Se quiséssemos um transporte rápido o
táxi mota é excelente, pode transportar o condutor mais dois passageiros se
houver mais uma ou duas crianças, há lugares para todos. Com isto há imensas
estações de serviços para lavagem de motas. Também me pareceu ver
motas-camionetas e bicicletas-camionetas, são aquelas que carregam toda carga
até aos dentes. O sistema que existe em Portugal de estar um homem a trabalhar
e 4 engenheiros a verem, também já é muito frequente nestas bandas, dizem os
entendidos que fomos nós os Portugas que os ensinaram.
No entretanto chegou a hora do almoço,
resolvemos parar num hotel que nos pareceu excelente. Passamos a segurança que
nos indicou o acesso ao hotel e o local onde estava instalado o restaurante.
Sentamo-nos e distribuíram os menus por alguns de nós. Para começar estes
tinham imensos pratos, escolhas feitas e anotadas pela funcionária que estava
atender-nos. Daí alguns minutos veio ter connosco a informar que só tinham
peixe e frango. Concluímos que peixe naquela terra era para esquecer e optamos
todos por frango, então dissemos oito doses de frango.
Não é que pouco tempo se tinha passado
apareceu o cozinheiro a informar que
apenas havia 4 doses de frango, rapidamente nos levantamos a Cândida pagou uma
água que já tinha encetado e fomos procurar outro local pois ali não nos
safávamos. Citamos que tudo tinha bom aspecto, mas só deveria funcionar aos
fins de semana! Possivelmente.
Resolvemos que poderíamos acabar com o
resto dos produtos que ainda disponhamos nos frigoríficos e despensa, logo que
encontramos um lugar em condições fizemos a nossa paragem e tralha para fora
onde conseguimos dar solução ás muitas coisas que ainda disponhamos. No final
optamos por dar todo o restante a uma fulana que ficou desconfiada com tudo
aquilo que lhes oferecemos, não mais do que arroz, leite, conservas, doces,
esparguete e muitas coisas, foram grandes quantidades que pusemos dentro da
caixa de cartão, sendo grande e pesada tivemos dificuldade de a colocar junto da
sua casa. Quando partimos ainda estava de volta da caixa com um aspecto de que ali havia bomba prestes a explodir,
tal era a atitude dela a olhar para aquilo.
Ao fim de algum tempo chegamos à linha
do Equador que atravessa todo o Uganda, aí paramos, tiramos as fotografias do
costume, estivemos a tentar parar a viatura no ponto onde o nosso Gps, viesse a
marca precisamente S 0 graus,
conseguimos, nesta altura havia sinal de 11 satélites e a força do sinal estava
nos 86%. Quando festejava-mos tal momento de estarmos num local tão simbólico
juntaram-se a nós uma série de pessoas que ajudaram na nossa festa. Sem dúvida
foram uns minutos bem animados que vão figurar nas nossas mentes até à luz se
apagar ou se fundir. Alguns quilómetros mais a norte duas camionetas embateram
de frente, restando uma amálgama de chapa, nada se aproveitava.
No final do dia
começamos a entrar nos arredores de Entebe, onde havia engarrafamentos
medonhos, foi difícil ultrapassar aquele
amontado de carroças onde as regras são diminutas e a condução é desordenada, até
eu ao fim de algum tempo, eu já estava a conduzir em modo Africano ou ainda
pior. Já ultrapassamos a zona critica desta cidade, fomos parar novamente junto
ao lago Vitória, das suas margens não conseguimos deslumbrar uma vista que nos
impressionasse, como já estivemos em vários locais deste vasto lago, concluísse
que não é bonito como muitos que cá visitamos. Esta paragem serviu para que o
Carlos presenteasse um fulano com aspecto de pobre com uma camisola do Attalaia
e os seus próprios sapatos já corroídos.
De
seguida fomos para um hotel que já possuíamos indicação de ser um bom lugar,
porém já estava lotado, por indicação dos responsáveis endereçaram-nos para um que
era muito próximo e com o mesmo nível., depois de nos acomodarmos fomos jantar
no seu restaurante. Uma das particularidades deste hotel é que fica perto das
margens do lago e do aeroporto, onde amanhã iremos partir para uma nova etapa até
ao Quénia.
27 Agosto
O que vou fazer logo
que acordar!
Cortar a barba que deixei
crescer ao longo destes dias, foi uma reinação que sempre achei ingrata e que é
incómoda, já há muitos anos também a tinha deixado crescer numa altura que fomos
de férias para os países nórdicos e já não me tinha agradado. Foi mesmo o
primeiro afazer do dia cortar a barba e ver-me logo ao espelho.
A segunda labuta foi
retirar todos os haveres que tínhamos nos jipes e colocá-los nas malas, pois
dentro de pouco tempo estamos a fazer a sua devolução.
Neste local voltamos a
tirar as nossas fotos do costume com um pouco mais de palhaçada. Trabalhos
efectuados e aí vamos para o porto de Entebbe, sitiado neste imenso lago, aí
apreciamos toda a sua movimentação de pequenas embarcações que levam e trazem
pequenas mercadorias e pessoas, visita concluída. Pusemo-nos a caminho do
aeroporto onde já estavam os funcionários da empresa de aluguer dos jipes para
os receber. Foi rápida esta formalidade, aproveitamos para informá-los das
avarias existentes e fomos embora. Como ainda faltava algum tempo para fazer-mos
o check-in fomo-nos entretendo a falar das férias que estavam a terminar e a
imaginar como os homens da Rent a Car iriam arrancar com os jipes pois uma das baterias
estava completamente descarregada, apesar de cada jipe ter 2 baterias não iriam
conseguir pô-lo a funcionar.
Quando já estávamos na
fila para fazermos o despacho das malas, eis que um funcionário da segurança do
aeroporto dirigiu-se a mim e disse o meu nome pedindo-me para o acompanhar pois
estava lá fora uma pessoa que me queria falar, essa pessoa não era mais que um responsável
da empresa de aluguer dos jipes que vinha fazer contas das despesas que nós tínhamos
pago por causa das diversas avarias que tivemos ao longo da viagem.
Agora só nos resta
esperar que chegue a hora para embarcarmos rumo a Nairobi, partida pelas 13h35
no voo WB453 e chegada pelas 14h45, pouco mais de uma hora de voo, vai ser
rápido. Acontece que vamos ter pela
nossa frente uma grande espera naquele aeroporto porque os voos do Uganda para
o Quénia são escassos e só a esta hora nos foi possível marcarmos este voo.
Ainda somos capazes de ir até ao centro da cidade, mas um problema surge; onde
guardar as malas?
Tudo é possível, aguardemos.
Chegados ao Quénia, procuramos onde era possível guardar todas as nossas malas,
e não é que conseguimos, ainda ouve alguém que desconfiou que quando
regressássemos já não haveria malas.
Outro pormenor foi arranjar transporte barato para todos, apenas
queríamos ir num único transporte para não termos percalços em nos perdemos. Lá
conseguimos no final de um duelo com os taxistas e a uber. Preço acordado com o
motorista, partimos para uma volta por Nairobi. A primeira paragem foi para irmos visitar o museu ferroviário. Aí
vimos imensas máquinas antigas, carruagens e outros apetrechos usados pelos
caminhos de ferro de anos atrás. Esta visita foi excelente ficamos a conhecer a
história dos comboios nesta zona de África. De seguida dirigimo-nos para a zona
mais alta de Nairobi, aí tivemos uma visão panorâmica desta cidade. Demos mais
umas voltas pela cidade para irmos desembocar num local muito movimento onde o
perigo espreita a cada esquina. O motorista do carro alertou-nos desses
perigos, sendo o mais comum sermos roubados mesmo dentro dos carros, por essa
razão deveríamos manter as portas trancadas e os vidros entreabertos. A nossa
passagem era sempre olhada de soslaio, não percebíamos tais olhares, em
determinada altura os vidros foram fechados completamente. Sem dúvida que este
é um local drástico onde abundam bandidos em grande escala. Demos uma grande
volta pela cidade, para o tempo que nós tinha-mos
foi bem extensa. Agora vamos é jantar a fome já aperta, perguntamos ao
motorista se sabia de um restaurante onde pudéssemos comer bem, não falamos no
preço e eis que nos indica o "The
Carnivore Restaurant". Caminhamos em direcção ao aeroporto e a poucos
quilómetros fica este restaurante muito
bonito, muito bem decorado e com todo o staff vestido a rigor para nos fazerem
sentir o verdadeiro espírito africano. No entanto a comida não surpreendeu. As
carnes que inicialmente nos disseram serem de
avestruz, crocodilo e camelo é puramente mentira, servem outras
qualidades comuns com esses nomes o saloio vai no engodo e nem se apercebe que
foi simplesmente embarrilado. Sim nós comemos muita carne de vaca, frango e
porco que repetiram muitas vezes. No final o preço foi exorbitante que ainda
mais me enfureceu porque não gosto destes engodos. Assim se alguém ao ler isto
quiser ir a este restaurante situado na Langata Road 00200 Nairobi, Telefone 254733611608, esqueça pois vai ser
burlado.
Agora estamos perto de
partimos para o aeroporto, fica a pouco mais de 6 quilómetros. Logo que
chegamos fomos arranjar maneira de levantar as nossas malas que se encontravam
na zona das chegadas. Não tivemos nenhum problema em as levantar, ao contrário
da dúvida inicialmente colocada.
Vamos
entrar e fazer os check-in para partimos amanhã pelas 04h25 no voo AT262 da Royal air Maroc que nos fará chegar a Casablanca.
28 Agosto
Aí estamos nós a terminar mais umas
férias por terras de África mas com vontade de continuar por estas terras
maravilhosas mas por agora acabaram.
Mas hoje ainda temos
duas distâncias a percorrer, sendo a primeira a que nos vai levar de Nairobi
até Casablanca em Marrocos, para depois fazer a derradeira etapa até Lisboa.
Nesta altura
encontramo-nos ainda no aeroporto de Nairobi e já passa da meia-noite, enquanto
esperamos pela hora de embarcar lá vamos dormitando nos bancos deste aeroporto até que
chegou a hora de partimos, não mais do que 04h25 e aí vamos levantar voo num Boeing 737-800.
Estamos
bem acomodados mas existem ainda pela nossa frente uma boas horas de voo, daqui
a pouco vão-nos dar alguma coisa para comer para que depois possamos descansar
um pouco com umas sonecas. O certo é que o silêncio é quase total, tirando
alguns passageiros que não conseguem dormir e andam toda a noite a correr para
as casas de banho, alguns leem outros vêm filmes sem qualquer nexo, é preciso
estarem ocupados.
Chegamos a Casablanca
pelas 10h45, já o sol vai alto, vamos ter de esperar mais umas horas até ao nosso
próximo embarque que vai ser pelas 14h50 e será a nossa última etapa.
Por
fim chegaram as 15h00 quando começamos a fazer a última tirada, esta foi
ligeira e desembarcamos em Lisboa cansados como sempre e a precisarmos de
férias, estas seriam para descansar, dou como exemplo um cruzeiro já de seguida pelas Caraíbas ou
Polinésia Francesa. Para nosso mal amanhã vamos é todos, mesmo todos trabalhar
que se faz tarde.