quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Andes, café e praia - 2018






EQUADOR
COLÔMBIA
PANAMÁ

2018 -  ANDES, CAFÉ E PRAIA 


Já se passaram alguns anos que não viajávamos pelo continente Sul Americano. A última viagem foi enorme, andamos cerca de 1 mês a visitar estas terras tão cheias de história para nós Portugueses.
Chegou a hora de iniciarmos mais umas das nossas voltas, desta vez por três países que já os tínhamos rondado, mas nada de entrarmos neles. Referindo-me particularmente ao Panamá estivemos mesmo muito perto, apenas nos faltou tempo para o conhecermos.
Sendo a América do Sul um subcontinente que compreende uma porção meridional da América, com uma extensão de 17 819 100 km2, não mais do que 12% da superfície terrena, quase metade pertence ao Brasil.
Agora sim, chegou o momento de conhecermos mais três países, onde iremos começar pelo Equador, seguindo-se a Colômbia e por fim o Panamá, umas férias que já algum tempo sonhávamos.

Dia 11 agosto - Lisboa - Madrid
Malas, maletas e malões prontas para despachar, sempre leader a D. Júlia já as preparou alguns dias atrás, pelo contrário a D. Sofia esteve a juntar toda a tralha na véspera, deixando ainda muita coisa para o dia da saída, não falo na Cândida, pois faltam-me predicados para dizer como funciona em relação à conjuntura dos malões que tem de preparar, é que eles são logo quatro. Sobre a Alice, parece-me que cada um deles é responsável pela preparação e arrumo das ditas.
Ao contrário do que tem acontecido noutros anos a nossa saída vai ser ao final do dia, fazendo que estejamos a perder algumas horas das nossas tão ansiosas férias. Mais uma vez não tenho quem nos leve até ao aeroporto, a verdade é que também não solicitei a ninguém. Então, a nossa tralha dentro do carro, mais a da minha mãe, pois ainda a terei de deixar em Lisboa para seguirmos para o aeroporto. Já perto lembro-me de telefonar para o Carlos para saber onde se encontravam, a Júlia já estava na zona das partidas  e ele tinha ido arrumar o carro, para ele não voltar a pé. Depois de colocar as malas no aeroporto, fomos também estacionar o meu carro numa das ruas dos Olivais onde irá passar as suas férias ao sol e apanhar uma linda camada de pó e esterco que anda no ar, quando chegarmos estará mais do que porco mas não me venha dizer que não descansou!
Preparados para fazer o check-in aí já todas as tropas tinham chegado, cumprimentos, abraços, beijinhos e mais do que prontos para enveredarmos para mais uma aventura por terras por nós desconhecidas.

Despachamos todas as malas para o nosso destino final, sendo a cidade de Quito a eleita para o início. Passadas três horas já íamos a caminho de Madrid, onde iremos pernoitar num hotel a alguns quilómetros do aeroporto para prosseguirmos viagem no dia seguinte. Quando chegamos ao hotel em Madrid eram cerca das 11h00, procuramos onde jantar, mas em vão, naquela zona da cidade deparamos com restaurantes fechados, até o restaurante do hotel já se encontrava encerrado, deu apenas para beber uma cerveja e comer um pacote de batatas fritas.
Fomo-nos deitar, repousamos descansadamente e logo pela manhã tomamos o pequeno almoço e ficamos a saber que defronte do hotel, mas do lado onde ficaram hospedados alguns elementos do grupo nos informaram que havia um restaurante aberto até altas horas. Mas que raio, nós não tivemos a sorte de ver tal restaurante, pois de certeza que iriamos jantar ou comer alguma coisa mais, esta de deitar cheios de fome não é para nós.
Dia 12 de agosto - Madrid - Quito
Esta manhã levantamo-nos sem qualquer pressa, porque só vamos ter voo às 11h50, para nós uma péssima hora pois lá estamos nós novamente a perder tempo das nossas ricas férias. Esta da Ibéria ter o monopólio das Américas é frustrante para todos os que querem viajar para tais locais, presta um mau serviço e temos a obrigação de fazer escala em Madrid. A nossa companhia aérea TAP, nunca soube explorar tal negócio. Ainda mais, já ontem só tivemos voo às 20h40, por aqui se vê o tempo que já perdemos, já poderíamos estar no Equador e ainda andamos por aqui à espera de partimos.
Quando chegamos ao aeroporto ainda faltavam mais de 2 horas de espera, calmamente fomos percorrendo todos os trâmites até embarcarmos, sucede que o voo está atrasado 30 minutos, ou seja nunca mais partimos. Eram 12h30 quando começou a tomar balanço na pista principal e lá vamos nós a caminho de Quito, vão ser mais de 10 horas de viagem muito difíceis de passar, lá teremos de ouvir música, ler, ver filmes e um pouco de conversa, para quem não conseguir dormir é uma maneira de passar este tempo morto.
Mais umas horas se passaram e já estávamos todos mais que fartos de estarmos sentados, alguns levantavam-se e iam conversar, outros nem tanto deixavam-se estar sentados de olhos nos écrans a verem qualquer coisa que os entretenha. É esta a maneira de se andar de avião, não compreendo como existem pessoas que dizem gostar imenso de andar de avião. Finalmente lá aterramos em Quito, agora teremos de arranjar transporte que nos leve até ao hotel, ainda são uns bons quilómetros e parece que temos de discutir o preço dos táxis, já nos constou que não são parcos a negociar.
Já no hotel situado na parte antiga desta cidade, este tem uma linda vista sobre uma parte desta cidade, por sinal é sossegado e numa via de pouco movimento. Arrumamos toda a tralha que trouxemos e saímos para iniciarmos um percurso pelas redondezas, sucede que são 6 horas e a noite começa aparecer, ao contrário do que estamos habituados em que só a noite vem depois das 9 horas. A volta também foi curta mas já nos localizamos para sabermos o que iremos fazer amanhã.
Fomos procurar onde jantar e descobrimos um restaurante que não foi mal de todo, mas o que afinal acabamos por comer foi pizas e que por sinal até estavam boas. Umas das razões desta escolha foi estarmos cansados e os outros pratos não nos terem chamado atenção. Ainda ouvimos um pouco de música de um grupo folclórico que parecia nunca mais começar a tocar e lá nos fomos deitar. Amanhã será outro dia e a nossa consciência estará com certeza mais aliviada da fadiga desta longa viagem.
13 Agosto – Quito 
Todos gostamos deste local onde nos encontramos alojados, bastante rústico, humilde, asseado e com os problemas de ser um edifício muito antigo que foi remodelado mas sem elevador assim  tivéssemos de andar a subir escadas com as nossas malas pesadonas. De manhã o Cláudio quando se levantou não tinha água quente para o banho, ainda teve a ousadia de andar de volta do esquentador para ver se o consertava, mas em vão. Já todos prontos para sair e lá vamos nós tomar o  pequeno almoço, num local que nos indicaram, mas ficamos desagradados com o tipo de comida que nos deram, para repor algumas faltas tivemos de comprar uns bolos numa padaria que estava logo defronte, foi mesmo só atravessar a rua. Pagamos por tudo isto um valor mexeruco, é que nem acreditávamos ser possível.
Seguidamente formou-se uma equipa para ir procurar onde alugar carro para esta semana que iremos estar no Equador. Tiveram um trabalho árduo pois as distâncias aqui são longas a cidade é muito estreita, aproximadamente 8 quilómetros mas tem um comprimento enorme que atinge mais de 70 quilómetros, ela situa-se entre montanhas que em tempos, grande parte era ocupada por um imenso lago é ao longo de um vale a perder de vista que ela se encontra.
Os restantes elementos ficaram nesta parte da cidade para irem visitar a catedral de Quito e darem um pequeno brejo pelas ruas antigas que aqui existem. Ficamos maravilhados em visitar esta catedral, tanto que existem entre nós três freiras da Irmandade das Carmelitas Super-descalças que oraram até se cansarem, foi lindo os seus cânticos de rouxinóis chochos, até tirei fotos para provar tal atitude e promover o quanto são de beatas. Os mais novos, Gui, Tana, João e Gilberto iam-se rindo para não atiçarem escandaleira. Nestas voltas ainda avistamos a igreja da Companhia de Jesus, mas não fomos, pois temos de deixar para logo quando o resto da maralha chegar. E foi
assim que praticamente passamos a nossa manhã, resolvemos então ir até ao local de encontro que combinamos, algum tempo depois lá chegam os três forasteiros equipados com três poderosas máquinas de lavrar quilómetros, foi o que conseguiram arranjar, é de louvar a trabalhão que tiveram. Eu logo fiz a pergunta – vamos conseguir colocar nas bagageiras as nossas malas?
Sim, resposta quase em coro, fiquei contente e fogo à peça que logo se faz tarde.
Cansados, fatigados e cheios de fomeca fomos almoçar numa tasca rústica, não mais do que um restaurante com categoria onde comemos bem, só que demorou algum tempo a confecionarem os pratos por nós eleitos. As senhoras beberam os seus sumos naturais de frutas tropicais, não era de esperar por menos e nós os artesãos, ficamo-nos pelas cervejas. Mais uma tarefa concluída com êxito, tanto que se tratou de mais um almoço económico.
Como nos encontrava-mos no centro antigo de Quito, vagueamos por ruas e quelhas é o que há mais e lá íamos entrando numa e outra igreja para apreciar a arte dos antepassados que conseguiam com as ferramentas daquelas épocas construir tais belezas. Quais berbequins, martelos pneumáticos, elevadores ou pistolas de pintura, isto é agora para os queques que mesmo assim já não conseguem fazer nada de jeito, apenas ferro e betão para cima e com validade de duração, ou vai cair ou se deita abaixo, pois até poderá tratar-se de mais um mamarracho.
Há imensos artistas de rua que vagueiam entre praças, largos ou esquinas de ruas para que todos os possam ver e lhes ofereçam algumas moedas. O certo é que nos fartamos de andar, para que no final do dia e já a noite começava aparecer fomos subir uma das colinas desta cidade e visitar o “Mirante da Virgem do Panecillo”, acontece que do nosso hotel que fica muito distante, conseguimos avistar já esta estátua. É um local fantástico temos uma vista panorâmica da cidade onde ficamos com a impressão de
nunca mais acabar. As luzes prologam-se ao longo deste vale até perder de vista, esta imagem com o silêncio que se faz nesta altura da noite é fascinante, parece que a cidade vive silenciosamente. Também o projectar dos holofotes nesta estátua a torna mais engraçada.
Volta concluída, noite concluída, agora vamos arranjar local para jantarmos.
Seguimos a informação do nosso livrinho da lonely planet  que nos apontou um restaurante situado no bairro do Mariscal, local onde se encontram imensos restaurante e bares. Foi uma aposta certa, jantamos com qualidade onde o preço foi-nos favorável.
Já noite remetemo-nos para o hotel para repouso merecido, pois amanhã novas aventuras iremos ter.
14 Agosto - Quito - Mitad Del Mundo - Riobamba 
Está decidido o programa para hoje será à “Ciudad Mitad del Mundo”, sendo este um dos pontos mais emblemáticos do Equador, também não poderíamos deixar de o visitar, ainda por cima ficarmos em cima de uma linha imaginária que divide o hemisfério norte do sul do nosso planeta e que por sua vez dá o nome a este país. Esta linha tem mais de 40 mil quilómetros e atravessa 13 países. Para entrar tivemos de pagar US7,50 que nos dá acesso a este complexo turístico. Todos concluímos que é um preço exagerado, mas
já que aqui estamos, vamos entrar e ver o que nos oferecem. Começamos por visitar um espaço onde se encontram as “vivendas Ancestralles”, zona rural onde recriam casas ou choupanas como quiserem dizer, são alojamentos que foram feitos com base noutros tempos em como certos povos desta região viviam, desde costumes, ferramentas, agricultura e mais detalhes do passado. Fiquei no meio deste trajecto a saber que os cálculos feitos pelos franceses estão errados. Muitos anos mais tarde e já na época dos Gps, outras mentes concluíram que a latitude 00.00’00” não é aqui que se encontra mas sim a 200 metros mais a norte, num local onde os índios que aqui habitavam já dizerem que ali é que era o caminho do sol.
Há um monumento que foi inserido no meio da linha que o visitamos, subimos de elevador, pois ainda são 6 pisos bem altos, onde no topo avistamos tudo o que nos rodeia, ficamos com uma ideia do negócio que aqui foi montado, apenas porque em tempos os franceses quiseram estudar este local para dizerem que aqui a terra se divide. Neste
edifício encontramos um sem número de máquinas interactivas onde o visitante se entretém com diversas experiências relacionadas com a linha do equador, são até as crianças que mais atenção lhes dão a este tipo de
maquinetas. Também tiramos as nossas tão célebres fotos, onde este grupo conseguiu ao mesmo tempo uns estarem no hemisfério norte e outra parte no hemisfério sul. Eu consegui a proeza  de tirar duas fotos colocando-me numa no norte e a outra no sul, isto trocando num instante de localização. Com o passar do tempo conseguimos permanecer muitas horas, até que fomos derrotados pelo cansaço. Mas ainda a procissão vai no adro, porque temos de fazer uma grande tirada ainda hoje, não mais do que
222km até Riobamba, onde vamos circular por vias com muito trânsito e com imensas curvas. Temos de contar com os bólides que conduzimos, são de baixa cilindrada e não nos vão poupar na condução, também a carga que transportamos não vai ajudar, cada carro leva 3 malas bem cheias que rondam os 20 quilos cada uma. Hoje até nem tempo tivemos para usufruímos do nosso almoço e já tínhamos percorrido cerca de 100 quilómetros quando por fim paramos na estrada para comprar bananas e ananases, qualquer das frutas eram deliciosas, comemos como uns alarves, tal era a fome que todos tínhamos, foi mesmo comer à enfarta brutos. Novamente montados nos bólides
decorridos alguns quilómetros paramos para visitar o parque onde se encontra o vulcão Cotopaxi, porém apenas circulamos um pouco pelas estradas de acesso, porque já não deixavam entrar ninguém às horas que nós chegamos.
Regressamos à via principal mais conhecida pela Pan Americana que percorre toda a América do Sul, Central, entrando na América do Norte, neste longo percurso apenas poucos quilómetros entre a fronteira do Panama e a Colômbia não existe qualquer ligação, em tempos existiu esse percurso mas por problemas políticos deixou de funcionar e hoje está totalmente absorvida pela selva.
Mais uma mão cheia de quilómetros por esta via tão movimentada por carros e imensos camiões, onde fizemos dezenas de ultrapassagens, lá chegamos ao nosso destino, foi só colocar as malas no hotel e logo colocarmo-nos ao caminho para o tão desejado jantar. Como não podia deixar de ser o restaurante  foi uma excelente opção o jantar mais parecia um manjar de reis, onde a qualidade e a quantidade foi desmedida. Regresso a pé para remoer o excessos, tinha de ser a pé pois a pé fomos, esta distância ainda foi razoável, depois de um dia tão activo. 
15 Agosto - Riomaba - Alausí - Cuenca - Alausí 
Pernoitados em Riobamba tendo como ideia fazermos um percurso de comboio que se encontra situado na cidade de Alausí. No entanto nesta cidade também existem percursos de comboio mas pelas informações adquiridas será Alausí o centro nevrálgico onde a viagem se torna lisonjeadora. Percorremos uma boa distância até chegarmos a Alausí, esta cidade é linda pois existem traços provincianos relacionadas com as habitações, pessoas e costumes muito antigos, vai ser uma viagem muito interessante.
Mas quando fomos comprar os bilhetes aconteceu um imprevisto; qual foi o nosso espanto quando nos informaram que estavam esgotados para este dia, desanimo total entre todos os intervenientes começamos logo a ver quais as hipóteses de fazermos esta viagem no dia seguinte. Pensamos em primeiro se conseguíamos arranjar estadia nesta terra para que depois seguisse a compra das ditos ingressos.
Rapidamente partiram dois emissários, Carlos e Cândida à procura de hotel, ao fim de 1 hora lá chegaram depois de darem umas quantas voltas por fim conseguirem onde ficarmos, é que não é fácil arranjar estadia para 11 pessoas, sendo 4 quartos de casal mais um para as crianças equipado no mínimo com duas camas. Com o hotel marcado, lá vamos comprar os bilhetes, já restavam poucos, tanto que os que ficaram na estação tinham combinado com a rapariga da bilheteira que caso viessem outros compradores reservasse os nossos pois havia quase a certeza que íamos conseguir hotel. Algo inesperado aconteceu a dado momento estávamos nós na entrada da estação quando ouvimos um barulho estranho, qual não foi o nosso espanto quando vimos um jipe desgovernado a descer a rua de marcha atrás que por sinal era bastante ingreme vindo esbarrar-se de encontro a um canteiro enorme que se encontrava à frente da parede só assim a
viatura ficou imobilizada. Os ocupantes do veiculo saíram completamente aterrorizados e não menos quem estava por perto como nós que tínhamos estado momentos antes ali parados não ganhamos para o susto. Não houve ninguém ferido apenas chapa amolgada e tubagem danificada.
Resolvemos ir até Cuenca que fica a 4 horas de caminho, cidade na cordilheira dos Andes conhecida pelo seu artesanato onde se incluem os chapéus panamá. Viagem feita sem percalços por estradas bem delimitadas e com bastante tráfego onde chegamos dentro do tempo previsto. Deparamo-nos com uma cidade bonita e pacata, começamos a vaguear por praças e ruas, visitamos umas igrejas para que as santinhas e santinhos pudessem rezar e curar as suas ofensas.
Já se fazia tarde quando resolvemos ir almoçar, não mais do que um almoço ajantarado num dos restaurantes referenciados pela Lonely Planet, são apostas que temos quase sempre acertado e mais uma vez isso aconteceu, boa comida e um serviço irrepreensível.
Já repostos da fome que se tinha avizinhado, lá vamos dar mais umas voltas para conhecermos melhor este local que faz parte do património da humanidade. Como já se fazia tarde, começamos o nosso retorno a Alausí, são uns bons quilómetros que ainda detemos pela frente. Assim foi, quando chegamos era já era noite cerrada, fomos para o hotel deitarmo-nos, estavam todos cansados, porém eu e a
Sofia ainda demos uma volta pela praça onde está situado o nosso hotel, mas as lojas já se encontravam encerradas, lá descobrimos uma que ainda estava aberta e nos vendeu dois gelados, como não tínhamos sono ainda ficamos sentados um bom bocado num banco do jardim a observar o movimento da rua. Só depois é que nos fomos deitar, mas o sono teimava  em não se apoderar de nós. 
16 Agosto - Alausí - Guayaquil 
Depois de uma noite de descanso acordamos todos cheios de vontade para este novo dia que se avizinha e que será desigual de todos os outros, sabemos que todos os dias das nossa férias são sempre diferentes mas este tem mais a singularidade de se fazer uma viagem de comboio, todos nós achamos engraçado viajar desta forma. Nestes locais tem sido um problema a questão dos pequenos almoços, pois para pouparmos tostões nas estadias vamos gasta-los na mesma  de outras formas, esta dos pequenos almoços tem sido flagrante, não temos encontrado qualidade e o que comemos não nos trás sustento é mais – comemos qualquer coisinha, não acho natural esta atitude. E foi o que aconteceu, fomos a uma pastelaria que nos serviu qualquer coisinha, posso jurar que não gostei. Logo eu a jurar, não é mais do que um termo usado pelos portugas de outros tempos.
Seguimos então para a estação que se encontra perto do local onde nos encontramos apanhar o comboio dos índios, mas parece que os índios somos apenas nós. Existiu o momento das célebres fotos da praxe e lá nos fomos sentar para a grande viagem. Apito forte deste “cavalo de ferro” está dada a partida, rapidamente nos aproximamos de um enorme desfiladeiro, lá no fundo corre um regato sonolento entre estas montanhas, mais ao longe já descobrimos parte da linha por onde iremos passar mais adiante. Em certos sítios as carruagens quase roçam os rochedos que em tempos foram desbastados pelo poder da pólvora. O percurso é harmonioso, faz-nos recuar longos anos na história e para alguns, os mais novos é simplesmente inovador, porque não têm história visual nem apenas os filmes que nós víamos quando tínhamos a idade deles. Somos ainda massa do antigamente, estamos velhos ou desgastados pelo tempo, mas não fora de prazo.
Chegamos à primeira paragem “Nariz do Diabo”, nome assustador para tal local, mas que diabo era esse para darem tal nome a um lugar tão amoroso como este, soalheiro e encantador. Parte da finalidade desta paragem foi para mostrar alguns habitantes emblemáticos e amimais desta região, a Sofia aproveitou para tirar umas fotos junto a um Lama, também tiramos a nossa foto de patriotismo com a nossa linda bandeira, fez com que alguns turistas olhassem para nós de outra forma. Foi paragem de pouca dura pois serviu também e quase apenas para que a marcha fosse retomada ao contrário, agora neste percurso a máquina vai atrás a empurrar as carruagens.

Um pouco mais adiante voltamos a fazer outra paragem, aquilo que chamamos de paragem para turista o ambiente estava montado para a recepção, com um grupo de dançarinos que no alto bailavam ao som de uma música andina. Fomos dar uma volta por este local e alguns foram ouvir umas explicações dadas por uma nativa que falava sobre os costumes daquela região um pormenor muito interessante – as mulheres solteiras para se diferenciarem das casadas só podiam usavam os chapéus e uma faixa branca à cintura e só depois de casadas é que podiam usar
todas as cores. Os homens esses foram para outras paragens ver como os nativos peneiravam a terra para ser utilizada na construção de casas um sistema muito rudimentar onde a maioria da mão de obra era feita pelas mulheres eram elas que também transportavam as sacas numa distância considerável. Já todos juntos fomos assistir a um espetáculo de cantares e danças que era feito de propósito para os visitantes.  Sofia e a Júlia foram dar um pé de dança para desenferrujar as dobradiças, outros andaram por ali às voltas a descobrir formas e preconceitos do passado, todos aprendemos coisas novas que no entanto já eram do passado.

Chegando a hora de regresso a Alausí, fizemos igual percurso, quando chegamos a hora do almoço houvera chegado, pensamos onde comer e detivemo-nos com o mercado municipal onde o povo mais humilde se encontrava com o mesmo propósito. Aqui come-se tudo à mão e o aspecto de cada um não será mais do que um besunta, todos nos encontramos lambuzados e com toda aparência de um andino das montanhas. Estou/estamos que nem posso e lá teremos de partir para uma nova etapa, aqui as etapas são longas na maioria das vezes são centenas de quilómetros que temos pela frente e hoje será essa a regra.
Partimos, ao fim de uma dezenas detivemo-nos num local onde houve uma gigantesca derrocada de terreno levou para o fundo do vale milhares de toneladas de terra, é impressionante ver-se tal desastre, como irá ser reposto esse terreno, porque senão da forma que se encontra outra ou outras se vão sucedendo. No entanto já se encontra neste local um vasto grupo de máquinas atirar outras milhares de toneladas de pedras que vão parar ao fundo deste vale, quanto tempo isto demorará, porque para repor este terreno terão se ser colocadas mais do dobro da  terra que se encontra a mais de um quilómetro bem lá no fundo do vale onde uma pequena ribeira corre.

Rodamos, então em direcção a Guaiaquil onde vamos admirando as enormes plantações de bananas, não podendo esquecer que este país é dos maiores exportadores do mundo. Ao longo deste trajecto fomos sempre olhando para a linda paisagem que nos levou  até ao nosso destino final. Chegando a esta grande cidade fomos para o hotel reservado antecipadamente mas que quando chegamos deparamo-nos com um problema que já é por nós
conhecido. Desta vez tiveram um problema na canalização e dormida não há. Aconselharam um outro hotel ainda perto, mas no nosso ver ainda distante. Como também não estamos nessa de perder muito tempo com  estas coisas, concordamos e viemos a ficar num hotel em que no andar em que nós estávamos sentíamos o estremecer ou simplesmente abanar proveniente da construção ser rudimentar com vigas de aço, mas num 4º piso termos essa sensação é muito desconfortável. Ainda outra, soubemos
que esta rua é um antro de putedo, por homens, não mais do que paneleiros e putas rafeiras. Boa pontaria, até nos disseram para não deixarmos os carros nas ruas, porque roubam tudo, tais como a totalidade do carro ou peças separadas, até só o motor pode ser apenas roubado. Isto para nós não seria problema, mas problema seria de manhã algo  se tivesse evaporado, aí problema iriamos ter pela participação à polícia ou à empresa do rentalcar, lá perdíamos o nosso tempo tão precioso. Então pensamos que à noite deixaríamos o caro dentro de um estacionamento.

No final da tarde fomos até uma zona muito famosa em Guaiaquil de nome “Malecón”, detivemo-nos com festa rija onde existe uma roda gigante, enorme onde todos fomos dar a nossa volta. Outros divertimentos havia mas para todos a volta que havíamos dado era o suficiente. Fome se avizinha
e onde vamos comer. Carlos consulta o tão desejado livrinho para as férias tão conhecido como o lonely planet e aí vamos à procura do melhor restaurante que se acha num local
central situado na General Cordova y Mendiburu, telefone 00 593 99 230 8348, cujo nome é; Picanteria la Culata,  onde nos deliciamos com uma grande jantarada acompanhado de boa cerveja e sumos naturais para as demais madames que nesta altura estão somente a consumir suminhos. Quase no
final apareceu uma cantora a dar-nos música, correu quase todos nós terminando agarrada ao Cláudio com uma cantiguinha de “amore mio”, dona Cândida assustou-se com o berro que o gato deu, Miau, Miau, foi um final de noite agradável onde todos nos divertimos. Ou então não estamos todos nessa?  
17 Agosto - Guayaquil - Otavalo
Iniciamos este dia a dar um giro por esta cidade, onde voltamos ao Malecón para depois seguirmos para o cerro del Carmen e dar uma espreitadela em Las Peñas, daí obtivemos uma linda vista desta cidade, difícil percurso até este local, mais nos pareceu estarmos na Cova da Moura, sítio muito manhoso da nossa terra. Em determinada altura
quando eu ia a conduzir e por certo  desconhecimento das minha parte quase ia ou mesmo iria pisar uns cabos que se encontravam no chão espalhados logo ouvi gritos dos nossos acompanhantes/amigos que mais parecia que iriamos todos parar ao inferno, muito aflitos diziam que ia pisar cabos de alta tensão de seguida diziam que eram cabos de fibra óptica, mas que desassossego. Não devemos
ter nem causar algazarra destas, pois todos vamos morrer, é que nenhum de nós fica cá para semente e de certeza de quando vier a morte não serei eu de certeza e tenho mesmo essa certeza que não serei o causador ou o culpado. Se fosse outro ficava logo aflito e o dia tinha começado mal, eu não ligo a estas coisas tão singelas e apenas relato este facto por julgar ser pouco oportuno o tal alarido. Concluída esta volta por Guaiaquil, vamos iniciar uma das etapas mais longas das nossas férias, calculamos que iremos fazer mais de 550 quilómetros até Otavalo. Quando partimos fizemos
várias opções das estradas que iremos percorrer, dessas concluímos que se formos mais pelo interior oeste, fugiríamos mais ao trânsito da pan-americana e com certeza a viagem será mais rápida mas um pouco mais longa. Assim fizemos, começamos logo à partida a fugir ao imenso tráfego existente, fomos fazendo quilómetros em cima de quilómetros o que tem estado a dar certo, pois ao fim de quatro horas já tínhamos feito muitos quilómetros, nessa
altura paramos numa cidade provinciana onde comemos uns quartos ou meios frangos com batatas fritas e uns sumos porque não vendiam cerveja, parecia que nos encontrávamos num dos países árabes onde as bebidas alcoólicas são expressamente proibidas. Deu perfeitamente para matar a fome a todos nós. As crianças, Gui, Tana e
João já tinham as barriguitas a dar horas há muito tempo. Terminada a refeição voltamos á nossa viagem por estradas que se esquivam aquelas que têm muito trânsito, a determinada altura detivemo-nos com um imenso engarrafamento que durou mais de 1 hora até que chagamos a um local onde um camião se encontrava todo amolgado, derivado a um despiste impedindo a circulação nessa via, possivelmente haveria mais algum veículo interveniente mas não nos apercebemos. Perdemos imenso
tempo neste percurso e tudo indica que vem lá chuva, vemos ao longe imensas nuvens e corre um pouco de vento, veremos o que iremos ter pelo caminho. Mais umas horas de condução e agora o percurso é mais sinuoso, passamos por muitas localidades que nos obriga a reduzir a nossa marcha.
Mais adiante entramos numa zona montanhosa e começam a cair os primeiros pingos a noite começa aparecer a chuva endurecesse e a nossa marcha tem que ser um pouco mais moderada. Lembrar que estas poderosas máquinas são constantemente esforçadas a responder com gana depois de
lhes esprememos a 1ª, 2ª e 3ª velocidades, as passagens da caixas são em red line, nunca alguém lhes deu tal tratamento. Na montanha ainda vimos um jipe totalmente destruído ocasionado por um acidente. Neste trajecto que fizemos a estrada tornou-se ainda mais sinuosa até que em
determinada altura estava à minha frente dois carros e um camião, eu por precaução e pensando no Carlos e Cláudio que vinham na minha retaguarda  mantive-me muito tempo atrás destas duas bostas, ou sejam os carros que nunca mais ultrapassavam o camião e foram tantos minutos prá i
uns 30 minutos ou mais, até que a Júlia olhou para o fundo da montanha e disse, mas que engarrafamento vem lá atrás. Foi como uma injecção que me deram, pensei é agora que os vou ultrapassar, transpus o camião numa daquelas manobras de que tem que ser agora e assim foi, logo após
mais umas centenas de metros os restantes perseguidores, Carlos e Cláudio fizeram o mesmo. Foi andar e andar e já noite começamos a descer da montanha em direcção de Quito, não seria por aqui que queríamos ir, mas o Gps simulou um outro trajecto acima do vale o certo é que nos
encaminhou por outro caminho que nos levou ainda a ficar num pequeno engarrafamento dentro da cidade, passados alguns quilómetros é que retomamos o trajecto inicialmente que queríamos seguir. Para o final da etapa estava guardada mais outra série de curvas em montanha, esta bem acima
dos 2,5km de altitude, sempre a subir e descer, mal tínhamos acabado de fazer uma série de subidas como a seguir vinham mais umas quantas descidas, isto aconteceu num percurso de 50 quilómetros. Finalmente chegamos a
Otavalo, foi descobrir onde ficava o hotel, arrumar a nossa tralha e procurar um local aprazível para jantarmos. Até isto foi difícil, pois os que estavam em mente já se encontravam encerrados, porque a nossa hora de chegada foi por volta
das 22h00 o que nesta terra já é muito tarde. Caminhamos para outro local da cidade e lá descobrimos o merecido espaço onde nos regalamos e matamos a desgraçada fomeca no restaurante Uku Pacha. Como nos havíamos
distanciado do nosso hotel tivemos de fazer este percurso a penantes para alguns a estas horas da noite foi desacreditado, pois há muitos bandidos e assaltantes o certo é que hoje não havia nenhum ou estavam de folga. Chegamos mais uma vez  sãos e salvos.
18 Agosto - Otavalo - Ibarra 
Estamos encantados com o hostal onde pernoitamos, tem grande qualidade, os quartos estão muito bem mobilados com móveis antigos a decoração é de muito bom gosto, os empregados os próprios donos, são todos pessoas encantadoras e encontram-se bem empenhados neste tipo de negócio. Não bastando os pequenos almoços superam muitos hotéis de categoria superior. Na verdade não estávamos à espera de tal, mas tínhamos reparado que o pátio interior estava muito cuidado desde as flores, árvores e toda a decoração envolvente. Cinco estrelas, fica aqui o endereço para quem queira ir ao Equador não pode deixar de ir a Otavalo – Hostal Riviera Sucre, Roca St. and Garcia Moreno, telefone +593 6292 0241, estão à espera do quê, vão  já para Otavalo, vão adorar, tal como nós, nunca esquecerão.

A seguir a tão ilustre pequeno almoço partimos para o centro de operações desta cidade para apreciar o tão badalado mercado, este mercado realiza-se aos sábados onde milhares de nativos se juntam para comprar e vender tudo o que se possa imaginar onde a maioria dos artigos são por eles produzidos nas suas hortas, pomares ou pequenas oficinas. De qualquer lado se houve o apregoar no dialecto Quichua, onde se ouve anunciar para turista a folha de coca, chá de coca e até a coca. Como a hora de almoço já chegou para esta gente, todos se vão reunindo em mesas familiares, mais, parece que devoram tudo que se lhes põe à frente. No ar sente-se os odores das especiarias, mais os do suor e
corpos mal lavados, uma mixórdia de cheiros que apoquentam. Várias veze parei no trajecto para observar toda a movimentação de uma possível compra ou venda,. Algumas vezes presenciei aquele que comprava com aquele que também lhe ia vender ou também trocas. As cores fortes estão em todo o lado, estes povos ainda se vestem
baseados em costumes antigos, elas bem floridas eles de negro com o seu gorro de lã ou o chapéu enfiado pela cabeça num dia tão quente como o de hoje. Fomo-nos apercebendo que se pode negociar o preço por eles pedido, mas a margem deles baixarem é diminuta, tive umas tentativas de negociar determinado preço e quando apresentava o meu, logo diziam que não era possível, em nenhuma das vezes vieram ter comigo a dizer ok, ou com novo valor. Apenas focavam que assim não ganhavam nada.
O valor por mim atribuído era justo não tentei nunca ser chupista, pois sei quanto poderia valer tal objecto.
A determinado momento observamos a carne que se encontrava pendura  nos talhos e conversávamos sobre a forma como a mesma estava exposta, quando o fulano nos
questiona se eramos portugueses, foi quanto bastou para falarmos e ficarmos a saber que este homem já esteve em tempos em Portugal, mais propriamente na rua Augusta a tocar flauta, dizendo que era músico, mas a determinada altura resolveu voltar ao seu Equador, mas não pôs de parte um dia voltar. O Cláudio percebendo o que é uma carne
fresca, concluiu que toda ela era de qualidade e que foi de animais mortos naquele dia. Fomos de seguida até ao mercado onde se vendem animais, mas já estava nos finalmente, foi apenas para dar-mos uma olhadela e retornarmos aos nossos coches e iniciássemos a nossa caminhada de hoje até Ibarra onde vamos fazer a devolução
dos três carros. São poucos os quilómetros que separam estas duas terras e as estradas são acessíveis e têm pouco trânsito. O hotel já tinha sido reservado na véspera, foi então retirar todas as nossos pertences e esperar que os funcionários da empresa de aluguer chegassem para
fazermos a devolução. Concluímos que estes carros se portaram muito bem e foram resistentes às agressividades que lhes demos.
Como esta entrega retardou-se um pouco por causa da empresa de aluguer, resolvemos comer no hotel um menu
tipo viajante das berças, isto por estar incluída a sopa e o prato ser fraco, ou seja não seria aquilo que nós desejávamos.
Reservamos uma parte da tarde para visitar esta cidade, na verdade tem pouco interesse, mas numa das igrejas que visitamos ainda vimos um casamento humilde, onde as
pessoas se vestiam de forma arcaica e demostravam a sua carência económica, existia uma convidada que se destacava de todas a outras, tinha uma cara interessante, feições de índia que a tornavam bonita. Não posso deixar de
relatar as mini-saias que algumas usavam, ou seja, gordas de nem nabos e a noiva, mulher de uns 40 que quando entrou na igreja levava  pendurado  numa das mãos um saco preto amarrotado, são pormenores.
O certo é que hoje fartamo-nos de andar, fomos saber como é que amanhã vamos para o Colômbia e já noite abalámos para parar num  restaurante Mexicano onde nos divertimos e comemos bem, regressando ao hotel por umas ruas de
poucas virtudes. Já estamos a queimar os últimos cartuchos na nossa estadia no Equador. Um senão, percorremos com as viaturas alugadas no Equador um total de 1510 quilómetros.
 
   
19 Agosto - Ibarra -Santuário de Las Lajas - Popayan 
Reunidas todas as tropas, armas e fardamentos limpos, obtivemos ordens de partida para a última etapa no Equador. Saímos do hotel a pé para fazermos um pequeno percurso, cerca de 1 quilómetro até à central de camionagem, isto às 5h20 da manhã, poderíamos ter algum sono mas o certo é que ninguém está com cara de quem dormia mais um bocado, mesmo os mais novos, chamemos-lhe crianças estavam cheios de genica. Para muitos de nós é grande novidade fazermos este percurso de autocarro, vá
chamemos-lhe como antigamente “carreira”, mas irão gostar, vamos pensar que sim. Até houve o momento para se tirar a célebre foto em família que irá trazer futuramente grandes recordações. Chegou a hora de embarcar, sentamo-nos nos respetivos lugares  e lá vamos nós, depressa começou a conversa que nos ajuda a que o percurso seja menos enfadonho. Durante o trajecto o autocarro foi atravessando zonas rurais e pouco a pouco vislumbrava-se uma pequena vila e foi numa delas que entrou um cavalheiro, digamos que lhe chamo


cavalheiro pois estava todo aperaltado comparado com as outras pessoas que viajavam, um fora de série, este não se sentou e começou de imediato a falar sem que inicialmente percebêssemos o significado da conversa, mas rapidamente
pelo timbre e palavreado, entendemos  que ali ia um vendedor da banha da cobra. Apregoava um produto que livrava as pessoas de qualquer mal, pois tratava de tudo, enxaqueca, bexiga, fígado, tudo, tudo mesmo. Ao fim de muitos minutos de apregoar aquela conversa mirabolante, distribuiu por todos os passageiros  que ele selecionou o remédio fantástico, ele bem sabia quem eram os papalvos a quem ele poderia enganar. Ao longo daqueles minutos, nós a cambada, íamos zombando, pois há muitos anos que tal situação não fazia parte do nosso reportório. Este caso insólito deu para nos entretermos mais algum tempo.
Depois de chegarmos à estação central de camionagem ainda tivemos de apanhar quatro táxis para nos colocar na fronteira, vamos ser os campeões de entra e sai de um transporte e entramos logo noutro.
Cerca das 9h30 estávamos a chegar à fronteira com a Colômbia em Rumichaca,  a distância é curta mas já se está a ver alguma movimentação de carrinhas de transporte de pessoas e mercadorias, como também já há camiões encostados às bermas. Finalmente chegamos e fomos tratar dos trâmites de saída do Equador, aqui tivemos de deixar todas as malas na rua para que pudéssemos entrar, com
medo de que alguma coisa desaparecesse, ficou de guarda de toda a tarecada a Sofia, armada até ao dentes, tinha de ser uma gaja a guardar e fazer respeito, isto não era trabalho de gajo. Nessa sala ninguém podia falar e quem tivesse “Boiné”, quero dizer boina ou boné tinha de o tirar, mais me fez lembrar, tempos áureos que em Portugal tínhamos de ter essa atitude. Papelada finalizada tivemos de transpor uma rua, uma ponte por fim um recinto para chegarmos à estação, fronteira da Colômbia para tratar da entrada neste
país. Posso dizer que foi rápido e não desprezar que somos onze almas.  Quando aqui chegamos o que fomos pensar:Onde estão os milhares de Venezuelanos, temos ouvido nas notícias em Portugal que aqui passam milhares de pessoas, entretanto soubemos que só deixam entrar no Equador pessoas com passaporte. O que vimos foi uma, duas centenas não mais de imigrantes e peva de aparato policial, tudo calminho. Logo a seguir arranjar transporte que vá até ao santuário de Las Lajas, conseguimos uma carrinha que nos levasse a todos, primeiramente combinamos um preço mas já com uma parte do percurso feito o motorista falou que não podia fazer aquele preço, um pouco de conversa e lá concluímos em pagar mais alguma coisa, não nos pareceu que fosse explorador. O tempo tem estado um pouco
nublado e ao chegar ao santuário começou  a cair uma chuvinha molha tolos. Como os transportes não vão ao santuário que fica lá em baixo no vale, tivemos de galgar tudo a pé e a chuva já cai com mais força, fomo-nos abrigando debaixo de uns ramos de árvores e devagar chegamos ao local de oração, como somos uns devotos, conseguimos apanhar uma molha e não conseguimos entrar no santuário, estava completamente lotado, há imensos peregrinos que aqui vêm e hoje para nós não foi o melhor dia, demos umas voltas, tiramos umas fotos e vamos então regressar utilizando um teleférico que nos vai colocar no alto da montanha onde a carrinha   que nos trouxe está à nossa espera para nos ir  levar a Ipialis onde iremos partir em autocarro, possivelmente para Popayan, isto porque ainda nem bilhetes temos, vai depender do tempo que temos e a que horas iremos chegar a uma cidade próxima onde haja também local para dormir.
Conseguimos lugares numa das camionagens existentes e vamos mesmo para Popayan, ou seja no nosso projecto concebido em Portugal hoje era para ficarmos em Pasto, mas numa viagem destas, temos sempre de fazer ajustes.
Outra vez a entrar para mais um autocarro onde ainda vamos fazer cerca de 333km que vão durar cerca de 7horas, pela minhas contas iremos chegar cerca das 22h00. Já vamos neste momento com cerca de 4h00 de caminho, alguns já dormitam e outros vontade têm, mas quando começa a escurecer já quase todo o mundo tem os olhos fechados e aqui a noite começa cedo. Sucede que paramos para jantar numa tasca de estrada em que estas empresas de transporte já têm o local de paragem, jantamos um menu,
quase todos optamos pelo bife de porco panado com batatas fritas e salada, não estava mal e matou a fome que já se tinha apoderado de todos nós. Terminada tão árdua tarefa de comer ainda fui comprar umas roscas numa das lojas envolventes deste parque. Seguidamente entramos para dentro da viatura dos Supertaxis, nome que se refere à empresa onde viajamos e lá seguimos para a última parte  do percurso. Agora já noite cerrada continuamos a marcha, vamos falando uns com os outros, além de nós há muitas mais pessoas a viajarem que nesta altura vão dormindo embalados pelas curvas e
vibração da viatura. Foi mais ou menos como calculamos a hora de chegada a que abeiramos, foi desembarcar puxar pelas malas e colocarmos ao caminho. O hotel fica perto mas são ainda cerca de 1,5km. Quando chegamos ao hotel a recepcionista disse que não  tinha qualquer reserva, vimos que havia asneira ou vigarice deles, julgamos que tivessem aparecido outros clientes a quem tivessem cedido os nossos quartos, pensando que nós já não vínhamos, isto por nós termos chegado tão tarde. A Cândida eufórica com esta situação esteve a ver outros hotéis ali perto e parte imediatamente para consultar um que se encontra a poucos metros, nós ficamos e a nossa conversa continua persistente a pressionar a fulana que a certo momento, conclui que tinha os nossos quartos, voltamos à estaca zero e chamamos a Cândida que por sua vez já tinha também quartos no outro hotel, viemos a optar por este  e caso arrumado. Por mim perante tal situação já não tinha ficado neste.
Fomos para os quartos estirarmo-nos, cansados e com sono, logo vamos ter de nos levantar bem cedo. 
20 Agosto - Popayan - Arménia
Levantamo-nos cedo para darmos início a outra etapa feita em autocarro, antes disso ainda fomos à procura de um banco para podermos cambiar algum dinheiro, para nosso azar hoje é feriado e encontra-se tudo  encerrado, vamos remediar com o que temos. Fomos procurar onde tomar o pequeno almoço e conseguimos encontrar o local certo, este situado numa das ruas emblemáticas desta cidade, localizado num primeiro andar com uma varanda que oferece uma vista soberba para lembrar o antigo, pois houve
em tempos muitos cafés e afins localizados em andares superiores, hoje raramente se vê. Fomos atendidos por uma funcionária com cara de criança e baixinha, era simpática e conseguiu arranjar o que nós queríamos. Finalizado tão nobre acto, partimos para dar uma pequena volta pela cidade, tendo presenciado que as maioria do comércio estava fechado, sendo assim fomos levantar as malas ao hotel e dirigimo-nos para a central de camionagem apanhar transporte que nos levará a Arménia. No caminho e ao atravessar uma das avenidas num acesso pedonal  elevado, vimos uma operação stop apenas dirigida para motos, lá se encontrava um camião super-carregado de motas e já havia na via umas quantas que iam ter o mesmo destino.
Na central de camionagem estivemos a ver qual o transporte e preço que nos era mais favorável,  viemos a optar por uma carrinha que nos foi dito que iriamos apenas nós, sucedeu que quando já íamos para sair deparamo-nos com um  chaço que não tinha ar condicionado  e seguiríamos juntamente com mais pessoas, achamos uma situação pouco clara, alegámos  que não era aquilo o combinado e aceitaram a reclamação devolvendo o valor da compra. Rapidamente foram feitos outros contactos e optou-se por alugar uma carrinha com outras características onde iam mais alguns turistas, muito poucos e partimos em direcção à Arménia que fica mais acima uns 310km e mais umas 5 a 6 horas de viagem. Demos início à viagem por estradas magníficas e paisagens engraçadas,
temos tido atenção ao condutor que nos parece ser uma pessoa atenta e que conduz com segurança, ainda mais verificamos a sua condução, porque eu e o Cláudio seguíamos no banco da frente eu estava mesmo ao lado dele. Também era pouco ou nada falador. Fizemos as primeiras centenas de quilómetros em estradas que tinham duas faixas para cada lado, mas que não eram consideradas auto estradas, no entanto de vez enquanto apareciam cabines de cobrança para pagamento,
no caminho cruzamo-nos com camiões de três a cinco atrelados carregados de cana de açúcar, cruzamo-nos com zonas onde a plantação deste produto era enorme e tantos campos de cultivo passamos, uns onde já foram cortadas as canas, ao lado de outros que estavam já num crescimento muito avançado e outros que teriam sido plantadas há pouco tempo. São plantações sucessivas que não têm qualquer interregno, bom negócio este pois o clima é propício.
A distância vai-se encurtando, verificamos que o  conta quilómetros marca 856361, total percorridos, não vai demorar muito a fazer 1 milhão. Tirámos uma foto quando uma placa anunciava que faltavam 62km para chegarmos à Arménia, nesta altura o final do dia está a chegar. Já temos o hotel reservado assim é chegar e não ter ainda a preocupação de andar à procura. Pouco tempo demorou a chegarmos ao final do percurso, mas ainda tivemos o cuidado de arranjar transporte para amanhã para Bogotá, não podemos perder tempo, desta forma amanhã vamos partir às 5h00.
Tem vindo acontecer que para nós um bom jantar é o finalizar de um dia em beleza, para isso procurámos sempre um local aprazível onde possamos degustar coisas boas de preferência da terra, Foi isso o que aconteceu, mais um belo jantar para depois irmos dormir de barriguinha cheia. 
21 Agosto - Arménia - Bogotá
Esta noite dormimos apenas 5 horas, os mais ensonados estão com cara de poucos amigos, parece que todos lhes devem, mas hoje vão ter muito tempo na camioneta para passarem pela brasas, vamos demorar uma 8 horas até Bogotá que é o nosso destino. A temperatura está agradável, vamos continuar com o problema da altitude que para alguns é horrível, serão uns 2600 metros, mas iremos superar tudo isso.

Nos primeiros quilómetros todos acordados mas foi sol de pouca dura não demorou muito e já tudo estava a dormir,
quando o autocarro parou já era hora de almoço ficou tudo espantado pois não se deu pelo tempo passar   o que quer dizer que grande parte deste percurso passou-nos ao lado, fomos todos almoçar e quando terminamos lá se retomou a marcha, fomos olhando  pelas janelas as paisagens mas pouco temos para recordar, eram simplesmente vulgares, mesmo nada de especial que possamos relatar. À hora prevista começamos aproximar de Bogotá, inicialmente os célebres engarrafamentos na aproximação à capital e uma imensa favela que começamos
a ver, conhecida pelo Alto de Soacha Cazuca, Um dos passageiros que viajava neste autocarro saiu numa das paragens que dá acesso à favela, reparamos o tipo de pessoas que aqui circulam e são pessoas comuns, ou lá, por viver numa favela não quer dizer que o seu aspecto seja de desgraçado. Finalmente chegamos à central de camionagem onde desembarcamos, fomos arranjar transporte para o hotel que ainda fica um pouco distante. Falou-se que deveríamos ir todos nos mesmo carro para que não haja desencontros, porque já
estamos mais do que escaldados  com situações em que o taxista quer mostrar os seus dotes de hábil condutor e logo se afastam uns dos outros e por fim andam às curvas para descobrirem o trajecto exacto, mas temos um enorme problema, é que as nossas malas são volumosas e os táxis aqui são pequenos e alguns só caberá uma mala, Procurámos e foi complicado arranjar carros que pudessem levar tudo. Com isto conseguimos três carros um deles o nosso uma carrinha tipo 4L (um 4+5) que levou 4 malas, mais  a Sofia, Júlia, João, Gilberto e o Carlos que por sua

vez ia no banco da frente comigo ainda levava uma das malas grandes ao colo, é que não havia nem um buraco onde se pudesse por mais alguma coisa íamos ali que nem lata de sardinha. Chegamos ao hotel e logo os outros intervenientes, não se lembraram de tirar fotos aquela geringonça que transportou todos aquelas maltrapilhos. Divertimo-nos e foi quanto bastou para mais um momento que vamos recordar para sempre a nossa chegada a Bogotá.
Sobre o hotel gerou-se polémica pois tínhamos alugado o hotel num sítio rasca pela aparência, mas conclui-se no final que não seria assim tão mau. Viemos a saber mais tarde que estamos num local polémico e alguns mais uma vez ficaram amedrontados, com medo de serem roubados, nada mais.
O problema comum de todos os dias – onde comer, caramba será que há comer nesta terra e que seja num sítio fino que nós somos muito, muito requintados, não acham, cambada de pé rapados armados em gente notável.
O certo foi mesmo ir jantar a um local de renome distinto aqui em Bogotá, assim apanhamos táxis para nos levar à zona comercial onde existem grandes lojas de moda e onde se encontram imensos restaurante. Um deles o “La Plaza de Andrés” situado no centro comercial El Retiro 3er piso, Cl. 82 #11-75, Bogotá, Colômbia, telefone +57 1 8637880, foi este
o eleito. Entramos e conseguiram lugar para todos nós no 2º piso, pois nos outros andares não havia lugares para nos acomodarmos  todos. Subimos de elevador e quando chegámos já estavam à nossa espera. Reparamos que também havia muita gente neste piso. Sentamo-nos e começamos a ser atendidos por uma moça que nos deu a ementa e nos informou do tipo de comida que podíamos usufruir. Recomendou comida Colombiana e terá sido a maioria da nossa  escolha. Quando vieram os primeiros pedidos reparamos na sua apresentação, quantidade e
qualidade o serviço muito eficaz instantaneamente outros funcionários trouxessem os restantes pratos. Começamos a nossa comezaina e degustação, são boas iguarias finalizando com saborosas sobremesas, boa aposta esta que vai valer o preço, sabemos que vai ser caro, mas encontramo-nos de férias. A decoração  é excelente, averiguamos no andar onde nos encontrava-mos bem como nos outros, os funcionários são também exemplares, educados e muito prestáveis. Quando saímos chovia veio logo um funcionário trazer chapéus de chuva para nos acompanhar aos táxis.
Requinte está instaurado neste local. Fomos então para o hotel e vimos o ambiente nocturno do local onde estávamos, não nos incomodámos, apenas quando já nos encontrávamos nos quartos o Cláudio e nós ouvimos tiros, logo ficamos de pestana aberta, mas na realidade não eram tiros, simplesmente foguetes a comemorarem algo, não seria da nossa chegada, pareceu-me que sim, pois somos uns ilustres viajantes que vão correndo meio mundo. Dormir que já se faz muito tarde, lá todos, chiu.
22 Agosto - Bogotá - Zipaquirá - Bogotá 
E hoje vamos até Zipaquirá cidade que dista cerca de 25km de Bogotá, sendo um dos centros mais importantes de exploração de sal da Colômbia, por essa razão lhes chamarem a cidade do sal, outra particularidade é que tem nevoeiro todas as manhãs por causa do seu clima frio de montanha pois está a 2600 metros de altitude. A nossa vinda aqui tem mais a ver com a tão divulgada catedral do sal, conhecida como a 1ª maravilha deste país. Esta catedral foi construída no interior das minas de sal, é ao mesmo tempo um santuário católico. Iniciamos a visita tendo na entrada um túnel que a tonalidade das luzes mudam, projectando ao longo de algum

tempo as cores de várias bandeiras entre elas a portuguesa que ao fim de alguns minutos apareceu. De seguida vimos uma das paredes onde é feita totalmente de sal, aliás todo o interior é de sal e esta galeria onde nos encontramos foi escavada no sal, ou seja nesta particularmente nota-se que brota gotas já solidificadas, brancas que nos parecem bolbos de cérebros, espectacular. À frente começamos a percorrer um itinerário que vai denominar ao longo deste percurso a


Via por onde passou Cristo crucificado, são uma dezena ou mais de estações concavas ou convexas produzidas com primor, existindo sempre uma luz que incide sobre o tema. Também encontramos miradouros que nos dão uma panorâmica de galerias onde ainda se encontram serviços ou mesmo a extração do sal. Encontramos outras esculturas ou figuras lavradas que relatam outros factos que não a vida


Cristo. Qualquer passo que dessemos havia um transístor pessoal que nos dava toda a informação do local onde nos encontrávamos. Dentro deste recinto também mostram em vários locais onde aparecem esmeraldas, conseguimos vê-las ainda em bruto, existe um salão onde projectam um filme sobre este lugar e vários pavilhões onde vendem peças de ourivesaria. Terminada a visita fomos até ao centro da cidade onde conhecemos alguns edifícios da época colonial.
Eram cerca das 12h00 quando regressamos a Bogotá no mesmo transporte que nos trouxe de manhã, conseguimos negociar um preço acessível e podemos dar mais umas voltas por hoje conseguindo poupar alguns pesos colombianos. Foi então combinado de nos levar até ao teleférico que vai para o santuário de Monserrate onde teremos uma vista panorâmica de Bogotá. Lá do alto vimos a grandeza da cidade que tem uma zona onde há edifícios
muito altos sendo os restantes baixos espalhados por vasta área. Resolvemos então dar uma volta lá em cima para seguidamente descermos e arranjar transporte para o hard rock para almoçar e jantar, pois já são 4h00 e não acredito que tenhamos vontade de jantar, podemos sim petiscar alguma coisa, nada mais.  Ainda demos uma volta pela cidade, mas nada de relevante para contar.
23 Agosto - Bogotá - Medelin 
Mais um dia que tivemos de madrugar para irmos apanhar um transporte para Medellín, eram 5 da manhã e já estávamos a chegar à estação de camionagem para tomarmos um autocarro da “Flota Madalena”.
Há várias razões para visitarmos esta cidade porque é a capital da província montanhosa de Antioquia, conhecida como a cidade da eterna primavera, devido ao seu clima ameno, ainda mais por ter sido o cartel de Medellín que foi
uma rede de traficantes de drogas muito bem organizada originária desta cidade, este cartel de drogas  operou na Colômbia, Bolívia, Perú, Honduras, Estados Unidos, bem como no Canadá e na Europa durante a década de 1970 a 1980. Mais um pouco de história, tinha como grande aliado o cartel de Guadalajara e como grandes inimigos o cartel de Cáli e Los Pepes, sendo o seu líder Pablo Emílio Escobar Gaviria. A dimensão era tão imensa que numero os seus fundadores – Pablo Escobar que morreu com um tiro, Jorge Luis Ochoa Vásquez esteve preso 5 anos e há quem diga que na verdade era ele o chefe de Escobar, José Gonzalo Rodríguez Gacha, assassinado
em 1989 pela polícia após um ataque em Tolu, Carlos Lehder, está a cumprir uma prisão de 55 anos nos Estados Unidos, no entanto há muitos relatos sobre a vida dele na prisão e outros factos importantes, será interessante ler-se algo sobre a vida deste traficante. O último fundador foi Juan David Ochoa Vásquez que faleceu de ataque cardíaco em 2013.
Enumerei este caso dos narcotraficantes pois foi desta forma que esta cidade ficou conhecida mundialmente e aí está uma das razões de irmos até Medellín.
Nesta altura já fizemos mais de uma centena de quilómetros em estradas pelas montanhas num dia primaveril, mas a tirada de hoje anda a rondar os 420km. Ao fim de 5 horas de viagem parou-se para almoçar num restaurante a que lhe chamei “tasca do camionista”, razão dos pratos serem iguais para todos e encontrarem-se muitos camiões estacionados, como estava um dia de muito calor o ambiente era abafado e nem uma brisa de ar pairava no recinto estava coberto por um serapilheira que não ajudava nada para que o local ficasse fresco. Ao fim de pouco tempo reiniciámos a etapa para cumprir os últimos quilómetros que ainda faltam.
Continuámos a transpor serranias e vales, estes, onde por vezes correm rios de grande caudal, passamos perto de um local onde estão a construir uma central que suponho ser térmica. Finalmente já perto de Medellín começamos a descer a montanha, parecia nunca mais acabar, não fazíamos ideia a que altura tínhamos estado quando na realidade a cidade fica a 1495 metros. Quando chegamos fomos para o hotel largar toda a tarecada para que dali a pouco caminhássemos para um local digno de se jantar com sabedoria e qualidade a baixo
preço, citado mais uma vez pela lonely planet. Quem ler este parágrafo e quando um dia for a esta cidade não deixe de ir ao – Itaca na carrera 42 nº 54-60, a entrada e o aspecto exterior não nos dizem nada, mas quando apresentarem os pratos é de ficar surpreendido com tanta variedade e apresentação, foi  tudo isto que nos aconteceu a todos nós que só somos 11 portugas. O proprietário é uma belíssima pessoa que sabe lidar com todo o tipo de cliente.  Terminada tão melosa ceia, ainda fomos até a uma faixa desta cidade dar um passeio às tantas da noite pois é muito perigoso andar nela de noite, indiferentes à ideia do que vai nalgumas cabeças o perigo ficou à espreita ou terá medo de nós que na expectativas dos bandidos nós ainda somos mais perigosos do que eles!
Há uma vida nocturna cheia de bares e restaurantes com música, alguns ao vivo que dá uma panorâmica pacifica do que é hoje esta cidade.
24 Agosto - Medelin - Cartagena das Índias 
Vou relatar alguns pormenores desta cidade que acho interessantes tais como neste ano de 2018, esta cidade  é mais segura do que as cidades americanas  de Baltimore, St. Louis, Detroit e Nova Orleães e sendo umas das melhores cidades para se viver, ombreando com Santiago do Chile, Barcelona e Lisboa.
Iniciamos a visita a esta cidade atravessando uma das avenidas principais para que nos dirigíssemos à praça Botero onde existem uma quantidade enorme de esculturas de Fernando Botero no centro da cidade. Há uma pessoa do nosso grupo que foi avisada por um habitante para ter cuidado porque lhe podem roubar a máquina fotográfica. É forte esta afirmação e sem dúvida estejamos onde estivermos temos sempre cuidado, não podemos andar descontraídos porque em qualquer parte do mundo podemos
ser roubados. O certo é que nos fartamos de andar nesta cidade e não sentimos nenhum movimento que nos desse a sensação que nos queriam assaltar.
Realço o metro de superfície sendo as suas rodas em borracha, no entanto nas ruas por onde circula existe um único carril que lhes serve de guia, tendo no cimo a catenária que lhes dá energia. É muito silencioso, arranque elevado e elevado poder de travagem. Foi a primeira vez que presenciei tal meio de transporte. Neste giro aproveitamos para alugar transporte que nos leve mais tarde ao aeroporto internacional José Maria Córdova que dista daqui 29km, situado na cidade de Rionegro onde vamos de avião até Cartagena das Índias.
Continuamos o nosso giro por outras artérias e chegamos à conclusão de que o tempo já não chega para darmos uma volta no metro. Regressamos ao hotel para irmos  buscar as nossas coisas para seguirmos para o aeroporto onde vamos viajar na companhia Avianca.
Voltamos a subir toda aquela montanha e do alto podemos ter uma linda vista de Medellín, soberba que demonstra a gigantesca cidade que está no fundo deste vastíssimo vale.
Chegamos, mais tarde partimos, fizemos uma viagem agradável tanto que a distância de 460km também ajudou para que não enjoássemos. Em Cartagena fomos para uma guesthouse a Lenora que alugamos na véspera e qual foi o nosso espanto quando nos deparámos com uma autentica cocheira, não tinha as mínimas condições, tinha informação de ter ar condicionado, casas de banho nos quartos e uma série de situações que não nos agradaram. Desistimos e optamos por um o hotel bem perto que era excelente, quando chegamos fomos todos até à piscina que se encontrava num terraço no 2º piso, onde permanecemos até escurecer, banhinho tomado e todos fresquinhos fomos até à parte antiga da cidade para vaguearmos pela ruas lindamente decoradas pela quantidade de plantas nas varandas e prédios da época colonial, fartamo-nos de andar até que mais uma vez fomos jantar num restaurante típico, não seria bem aquilo que desejávamos mas escapou. A movimentação de pessoas nas ruas é vasta, são milhares, existindo muitos turistas que sabem que as noites em Cartagena são magníficas e vêm unicamente para esta cidade onde gozam o fulgor do Caribe. Para primeira noite, também foi  brilhante para nós. 
25 Agosto - Cartagena das Índias 
Encontramo-nos hospedados num agradável hotel situado na vertente das muralhas do castelo de S. Filipe, estamos bem instalados e a dois passos deste forte, apenas temos de atravessar a rua e subir a ladeira que nos dá acesso ao castelo. Foi isto que fizemos esta manhã  visitar este forte e caminhar ao longo das muralhas para descobrir história do passado. Lá no alto avista-se uma grande área da cidade com os seus aranha céus de um lado e do outro ao longe as praias e da outra ala, ainda vemos um monte que se perde no meio de outros prédios e indústrias. Este castelo começou a ser construído em 1536 pelos espanhóis que utilizaram escravos vendidos pelo portugueses oriundos de África, pela companhia de Cacheu e Cabo Verde, foi uma companhia monopolista
fundada em Portugal pelo 3º conde da Ericeira, segundo apuramos é primo do tão ilustre Carlos Neves que todos nós conhecemos, agora conde da Ericeira, do lagostim e tremoço.
Concluímos no entanto a nossa visita ao fim de 2 horas, a seguir encaminhamo-nos para o centro da cidade, também património mundial da humanidade desde 1984. Ontem à noite já havíamos estado nalguns locais da cidade velha, como gostámos e ficamos com uma ideia do seu valor aqui  estamos para dar umas voltas pelo centro de Cartagena para apreciar a arquitectura variada, sendo a maior parte de estilo colonial, onde estão englobados outros edifícios de estilo italiano. Caminhamos ao longo de ruas, ruelas e praças sempre apinhadas de gente que aqui a vem visitar, não faço ideia a quantidade de
turistas e tão vasta variedade de nacionalidades. Deveria ser interessante fazer um estudos neste dia que aqui estamos  o número de nacionalidades presentes. É interessante ver tantos vendedores ambulantes  por toda a parte, reparei que nalguns locais a polícia corre com eles. Figuras interessantes são algumas mulheres vestidas com trajes caribenhos que fingem vender ou transportar algo mas apenas servem para que lhes tirem fotos que têm de ser pagas, são figuras que quando persentem que as vão fotografar, esticam a mão de imediato ou simplesmente tapam a cara.
Quando passamos defronte da casa da inquisição e deparamo-nos com a janela da denuncia despertou-nos logo o interesse de a visitar. Vimos vários instrumentos  de tortura que nos ligou ao passado e a mente fica com uma impressão aterrorizadora da realidade de outros tempos. Há a projecção de um filme que nos ajuda a compreender melhor os estupores, bem amados que à sombra daquilo que chamam palavras divinas e embrenhadas na trampa da religião denunciavam, outras pessoas, muitas vezes só por maldade ou porque até o marido olhou para outra mulher, melhor do que o diabo que ela era e arranjava logo forma de essa ou essas pessoas serem tratadas desumanamente. Haja Deus, coisa mais estúpida que o ser humano tinha de inventar. É que não há
Deus nenhum, eu não tenho dúvidas e como eu há ainda uns milhares, somos poucos. A verdade é que valeu a pena saber e avivar  algumas situações. Com a hora de almoço a chegar fomos parar ao restaurante Espiritu Santo, pelo aspecto mais parecia uma cantina, pela disposição das mesas seu tamanho  e a quantidade de empregados existentes. Mais outra vez que se comeu bem, mas não havia bebidas alcoólicas, pois a Colômbia está numa altura de eleições e é expressamente proibida a venda de álcool, é que o cidadão pode beber um golo a mais e não vê na besta que votou, falo desta maneira porque os políticos nestes países são também umas bestas iguais às que nós temos em Portugal. Outro pormenor também não tinham café, tivemos de o ir tomar numa pastelaria. Terminado mais este acto alimentar continuamos o passeio por outros locais, visitando igrejas. Mas então porquê visitar casas do senhor!
Simplesmente porque algumas são verdadeiras obras de arte e que se mantiveram aos longos dos séculos pela razão de serem templos. Para mim apenas poderão servir como locais onde o mais malandro pode meditar, concentrar-se perante problemas da sua vida sem que esteja a bater com a mão no peito à espera do milagre da treta. Vai cair sempre em tentação sem que a lotaria o proteja.
Acabamos de nos cruzar com uma noiva toda engalanada onde o fotografo gastava o seu cartão digital com centenas de fotos, eu consegui ainda tirar umas quantas.  Nesta terra parece que toda a gente se casa hoje, já vimos um casamento onde os convidados estavam todos embelezados, pensamos que eram pessoas economicamente abastadas pelo seu porte e maneira de se apresentarem.
Uma parte dos  nossos amigos, já cansados, resolveram ir par o hotel, ficamos nós Gilberto Carlos, Júlia e Sofia a dar mais umas curvas, pois ainda não tínhamos vontade de acabar. De tantas voltas fomos parar mais uma vez a uma igreja onde mais um casamente se ia realizar. Este ainda mais fanfarrão do que o anterior, eles e elas todos vestidos pela “Maconde” cá do sítio, são mesmo pessoas de alto calibre, marialvas e duquesas da Asseca e Vila Fria. Estivemos bastante tempo apreciar tal facto. Até vimos os noivos chegar, ele ainda novinho ela um pouco mais madura, coitado vai ter muito trabalho para domar aquela fera. Tiramos imensas fotos deste casamento.
Já muito tarde fomos visitar uma exposição de arte muito interessante num edifício pertencente a uma organização espanhola.
Não dá para acreditar a esta hora da noite outro casamento, foi o que disse no inicio toda a gente vai casar. Por sinal este é dos pobres ou seja dos pé rapados, mas que sejam felizes para toda a vida.
Fora das muralhas apreciamos um grupo de bailarinos que se apresentavam descalços mas que se movimentavam com aptidão e fervor, muita gente os aplaudia. Todas as danças eram muito bonitas e os músicos que os acompanhavam eram brilhantes.
Demos mais umas voltas e acabamos por ir jantar a um restaurante italiano que por sinal nos serviu umas pizzas deliciosas.
Desta forma terminámos a nossa longa visita a esta linda cidade de Cartagena das Índias. 
26 Agosto - Cartagena das Índias - Barranquilha
Mais um dia que começa com mais uma viagem em direcção a Barranquilha que fica mais a norte uns 135km. Alugamos uma carrinha para encurtar o nosso tempo de viagem e ver se conseguimos fazer uma paragem pelo caminho para visitar o Volcan de Lodo El Toturno que havíamos lido sobre este local e será um ponto de bastante interesse para nós. Conforme combinado pela manhã lá estava à porta do hotel a dita carrinha, foi colocar tudo dentro  dela e partir. Logo no início o Carlos falou com o motorista para parar no dito vulcão, arranjou logo argumento para dizer que ficava ainda distante da estrada o certo é que não tivemos essa paragem. Há pessoas que levam a sua vida e seu emprego tão à regra que se excedem por zelo comedido. Acho que faltou
argumento para lhe provar que o desvio era curtíssimo. Continuamos o trajecto e rapidamente chegamos a Barranquilha ao hotel onde iremos passar mais uma noite, será a última aqui na Colômbia, amanhã vamos partir para o Panamá.
Também fomos rápidos arranjar forma de sairmos para tentar conhecer um pouco desta cidade, fomos para o centro de táxi mal tínhamos acabado de sair do táxi já estavam ao pé de nós uns polícias que vieram ter connosco a perguntar se estávamos sozinhos, porque era perigoso andar por aquela zona, esta é a praça de San Nicolás. Dissemos-lhe que eramos mais pessoas e aí repararam que o grupo até é significativo e disseram para termos cuidado. A nossa volta
por aqui até foi curta, demos uma curva pela avenida principal e reparamos que não valia a pena andar por ali, dirigimo-nos para outro local com o intuito de irmos até à catedral que ainda fica distante, porém começam a cair uns pingos grossos, fomo-nos abrigando e continuamos o nosso trajecto quando deparamo-nos com uma enchente que vinha pela rua abaixo, foi mais uma razão para desencorajarmos e pensar o que vamos então fazer, pois as outras ruas tinham também muita água e quando olhávamos para o céu parecia dizer que vem aí uma grande chuvada. É uma cidade com muito edifícios degradados e

reparámos que há miséria e violência, são níveis desagradáveis numa sociedade. No entanto a zona da cidade onde estamos hospedados em nada tem a ver com esta parte da cidade, há ruas e avenidas arranjadas e com árvores cuidadas, prédios e vivendas e grandes zonas comerciais, tais como nas grandes cidades europeias De uma forma geral ficamos com uma pequena ideia do que é Barranquilha.
27 Agosto - Barranquilla - Cidade do Panamá
Chegamos ao aeroporto Ernesto Cortissoz para embarcarmos para o último país que iremos visitar nestas férias pela região dos Andes, desta vez o Panamá. O que nos trás aqui tem como primeiro objectivo o canal e para segundo as harmoniosas praias. Há alguns anos atrás ficamos muito perto de visitar este país, numa altura em que andamos pela América central onde chegamos já com pouco tempo à Costa Rica, vindo-nos a faltar tempo para vir até aqui. Não foi dessa vez, mas desta irá concretizar-se.
Um episódio que se passou neste aeroporto quando estávamos na fila aguardar pela nossa vez para fazermos o check-in. Encontravam-se três filas para fazer o mesmo processo, quando chegou a minha vez aguardei que me dissessem para avançar, sucedeu que o funcionário da empresa de aviação chamou uma fulana que estava atrás de nós e num local que não indicava que estivesse aguardar pela sua vez. Fiquei estupefacto com o que estava acontecer e ainda perguntei á  Alice de onde vinha aquela gaja,
confirmou o tudo aquilo que eu tinha presenciado, ela não estava na fila de atendimento. Falei com o empregado que ela estava a passar à nossa frente, o funcionário adiantou que era uma pessoa prioritária, respondi que não havia razão para passar à nossa frente, fiquei incrédulo  e disse à gaja diretamente que estava a passar à nossa frente, toquei-lhe no outro como que, toma atenção e não olhes para outro lado. O certo é que o gajo continuou a tratar do embarque e veio logo outra funcionaria para o balcão ao lado para nos atender. Continuei a lixar-lhe a cabeça dizendo-lhe que tinha feito um mau serviço e que aquilo só acontecia neste país em que cada um faz o que lhe apetece, tratando-se de estrangeiros e outras coisas lhe disse sem nunca faltar ao respeito, apenas dizendo todas as verdades do que sucedeu.
Finalmente entrega das malas e check-in concluído encaminhamo-nos para o local de embarque. Então quando já nos tínhamos deslocado uma grande distância do local, chegou ao pé de mim um fulano acompanhado de um policia a questionar e afirmar que eu tinha faltada ao respeito à gaja que também os acompanhava, respondi  que era conversa dela e que nunca tal aconteceu. Ele ainda se armou em galo com mais atitude de merdoso como que eu sou o maior e tens de respeitar a senhora, conversa de nojo em que eu pensei, agora só me faltava este monte de merda, mas para não arranjar problemas fiquei-me só por dialogar, pois se estivesse noutro país que não aquele eu tinha-lhe dito a
verdade e de certeza que lhe chamava uns nomes merecedores. Então como o polícia era da terra do monte de merda tive de os acompanhar a um gabinete da polícia onde falei com o oficial que quis saber parte da história, digo parte da história porque me disse para encurtar a explicação de seguida ouviu a gaja e olhou para mim e disse-me para fazer boa viagem. Por fim perguntei-lhe se ela era Colombiana, respondeu que era de Porto Rico, aproveitei e disse-lhe ah meia americana, ok vi logo. Saí e relatei ao resto do grupo o monte de merda que ela era. Posso dizer que esta atitude só pode ser mesmo de uma americana de 2ª que tem a educação daquele povo que de esperto só tem estupidez, são pessoas que não têm intelecto para mediar seja o que for com outros povos, Europeus. São estúpidos, tais como o presidente actual Pato Donald Trump.
Assim se vive neste planeta no ano de 2018. Mais tarde alguém há de dizer que estas gerações foram o terror deste planeta, uns pré históricos.
Quando chegamos à sala de embarque vimos aquela fulana sentada num canto virada para a parede, apenas ela estava sentada daquela forma.
Embarcamos mais tarde e chegamos sãos e bem dispostos a um novo país, onde conseguimos instalarmos  numa franja desta cidade, já muito perto do centro antigo, para que assim possamos encurtar as deslocações. Ficamos num hotel perto da marginal, sendo este fracote, mas económico. Assim que chegamos fomos até ao terraço para termos uma vista panorâmica da cidade, daí vimos os enormes arranha-céus que se estendem por uma grande área. A sua arquitetura é diversificada, dificilmente vemos iguais ou parecidos, há construções muito arrojadas que demonstram
a abismal diferença para com outros em que a construção é trivial. Também conseguimos ver a enchente de navios que esperam a sua vez para atravessarem o canal, tal é o movimento de barcos a passarem por ele.
A meio da tarde fomos dar um passeio a pé pela zona ribeirinha e vimos que o tempo adivinha chuva por isso não nos vamos alargar. Reparamos a quantidade de barcos de pesca que também aqui se encontram e dum momento para o outro caem pingos grossos, logo nos apressamos para debaixo de uma cobertura que não é mais do que uma série de restaurantes pertencentes ao mercado do peixe. Já lemos no tal livro da lonely planet que refere estes restaurantes
como local interessante para saborear pratos de peixe. Foi isso que fizemos, sentamo-nos e viemos a deliciarmos com um enorme pargo que na verdade foi excedente um dava para duas pessoas, foi comida excessiva. Durante o nosso jantar caiu uma forte chuvada que parecia um dilúvio, tanto que comemos devagar e a chuva continuava a cair sem dó de nós que não tínhamos qualquer resguardo. Já tarde depois do tempo  se acalmar começa o regresso ao hotel, que ainda fica a uma distância considerável. Atravessámos um enorme jardim, depois a perigosa marginal que tem trânsito toda hora, local perigoso como também o outro lado em que a zona se torna escura, passámos por um bairro onde existem oficinas e quarteirões de terrenos baldios onde não será aconselhável andarmos por lá, mas como somos bastantes, minimiza a
situação. Já perto do hotel ainda tivemos tempo para apreciar um quartel dos bombeiros em que no seu parque automóvel existem peças antigas muito bem conservadas, valeu a pena pois ainda estivemos algum tempo a olhar para aquelas relíquias. Depois foi andar os restantes metros e irmo-nos todos deitar, logo teremos mais para desbravar.
28 Agosto - Cidade do Panamá - Colon - Cidade do Panamá
Hoje é dia de viajarmos de comboio até Colon ao longo do Canal do Panamá que representa um dos melhores passeios de comboio do mundo, este faz um percurso pitoresco, pelo istmo do Panamá, percorrendo florestas, pântanos, pontes ao longo das eclusas até Colon.
Faltava pouco para as 7h00 da manhã e já estávamos na estação para comprar bilhetes e lá partimos neste primeiro comboio, só desta forma podemos desfrutar o máximo das nossas férias, pois cada viagem que arranjemos é sempre com todo o tempo calculado nada de margens para podermos deambular mais à vontade. Para vermos o trajecto de volta, concluímos usar o autocarro. Assim iremos admirar outros caminhos.
A máquina deste comboio é de um modelo actual nada tem a ver com a carruagem turística em que viajamos que faz lembrar outros tempos, remedeia, mas seria mais interessante se o resto da composição fosse com materiais clássicos. Assim que começou andar, todos nos arrumamos junto às janelas a olhar à nossa volta, onde podemos ver uma parte do canal e um dos grandes navios a passar naquele momento. Um pouco mais adiante atravessamos a primeira ponte, para de seguida nos embrenharmos na floresta, depois surge uma eclusa repleta de navios, novamente floresta, mais adiante uma enorme ponte em
construção. A parta má de tudo isto foi que nos deparamos com uma lixeira colossal onde há centenas de passarões alimentar-se no meio de toda aquela porcaria mal cheirosa, para completar a nojeira a quantidade de humanos que ali vivem. Estamos no século XXI, onde ainda acontecem coisas destas. E pergunto não há evolução neste campo e noutros que afrontam a humanidade. Por fim concluímos este maravilhoso passeio no meu transporte de eleição. Saímos da estação para nos
dirigirmos à zona livre de Colon, sendo o acesso vedado e pago. Este local está localizado no meio desta cidade, sendo o espaço enorme, torna-se difícil encontrar determinadas lojas que vendam produtos específicos, parecem-me mais hipermercados chineses em Portugal, não encontrei
qualidade e preços muito idênticos aos praticados na nossa terra. Se quiséssemos almoçar não existem restaurantes, apenas barracos que vendem cachorros, águas e pouco mais, Fartos de ali estarmos viemos embora e agora, reparamos o que esta cidade é de perigosa, é um lugar sujo, inseguro, ruas cheias de lixo, alcatrão já não existe, buracos
aos milhares, prédios sem portas e sem janelas, as que ainda existem persistem mas estão prestes a cair. Vimos que aqui não se repara nada, não posso dizer mais mal porque está tudo espatifado. Fomos avisados para termos prudência com as máquinas fotográficas, porque o mais certo é serem
surripiadas. Fomos saber como regressar à cidade do Panamá e apareceram as afamadas ofertas dos taxistas mas em vão pedincham valores exorbitantes, optamos pela camionagem típica, bilhetes baratuchos, transporte em camioneta tipo 1960, decoradas com folhos de tecido nas
janelas e ao longo da cochia as cores são berrantes. Fizemos boa viagem e saímos na central de camionagem onde tarde fomos então almoçar na gare onde há restaurantes à fartura, mas muito direccionados para o passageiro frequente destes trajectos.
Somos daqueles que andam com fogo no rabo, logo de seguida apanharmos novamente autocarro para Miraflores onde vamos apreciar uma das maiores eclusas no canal, aqui o desnível é de 16,5 metros feitos em duas etapas,
Apreciamos toda a movimentação do terraço do edifício onde estão instaladas uma série de exposições sobre as obras e vida animal. Conseguimos ver grandes barcos a procederem às manobras de subia e descida, nesta altura também passaram uns barcos de guerra, petroleiros, porta





contentores e cargueiros, etc., toda esta movimentação não tem paragem são uns atrás dos outros, fazem fila à espera da sua vez. Foi gratificante as horas que aqui passamos, pois estivemos aqui até à hora de encerramento ao público, somos mesmo cuscos. Assim finalizamos este dia fértil com novidades que se encontravam nas nossas mentes por desvendar.
29 Agosto - Cidade do Panamá - Ilha de Taboga - Cidade do Panamá
Ainda não tinha focado pormenores históricos sobre esta cidade do Panamá. Assim sendo é uma das cidades mais antigas do continente Americano, ela foi fundada em 1519, mas teve de ser reconstruída pois foi incendiada por piratas que a saquearam, roubando ouro prata e pedras preciosas. O roubo foi de tal ordem que foram utilizadas 150 mulas para transportar o saque. Também em 1999 as tropas dos Estados Unidos saíram da zona do canal. Tem uma temperatura media de 27 graus que a torna maravilhosa.
Então o que reservamos para hoje, foi ir até ao cais marítimo apanhar um barco que nos leve até à ilha de Taboga. Isto porque estivemos a ver quais os locais, neste caso ilhas podíamos ir visitar, porém já encontramos uns senãos, tais como alojamentos esgotados e os horários dos barcos não serem compatíveis com os dias que ainda vamos aqui estar.
Aquele que se adapta será este da ilha de Taboga. A nossa saída foi um tanto cedo para que desfrutássemos melhor este dia. Esta travessia ainda demorou perto de 50 minutos onde nos cruzamos com uns quantos barcos que esperam a sua vez para atravessar o canal, Já perto da costa
começamos avistar o cais tendo a seu lado uma baía onde se encontra uma das praias, mar calmo e uma temperatura agradável, vai ser um dia em grande. Chegamos, foi escolher o melhor local para nos instalarmos, alugar uns chapéus de sol e umas cadeiras de praia para que possamos estar mais tranquilos. Pra água, esta está com uma temperatura fantástica, assim lá estivemos uma grande parte da manhã até que chegou a hora do almoço. Foi nesta altura que nos apercebemos que a restauração é fraca a razão de não ser a época alta do ano quanto ao turismo, há alguns restaurantes que se encontram abertos mas pouca oferta. Procuramos em vários locais e tivemos de optar por um que à partida tinha sido por nós rejeitado, comemos em duas mesas separadas num local onde já ninguém se sentaria, mas deu para remedeio a comida não estava má o calor é que foi severo, pois não
havia nenhuma ventoinha que fizesse um pouco de vento, porque o sítio era um tipo de varanda aberta, coberta por chapéus de praia e um pouco de telha fibrocimento, alguns de nós encontravam-se em tronco nu e as senhoras em fato de banho, ambiente de morador de favela, mas felizes da vida foi como  nos encontrávamos.
Nesta praia durante a maré baixa existe uma grande quantidade de areia, agora com a subida da maré, quase que desaparece, tanto que é cortada pela água ao meio formando uma pequena ilha.
Ficamos o dia inteiro desfrutando desta água límpida e sol estupendo. Só ao final do dia é que partimos, porque não havia mais barcos para a cidade do Panamá. Encontramos nesta viagem um viajante Italiano que já tinha estado em
Portugal junto a uma família de acolhimento, falou-se de ambos países e ficamos contentes por ele gostar tanto de Portugal. Este viajante também se chama Cláudio, dificilmente esqueceremos o seu nome, temos aqui o seu endereço eletrónico para quem o queira contactar, claudiofortino76@gmail.com foi nesta altura que me lembrei que tenho de lhe enviar duas fotos que tiramos em conjunto e que prometemos fazer o seu envio.
Regressamos e quando desembarcamos estivemos muito tempo à espera de autocarro, quando alguém se lembrou de dizer vamos a pé até mais à frente  e assim temos mais transportes o certo é que fartamo-nos de caminhar, é que
andamos ainda uns bons quilómetros e parecia que a chuva vinha aí. Até que às tantas vimos ao longe um autocarro no qual fizemos sinal para parar, isto fora da paragem, mas parou e lá entramos todos, apenas que o valor que tínhamos no cartão de transporte não chegava para todos mas o motorista arranjou forma de seguirmos sem que houvesse problema.
No final do dia como não poderia faltar lá fomos dar a nossa volta gastronómica em mais um bom restaurante situado Casco Viejo – Saquella.
30 Agosto - Cidade do Panamá 
Dia reservado para conhecermos a parte antiga desta cidade, notamos que iremos ter algumas surpresas visitando de dia o Casco Viejo, porquanto ontem à noite estivemos a jantar num destes locais e ao passarmos ficamos com vontade de voltar.
Se ontem pensamos hoje cá estamos nós à procura de transporte que por sinal foi bastante conturbado, deparamo-nos com um problema pois o autocarro a que eles chamam suttle bus fez-nos estar numa paragem perto de 1 hora e nunca chegou, fartos de esperar tivemos de apanhar táxis. Tarde  chegamos para começarmos a dar as nossa voltas pelas ruas belíssimas e edifícios históricos de influencia espanhola e francesa. Deparamo-nos com imensas lojas de artesanato de toda a quitanga, desde os tão famosos chapéus Panamá até à bugiganga que serve apenas para se comprar e oferecer, que na volta é colocado numa gaveta no
esquecimento. Notei que não são meigos a pedir pelas coisas, mas nunca forcei por um preço mais baixo pois não estava mesmo nada interessado em comprar fosse o que fosse, é que não vi absolutamente nada que gostasse. Encontramos vendedoras que têm as suas bancas ainda vestidas com trajes indígenas. O trânsito automóvel é diminuto, pois é complicado encontrar local para estacionar. Ao passar numa das ruas o Luís viu um polícia e achou interessante tirar uma fotografia com ele, não mais uma recordação para ver e recordar. De tantas voltas já termos dado, passamos pelo local onde ontem à noite
jantamos. Mas desta vez iremos optar por outro, é que não gostamos de repetir. Temos por ritual entrarmos nas igrejas para apreciar a arte ou o valor nelas existentes, foi o que aconteceu, encontramos a igreja de São José que tem um altar valiosíssimo, todo revestido a ouro. Diz a lenda que o pirata Henry Morgan chegou ao Panamá em 1671 e, em seguida saqueou e incendiou a Cidade do Panamá. Sua intuição foi saquear esta igreja que estava em construção. Sabendo o que estava para vir, um sacerdote pintou de escuro o precioso altar de ouro para fazer com que as pessoas pensassem que ele era apenas de madeira - os piratas caíram na artimanha e o altar foi salvo.
Quando chegou as hora de almoçar quase todos optaram por comida italiana. Continuamos o nosso passeio desta vez fomos dar uma volta  pelo mercado do berbigão, ameijoa e lavagante, para ser mais especifico o mercado do marisco. Fomos fazer um passeio na marginal e de seguida resolvemos ir até um local muito distante de onde estávamos chamado de “Panamá La Vieja”, andamos uns bons quilómetros num autocarro dos transportes colectivos da cidade, mas já era um pouco tarde quando lá chegamos, nessa altura uns quiseram ir visitar o tal sitio outros deliberaram ficar na paragem à espera que o resto do grupo regressasse. Não demorou muito tempo e já estávamos todos juntos novamente, é que a policia aconselhou a que
não fossem para aquele local aquelas horas, pois seria perigoso. Quando regressamos de autocarro o dinheiro existente no cartão, mais uma vez não chegava para todos, o motorista mais uma vez  foi simpático e deu entrada gratuita para dois de nós. Já era tarde quando chegámos ao hotel, antes de irmos dormir ainda se foi tratar de ver qual a hipótese de amanhã alugar-se três viaturas para nos deslocarmos mais facilmente.
31 Agosto - Cidade do Panamá - Nueva Gorgonha
Concretizado o aluguer de 3 viaturas que vamos levantar esta manhã, assim desta forma vamos ter mais autonomia em nos deslocar para locais que até aqui estávamos privados. Feito o seu levantamento pusemo-nos a caminho do hotel para ir buscar as madames e a juventude que já ansiava por nós. Mal chegamos carregamos todos os cacaréus e seguimos para Nueva Gorgonha que fica para leste, local onde existem um conjunto de praias banhadas pelo oceano Pacífico e que dizem serem fabulosas. Neste percurso passamos pela ponte das Américas, mas esta encontrava-se em obras de manutenção, foi então prosseguir pela famosa pan-americana que começou a ser construída em 1937 e que hoje vamos fazer uns bons quilómetros, há muito transito. Li que em 2006 um motorista de pesados fez o seu percurso total de 48000 quilómetros em 34 dias. Fizemos esta tirada até ao Coronado onde alugamos quartos num hotel fabuloso, localizado nesta via que percorremos. Quando chegamos fomos todos para a praia, na verdade não era aquilo que
tanto queríamos, mas tomamos as nossas banhocas, caminhamos ao longo da praia e olhamos para aquele mar infinito que tem esta água maravilhosa com uma temperatura de não querermos sair, tanto tempo lá estivemos que eram cerca das 17h00 quando resolvemos regressar ao hotel. Porém ainda nos encontrávamos na areia e vimos um carro da polícia com a sirene ligada, fomos olhando e nada víamos, mas o que é que se passa, havia umas tantas pessoas numa marginal térrea que por ali moravam e nada mais. Mas quando estávamos mais perto da polícia fomos informados que os turistas tinham que sair da praia a partir daquelas horas, calculamos logo que fosse como acção para salvaguardar assaltos ou lá o que fosse. Para nós mais uma novidade qe nunca nos iria passar pelas nossas cabeças. Quando chegamos ao hotel ainda fomos para a piscina. À noite matamos a fome num restaurante de comida peruana que foi uma delicia. 
1 Setembro - Nueva Gorgonha - Punta Chame - Rio Mar - Nueva Gorgonha 
Hoje não à pressa em acordarmos neste local provinciano, silêncio total e ar puro de um dos lados existem algumas casas que ainda ficam longe, do outro floresta e a sul as praias banhadas por este oceano que a todos encanta. Tomamos o pequeno almoço e partimos em direcção a Punta Chame que fica a alguns quilómetros a sul, fizemos parte do percurso na pan-americana seguindo depois por uma estrada secundária  que transpõe parte de uma floresta para depois entrarmos numa península  estreita que nos levou ao nosso destino. Tivemos dificuldades em encontrar caminho para as praias, pois este local está repleto de complexos turísticos que impedem o seu acesso. Finalmente conseguimos encontrar caminho para uma zona piscatória, lá paramos os carros e então praia connosco. Ficamos atentos ao tempo porque está muitíssimo nublado e escuro o que se avizinha chuva, mas mesmo assim água connosco. A areia não nos favorece é escura, parece ter sujidade, para dentro de água e mais umas banhocas. A
certa altura alguém grita que viu um movimento estranho, dali apouco outro, apercebemo-nos que andam por ali peixes enormes, há quem diga que são  tartarugas. Eu por acaso disse que deveriam ser mantas, mas a dúvida prevaleceu, só à noite é que vi na net que haviam por ali umas enormes colónias de raias. Pouco tempo se passou e a chuva logo apareceu. Deu apenas para sairmos da praia e irmos até um jardim onde nos abrigamos. Este local não era mais do que  um resort e estávamos ali há pouco tempo  quando fomos abordados por um sujeito que nos disse que ali não poderíamos estar, possivelmente podíamos roubar uma árvore ou uma mesa que ali se encontrava, é que nada indicava ou estava vedado que aquilo era parte dum resort, mas como não estamos no nosso país, ficamos calados e começamos abandonar o local calmamente. A chuva passou e resolvemos voltar para o hotel. Mais uns quilómetros e chegamos finalmente, desta vez fomos todos para a piscina e lá passamos o resto do dia.
À noite e como as nossas férias têm uma grande percentagem de gastronomia que todos nós apreciamos foi o Carlos ver ao nosso livrinho das grandes novidades encontrar restaurante que fosse bom, belo e barato. Local encontrado, fomos então ao “La Ruina” situado em Nueva Gorgona. Quando chegamos não havia ninguém e quando nos fomos embora ninguém havia, apenas os empregados que foram uma simpatia onde fomos atendidos excelentemente. A comida como não podia deixar de ser uma maravilha. Nós continuamos aconselhar locais fora de série para almoçar ou jantar. Desta forma só temos ido a locais bestiais. Já tarde por ruelas rodeadas de floresta regressamos ao nossa barraca de 5 estrelas. 
2 Setembro - Nueva Gorgonha
Referindo-me a este dia pouco ou nada há adicionar, foi mais um dia de praia em que passamos a totalidade do dia como patos, pois o calor e a água quente foi atraente a tal.
Inicialmente optamos por ir para uma praia mencionada no
nosso roteiro permanente, aconteceu que encontramos estacionamento quando chegamos, imediatamente fomos abordados por uma funcionária que nos disse que teríamos de pagar US25.00 por carro para ficarmos ali, achamos um exagero dialogamos, por fim apareceu um pseudo-dono ou coisa parecida que nos disse que podíamos ficar mas teríamos de almoçar no restaurante que ali também se encontrava, achamos a proposta correcta e aceitamos. Mas qual foi o nosso espanto que este fulano saiu do pé de nós e ficou por ali a dita fulana que nos informou que tínhamos de pagar o estacionamento, sucedeu que lhes dissemos e ela pôde ouvir que o combinado era o que se tinha falado anteriormente, foi estúpida e incompetente, nós resolvemos sem mais discussão irmo-nos embora e procurar outro local que nos atraísse sem termos problemas mesquinhos como este. Foi mesmo assim, partimos e dali a uns quantos quilómetros já havíamos descoberto o paradeiro para ficarmos.
Esta praia é enorme, mas existem questões de que não estamos habituados, mais uma vez o acesso não é fácil, tal como estacionar o carro teve de ser numa rua ao qual eu lhe chamo mais um caminho  situado no meio de casas mais parecem abarracadas e no meio de gente que à partida não nos dão grande confiança. Já na praia tivemos de escolher o melhor local em que mais se adaptasse a nós. Sítio escolhido e toalhas estendidas aí vamos todos para dentro de água que como sempre tem uma temperatura estupenda. Estivemos horas dentro dela até que a fome despertou e nos dirigimos para um dos restaurantes que são poucos para nos regalarmos com umas lagostas, foram duas por cada dose por casal, não eram grandes, deu para bebermos umas cervejas e algumas
senhoras e jovens uns sumos naturais. Depois do almoço mantivemo-nos na esplanada a repousar e a ganhar forças para irmos novamente para dentro de água. Assim sucedeu a parte da tarde, foi totalmente em banhos, até que chegou a hora de partimos, estamos a cerca de 50 quilómetros do hotel.
Quando chegamos o céu começou a ficar escuro e já noite começa uma trovoada do caramba por cima do hotel que durou cerca de 1 hora, relâmpagos foram imensos parecia que ali tinha começado e seria ali que iria acabar pois não se movia e quando acontecia parecia voltar atrás. Para nós foi espectacular pois estava-mos à janela a tirar fotos e a filmar.
Concluímos que foi um dia de férias, somente passado na praia, eu já não fazia isto há anos, gostei, todos admiramos.
3 Setembro - Nueva Gorgonha - San Carlos - Nueva Gorgonha 
Já estamos a queimar os últimos cartuxos o final destas grandiosas férias aproxima-se a passos largos, já sinto nostalgia dos dias que se passaram, é tão benéfica esta vida que me faz esquecer completamente a terra onde vivo, mas ainda tenho a obrigação de ainda ter de trabalhar. Em Portugal o produto mais vendido da actualidade é “longevidade”, os políticos conseguem enganar o Portuga de que o actual povo tem mais anos de vida já dizem que o homem chega aos 77,1 anos e a mulher aos 83,3 anos. Ninguém é capaz de informar que são os nossos avós e pais que têm essa possibilidade, pois nós filhos e netos nem por sombra chegaremos a tais idades. Há o factor alimentação e respiratório que nos estão a encurtar a vida cada vez mais. Só para dar uma achega à comandita política que se reformam muito cedo, cabendo a nós trabalhar até que a morte doa. Para mim a reforma deles deveria ser à boca da urna, no momento de apagarem o
maçarico ia uma associação de benfeitores entregar à família o documento de que o dito morto se tinha reformado, mas como já não tinha intelecto para gastar tal dinheiro de imediato revertia para a colectividade dos espertos para nessa altura gastarem tal importância.
À frente, hoje chegamos à melhor praia que está equiparada no que se refere à areia às nossa bonitas praias. Um areal, imenso, a água aquele azul a que nós chamamos azul marinho, uma imensidão de coqueiros e palmeiras e uma enorme quantidade de resorts a dois passos, pouca gente porque esta não é  a época balnear, assim estamos mais à vontade e nada de tropeções. Foi a manhã inteira a banharmo-nos nesta água tão límpida, nem vontade
tínhamos de sair, tal era o prazer que contínhamos, foi já tarde a culpada disto tudo, chamada fome que nos obrigou a intervalar. Para este acto tão malicioso tivemos de andar 4 quilómetros ou mais para procurar onde comer, mesmo assim aconteceu que quando chegamos a uma ponta da praia onde possivelmente haveria restaurante, tivemos de voltar para trás e procurar noutro local. Quando fizemos este percurso cruzamo-nos com os restos de um iate que se encontrava preso no areal, apenas se via uma tira da parte de flutuação o resto estava todo metido  na areia. Um iate destes deveria ter uma quilha imensa, já lhe tinham retirado algumas peças, mas  eu aceitava ficar com ele da forma em que se encontrava, apenas que deveria estar  em Portugal.
Depois de tanto andar detivemo-nos com um restaurante onde fomos almoçar debaixo de um telheiro na esplanada, estava muito calor. A maioria dos pratos pedidos por nós foi um enorme pargo frito, ou seja aqui este tipo de peixe não é assado e muito menos cozido, frito para quem quiser e acabou-se. O certo é que já tínhamos comido uma vez e termos reparado onde vamos que é comum estes peixes serem fritos. Ficamos bem satisfeitos e ainda permanecemos neste local a repousar um pouco, sentados a conversar. Alguns não quiseram conversas e foram logo para a água. Mantivemo-nos aqui até tarde para depois fazermos o regresso até ao Coronado. Sem dúvida que não esqueceremos esta praia, particularidade e temperatura da água, foi fenomenal o dia de hoje.
À noite foi tratar das malas, pois amanhã começa o regresso. 
4 Setembro - Nueva Gorgonha -Cidade do Panamá - Madrid 
Vamos embarcar no avião pelas 17h15, mas ainda vamos aproveitar para fazermos uma última volta.
Carregados todos os carros com uma dose de malas que mais parecemos os imigrante de outros tempos e vamos a caminho para o aeroporto transpondo a tão badalada pan-americana. Percorremos uns 60 quilómetros e vimos um camião de carga com a frente toda amassada, estava a cair uma chuva miudinha e eis que derrapou para se ir enfeixar numa passagem pedonal aérea. Com a quantidade de tráfego existente foi o primeiro acidente que vimos na Panamá. Como somos Tugas paramos e tiramos as nossas fotos a verdade é que ninguém tinha parado ou afrouxado, tinha que ser somente nós, lembrei-me logo dos papalvos da IC19.
Hoje era daqueles dias que não tínhamos qualquer pressa, a vontade de nos irmos embora era pouca e havia ainda muito tempo até à hora da partida, deu ainda para passarmos por um bosque que ladeia o canal do Panamá, onde percorremos uma distância considerável por ruelas entre uma vegetação luxuriante que nalguns casos apenas conseguimos ver o arvoredo ao nosso lado, impossível olhar e querer ver mais alguma coisa lá para dentro, está tão serrada tal vegetação que é uma autentica selva, pois muita bicharada existirá, sendo os mais comuns nestes casos as cobras, mosquitos e pássaros, já nos charcos ou ribeiras os nossos amigos alfaiates, mais conhecidos por crocodilos.
A certa altura fomos desembocar junto a uma ponte que atravessa parte do canal, conseguimos ver alguns barcos que estavam a passar, foi mais um momento de contentamento presenciar o seu trânsito. Junto estava também a linha férrea onde nós já havíamos passado de comboio dias antes.
Lá arrancamos directos para o aeroporto que ainda estava longe, quando chegamos fomos fazer a entrega das viaturas, lá encontrámos o local, não estava muito definido onde poderíamos entrar, mas lá o encontramos.
Foram-nos levantados algumas questões quanto ao estado das viaturas entre elas a sujidade proveniente das chuvas e pós que havíamos apanhado, bem como o interior que tinha areia ou terra do nosso calçado. Queriam por força cobrar taxas sobre a sujidade dos carros. Logo existiu diálogo pouco animador e provas de que as coisas não poderão ser assim, nunca em lado nenhum nos colocaram tais questões. Desacordo total e lá tiveram de aceitar as nossas versões. Até o Cláudio já fora de si, riscou umas notas que os fulanos tinham feito na guia de entrega, ele não queria mas teve de aceitar. Questão solucionada e fomos fazer o check-in das tropas. Bagagens despachadas, passagem pelas alfandegas e polícia, lá nos dirigimos para um local onde fomos almoçar já tarde, local este que era uma cantina onde parte do pessoal do aeroporto e alguns viajantes como nós estavam  a comer. Não foi mau, deu para remedeio. Seguimos para a zona de comércio onde fomos comprar as últimas prendas e
gastar os últimos cobres que haviam sobrado.
Finalmente chegou a hora da partida, lá fomos para mais uma viagem  na Ibéria, aquela companhia que não gostamos de viajar. Também ficamos separados dentro do avião, não conseguimos estar todos juntos, sim as famílias estavam todas agrupadas, agora o grupo não, ele é muito perigoso junto.
Levantou voo e aí vamos a caminho de Madrid,  são cerca de 10 horas que vão demorar a passar, tivemo-nos de entreter a ver uns filmes, outros a ler e de vez enquanto dormíamos. Sobrevoamos o Atlântico onde já se aproxima a meia-noite e olhei antes de adormecer para o ambiente dos passageiros foi como dizer até amanhã, vou dormir. 
5 Setembro - Madrid - Lisboa 
Sempre consegui dormir uma três horas numa posição um tanto ortodoxa, sentado com as pernas encostadas ao banco da frente e as mãos nos braços da cadeira que me faz lembrar muitas vezes uma cadeira de dentista antiga ou uma cadeira de electrocução. Já no final desta etapa as hospedeiras distribuíram um pequeno almoço do mais rasca possível, chamo pequeno almoço para pobre, é mais o que todos nós parecemos quando viajamos de avião neste tipo de companhia aérea.
Finalmente chegamos a Jarama, fartos de estarmos enfiados neste transporte que daqui algum tempo lhes chamarão de pré histórico.
Ainda temos de esperar uma hora e meia para apanhar o segundo avião que nos vai levar até Lisboa. Saímos de um hangar para percorrermos uma distância considerável para irmos para o outro lado do aeroporto, sobe escada, desce escada, apanha elevador, percorre corredores, passa por um controlo e mais outro até que chegamos finalmente ao local onde vamos embarcar novamente. Não consigo compreender porque saímos de um avião e fazemos transbordo para outro e existirem ainda estes controlos do faz de conta.
Chegou então a hora de partimos para esta curta tirada, vai ser rápida e concludente da nossa chegada de férias. Até ao fim ainda são férias, intriga-me o chegar a Lisboa e ter de ir trabalhar daqui a umas horas, mau, mesmo mau.
Então chegamos à nossa terra felizes por temos feito uma lindíssimas férias em que ficamos a conhecer mais três países que tanto tínhamos ansiado por os visitar.
Temos razão de optarmos todos os anos por conhecer novos destinos e mais uma vez vai ficar gravado na nossa mente que para o ano cá estaremos para uma nova partida para o outro lado do mundo. Haja saúde para todos os intervenientes e!!!
Depois?
Depois eu ligo.
Depois eu faço.
Depois eu falo
Depois eu mudo.
Depois eu passeio.
Depois eu viajo.
Deixamos tudo para depois, como se depois fosse o melhor.
O que não entendemos é que…
Depois o café esfria,
Depois a prioridade muda,
Depois o encanto se perde,
Depois o cedo fica tarde,
Depois a saudade passa,
Depois tanta coisa muda,
Depois os filhos crescem,
Depois a gente envelhece,
Depois o dia anoitece,
Depois a vida acaba.

 

O Misterioso Iraque - 2025

O MISTERIOSO IRAQUE EXPEDICAO MESOPOTANIA