sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Cruzeiro transatlântico+Amazonas+Iguaçu - 2022

 


CRUZEIRO

BRASIL

AMAZONAS – IGUAÇU 




19 Novembro –
São 5h35, ainda muito escuro e algum frio quando saímos de casa para nos encontrarmos todos na Sobreda da Caparica no Stand do Cláudio, quando chegámos verificámos que fomos os últimos a chegar, tínhamos combinado estar lá por volta das 6h00, passavam poucos minutos da hora combinada.
Inicialmente as malas iriam ser arrumadas num atrelado, mas conseguiram colocá-las todas na traseira e uma ou duas dentro do habitáculo. Alguma conversa ainda e partimos para esta longa tirada programada para o dia de hoje ou seja chegarmos a Leida bem dentro da província espanhola da Catalunha. Tínhamos feito alguns quilómetros não muitos e eis que eu me lembro da pasta com toda a documentação que eu pensei que tinha deixado dentro do nosso boguinhas, alerta geral, Cláudio temos que voltar para traz, pausa… e diz a Sofia com ar de riso, que a pasta estava com ela. Na verdade eu estava completamente convencido que a tinha deixado no carro. Rizada imediata dos outros itinerantes e prosseguimos a nossa marcha pela A2 e mais tarde A4 em direcção a Badajoz. Mal havíamos ultrapassado a fronteira ouviu-se a voz de um de nós a perguntar quando parávamos, adiantei que podíamos fazer essa pausa a seguir a Mérida, com isto ainda teríamos de percorrer uma mão cheia de quilómetros, mais adiante fizemos a tal paragem para revigorar as pernas e comermos uns belíssimos pastéis de bacalhau feitos pela Beatriz, uma guloseima, mais uma quiche, tudo do bom. E lá partimos para mais outro troço, desta vez páramos para meter gasóleo, havíamos já feito 574 km, estávamos em Alcalá de Henares, um pouco à frente de Madrid, avançámos para o McDonald’s comer uns hambúrgueres, coisa boa para quem gosta de comer outras coisas, mesmo boas.
A viagem tem decorrido com normalidade, todos nos aperreámos a conduzir, mas o condutor de serviço é o Cláudio que não deixa por mãos alheias a condução. Entramos na zona tórrida de Saragoça que nos meses de calor é complicada a temperatura elevada destes locais. Percorremos mais uma boa distância e aí estávamos a passar ao lado da cidade de Saragoça, foi pena não termos passado aqui a noite, seria fantástico pois existia muito para se ver e nos divertirmos. O combinado é chegar a Leida onde temos já marcada a pernoita, chegamos às 19h05 ao hotel Ibis Lleida, foi descarregar algumas malas e deixá-las no hotel. Fomos até à Decatlon comprar um kispo para a Beatriz que tinha sujado o dela e precisava de um agasalho pois estava muito frio e vento,
quando regressávamos ao hotel alguns de nós resolvemos ir dar uma giro nocturno pelo centro da cidade os restantes quedaram-se a jantar no hotel e por aí ficaram. Nós, Gilberto, Carlos, Sofia e Júlia fomos os tais que tivemos a linda ideia de dar a nossa volta da praxe, ou seja quando chegamos a qualquer sítio, não basta o chegar temos de conhecer mais coisas. Fizemos ainda a pé quase 4km, detivemos com uma manifestação nocturna e jantamos ou petiscamos umas tapas de presunto com umas boas cañas num tasco bem típico o presunto era uma delícia. Bem tarde concluímos o retrocesso da caminhada, novamente a pé e detivemo-nos no Ibis para descanso do malfadado corpo a Júlia já acusava fadiga de ter andado a pé, queria era cú tremido. Fomos então dormir.

20 Novembro – Hoje o dia começou calmamente não havia necessidade de nos levantarmos muito cedo pois já estamos perto do nosso destino final, Barcelona que fica a pouco mais de 160km daqui.

Esta distância foi feita a uma velocidade mais lenta, percurso com pouco trânsito, mesmo tratando-se de um domingo em que o espanhol gosta de dar as suas voltas. Já muito perto do fim da etapa fomos atestar a viatura para que o combustível fosse reposto numa das partes, dali a pouco desembocámos na zona portuária e encontrou-se um lugar pertíssimo onde descarregamos as malas e um pouco ao lado o estacionamento para que depois o irmão do Cláudio fosse buscá-la. Malas em nosso poder, foi encaminharmos para fazermos todos os trâmites de embarque. Verificamos que todo o processo estava fluído e rapidamente entrámos no nosso hotel flutuante para as próximas16 noites que iremos passar no Mediterrâneo e oceano Atlântico. Já dentro cruzeiro da MSC o Seaview, aproveitamos para comermos qualquer coisa, demos uma pequena volta e saímos para aproveitar a nossa estadia em Barcelona e darmos mais uma volta por esta cidade, praticamente todos nós já estivemos aqui uma ou mais vezes, pelas minhas contas esta é a 6ª vez que eu e a Sofia já estivemos nesta cidade, em uma delas num carro alugado em que uns fulanos de mota deram-nos um corte num dos pneus para nos roubarem, não é cidade que me deslumbre.


Adiantando, encaminhamo-nos até rambla marítima atravessando uma ponte pedonal, a esta hora há imensas pessoas a passearem por esta zona, tirámos algumas fotos e seguimos até à La Rambla que é uma via que liga a praça da Catalunha ao porto velho, sendo esta muito frequentada pela maioria dos turistas que aqui vêm, foi então subi-la mais uma pequena volta e regressamos ao nosso barco que almejamos para mais um transatlântico. Regressamos pelas 16h30 e aproveitamos para tomar uma banhoca, passados momentos está a Júlia a telefonar-nos a dizer que estão a chamar todos os passageiros para o simulacro de emergência.
Estávamos prontos para sair quando me apercebi que me faltava o cartão de identificação que nos é dado quando entramos no navio, o cartão que nos dá acesso a tudo e funciona como cartão de crédito para tudo o que possamos comprar. Procuramos em todos os lados e nada de o encontrar, demoramos já tanto tempo que o período para o ensaio foi ultrapassado e eu já cheio de nervos de não encontrar o raio do cartão. Entretanto a nossa teimosia continuou até que olhei para a porta de entrada e vi que este estava na ranhura onde podemos ligar a parte de iluminação do deck, concluída tão desastrosa e cansativa tarefa. Hoje também começa o campeonato do mundo de futebol a realizar no Qatar, onde Portugal está representado por um lote de jogadores invejáveis, veremos qual a nossa prestação, não tenho quaisquer perspectivas nos resultados porque não gosto nada mesmo do préstimo do nosso treinador Fernando Santos, não tem mostrado grandes resultados em jogos de grande responsabilidade, tem mesmo perdido sempre, mas o seguidor Portuga, acha que é um grande conhecedor, errado, no final iremos ver se tenho ou não razão. Hoje o anfitrião Qatar começou logo a perder 2-0 com o Panamá. A noite já está a cair e nós a darmos umas voltas de reconhecimento. Por volta das 18h00, partimos em direcção a Palma de Maiorca que será o nosso próximo destino. Até que chegou a hora do jantar e o momento para nos irmos deitar.

21 Novembro – O barco atracou em Palma da Maiorca às 8h00, como estávamos ensonados e cansados do dia anterior nem demos por conta da sua chegada.

Fomos todos tomar o pequeno-almoço ao 8º deck e no final combinamos encontrarmo-nos à saída para a nossa volta por Palma de Maiorca. Esta será a primeira vez que eu e Sofia vimos até às Baleares, há vários anos que pensamos vir até estas bandas mas como fica perto da nossa terra ficou sempre para outra ocasião, mas desta vez o cruzeiro fez aqui escala e assim aproveitamos para dar uma pequena volta. Existe uma outra ilha neste arquipélago que me seduz, Ibiza, um dia viremos então passear e conhecer estes locais de outra forma. As escalas dos cruzeiros, dão-nos sempre uma visita de médico e na verdade pouco ficamos a conhecer. Se tivéssemos optado por alugar dois carros ou uma carrinha de 9 lugares, haveríamos de ter feito um percurso vantajoso, não foi isso que sucedeu e resolveu-se sair a pé caminhando ao longo da marginal, depois enveredando para uma das artérias da cidade para visitarmos a monumental catedral de Santa Maria do século XIII, seguimos para a principal rua da cidade que estava a ser decorada com a luzes e adereços para o Natal que se avizinha.


Foi praticamente o que ficamos a conhecer, nada praticamente nada, pois regressamos ao barco. Como o pessoal já estava cansado e sem vontade de fazer o percurso de retorno a pé optou-se por ir de táxi, concluo que este grupo já está velho, praticamente acabado, já nem consegue fazer o retorno a pé, porca miséria.
Chegamos muito cedo por volta das 15h00 e assim aproveitamos para almoçar, acabámos a dar umas voltas de reconhecimento pelo barco, até que chegou a hora de vermos o espectáculo que é habitual, a seguir vamos fazendo tempo para o jantar que para o nosso gosto é muito tarde, nós gostamos de jantar mais cedo porque assim ficamos todos cansados e sem vontade de ir ver outros espectáculos, por acaso ainda havia quatro resistentes que ainda iam dar umas voltas e assim uns iam para caminha enquanto os outros iam-se recolher mais tarde e assim terminava mais um dia de cruzeiro, para nós cerca da 1h30 da madrugada.

22 Novembro – Atracamos no porto de Cartagena, esta cidade portuária no sul de Espanha, fundada pelos Cartagineses no ano 220 a.C., mas também os Romanos aqui estiveram e fizeram florescer a cidade, havendo ainda nesta época um teatro romano a casa da fortuna e um palácio.
Existe um centro de interpretação “Muralha Púnica” que abriga os restos de uma muralha do século III a.C.. Foi em 1992 a última vez que aqui estivemos no mesmo ano da feira internacional de Sevilha, eram naquela altura, os nossos filhotes, uns traquinas. Este porto encontra-se em frente do centro da cidade o que nos facilitou encontrar o local que nos vai levar à primeira rua que nós queremos visitar, com as suas construções do início do século passado, bem conservadas e harmoniosas, ruas já enfeitadas para quadra que se avizinha. Logramos e fomos conhecer o museu marítimo sendo hoje a entrada gratuita, aqui se encontram várias armas de artilharia naval que mostram a evolução histórica do armamento usado nos antigos navios de guerra, existem também fardamentos e documentos que enriquecem os nossos conhecimentos, igualmente aqui jaz um submarino que já esteve em mais do que um local nesta cidade, hoje está fora das intempéries e bem recolhido, trata-se do primeiro submarino construído em Espanha por Isaac Peral que havia ingressado na marinha espanhola em 1866 e desenvolveu este submarino movido a electricidade que foi lançado ao mar no ano de 1888, este não foi aceite pelas autoridades políticas, mas bem aceite pela marinha.


Esta nossa visita foi bem aceite pela maioria do grupo, aqui estivemos mais de uma hora apreciar o seu conteúdo. Não me lembro a razão pela qual não visitamos o teatro Romano, por esse motivo prolongamos a visita a este museu.
E assim demos por concluída a volta pela cidade, agora vamos até ao nosso hotel que já o estamos avistar deste ponto onde nos encontramos. Quando chegamos fomos até à piscina interior porque a temperatura lá fora está ainda fresca. Uns de volta dos telemóveis, outros a conversar ou a ler, assim passamos parte do nosso tempo de hoje. À noite fomos dar umas voltas e conhecer mais locais, estivemos a ouvir uma brasileira exuberante com uma possante voz que canta e encanta, muito bem simpática. Outras voltas, fizemos e finalizamos este dia, olhem quem vimos o Ferrari e sua esposa, duas personalidades italianas que conhecemos no cruzeiro anterior, engraçado. 

23 Novembro – Hoje, chegámos a Málaga, linda cidade de costumes admiráveis.

É a sexta maior cidade espanhola com 560 mil habitantes ou seja têm mais 15 mil habitantes do que a nossa cidade de Lisboa, também foi fundada pelos fenícios no século XII a.C. e foi incorporadora na coroa de Castela no ano de 1487. Visitar esta cidade neste mês de Novembro não é o mais aconselhado, pois os milhares de turistas que param por estas redondezas é na altura do verão em que juntam a época balnear com as noites escaldantes a passearem ou a beberem uns copos nos imensos bares e discotecas existentes. Tanto que se consta que os nossos amigos espanhóis nos prometem 300 dias de sol ao longo do ano. Vá lá, tivemos ainda muita sorte o dia estava com sol e o vento bufava de mansinho, só com muito azar não apanharíamos céu limpo nesta escapadinha a Málaga. Resolvemos sair e dar umas voltas a pé, já sabíamos que não iremos dar grandes voltas.
Embrenhamo-nos numa das ruas mais movimentadas, esta já totalmente decorada com as luzes e efeitos natalícios, apenas andavam alguns funcionários a fazerem ajustes e verem se as luzes estão a funcionar em pleno. A azáfama que averiguamos, é as pessoas a entrarem nas lojas já a antecipar as suas compras, já vimos o suficiente e então fomos andar pela alcáçova árabe do século XI e o castelo Gibralfaro do século XVI, construído sobre as ruínas dum farol fenício. A maioria dos meus amigos nem por sombra lhes passava pela cabeça que esta cidade foi o berço de Picasso, eu sabia, porque da 2ª vez que estive neste lugar fui informado de tal e ainda mais, há as mulheres malaguenhas com seus trajes que gostam de se sobreporem às sevilhanas na sua atitude bem como no vestir e demonstrarem a sua pujança económica. Estas têm imenso gosto de celebrarem na feira anual que se realiza todos os anos em meados de Agosto mostrando as suas roupas, jóias e montadas em lindos cavalos ou em charretes.
Na nossa caminhada contemplámos o teatro romano, percorremos algumas ruelas pelo centro histórico e nada de comermos umas tapas ou bebermos umas cañas, porca-miséria papá! A verdade, verdadinha é que resolvemos regressar ao barquinho que está à espera destes mafarricos malvados que não gastaram um tostão aqui, até a entrada na Alcáçova foi de borla. No final desta viagem vamos estar todos ricos e com a barriguinha cheia. Málaga é uma cidade apaixonante e eu tenho grandes recordações das vezes que aqui vim com os meus filhotes e cara-metade.

24 Novembro – Primeiro dia em mar, saímos do porto de Málaga às 7h00 da matina, ou seja a esta hora todos nós dormíamos regaladamente porque ontem alguns deitaram-se tarde e agora estão nas horas dos descontos. No entanto como combinado pela 9h30, já nos encontrávamos a tomar o pequeno-almoço. Verificamos que já se começava a ver um pouco de sol sem quaisquer nuvens, no entanto corre uma brisa que nos barrou de virmos para o convés apanhar um pouco de sol e respirar ar puro que é o que estamos a precisar. Depois de comermos, algumas das senhoras foram dar uma volta pelos locais onde se encontram promoções de diversos artigos, os homens ficaram sentados a falar mais um pouco, é que temos tido muito pouco tempo para por as conversas em dia, seguidamente atascamos na borda da piscina para ficarmos ao sol e recolhidos do vento.
Já perto do meio-dia estávamos atravessar o estreito de Gibraltar, vimos facilmente as duas margens a espanhola e do outro lado a marroquina, para nós será a terceira vez que aqui passamos no entanto a travessia de Tarifa para Tanger os nossos amigos já a fizeram umas quantas vezes nós apenas duas, uma delas a ida somente para andarmos em Marrocos a outra com a companhia do Carlos, Cláudio, Júlia, Jóia e Cândida quando fomos até à Guiné-Bissau. Como se calcula a nossa permanência dentro do barco contribui imenso para a engorda, para travar essa maleita, alguns foram fazer umas caminhadas ao longo do navio, há um senão; a forma de caminharmos não é regular, temos de entrar em zonas que não se adaptam para depois sairmos do outro lado e recomeçarmos o trajecto que se assemelha a uma pista mal-amanhada. Quando chegou a hora do almoço, não fomos todos ao mesmo tempo, uns que já tinham alguma fome, outros que optaram por comer mais tarde. Já notei que a comida nos cruzeiros de MSC é pouco variada e não de todo o agrado.
Hoje jogou Portugal com o Gana em que soamos bastante para lhes ganhar por 3-2, não gostei da nossa exibição, mais uma falha do treinador medíocre que temos. Pela tarde a música e programas de entretenimento vão-se desenvolvendo ao redor da piscina, alguns vão dançando ou pulando, outros apenas vão olhando e ouvindo a música que por vezes está tão alta que nos lixa os tímpanos. Pôs-se uma tarde solarenga que deu para aquecer, mas pouco ou nada de bronze. Assim se passou esta tarde, no final mais umas voltas ao redor do barco e às 20h00, fomos até ao teatro ver mais uma secção musical que foi agradável. 

25 Novembro – Hoje, estamos em Santa Cruz de Tenerife, umas das ilhas do arquipélago espanhol das Canárias, é a 2ª vez que estamos nesta ilha. Aproveito para descrever um pouco de história das descobertas destas ilhas. Existe um senão, em que estas ilhas não foram descobertas pelos nossos antepassados.
Ou seja, antes da chegada dos aborígenes, as ilhas eram habitadas por animais endémicos, como lagartos gigantes, ratos gigantes e tartarugas gigantes, entre outros, também já extintos. As ilhas são conhecidas desde antiguidade, existindo relatos fidedignos da presença de cartagineses; estes também estavam em toda a parte. Os romanos também por aqui andaram, mas com a queda do império romano veio o isolamento e no ano de 1336, mais precisamente em Agosto os portugueses redescobriam-nas, mas o Papa Clemente VI, atribui-as ao reino de Castela que suscitou protesto de Afonso IV de Portugal. Teria mais episódios para relatar, apenas que só quis focar a redescoberta pelos nossos antecessores. Sobre esta paragem nesta ilha, não fizemos qualquer projecto, porque já aqui tínhamos estado há alguns anos, nessa altura fizemos uma excursão pelos principais pontos.
Entretanto saímos e fomos dar umas voltas pela zona central da cidade. De volta ao barco estivemos na piscina apanhar um pouco de sol, já se nota a diferença da temperatura nesta zona Atlântica, mais amena e o por do sol ocorre mais tarde, é quanto basta, por agora, sabemos que nos próximos dias as temperaturas vêm por aí acima. Demos mais umas voltas à volta do 17º deck, aquele percurso o entra e sai, conseguimos com isto fazer meia dúzia de quilómetros o que já é agradável e mais alguns que fizemos hoje pela cidade. Já tarde chegou a hora do jantar que para nós é sempre agradável para de seguida irmos ouvir mais um pouco de música ao vivo, música que é sempre cantada por brasileiros e os motes são sempre os mesmos. 

26 Novembro – Lanzarote, uma das ilhas do arquipélago das Canárias, próxima da costa da África Ocidental e administrada pela Espanha, é conhecida pelo clima quente durante o ano todo, pelas suas praias e pela paisagem vulcânica.
O cenário rochoso do parque nacional de Timanfaya foi criado pelas erupções vulcânicas da década de 1730. As grutas do Verdes têm cavernas que foram formadas por um rio de lava subterrâneo. Nesta ilha viveu durante muitos anos o nosso escritor José Saramago, prémio Nobel da literatura no ano de 1998, tinha um forte amigo que o adorava de nome Encavado Silva. Para conhecermos esta ilha, optou-se pelo aluguer de uma carrinha que nos transportou ao longo do percurso idealizado em cima do joelho. Optamos primeiramente, ir até ao parque nacional de Timanfaya, percurso imaginário que ao longo vamos descobrir a imensas vinhas encravadas em rochas e amuralhadas por pedras, também vulcânicas. Cultura paralela às vinhas portuguesas da ilha do Pico nos Açores, apenas aqui a extensão é muito superior.
Chegámos praticamente à borda do Vulcão do Corvo o mais emblemático, deixamos a van estacionada num pequeno parque em que vemos ao longe umas paisagens abundantes em montanhas de outros vulcões. O dia está quente para nos ajudar na caminhada que temos pela frente, alguns de nós não estão com vontade de prosseguir e vão-se arrastando, até porque o trajecto que vamos vendo é acessível a todos. Com isto chegámos à orla do dito, uns que iam à frente resolveram rodeá-lo pelo lado esquerdo outros pela direita, mas ambos desistiram e voltaram para trás, eu um pouco abelhudo, teimei e consegui trazer no encalço a Sofia e a Júlia que fizemos mais uns 100 metros e conseguimos entrar para dentro do cone, antes nas conversas que todos havíamos tido, pensou-se que não havia qualquer acesso, mas enganaram-se.
Eu estive no centro, mesmo em cima da última bolha de lava. Tiramos as nossas fotos a Júlia e a Sofia retrocederam a caminhada, mas eu optei por circundar o resto do vulcão, caminhei a pensar que este era circular, mas enganei-me completamente, há uma parte que se prolonga por mais umas centenas de metros que fez que o percurso fosse muito longo, ainda estive por duas vezes para voltar atrás, teimei e concluí a caminhada intervalando com umas pequenas corridas para contrabalançar o tempo que iria ter de atraso em relação ao resto do grupo. Terminei um pouco cansado e soado mas valeu a pena, estudassem… A principal atracção era ir à casa onde residia Saramago, isso aconteceu, tivemos pouca sorte que a residência que hoje é o museu encontra-se encerrada, é já muito comum entre os mortais encontrarem-se estes locais fechados.
Tiramos fotos e espreitamos o que podemos, nada mais, o Carlos ainda foi fazer perguntas a um vizinho mas nada pudemos concluir. Nada desanimados, dirigimo-nos para outro local da ilha, onde paramos numa pequena praia, por perto as madames fizeram compras, este um trabalho científico e muito moroso. Depois mais um percurso para a uma das pontas da ilha onde desfrutamos as lindas paisagens, queríamos ver o miradouro del Rio, este é pago, como é que é, já se paga para entrar num miradouro, não pagámos e vimos mais abaixo a outra ilha do outro lado do canal. Aqui resolvemos inverter a marcha em direcção ao centro de Arrecife e entregar a viatura alugada. Adoramos estar em Lanzarote. Hoje foi o dia do aniversário da Cândida que festejamos recatadamente no restaurante do cruzeiro, a Cândida não gosta de algazarra e exposições. É frequente quando alguém faz anos os funcionários da sala juntarem-se e cantarem os parabéns. Há companhias de cruzeiros que sabem os dias de aniversários dos passageiros e têm uma surpresa para com eles. Não é o caso desta companhia. 

27 Novembro – A partir de hoje vamos ter 6 dias de navegação em alto mar sobre este extenso oceano Atlântico.

Vamos contribuir para a engorda, pois já sabemos que iremos estar grande parte do tempo deitados apanhar sol, a comer, ouvir música, espectáculos e a fazer algumas caminhadas, serão estas as razões mais relevantes, outras de menor impacto irão também acontecer. O mar fascina-nos a todos para muitos o mais importantes é a comida e essa será a primazia das viagens de cruzeiro, mas a MSC, tem muito a desejar na qualidade da comida, comparando-a com outras companhias em que já viajamos. Também temos imensas actividades para nos entretermos, como o casino onde o nosso amigo Carlos, costuma gastar uns milhares, apenas na imaginação e nas conversas que nos faz, a verdade é que nunca o vi tirar uma moeda para esse fim, mas se ele diz que gasta aí muito dinheiro, isso é com ele. Já as senhoras também têm muito onde se entreterem ou gastar dinheiro nas lojas de roupas, relógios ou nos salões de beleza, aulas de dança e spa, elas por vezes nem têm tempo para tantas e diversas coisas, fico de certeza a não saber onde se metem e onde conseguem gastar tanto dinheiro, falo assim mais da minha parte, pois a Sofia é ou será assim uma gastadora nata! Por mim nestes dias vou apanhando sol, pois é muito importante para a minha pele, vou lendo alguma coisa, sim trago bastantes revistas da “visão” que tinha em casa para ler, vou olhando para o horizonte para ver se consigo ver alguma embarcação, algum peixe ou ave que se aproxime, já tem acontecido imensas vezes em outros cruzeiros ter visto situações destas.
Com tudo isto o nosso grupo é composto por oito pessoas, temos de facto componentes para falarmos ou discutirmos os mais diversas questões, haja vontade para isso, vai haver com certeza. Há um enorme ginásio, será que o vamos utilizar, tenho algumas dúvidas, nos anteriores cruzeiros que me lembre apenas fomos até lá uma ou duas vezes, nada mais. O Carlos e a Júlia são mais de se divertirem em actividades colectivas, neste caso juntam-se a outros que vão dançando, eles dançando mal, vão-se misturando e lá vão querendo dar nas vistas, por vezes exageram e lá está a Cândida a fazer que não os conhece, sim é pura verdade o que digo, ela sente alguma vergonha de algumas situações e põe-se de lado naquele momento, eu acho que por vezes exageram e quase faço o mesmo. Estes cruzeiros por vezes também servem para o romantismo, quem é que não o tem? Surgem casais em lua-de-mel, uns rolinhos sempre aos beijinhos e metidos nas cavernas, quero dizer sempre dentro do camarote ou suite que só aparecem à noite de resto até nem saem para comer, ficam à espera que lhes vão levar o repasto. Nós não estamos nesse grupo, porque praticamente 80% de nós já estão na idade do condor, os restantes, vou dizer que para lá caminham, mas sem dúvidas estamos todos felizes e vamos divertir-nos com vigor onde recordaremos todos os momentos que se adivinham. 

28 Novembro – Prosseguimos a nossa travessia transatlântica num dia que não há vento e a temperatura já começou aquecer, é tudo isto que esperamos, porque vimos donde o frio já encetou e as temperaturas já estão baixas, ou seja a boa época para irmos para a praia terminou há algum tempo.
Esta viagem é também uma fuga para podermos usufruir do calor e mais adiante podermos ir para as praias brasileiras, já falta pouco para lá chegarmos. Iniciamos a nossa campanha de hoje com um farto pequeno-almoço. Tivemos ainda a ideia de ir para as ameias mas ainda está um pouco fresco, resolvemos então ficar no interior. De seguida fomos colocar-nos nas espreguiçadeiras que já tinham as nossas toalhas, uma revista, um livro a marcar posição. Fomos apanhando um pouco de sol e ouvindo os programas de entretinimento. Entre eles, existe o momento do step ou exercício aeróbico, por vezes o fulano que coloca a música exagera nos decibéis e temos de falar a berrar uns com os outros, é simplesmente um exagero medonho, é a única altura que a música se pode ouvir na costa africana. Os marroquinos que estão por perto devem ficar furiosos com tal algazarra. A dado momento, uns quantos de nós resolveram dar mais umas voltas para descontrair as pernas e as costas tão fartas de estarmos sentados ou deitados. Também aproveitaram e foram até às lojas procurar alguma coisa para comprarem ou gastarem dinheiro sem grande motivo.
A ocasião gera a forma de comprar seja o que for sem haver necessidade, acho que é uma doença. Por volta da 01h00, parte do grupo já com fome foram almoçar, outros esperaram mais uma hora e também fizeram o mesmo. Esta fome também é provocada somente por causa das horas, pois verdadeiramente fome, acho que não há, será isto verdade, não também entre nós, existem esfomeados. Há tarde mais outras horas passadas na piscina e mais programas que nos trazem tranquilidade, temos uma vantagem é que esta embarcação não está completamente cheia, temos imensos espaços para nos movimentarmos à vontade. Demos mais umas voltas por locais que ainda não tínhamos passado, olhamos para o horizonte e nada, apenas nós neste imenso oceano e um céu limpo, não se vê qualquer nuvem e o vento contínua ameno. Hoje para o campeonato do mundo de futebol Portugal ganhou 2-0 ao Uruguai, mais uma vez não me convenceu, julgo mesmo que nem soube como marcou os dois golos. A atitude que o treinador teve com o Cristiano Ronaldo não lhe fica bem, vamos ver como as coisas irão decorrer. Com este resultado, Portugal ficou já apurado para os oitavos de final, mas não chega.
 No final da noite fomos ver mais um lindo espectáculo de dança com artistas fabulosos e cantores de qualidade. Neste dia vi uma dançarina que me fez lembrar uma portuguesa que conheci quando tinha uns 18 anos, todas as parecenças de rosto, cabelo e corpo como quando a conheci. Até comentei com a Sofia como existem pessoas tão idênticas parecia gémea com uma diferença duns 50 anos, até faz-me rir. Terminado o lindo espectáculo que todos adoramos, fomos até a mais um átrio ouvir mais música, brasileira, é o ritmo existente neste navio Brasil, Brasil. Depois jantar e caminha para alguns, outros ainda ficaram mais um tempo no passeio ou a ouvir cantar ou a dançar. Lá estava o Ferrari com a sua esposa nas poses de dançarinos ofuscantes. 

29 Novembro – Ontem logo pela manhã tivemos um percalço o autoclismo mais uma vez não estava a funcionar.
A Sofia logo de manhã quando foi à casa de banho deparou-se com a sanita completamente cheia de água e furiosa resolveu ir até à recepção reclamar, pois desde o inicio do cruzeiro tivemos sempre este problema, todos os dias havíamos feito reclamação ao assistente de serviço do 10 deck que foi sempre atencioso e conseguia resolver o arranjo com os serviços de manutenção do cruzeiro. Desta vez a paciência findou. Para compensação das arrelias que temos tido resolveram mudar-nos de cabine e colocaram-nos numa no 14º deck com varanda. Não é que dessemos grande valor a uma cabine com varanda, mas foi um reparo do nosso mau estar. Tivemos uma grande trabalheira em retirar todos os nossos pertences de um lado e voltar arrumá-los no outro. Toda a roupa foi mexida e voltá-la a colocar nos cabides e gavetas, ainda perdemos umas duas horas. Não bastando, depois de tudo arrumado fui até à varanda dar uma olhadela para o horizonte, com isto encostei-me ao varandim e eis que algo nos estava guardado, sujei um polo acabado de vestir com fuligem das chaminés do navio. Mais uma vez viemos à recepção para reclamar, aperceberam-se e o polo ficou em poder deles para lavar, encontra-se muito sujo e não sabemos se as manchas sairão alguma vez.
 Depois desta lufa-lufa fomos ter com os nossos cúmplices que não sabiam nada de nós, lá tivemos de contar o sucedido e tardiamente tomamos o pequeno-almoço, praticamente nem apetite tínhamos porque já faltava pouco para a hora de almoço, desta vez fomos comer muito tarde. O programa da tarde que já andávamos para fazer há alguns dias surgiu hoje, hoje está guardado para o dia das novidades. Então, Gilberto, Carlos, Cândida e Cláudio foram para os escorregas aquáticos. A primeira opção que é sem dúvida a que nos mais impressionou, foi numa bóia gigante que transporta duas pessoas e atinge uma velocidade considerável, tem um percurso que sai para fora do navio, mas nós nem nos apercebemos desse momento por causa da velocidade. Quando se chega à parte final o impacto é forte e cria uma forte ondulação no travamento, fizemos este percurso três vezes para depois passarmos para um outro que é individual e apenas o nosso corpo escorrega pela tubagem, não achei grande interesse, tanto que finalizamos a nossa vinda aqui satisfeitíssimos. Também foi hoje que me deram 80€ pelo meu polo que ficou danificado que não conseguiram tirar a nódoa na totalidade, apenas me davam 40€, mas depois de grande diálogo lá se descoseram. Final da noite, versão idêntica à de outros dias.

30 Novembro – O corrupio de certos passageiros para chegarem ao deck onde são servidos os pequenos almoços é por vezes ofegante para quem não tem pressa em chegar ou comer, esta situação vê-se constantemente.
Esta será sem dúvida das primeiras tarefas da manhã para de seguida repetirmos quase na íntegra o que se passou no dia anterior. Já estou farto de comer o mesmo, sem dúvida que a diversidade é imensa, mas não é suficiente, não sou daqueles que tomam os pequenos-almoços como já estivessem almoçar, há quem coma hambúrguer, batata frita, feijão, massa, etc.. Até levam para a mesa grandes quantidades de sumos e seus pratos cheios, abarrotar. Eu apenas como quantidades pequenas e variadas – pão, queijo, ovos mexidos, café com leite, por vezes sumo, o suficiente para me sentir satisfeito. Praticamente foi que hoje sucedeu, nada de exageros e prontos para avançarmos para a zona da piscina para apanhar sol, pois este dia de Outono no hemisfério norte está soalheiro.
Por aqui estivemos uma boas horas o Henrique foi até ao camarote ver mais um jogo de futebol do campeonato do mundo. A Sofia, Júlia e Beatriz foram ver as novidades que estão em saldo para o dia de hoje, o restante grupo ficou a ler, dormitar ou a banharem-se na piscina, um senão este cruzeiro para o tamanho que tem e para o número de passageiros que pode transportar esta piscina é bem pequena. Mais uma vez veio a hora do almoço de seguida mais umas voltas e regresso ao redor da piscina para ouvirmos a música brasileira com um som estridente. Assim fomos passando a tarde que nos trouxe descanso e algum sono, esta é a vida sedentária da maioria dos passageiros que são já sexagenários, é desgastante, o não saber o que fazer. À noite o programa e a passagem pelos diversos palcos onde a música abunda e por fim o repastado jantar. Todos gostamos de ir ao restaurante Silver Dolphin no deck 6, aqui a comida tem qualidade e a quantidade não é para enfarta brutos. Hoje foi um dia de gala em que alguns passageiros vestiram-se com elegância, os homens de terno e gravata e as mulheres com vestidos de festa, as nossas madames também se capricharam, aliás, como tem sucedido todos os dias, apresentam-se bonitas e bem cuidadas, não é necessários um dia de gala, para tal.

1 Dezembro – É hoje que vamos cruzar o equador. Este ritual só acontece aos cruzeiros que em fim de temporada vindos da Europa ou América do Sul, cruzam esta linha no oceano Atlântico, ou seja a maioria dos outros cruzeiros não tem esta possibilidade, são mesmo poucos o que fazem este trajecto.
 O despertar tem sido por volta das 8h30 como estamos em decks diferentes combinamos na noite anterior a hora para nos encontrarmos no pequeno-almoço, aconteceu o mesmo hoje, subimos até ao 16º deck deixamos as toalhas já em cima das espreguiçadeiras da piscina principal a marcar um lugar que seja mais apetecível para nós, de seguida vamos para o restaurante abastecermo-nos daquilo que mais no agrade e comer. Depois de volta à piscina para ver começar o ritual de hoje, a travessia do equador. Já se vêem movimentações em toda esta zona, mas o começo iniciou-se na proa no 17º deck onde a Júlia e o Carlos já lá se encontram, nós ficamos por estas bandas. Às 11h00, começaram aparecer os primeiros figurantes com grande algazarra, pois vinha uma figura carismática o rei dos mares “neptuno”, um gordalhaço com grande dificuldade a mexer-se, acompanhado de umas gajas que o vão ajudar a descer as escadas e seguido por uma imensidão de paspalhões e paspalhonas que ajudam à palhaçada.
O som da música é estridente, há uma locução do que se está a passar, mas a música abafa-a. Chegam por fim ao palco que sobrepõe à piscina, aí começa a bênção dos marinheiros, passageiros com champanhe que se integraram na fantochada. Depois sentam-se na beira da piscina onde são regados com mostarda, ketchup, farinha, chocolate, cominhos etc.. Estes ficam sujos com mestria de emporcalhados, mais parecem umas doninhas fedorentas, pois a mistura dos diversos componentes cria um cheiro nauseabundo. A zona da piscina e sua água ficou numa lástima, pois todos os recém-baptizados caíram nela ou se foram lavando. Um festejo mais pareceu um momento carnavalesco. Assim se passou a manhã e a piscina e zona adjacente está totalmente interdita para consumo, já estão a começar as obras de restauração do espaço. Também aconteceu que a meio da tarde estávamos a passar junto às ilhas Fernando de Noronha, quer dizer que estamos a cerca de 350km ao largo da costa brasileira, já bem perto de Salvador. Mais um dia se passou, amanhã iremos para o derradeiro dia de alto mar.

2 Dezembro – Depois das conjunturas diárias repetitivas lá estamos todos repimpados ao sol e que sol o de hoje, já nos encontramos muito pertinho da costa brasileira em que o calor é bem notório.
O Carlos, somente ele, lembrou-se de ir fazer Zip Line, nós cá em baixo esperamos por ele para tirarmos umas fotos ao super-homem que irá sobrevoar-nos. Hoje pela 12h00, Portugal vai fazer mais um jogo para o mundial frente à Coreia do Sul treinada esta por um português, Paulo Bento que por sua vez há anos também já foi treinador da nossa selecção, não se vislumbrou com os resultados nessa altura e foi de abalada. A hora do jogo chegou, aí estávamos quase todos empolados com este jogo. Eu e a Sofia resolvemos ir para a nossa cabine ver o espectáculo, abrimos a porta da varanda e até uma réstia de sol entrava por ali dentro, seguida de uma aragem quente e um silêncio primoroso. Temos todos os pormenores para ficarmos bem instalados. Assim começou o jogo e boas perspectivas para o final. Não tenho gostado que o Cristiano Ronaldo tenha ficado no banco, desta vez vai jogar de início, é que o Nandinho está abusar e ajudar afundar o melhor ou um dos melhores jogadores de futebol de sempre. Começa o jogo e logo aos 5 minutos, golo de Portugal, marcou Ricardo Horta, o jogo foi-se desenrolando e aos 27 minutos a Coreia empata, não estou nada a gostar, já há vários minutos que venho dizendo que vamos perder. Chegou o final da 1ª parte, vamos ver o que vem por aí, recomeça o jogo e contínuo a não gostar como a equipa está escalonada no terreno. Somos uma selecção cheia de craques, temos lá 26 jogadores que formam duas fortes selecções, como é possível estarem a jogar assim tão mal. Eu só culpo este treinador que já deveria ter sido posto na rua há muitos anos.
Ele nem sabe com a sorte que foi campeão europeu em França, foi somente graça aos jogadores, tecnicamente ele, é péssimo. Aos 80 minutos este anormal fez duas substituições desnecessárias, só faz merda. Só vejo a Coreia a subir e Portugal a ficar-se para trás. Aos 91 minutos a Coreia faz os 2-1, que vergonha, vergonha. Resumindo até gostei, eu que desde o início venho dizendo que não vamos muito longe. No entanto já estávamos apurados para os oitavos de final, veremos o que iremos fazer com a Suíça. Terminada tão dura tarefa de mim e da Sofia, ela sempre a ouvir-me resmungando lá fomos juntar-nos aos nossos amigos, eu com uma cara de meter medo, ainda pude dizer umas boas palavras de desagrado, mas não me deram razão. Também não fiquei chateado pois também já vi que de futebol não percebem pívia. Depois do almoço tardio, fomos fazer mais algumas actividades de relaxamento, como caminhar, ouvir música, passear pelo casino, espreitar o Spa, olhar para o longínquo horizonte e beber um chazito com umas bolachinhas que tanto gostamos. O importante é termos organização e saber aproveitar todas elas. Ao final da noite fomos até ao deck da piscina onde há música e doçaria para todos os dançantes e gulosos, sim fomos todos até lá, porque somos gulosos, dançantes, nem tanto assim.

3 Dezembro Atracamos no porto de Salvador às 09h00, mas a hora prevista era para as 10h00, não percebi esta discrepância no horário, também não é para entender.

Nesta altura já todos nos encontrámos na gare do porto para iniciarmos o percurso pela parte antiga desta cidade. Sendo esta a capital do estado da Baía e a cidade mais visitada do nordeste brasileiro. Apanhamos dois táxis que nos levaram a uma zona comercial da cidade para comprarmos cartões da rede telefónica brasileira para podermos contactar com os nossos familiares em Portugal e também para falarmos com outros contactos brasileiros. O Cláudio aproveitou para reparar o seu telemóvel que dias antes tinha-se afogado. A seguir partimos até à Basílica do Senhor do Bonfim, quando chegámos fomos abordados pelo gente que anda por ali a oferecer as fitinhas da sorte, segundo diz a tradição que pedindo um desejo esse será concretizado quando a fitinha que foi colocada no nosso pulso se rebentar, será nessa altura que o desejo se realizará. Fomos visitar a basílica que é muito bonita e no final iniciamos o nosso regresso, entretanto à saída o Gilberto foi intersectado por uns vendedores que lhe pediram se ele não se importava de trocar as moedas de euros que eles tinham por reais porque o banco não cambiam, assim aconteceu o Gilberto lá cambiou algumas moedas, e lá seguimos caminho, qual não é o seu espanto quando meteu a mão ao bolso e se apercebeu que uma nota de 100 reais tinha desaparecido, ficamos incrédulos sem saber o que aconteceu à nota. 
Entretanto como estava na hora de almoçar optamos por um local típico o Mercado Modelo, onde se vende artesanato e existem vários restaurantes. Este foi inaugurado no ano de 1912 e aqui funcionou a alfândega. Fomos comer comida baiana acompanhada para alguns de nós com cerveja e as senhoras ficaram-se pelas caipirinhas e água de coco. Na verdade não dei grande valor ao prato que escolhi, este foi a maioria para todos nós. É já uma vertente de comida para turista e em que o preço não ficou atrás, para brasileiro o que nós pagamos é simplesmente um gatunice. Subimos o elevador Lacerda, pagámos um custo baixíssimo uns míseros cêntimos, já cá em cima seguirmos até ao afamado bairro do pelourinho e se pensam ver um pelourinho estão enganados, este já existiu, foi-se com o tempo.
Daqui conseguimos ver uma quantidade enorme de igrejas, em cada canto está uma com o seu campanário ou torre sineira como queiram proferir. Visitámos a igreja convento de S. Francisco, subimos mais umas quantas ruas e escadas, voltamos a descê-las e aqui estamos novamente no largo do pelourinho, desta vez há música com os bombos atroarem a praça, grande banzé e ânimo, brasuca gosta de festa, aqui a têm. Subimos novamente até à praça onde está o elevador, aqui ficamos por algum tempo pois havia mercado e bancas de vendas de recordações. O Carlos ainda quis tirar uma fotografia com uma fulana vestida com os trajes baianos, mas não chegou a bom término, porque ela pediu um valor excessivo e o Carlos não estava nessa, ficou apenas com a vontade, e ela não fez negócio. 
Vamos então regressar ao barco no caminho ainda fomos visitar o mercado na zona das bancas. Na rua estava um grupo a praticar capoeira foi muito engraçado. Neste momento já nos encontrámos no cruzeiro e preparados para o ver abalar que será pelas 21h00. A nossa estadia nesta cidade não teve grande ênfase, pois todos nós já havíamos estado aqui.

4 Dezembro – Hoje quando acordamos, reparei que ainda estávamos a navegar, muito estranho porque deveríamos ter chegado às 8h00 da manhã a Ilhéus, não entendi. Quando chegámos ao nosso ponto de encontro e falamos com os nossos comparsas alguns já sabiam que por causa do mau tempo íamos a caminho do Rio de Janeiro, nós não tínhamos ouvido nada, a MSC deveria nos ter informado a razão pela qual não atracou em Ilhéus.
Constatei que mais uma vez esta companhia de cruzeiros é fértil em atitudes deste tipo. Fiquei enfadado com o sucedido, ainda mais não ir a Ilhéus, local que nós tanto gostávamos de conhecer. A este dia vou-lhe chamar “mau tempo no canal de caveira da msc”, fica-lhe muito bem este título. Então, outro dia em alto mar, não iremos gostar e temos que inventar o que vamos fazer, ora essa, tão fácil; toalhas nas espreguiçadeiras para apanharmos mais sol, ler, falar e as nossas voltas do costume. Verificámos que sol não havia, estava sim uma aragem incomodativa e os mais friorentos tiveram de se trajar com mais um agasalho, eu e a Sofia mantivemo-nos como de costume. Olhando do varandim do navio reparamos da existência de algumas nuvens, nada de chuva ou vento que tenha impedido o atrancamento do navio, vi na rota pelo maps.me do meu telemóvel que estamos muito perto da costa, mas inquieto fiquei com a provável aldrabice em curso.
Sucede que a maioria dos passageiros que são brasileiros em nada estão prejudicados em seguirem para o Rio mas nós não somos brasileiros o nosso caso em nada tem a ver com o deles. Ainda pensamos que optassem em parar noutro porto posteriormente, mas vamos vendo que isso não vai acontecer. Passando a outra matéria, adveio que a meio da manhã Gilberto, Carlos, Sofia e Júlia desandaram e foram dar uma imensa volta pelos mais diferentes sítios do barco. Há tarde mais umas voltas, até que veio o espectáculo diário que foi fabuloso, depois fomos jantar. Hoje eu e a Sofia fomos os últimos a irmo-nos deitar, era mais da 1h00 quando fomos para a nossa cabine, não havia sono e os sítios onde havíamos estado a ouvir música foram incríveis.

5 Dezembro – Inesperadamente estamos a efectuar dois dias seguidos de alto mar, na realidade apenas um estava programado, não usaram ou não pretenderam ter outra opção de pararmos em outro porto para compensar Ilhéus.
É que nem comunicaram do acontecimento se é que alguma coisa ocorreu. O cliente é de longe, fogo à peça que se atrasa a mala. Pergunta habitual, quais as actividades para hoje, as mesmas de sempre com a excepção de que há pouco sol e algum vento. Também estão acabar os últimos cartuchos desta viagem, amanhã chegaremos ao Rio de Janeiro e vai-se dar o desembarque, durante o dia de hoje a Sofia vai começar arrumar as malas para que logo à noite não tenha grande trabalheira. Passamos a manhã a visitar alguns locais menos frequentados até que chegou a hora de almoçar. Da parte da tarde estivemos a ouvir mais uns músicos. Hoje há grande algazarra pois daqui a pouco começa o jogo de futebol entre o Brasil e a Coreia do Sul, os brasucas trajaram-se todos a rigor com as suas cores amarelas e verdes, já saltam por tudo que é lado, vamos ver o que acontece.
Logo começou o jogo e todos ficaram de pé quando o hino deles tocou, também homenagearam Pelé que se encontra hospitalizado em perigo de vida, há dias surgiu uma notícia de que já tinha falecido, mas foi apenas um boato. O Brasil está a jogar mais ou menos e marcou o primeiro golo. Ao longo do tempo mais surgiram e o resultado final foi-lhes favorável por 4-1, grande festa no cruzeiro, pois são quase todos brasileiros. A noite chegou e como de costume assistimos a mais um fervoroso espectáculo, lá isso a Msc tem um lote de figurantes de lhes tirar o chapéu, cada espectáculo que fazem ficamos fascinados, este foi o último, aprimoraram-se ainda mais. Para nós é a última noite nesta viagem por mares, amanhã iremos encetar a segunda parte desta epopeia.

Dezembro – Início do desembarque, sempre uma roda-viva, ou porque temos de sair o mais cedo possível para darmos seguimento ao levantamento das malas ou porque temos de nos deslocar para a próxima estadia.
O que verificámos logo foi que existem imensas filas para as saídas, mesmo com a programação antecipada de que haveria grupos independentes o que vimos foi que muitos dos passageiros misturaram-se e foi no final quase tudo à molhada, mesmo que muitos respeitassem a sua ordem, tal como nós. Já fora do navio fomos levantar as malas e esperar pelos restantes amigos. Já todos no exterior da gare, o Carlos e o Cláudio vão apanhar um táxi para irem levantar os carros alugados meses atrás, uma nota deveras importante são carros pequenos mas com espaço suficiente para transportar todas as malas que temos. Estivemos algum tempo à espera que chegassem, porém há muito trânsito e o local onde nos encontramos é de difícil acesso, assim mudamo-nos para um outro ponto mais à frente.
Fomos contactando telefonicamente com eles para sabermos a sua posição e por fim chegaram. Colocamos as primeiras malas e alguns de nós e o que se verificou não conseguimos colocar toda a tralha, tivemos sim que alugar um táxi para levar o resto da tarecada, ou seja os três carros completamente cheios. Então os carros alugados não levaram toda a tralha, nem pensar, então não eram espaçosos, também não. Querem galinha gorda por pouco dinheiro! Partimos de imediato para colocar os pertences no hotel que fica numa zona central da cidade. Não desgostei do hotel, bem localizado, preço acessível, mais ou menos limpo e antigo mas já com algumas remodelações. Somos um quanto apressados e aí vamos para as primeiras voltas. Ali perto situam-se a escadaria do Selarón, local atractivo e turístico, acho que toda a gente que vem a esta cidade não poderá perder tais imagens, com isto a história deste local – Em 1990, Jorge Selarón começou a renovar alguns degraus da escadaria que se encontravam em péssimo estado de conservação e que passa em frente à sua residência. No início os vizinhos zombavam com as combinações bizarras de cores no momento em que ele mesclava os degraus com pedaços de azulejos em azul, verde e amarelo, ou sejam, as cores da bandeira do Brasil.
Começou por ser um passatempo à sua principal paixão a pintura. Este estava constantemente sem dinheiro, então vendeu quadros para financiar esta empreitada. Foi um trabalho longo e cansativo, mas finalmente cobriu todo o conjunto com azulejos e espelhos. Acabamos por subir a totalidade da escadaria e descemos pelo outro lado, pela ladeira de Santa Teresa. Lá em baixo cruzamos uns quantos fora de lei, bandidos que andam no gamanço e se encontravam debaixo dos arcos por onde passa o bondinho de Santa Teresa, não se atreveram a se meterem connosco mas o olhar deles foi ameaçador.  Chegou a hora do almoço e quando íamos a passar numa das ruas vimos um placard anunciar; Portugal 1 Suíça 0, fomos caminhando e mais adiante conseguimos arranjar lugares numa cervejaria com esplanada e que tinha uma televisão a transmitir o jogo de Portugal. O funcionário foi muito atencioso e juntou umas quantas mesas para ficarmos bem instalados, mandamos vir cervejas, sumos e petiscos, assim estivemos felizes por vermos uma grande exibição da nossa selecção, como já não presenciava há imenso tempo, o jogo terminou com uma vitória retumbante de 5-0, quem diria.
Há alguns minutos atrás começaram a cair uns pingos que ao longo do tempo a chuva engrossou e complicou a nossa saída. Todos se foram embora cabendo ao Carlos, Gilberto, Júlia e Sofia, ficarem mais algum tempo à espera que a chuva abrandasse. Pouco ou nada, está uma tarde de chuva, até que resolvemos ir andando aos poucos, parando aqui e ali até que o Carlos entrou dentro de um edifício para nos abrigar e descobriu que havia um pequeno espectáculo de natal, gratuito, foi o suficiente para subirmos a escadaria e assistirmos aos cantos de crianças e adultos, foi bonito. Quando terminou averiguamos que a chuva já se tinha ido embora.
Já estava a escurecer, fomos então para o hotel, mas quando já estávamos próximos ouvimos uma algazarra sem saber donde vinha, agora muito próximo do hotel existe a sede do Flamengo, é daí aquela barulheira, estão muitos adeptos na rua a cantarem o hino e outras canções referentes ao clube. Estivemos algum tempo a ver o espectáculo e a tirar algumas fotos. Resolvemos então ir embora, mas antes fomos comer no starbuks, qual foi o nosso espanto, a funcionária não conseguir escrever nos copos dos chocolates que pedimos os nomes de alguns de nós, só erros. Assim terminamos de noite o nosso primeiro dia no Rio.

Dezembro – Plano para hoje, Petrópolis, cidade onde o filho do imperador português D. Pedro IV de Portugal tinha a sua residência de Verão, este D. Pedro II, por sua vez foi imperador do Brasil.
Percorremos uma distância de cerca de 70km até esta cidade embelezada nuns montes verdejantes para visitar o local mais carismático o museu imperial que alberga alguns dos objectos mais importantes da história do Brasil, de seguida visitamos a cervejaria Bohemia, local onde qualquer bom apreciador de cerveja se exalta. Provamos umas quantas qualidades, mas a maioria não as apreciou, a nossa Sagres e Super bock são melhores. Conseguimos um local engraçado para almoçar num boteco instalado num primeiro andar, não foi caro mas mais me pareceu uma cantina pela disposição e clientela.
No regresso ao Rio passamos por diversas localidades, uma delas Teresópolis e Friburgo, sempre debaixo de muita chuva, qualquer destas cidades nos pareceram sem importância, seguimos e fomos apreciando ao longo do trajecto construções muito bonitas, enraizadas na cultura Helvética, faz-nos parecer mesmo que estava-mos na Suíça. No regresso fizemos um percurso mais extenso para entramos no Rio pela imensa ponte de Niterói, era meia-noite quando chegámos.

8 Dezembro – Só de manhã eu e a Sofia é que soubemos que o dia de ontem não tinha terminado da melhor forma, para o Carlos, Cláudio e Cândida que depois de nos deixarem no hotel foram levar as viaturas para um parque de estacionamento aqui bem perto do hotel a sorte nesta altura não estava do lado deles e ficaram presos neste parque, as portas de saída estavam todas bloqueadas.
Bateram nas portas, chamaram e ninguém apareceu para os socorrer, foi um fulano de um quiosque no exterior do parque que ouviu vozes e alertou o guarda do parque, note-se que este estacionamento é enorme. Então passado bastante tempo lá conseguiram sair da prisão preventiva. O que vamos fazer hoje, iremos ter um dia bem preenchido com diversas actividades, sendo a primeira andar num dos bondes Santa Teresa não foi assim tão fácil descobrir o local de onde ele partia, mas conseguimos.
Já todos instalados dentro de um deles e lá partimos, primeiro percorremos um viaduto que foi adaptado para ser transposto por carris, mais adiante a enorme ladeira, passando pelo largo dos Guimarães até à nossa última paragem na horta dos Prazeres, onde subimos por um carreiro e alcançámos uma vista panorâmica sobre uma parte do Rio, isto já na vertente de uma favela, daqui vimos muito mais abaixo outra construção gigantesca desta cidade e mais outra favela. Todos sentimos que a Beatriz anda muito à vontade e nesta cidade temos que ter imenso cuidado, foi alertada mais uma vez pelo filho para não se afastar do grupo.
Não foi fácil no regresso arranjar-se lugar para todos no bonde, alguns tiveram de vir num táxi. Partimos para mais uma visita até ao Pão de Açúcar, outro local emblemático deste Rio, tiramos os bilhetes para o bondinho para nós o nome verdadeiro é teleférico, este troço está dividido em duas viagens totalmente independentes, devido á sua distância entre morros e subidas muito íngremes. O primeiro troço foi até ao morro da Urca, aqui obtivemos fotografias fantásticas, sim detivemo-nos por algum tempo apreciar tudo o que nos rodeia até que partimos para o próximo troço até o Pão de Açúcar, até aqui 5 *****, apesar de já termos estado aqui, locais como este podemos repetir mais vezes. Também já havíamos estado no Corcovado, mas lá vamos outra vez apanhar o trem para escalarmos mais outro morro. Esta subida é majestosa e longa, quem não gosta de andar de comboio, este é outra espécie, um parente muito próximo, bem gracioso.
Chegamos e deparamos com mais paisagens como a ponte de Niterói, Maracanã, Praia de Ipanema e Praia de Copacabana, entre tantos locais interessantes. Não podíamos terminar esta visita sem nos intercalarmos numa foto com o cristo que está sempre à espera de mais uma foto com os mareantes de meia tijela, este é fotogénico e sorri para todos, faz-me lembrar o nosso presidente Marcelo com as suas selfies constantes. Findamos desta forma as nossas voltinhas de hoje o dia está acabar, vamos regressar ao hotel e arranjar local para jantar.
Optamos por um local diferente e adoptarmos o Lonely Planet, nosso guia constante e fiel, tivemos como opção o Bar Mineiro, situado em Santa Teresa na rua Paschoal Carlos Magno, 99, onde comemos bem e as bebidas não se ficaram atrás, estranhamos o preço, foi carote, ainda mais no Brasil e comparando com outros locais do mundo onde já estivemos, foi deveras exagerado. Sim é o aproveitamento de sermos turistas que fomos mais ou menos roubados. Este jantar teve a simpática promessa da Beatriz que se chegou à frente e nos quis lisonjear com tão agradável gesto pelo dia do seu aniversário, comemorado alguns dias atrás. Um bem-haja e que a data de seus anos se repita por longos anos com muita saúde.

9 Dezembro – Falando um pouco de história, esta desconhecida da maioria dos portugueses sobre terras brasileiras – a baía de Guanabara na qual foi fundada a cidade do Rio de Janeiro, foi descoberta pelo português Gaspar de Lemos no dia 1 de Janeiro de 1502.
Passando alguns anos, em 1555 os nossos amigos franceses apossaram-se desta baía. Nessa altura os nossos antepassados consolidaram uma aliança com os índios Temiminós e com o auxílio destes lixaram a colónia francesa em 1560 e os franciús foram à vidinha. A 1 de Março do ano de 1565 a cidade foi fundada com o nome de São Sebastião do Rio de Janeiro. Com a exploração de ouro em Minas Gerais esta cidade tornou-se a maior cidade do Brasil tendo o Marquês de Pombal transferido a sede da colónia de Salvador para o Rio de Janeiro. Esta de 1815 a 1822, foi a capital do reino de Portugal, Brasil e Algarves, também do império do Brasil de 1822 a 1889 e por último de 1889 a 1968 da República dos Estados Unidos do Brasil. Deixou de ter o estatuto de capital quando foi construía Brasília. Depois passou a ser uma cidade-estado com o nome de Guanabara e somente em 1975 torna-se a capital do estado do Rio de Janeiro.
No entanto sempre foi uma cidade encantada à beira mar plantada, tendo praias famosas como a de Copacabana e Ipanema, tendo um cristo redentor a morar bem lá no alto com os seus 38 metros de altura no topo do Corcovado, mais o Pão de Açúcar e o período do carnaval com fantasias extravagantes e sambistas e um sem número de favelas que desencantam. Agora um pouco do que fizemos hoje, caminhamos pelo centro, passamos pelo teatro municipal no seu edifício colonial gracioso, seguiu-se o museu Sacro Franciscano que tinha uma exposição de presépios de diversos países. Mais à frente andamos numa das ruas em que existem muitas lojas e vendedores de rua. Seguiu-se a igreja Nossa Senhora do Carmo da antiga Sé, mais o cais do peixe. Assim passamos a nossa manhã. Hoje é um grandíssimo dia para os brasileiros, é que joga a sua selecção de futebol e isso no Brasil é festa da grande, a maioria das lojas por onde andamos algumas já se encontravam encerradas, até bancos ou serviços de estado, tudo encerrado para verem às 15h00, o jogo frente à Croácia.
Nós como bons portugueses queremos ajudar à festa e deslocamo-nos até Copacabana e também fomos assistir ao jogo e abancamos num boteco da praia, mandamos vir umas caipirinhas, uns batidos de fruta e cervejas, mais uns camarões, assim nos mantivemos em silêncio até que qual não foi o nosso espanto o copo do batido que a Júlia tinha deixado quase cheio em cima da mesa voou para cima da Cândida que ficou completamente encharcada e melosa dos pés à cabeça tudo escorria, quando nos apercebemos que tinha sido a Beatriz que tinha dado com o pé na messa e causou aquela catástrofe, a Cândida teve que tirar a roupa toda e vestir o biquíni e lá foi ela para a praia tomar banho enquanto o Cláudio e a Beatriz foram procurar algo para ela vestir, apenas conseguiram encontrar uns calções e uma camisola da selecção do Brasil até que ela ficou giraça.
Com este percalço lá continuamos a ver o jogo que já se encontrava no prolongamento e foi nessa altura que o Brasil marcou o primeiro golo, faltavam 4 minutos para terminar o jogo e a Croácia empata, grande balde de água fria para os torcedores brasileiros. Agora vão a penáltis e não é que o Brasil perde por 4-2, tristes, enfadados e chorosos o brasileiro fica a sofrer. Connosco nada se passou, vamos a ver o que Portugal irá fazer amanhã frente a Marrocos. À Noite resolvemos ir jantar a um local com classe no Braseiro da Gávea, serviram-nos uns nacos esplêndidos, caipirinhas, sumos de fruta e sumo de cerveja da boa. Chegamos ao hotel indispostos e um pouco cansados de não fazermos nada.

10 Dezembro – Que hotel é este onde nos encontramos! Actualmente é um hotel que foi restaurado, onde se vêem algumas instalações modernas, mas muitas coisas ainda recordam o antigamente, neste contesto para dizer que é um prédio histórico onde se hospedava o ilustre almirante Gago Coutinho, é quanto basta para saberem que também estes ilustres portugueses também aqui se hospedaram, não poderia deixar de ser assim.
A nossa estadia nesta cidade vai terminar amanhã de manhã quando formos apanhar o avião para as bandas da Amazónia até lá ainda temos muitas coisas para fazer. Hoje também é um grande dia para Portugal, logo á tarde vai defrontar Marrocos vamos esquecer por momentos o futebol e iniciar um percurso ao longo da costa onde acabamos por parar em Copacabana. Aí tentámos arranjar lugar num restaurante para podermos ver o jogo na televisão, mas foi um desastre o empregado não foi simpático, até complicado, não conseguiu ou não quis que a televisão ficasse a funcionar, tentamos o vizinho do lado, mas estavam feitos, resolvemos ir embora e procurar outro sítio, este num boteco da praia. O funcionário aqui foi simpático e tentou arranjar-nos um local, mas também vimos que por vezes complicou, ou seja brasuca simpático, muito sorridente, mas eu vi que havia ali mais qualquer coisa. Abastecemo-nos com bebidas e comidas e mais tarde começou o derradeiro encontro. A televisão estava com o som um quanto mais baixo, pedimos para por o som mais alto e com pouca vontade lá subiu o timbre.
A primeira parte estava a terminar e Marrocos marcou golo. Sucedeu que no intervalo do jogo começou a cantar uma fulana do outro boteco do lado, assim, sim com um som áspero que se podia ouvir do outro lado da rua, depois começou o jogo e a cantarolada continuou, nada simpática esta gente, sabemos que a maioria das pessoas que se encontram neste local nada lhes interessava o jogo de futebol, mas podiam-nos ter avisado e não ficaríamos neste local, há tantos por aí fora. Então fomos vendo o jogo e ouvindo música, uma grande mixórdia, também a vontade de ver a nossa exibição era desfalecida, continuamos com alguma expectativa de podermos empatar mas tal não aconteceu, também saímos cabisbaixos como ontem os brasileiros.
A partir de hoje só quero que haja alguém que tenha tomates para mandar o treinador Fernando Santos embora o mais breve possível, tem que saber que não presta. Fizemos mais umas voltas e regressamos ao hotel, algumas das senhoras ainda tem que preparar as malas pois amanhã pelas 5h45 da manhã vamos embarcar e temos de estar uma a duas horas antes para trâmites de embarque. À noite ficamos aqui por perto do hotel e fomos jantar num restaurante que não obteve a nossa boa qualificação, ficou-se pelo suficiente.

11 Dezembro – Hoje as horas de descanso encurtaram vertiginosamente, mais ou menos pelas 3h00, já todos estávamos a preparar-nos para seguirmos para o aeroporto Santos Dumont que por acaso fica perto do hotel.
Na noite anterior já havíamos perguntado se àquelas horas já haveria táxis, disseram que não era problema, assim aconteceu. Já todos cá em baixo com aquelas malas todas, enchemos as nossas soberbas viaturas mais um táxi, chegados ao aeroporto, descarregamos os pertences mas o Carlos e o Cláudio seguiram para o local onde haviam alugado os carros para os entregar. O acesso ao aeroporto em que ficamos ainda se encontrava encerrado, tivemos de andar mais uma centena de metros para entrarmos. Quando chegaram os motoristas não nos descobriram no local onde nos deixaram, mas procuraram e conseguiram encontrar-nos já numa das zonas do aeroporto. Fomos então fazer o check-in, muito complicado porque algumas das malas excediam o peso, eu tirei alguns pertences de uma das malas que foram colocados na mochila e num saco de plástico, desta forma não tivemos de pagar uma taxa de peso como o Cláudio, este ainda se prontificou a pagar o meu excesso, mas eu não aceitei, tanto mais que não havíamos comprado nada e quando saímos de casa as nossas malas foram pesadas e o peso estava correcto, estranhei quando me disseram que tinha peso a mais.
Vamos fazer hoje três voos até ao destino final em Santarém o primeiro é daqui a pouco, voo AD-2986 com partida às 5h45 e chegada a Belo Horizonte pelas 6h45, aconteceu que saímos com 45 minutos de atraso, mas conseguimos apanhar o próximo voo sem problema. Com este atraso, aterramos em Belo Horizonte tardiamente. Foi então encaminharmo-nos para a zona de embarque onde vamos apanhar o próximo voo AD-4578 que vai demorar três horas até Belém. Quando estávamos prestes a pousar neste aeroporto já havia indicação de que os passageiros do voo AD-4430, seriam os primeiros a sair para poderem ainda embarcar no próximo com destino final em Santarém, Tudo se desenrolou com rapidez e já estamos a voar para Santarém., aquela cidade que fica muito perto do Cartaxo. Ainda pensei que não embarcávamos, mas dou os parabéns à Azul com a sua atitude muito positiva, há companhias aéreas que se estão borrifando.
Em Santarém apanhámos dois táxis, depois do preço ser argumentado, pois os taxistas estão todos em conformidade uns com os outros e fazem por vezes o preço que lhes vem à ideia, mas lá conseguimos o melhor preço que achamos. Aí fomos então até Alter do Chão, com o Cláudio a levar uma das malas em cima das pernas pois o espaço na bagageira do carro já não tinha sítio para mais. Tínhamos já alugado há alguns meses uma casinha para todos nós, esta fica um pouco distante do centro, também já verificamos que nos encontramos numa vila com poucos habitantes e com todo o aspecto campestre. Quando chegamos deparamos com uma casa enorme rodeada com arame farpado em toda a volta, muito humilde mas limpa. A empregada que nos veio receber para entregar a chave transmitiu umas quantas regras que hoje em dia não faz qualquer sentido, nós não argumentamos, achamos que não valia a pena o diálogo.
Lá nos entendemos na divisão dos espaços, uns em cima outros em baixo e ao lado assim iremos aqui passar as próximas noites, sim as noites porque os dias vão ser passados noutros lugares. Fomos até ao centro da vila onde fomos almoçar/jantar, pois a tarde já vai longe, comemos um peixe do rio Amazonas muito saboroso “pirarucu”, frito e panado. Ficamos satisfeitos e todos fomos espontâneos em afirmar que este peixe de rio é saborosíssimo. À noite regressamos à nossa hospedaria a pé, inicialmente por ruas alcatroadas e no final num estradão onde poderíamos encontrar alguns bichos entre eles cobras.

12 Dezembro – Encontramo-nos nas «Caraíbas» no rio Tapajós este repleto de praias fluviais com a temperatura das águas nos 25º, no local onde nos encontramos não conseguimos ver a outra margem, tal é a largura deste rio neste ponto, são cerca de 20km.

Sim a quantidade de praias existentes faz deste rio ter os mais espectaculares cenários entre as praias fluviais de todo o mundo, com águas límpidas às portas da Amazónia. O programa de hoje foi feito quando chegámos à zona ribeirinha e começamos a perceber como é que iriamos visitar outros locais de interesse, aí falámos com um rapazito que nos descreveu vários programas, entre eles o que viemos a optar, um muito simples que nos levou para ouras praias mais distantes e no final paramos numa língua de areia onde podemos observarmos o por do sol, sugestão aceite. Partimos num barco muito rudimentar com um pequeno motor que nos levou até a uma praia paradisíaca, aí estivemos todos a banharmos nestas águas quentes que nos faz fantasiar, momento tão agradável este, não tivemos alguma pressa em partir para a próxima. No programa também incluía uma outra praia que poderíamos almoçar e continuar com os nossos banhos.
Foi aí que parámos para almoçar pois já estávamos um pouco esfomeados, mais uma vez optamos por comer uns peixinhos do rio, estes mais pequenos do que havíamos comido na noite anterior, mas também muito saborosos e bem cozinhados o que nos saiu na rifa desta vez foi o Tambaqui, recomendamos. Aqui foram passadas mais umas horas incríveis onde a maior parte do tempo foi dentro da água, assim logo que acabamos de comer fomos para dentro dela, apenas a Júlia tinha algum receio por causa da digestão, mas todos lhe dissemos para não ter esse receio porque a água estava numa temperatura que o nosso corpo agradece. Já perto do por do sol partimos para umas milhas mais à frente, então para usufruirmos do por do sol, mais outro sítio magnífico, pouco esperamos para que o sol começasse a desaparecer no horizonte e muitas fotos foram tiradas, um final de dia que não vamos esquecer.
Encontrei na praia uma arma alienígena que serviu para a palhaçada e fotografia, por fim o nosso dia maravilhoso chegou ao fim. Já em terra fomos dar uma volta para conhecermos melhor Alter do Chão, comprar os nossos magnéticos e pensarmos que já estava na hora de irmos jantar, olhamos ao nosso redor para percebermos por qual dos restaurantes iriamos optar. E à sorte escolhemos um que ficava num primeiro andar que parecia ter bom aspecto. Veio o menu e escolhemos picanha, péssima escolha esta, mal feita, estava muito passada não tinha o sabor característico e as doses muito mal servidas mais parecia uma entrada e não um jantar. A determinada altura a Júlia ao movimentar-se quebrou um copo, tudo bem como é normal substituíram-no e o jantar continuou. No final chegou a hora de nos irmos embora não valia a pena ficarmos mais, uma vez que não tínhamos gostado do serviço.
Quando foram à caixa pagar a conta qual não foi o espanto do Carlos quando se apercebeu que nos tinham debitado o copo. Esta do copo vir na conta só o vim a saber quando já nos encontrávamos na rua, fiquei tão possesso que voltei atrás e perguntei à patroa se estava correcta aquela atitude, disse-me que o copo era muito caro e que tinha de ser pago, ainda lhe disse que um copo daqueles era tão corriqueiro que não valia o valor que havia debitado, mais coisas lhes disse, ouviu-me e nem palavra daquela bocarra. Aconteceu que já estávamos distantes do local do restaurante quando apareceu um homem em cima da bicicleta a entregar uma pilha que na verdade era da minha máquina fotográfica, aí ela teve uma atitude sensata e educada com o cuidado de entregar algo que não lhe pertencia, esta atitude é de louvar.


Eu fiquei estupefacto ao ver aquela peça mas ainda disse ao funcionário dela que ela não foi correcta com atitude do copo, ele ainda frisou que ela era uma boa pessoa. Se tivesse desaparecido esta pilha tinham sumido 120€ da minha carteira, foi o valor que paguei por ela, dois meses atrás. Ah, já me ia esquecendo o empregado que veio entregar a pilha não era mais do que o cozinheiro, estão a entender!

13 Dezembro  Ontem enquanto esperávamos na praia pelo almoço o rapaz que nos transportava no barco é que foi o intermediário que entrou em contacto com um outro que fazia outro tipo de voltas pelo rio, tinha que ser uma embarcação maior, e ali estava ele para nos dar a conhecer os locais que poderíamos visitar, e assim foi, depois de várias questões lá decidimos o que iriamos fazer hoje.
Não foi um acordo comum, e assim o grupo dividiu-se em dois e foi mesmo metade, uns para um lado e outros para o outro. O Carlos, Júlia, Beatriz e Henrique, optaram por irem num percurso mais moderado, não haveria grandes caminhadas, ou seja tudo soft, nós, Cláudio, Cândida, Sofia e Gilberto quisemos fazer algo diferente e mais audacioso, vamos fazer um trilho pela mata Amazónica, iremos ver se não é algum barrete. Então, como combinado eram 8h45 e lá estava todo o grupo numa das praias de Alter do Chão para partimos à descoberta de novos mundos, sim novos mundos para nós. Desta vez as embarcações são bem diferentes, evidenciam força e qualidade, o grupo soft foi avisado de que iriam ter bastante ondulação ao saírem desta baía o outro nada de especial, apenas a distância que tinham de percorrer. Dado então o apito de partida, uma embarcação para um lado e a outra para o outro, totalmente opostos.
Falando de nós os menos soft fizemos uma tirada bem grande até chegarmos ao ponto de partida, aí desembarcarmos na comunidade de Jamaraquá, em que fomos apresentados a um guia de origens indígenas, isto foi o que ele nos disse na apresentação. Partimos, fomos informados das facilidades e dificuldades que iremos ter e que o trilho estava divido em duas categorias a floresta primária aquela vegetação sem interferência humana desde os seus primórdios e a floresta secundária que já foi devastada pelo homem e que voltou a crescer. Logo entramos nesta floresta que para nós não a saberíamos distinguir, não fosse a informação do guia que é muito esclarecedor e gosta de informar e tem demonstrado interesse, tanto que ao longo da caminhada foi fazendo um leque e uns enfeites para a cabeça das senhoras, com folhas e ramos de palmeiras.




Fomos vendo árvores que o cheiro dos seus ramos ou a sua seiva têm aromas dos melhores perfumes que são criados pela indústria cosmética, ficamos maravilhados com tudo isto. Quando entramos na floresta primária fomos vendo árvores de grande porte, uma dela gigantesca, uma aranha enorme, formigas que nos vão mordendo e muito cuidado com a quantidade de cobras que existem, não nos aprecemos de alguma no trajecto, apenas vimos mais do que uma vez fezes da onça-pintada e lá no alto ainda conseguimos ver o macaco-aranha e o macaco-prego.


Os quilómetros foram-se passando com uma subida aqui, outra mais adiante, até que descemos uma enorme escadaria que nos levou a um riacho que passava lá em baixo. Este riacho já fazia parte de uma paragem para nós descansarmos e tomarmos umas banhocas, sucedeu que estávamos todos encalorados e transpirados, veio mesmo a calhar, passaram alguns instantes já estávamos dentro de água, que momentos tão agradáveis, ficávamos ali muito mais tempo mas temos pela frente um troço de 5 quilómetros para regressar ao ponto de partida. Estes foram feitos com primor e força nas nossas pernas, desta vez o guia ficou na retaguarda do grupo, agora fomos nós que tomamos a dianteira.
O guia avisou-nos que quando chegássemos ao quilómetro nove que este nunca mais terminaria e foi isso que sucedeu, a placa estava com uma distância incorrecta, eram muito mais metros para percorrer. Mas o términus aconteceu, já tarde mas cheios de força, fizemos aqueles 10 quilómetros e tal com agrado e força. Na aldeia indígena tínhamos um repastado almoço com mais um peixe amazónico o “tucunaré”, delicia, delicia. Pronto, vamos regressar, as senhoras embelezadas com as peças feitas manualmente na nossa presença pelo guia e vamos ter que fazer mais umas milhas a grande velocidade para chegarmos ainda com sol, mas ainda paramos numa praia magnífica onde tomamos mais umas fantásticas banhocas a verdade foi que chegamos já com o por do sol bem longe. Estivemos a conversar com os elementos do outro grupo que também descreveu maravilhas no que fizeram tais como estarem ao pé dos macacos e das plantas vitória-régia, uma planta aquática de grandes dimensões. Mais um final de dia feliz para todos.

14 Dezembro  Relaxar em Alter do Chão, é o que nos está guardado para hoje, sim vamos passar o dia inteiro numa das praias mais bonitas a ilha do Amor, o nome já diz quase tudo.
Está situada à entrada do lago verde defronte da vila de Alter, apenas temos de fazer a travessia de barco a remos para o outro lado que tem uma lotação máxima de 4 lugares. Esta é uma praia enorme em que podemos estar do lado do lago ou do flanco do rio, aqui existe uma língua estreia de areia fina que faz esta separação. Aparecemos muito cedo na praia, apenas meia dúzia de pessoas ali se encontravam quando chegámos, escolhemos um lugar fantástico para ficarmos, juntaram umas quantas mesas onde nos sentamos quase com os pés dentro da água.
O dia estava com sol radiante e a temperatura melhor na podia estar, fomos bebericando umas cervejas e caipirinhas, depois na hora do almoço petiscamos uns camarões a melhor escolha foi do Henrique, pediu uns peixinhos fritos bem estaladiços, provei e fiquei com pena de não ter pedido o mesmo. A meio da tarde já tinha-mos colocado as cadeiras dentro de água para estarmos com os pés de molho, A maioria de nós continuava dentro de água, naquele caldo. Foram horas sem conta o tempo que foi passado nesta praia que não esqueceremos. Para a noite estava já agendado o jantar no mesmo restaurante onde havíamos estado no primeiro dia que aqui chegamos, tinha sido tão excelente que quisemos voltar. Amanhã é o dia de irmos para Manaus.

15 Dezembro  Foi a partir de quando entrei para a escola preparatória que ouvi pela primeira vez falar da Amazónia e Rio Amazonas era tudo grandioso e desconhecido para mim, ao longo dos anos os programas e informações deste locais me surpreendiam e na memória ia ficando no disco rígido tais locais.
Como noutros locais deste planeta encantador fica-me sempre registado que gostaria de ir a muitos outros lados, uns deles eram estes, mas não era ainda esta a altura de aqui vir, a verdade é que não tenho nenhuma altura para ir seja onde for, fica no gostar e ver se alguma vez isso será possível. É desta forma de pensar que consegui ir até hoje a uma centenas de sítios que idealizei. Então hoje vamos abalar de Alter do Chão que vai ficar no meu coração para sempre, nunca imaginei lugar tão encantador, quem me diz a mim que um dia aqui voltarei! Lá vamos em dois táxis para voltar a Santarém, cidade que fomos visitar alguns locais, onde de maior destaque se põe o mercado, este basto em legumes e peixes, são bancas repletas de todo o tipo de frutas e legumes a zona de peixe, são montões repletos e lá voltamos a ver alguns dos peixinhos que já saboreamos.
Por fim chegou a hora de seguirmos para o cais e apanhar uma embarcação que parece ainda funcionar com caldeiras de nome Anna Karoline II. Já no cais tivemos de acarretar as nossas malas pesadonas para o 2º deck, transpondo escadas ingremes e muito estreitas, numa das cobertas onde estava uma das escadas tivemos de baixar bem as nossas cabeças e arrastar as malas, um pesadelo, mas conseguimos colocá-las nos nossos rudimentares camarotes o nosso tinha o ar condicionado avariado e reclamamos, se não o arranjam como será de noite que iremos permanecer lá dentro com esta temperatura escaldante. Agora já todos arrumados ficamos nas amuras e alhetas a vermos carregar esta embarcação, são camiões com bananas, melancias, tomates, batatas, mais carros motas e peças de construção. Eu e o Carlos já fomos dar uma espreitadela pelo calado que já estava todo cheio, mas ainda estavam a por mais coisas lá para baixo, no convés estão neste momento a colocar caixotes de bananas e sacos de batatas.
Reparamos que a partida está atrasada e continuamos a ver chegar mais camiões para descarregar. Sucedeu que já estiveram a ver o ar condicionado, mas este continua a não funcionar em condições, vou ter com o responsável do barco que é um capitão feito à pressa, reparei nessa altura que estava atender a fiscalização do porto que lhe dava ordens de partir porque o atraso era superior ao autorizado. Acabei de falar com o capitão que me disse que vão novamente fazer a reparação se esta não for possível me arranjará outra cabine. O nosso espectáculo continuou, mais uma vez venho até ao convés e este já não tem sítio onde levar mais alguma coisa, totalmente repleto. Por fim deu-se a largada e questiono-me; barco completamente lotado de passageiros e de carga – este não está com excesso de peso, estou convicto que sim.
Fomos subindo rio acima e todos continuamos nos locais de observação, reparamos que o caudal do rio está muito alto, vemos passar troncos e vegetação arrastada das margens pela corrente que está, há pequenas aldeias junto às margens, por vezes nem sinal de vida, uma vegetação luxuriante, cruzamos pequenas embarcações, e a maioria dos passageiros ou a totalidade estão todos deitados a dormir nas suas camas de rede dispersas pelos convés do 1 e 2º deck. Nós sono só mais para a noite, entretanto o Carlos e Júlia que também compraram umas camas de rede em Manaus foram-se deitar, há minutos atrás cruzamos um superpetroleiro, não acreditam pois não no rio Amazonas a descer este rio, sucedeu mesmo, uma outra particularidade há rebocadores a rebocarem barcaças, mas ao contrário, eles não rebocam empurram as enormes barcaças. O final do dia chegou e o por do sol foi lindíssimo, também o momento de irmos buscar o jantar para mais logo nos deitarmos.

16 Dezembro  Pela madrugada acordei com calor o ar condicionado avariou-se novamente, encontrava-se a expelir ar, nada de fresco, Abri a porta e fui até à alheta ver como navegávamos afastados mais das margens, durante o dia íamos mais chegados à margem direita.
Quando os primeiros raios de sol começaram aparecer o pessoal em pouco tempo já estava desperto e era ajuntamento de pessoas por todo o lado. E foi também a altura de irmos comprar os pequenos-almoços no deck abaixo. Sim o pequeno-almoço foi o mais rudimentar que comi até hoje. Até o café com leite foi fraco. Para a quantidade e qualidade foi deverás muito caro, vi muitos brasileiros a perguntarem o preço e a irem-se embora sem comprar nada. Hoje já se cruzaram connosco uma série de barcos carregados de pessoas e mercadorias. Perto da hora do almoço parámos num porto onde saíram algumas pessoas e entraram mais do que saíram.
Contemplação única, no cais uma quantidade de homens e mulheres a venderem sandes, frutas e mais coisas comestíveis, muita gente a comprar, como não podiam entrar no barco a transacção dos produtos e pagamento eram feitos por canas que na sua ponta tinha uma garrafa de plástico cortada ao meio para se poder colocar os bens e as notas, vi que funciona em pleno, até uma nota mal colocada na garrafa, voou e caiu na água. Depois de reclamar mais uma vez, vieram tentar arranjar o ar condicionado mas o veredicto final não foi muito convincente, aí o comandante para tentar solucionar o problema cedeu-me uma chave de uma outra cabine do deck de baixo, caso este voltasse avariar. A Beatriz no primeiro dia quando entramos para o barco em Santarém comprou duas melancias enormes, muito boas e foi comer até fartar.
Há neste barco um putinho muito simpático que se abeirou de nós e vai aparecendo de vez enquanto para nos dar um pouco de conversa e dizer que o cocodilo é peligoso. Já faz parte da família e parece-me que o Cláudio o quer levar para a Caparica como mecânico de 1ª classe, o puto sabe e é inteligente. O dia de hoje deu para voltarmos a descansar e eu ainda tive tempo para dormitar um pouco. Já noite dentro atracamos num porto para mais uma vez descarregar mercadoria, o barco ficou encaixado entre os outros que já lá se encontravam e a Sofia começou a olhar para um desses barcos que estava ao nosso lado e diz ela olha aquele barco tem uma senhora deitada
na cama e está a ler, comentou ela para a Júlia começaram a rir e a dizer disparates, mas qual não foi o nosso espanto quando o Cláudio diz o que vocês estão a ver é o reflexo do nosso barco no outro era simplesmente o quarto da nossa vizinha reflectido no outro barco, que grande melão ainda por cima o marido da senhora estava a ouvir tudo, se tivéssemos um buraco tínhamo-nos enfiado por ele. O final do dia apareceu e o descanso ocorreu já noite dentro é lindo viajar e olharmos para o firmamento coberto de estrelas.

17 Dezembro – Segundo dia a navegar neste grandioso rio, só realmente quem navega neste Rio Amazonas poderá descrever uma pequenina parte da sua grandiosidade, sendo este o mais extenso do mundo percorrendo 6992 km desde a cordilheira dos Andes no Peru até à região da ilha do Marajó no norte do estado brasileiro do Pará.

Este curso de água possui milhares de afluentes que formam uma enorme bacia hidrográfica com sete milhões de km2 de área. Também fornece água para uma grande parte da população e também é utilizado como via de transporte. Muito mais haveria para dizer, são tantas as virtudes que não mais pararia de redigir.
De madrugada estivemos parados num cais para descarregar caixas de bananas e batatas, também durante esta noite choveu torrencialmente acompanhada com muito vento. Deu-se o despertar e mais uma vez nos encontrámos no boteco para comprarmos os pequenos-almoços, é uma tarefa árdua porque temos de subir uma escadas tão ingremes com meios degraus que fazem que haja desequilíbrio e ainda temos que baixar a cabeça porque senão ficamos com um galo e lá vem toda a quitanga para o chão. Passamos pelas zonas onde a maioria dos passageiros ainda estão deitados nas suas redes esticadas no convés estas vão baloiçando com a navegação. Vamos passando por aldeias deste povo ribeirinho, pela selva tropical com as suas margens a desfazerem-se com a força das águas, estas arrancam árvores que são depositadas na corrente. As águas castanhas ou barrentas seguem desenfreadamente para a foz, e quantos quilómetros têm que fazer?
Pouco tempo depois mais uma chuvada que entrou pelo convés onde descansam ou dormitam passageiros, tiveram de descer umas cortinhas que impedem a chuva entrar com mais força, mas de pouco valeu. A chuvada permaneceu durante uns longos minutos mas logo chegou o sol e secou tudo que estava molhado. Finalmente abordamos no local onde as águas do rio Amazonas e rio Negro confluem é bem visível a mescla destas águas. Finalmente aproximámo-nos do porto de Manaus onde atracamos numas balsas colocadas rudimentarmente, porto muito movimentado e nós cá do alto começamos apreciar o desembarque de toda esta gente e da carga que terão de retirar durante largas horas. Não demoramos assim tanto tempo a sairmos, malas descarregadas e seguimos para o hotel já alugado. Este encontra-se bem localizado na cidade e ficamos deveras contentes com este hotel, apercebemos que o dono é bicha, mas não nos apoquentamos com tal, muito limpo e os quartos são grandes. Ainda tivemos tempo para almoçar e dar umas voltas pela cidade, não conseguimos visitar o teatro Amazonas, este encontrava-se encerrado, apenas vimos o museu do teatro. As ruas desta cidade já se encontram ornamentadas para o natal que se aproxima.
À noite fomos jantar num restaurante brasileiro com muito bom aspecto, mas o aspecto não serviu de nada, quiseram servir , para mim e para a Sofia um naco de carne, mal assado e que não era a carne que inicialmente tinha pedido e me mostraram, julgam estes espertinhos que conseguem desta forma enganar as pessoas, mas o tiro saiu-lhe pela culatra, tiveram de grelhar nova carne, esta sim, veio com a qualidade que lhe confere. 

18 Dezembro  Como os hotéis têm permanentemente contactos com transportadores, agências de viagens e outros serviços que em parte podem ajudar os viajantes que neles ficam hospedados, foi o nosso caso expusemos o que gostaríamos de fazer no tempo que aqui vamos estar e imediatamente nos direccionaram para pequena agência que nos fez propostas de alguns passeios, um deles foi o eleito e dentro de algum tempo vamos dar início ao tour de hoje.

Dirigimo-nos para mais uma pequena doca para embarcar no Tia Nenen IV, esta uma lancha que nos vai levar à primeira paragem situada perto da ponte que liga Manaus a Iranduba, esta ponte também é conhecida como a ponte Rio Negro. Neste local vive uma colónia de golfinhos mais conhecidos pelo nome de “botos” que vivem em estado selvagem mas muito habituados à visita dos humanos que anseiam em tocar-lhe e alimentá-los, foi o que aconteceu com quase todos do grupo, apenas eu, Sofia e Júlia, não nos dispusemos para tal aproximação, não por medo mas eu achei supérfluo. Todos eles passaram as suas mãos pelo lombo de tal simpático bicho. Quando terminou a demonstração ocorreu que um dos golfinhos intervenientes deu uma forte dentada num dos vigilantes ficando este atormentado com dores na mão.
Li que a parte mais sensível deste mamífero é a sua cabeça, há que evitar tal contacto. Seguimos até à confluência das águas do Rio Negro com o Rio Solimões, sim com águas barrentas do rio Solimões que não se misturam com as águas do Rio Negro. Depois da união dos dois rios, passam a receber o nome de Rio Amazonas. É majestoso, estarmos no sítio exacto onde elas se agregam. Uma autêntica barreira entre ambas. No contorno do rio Amazonas visitamos de barco uma aldeia palafita fizemos o percurso nos dois sentidos onde vimos a extensão deste povoado. Mais uma distância se percorreu até atingirmos uma plataforma índia, onde foi apresentado um espectáculo para turista, havia índios não tenho dúvida e alguns animais, como cobras, crocodilos e preguiças que andaram nas mãos dos visitantes.
Também fomos fazer um pequeno trilho pela selva por cima de um passadiço muito alto, lá em baixo muitas árvores tombadas por um ciclone que em tempos por ali passou, ao fundo um lago onde abundam crocodilos enormes. Neste trilho tivemos a companhia de macacos que se aproximam de nós para que lhes déssemos alguma coisa, são macacos e uns chatos. No local onde almoçamos havia dois tanques onde tinham peixes de rio enormes, sendo um deles o pirarucu que já comemos e todos gostamos. Estes estão ali à espera que lhes dêem outros peixes para se alimentarem no outro lado mas em estado selvagem há piranhas em que dão às pessoas canas com isco para apanharem tal peixe, todos tentamos apanhar um, alguns desistiram outros tentaram e a mais frutuosa foi a Beatriz, apanhou uns quantos que depois são enviados para o rio novamente.





Para o início da noite estava guardada a caça ao crocodilo, caminhamos por afluentes do rio menos caudalosos e entramos em locais um pouco pantanosos, quando a luz do dia estava a terminar num local com ajuda de uma lanterna que o encandeou localizaram um crocodilo que foi apanhado à mão, era pequeno mas deu para provar como é que eles são apanhados facilmente.
Aqui terminou a nossa expedição Amazónica, quando regressamos e já no cais caiu uma brutal carga de chuva que parecia nunca mais parar, foi por pouco que não apanhamos umas daquelas molhas que nos encharcava a todos, grande sorte tivemos. Regressamos ao hotel e ainda usufruímos a ideia de dar uma volta pela cidade, mas tivemos azar, houve uma quebra de energia generalizada por vários locais da cidade que nos impediu de ver o que seja, até tivemos grandes dificuldades em encontrar um local para jantar, tudo encerrado a opção foi irmos a um hotel de luxo que tinha gerador a trabalhar. O preço do jantar foi caro, sendo a qualidade e os serviços de categoria. No final lá fomos para o hotel à luz das candeias.

19 Dezembro   Ontem quando estivemos a fazer o plano estava incluído o transporte até ao aeroporto e uma pequena volta pela cidade, esta volta foi mais para compor o tempo e não irmos logo directos para o aeroporto.
Foi-nos atribuído um guia pela agência que de guia nada tinha, até parecia que estava a fazer um grande favor foi logo isto que me apercebi no início. Levou-nos para a parte da construção colonial da cidade onde nos mostrou dois edifícios e pouco mais, seguimos até ao mercado. Um mercado imenso, farto e muito movimentado, ali havia tudo o que um comércio deve possuir, estivemos na parte dos legumes, depois das carnes de seguida para a zona do peixe, ele sempre com muita pressa e a dizer que ainda não tinha tomado o pequeno-almoço, esta frase serviu pelo menos duas vezes para beber um cafezinho, também a dizer para que não nos afastássemos pois é um local perigoso. Esta frase também foi inumerada umas quantas vezes.
Com isto terminamos a visita ao mercado sem termos feito qualquer compra e estamos agora na rua onde demos mais umas voltas e fomos para o aeroporto apanhar o voo AD-4013, para S. Paulo que vai sair às 16h05, feito os despachos, verificamos que neste aeroporto o peso das malas são diferentes do voo feito dias atrás, quero dizer que a balança do Rio de Janeiro estava intrujada, àh àh, muito comum no brasuca, não é verdade! Verifiquei que o peso das minhas malas era idêntico aquele que tinha pesado em minha casa antes de sair para viagem. Então tudo perfeito neste embarque a viagem de
avião muito boa e chegámos a S. Paulo onde vamos para outro local de embarque apanhar o voo AD-4296 com destino à Foz do Iguaçu que vai zarpar às 22h55 e chega ao seu destino pelas 01h30 se não houver azares. Também este voo decorreu da melhor maneira, chegamos, fomos levantar as malas e no átrio de saída lá estava um motorista com um carro onde nos transportou para o hotel. A distância ainda é substancial, assim chegamos e fomo-nos arrumar para mais logo darmos seguimento ao que iremos fazer.

20 Dezembro – A nossa chegada à Foz de Iguaçu verificou-se depois da 2h00 da manhã, no entanto já nos despachamos do pequeno-almoço e encontramo-nos no átrio do hotel a tentar desvendar o que iremos fazer de imediato, aqui o esquema já se encontra montado porque existe aqui dentro uma agência somente para angariar novos clientes com uma trela para programas vocacionados para as volta em Iguaçu.
Ao fim de algum tempo, posso dizer que foi um negócio tenso que demorou a dissidirmos, com isto conseguimos programas para o dia de hoje e de amanhã, vamos então ver como irá decorrer. Passado algum tempo já estava à porta do hotel uma carrinha para nos transportar à nossa primeira paragem no “parque das aves”, este um parque temático, muito próximo das cataratas e tem cerca de 1500 animais de 140 espécies diferentes, entre aves que são a maioria, répteis e mamíferos, reparei que é uma instituição privada muito voltada para o negócio e que grande negócio. Terminada esta visita, considero-a suficiente, nalguns casos muito repetitiva.

 



Próxima etapa, fazer um trilho ao longo destas fabulosas cataratas de Iguaçu que são um conjunto com cerca de 275 quedas de água no rio com o mesmo nome. Caminhamos ao longo das suas margens do lado brasileiro e detivemo-nos muitas vezes a olhar para aquela imensidão de água que jorra pelos seus saltos. Já para o final da tarde fomos navegar nos rápidos desde rio.

Dão o nome de Macuco Safari em que uma das partes é esta de navegar numa embarcação leve que sobe uma extensão considerável por águas revoltas para que depois entremos debaixo de uma queda de água em que a nossa adrenalina é posta à prova e também levamos um grande duche que por vezes a quantidade da água é de tal forma intensa que nos falta o ar.
Foi o maior momento deste dia o navegar nas quedas de Iguaçu. Um pormenor, este já nos tinham avisado – ninguém pode entrar na carrinha com a roupa molhada, mas havíamos trazido outra roupa para superar a roupa encharcada. Final da epopeia Iguaçu e regressamos ao hotel. Depois de um regalado jantar em que a maioria estava cansada eu, Carlos e Júlia ainda fomos dar uma volta por uma parte da cidade em que nos detivemos apreciar uma festa bem animada, depois regressamos ao ninho para o merecido descanso.

21 Dezembro – 2ª parte do programa, hoje iniciámos o nosso percurso pela barragem de Itaipu que é uma barragem colossal situada no rio Paraná da qual o Brasil e Paraguai são seus detentores. Com uma extensão de 7919 metros e 196 metros de altura o equivalente a um prédio de 65 andares é um gigante da mão-de-obra dos terráqueos.
O acesso a esta barragem desde a compra dos bilhetes até ao ingresso, é tão complicado, ainda mais do que quando visitámos o Pentágono nos Estados Unidos. Tanta segurança com medo de quê, regras tão despropositadas, uma das situações é que não podíamos ingressar se fossemos de calções e não era permitido o uso de chinelos. Demos início à visita e deparamo-nos com uma vista panorâmica onde estivemos parados na parte central. De seguida entrámos na parte técnica com guia da própria barragem, passamos pela área industrial, sala de comandos, interiores da barragem, galeria dos geradores e eixo da unidade geradora. Seguiu-se uma visita técnica virtual das áreas externas e internas que mostram vídeos e fotos com diversas explicações. Tanto nos tinham advertido das regras impostas que verificamos que havia umas duas pessoas que se trajavam com calções, então não consigo compreender tais ordenamentos.
Terminamos esta visita num cenário local onde havia uma bancada para se poder apreciar a barragem a uma distância considerável. Não me podia esquecer o valor de entrada é muito barato para brasileiro 13.00€, apenas. Terminada esta volta fomos para uma outra que nos levou até um templo budista, adorei, mentira não liguei nada, uma insignificância. Passamos ao seguinte ponto Mesquita da Foz de Iguaçu, maravilha das maravilhas, negócio montado para que fôssemos comprar cheirinhos, docinhos e bugigangas, sabem o que digo mais outro grande barrete. Pela positiva, vimos que o Cláudio, Henrique e Carlos se converteram de imediato ao islamismo. No caso das senhoras saíram-se mal, elas não foram na conversa e não deixaram de ser umas beatas cristãs.

O final do dia estava a chegar, então fomos encaminhados para o “marco das três fronteiras”, onde se vai desenrolar um festival de luzes nocturno, assim que chegamos tivemos de ficar de pé, lugares já não havia, depois mais tarde lá conseguimos alguns espaços para nos sentarmos. Quando começou o programa e também devido da forma que o estávamos a ver não gostamos, apresentação dos artistas atabalhoada, este foi-se desenrolando e a nossa satisfação era vã, ou seja o barrete final deste dia em que pagamos uma boa nota para que a maioria de nós lhes dessemos uma péssima classificação. Finalizada esta peripécias, regressamos ao hotel em que havia mais uma manifestação a favor do Jair Bolsonaro e nós lá fomos dar uma olhadela. 

22 Dezembro  E, terminada a nossa viagem, digo viagem pois o tempo em que lhes dava o nome de “férias” para o Gilberto e Sofia finalizaram há algum tempo, agora são viagens, até o nome é mais harmonioso, não acham! Desta forma vamos para o aeroporto da Foz de Iguaçu para embarcarmos em mais um voo da Azul que até agora se tem comportado muito bem, iremos partir pelas 11h05 no voo AD-4726 com destino a S. Paulo. Sucedeu que os nossos amigos Carlos e Júlia já arredaram pé e já se encontram no aeroporto para seguiram viagem para o norte do Brasil onde vão ficar mais alguns dias por cá, fazem muito bem, e desejo que continuem a divertir-se muito, e já sei que vão passar por Ilhéus, tal, fico com pena de não poder fazer idêntico.

Estivemos algum tempo no aeroporto pois o voo encontra-se um pouco atrasado. Nas comunicações que tivemos há alguns minutos o Carlos e Júlia ainda estão neste aeroporto também à espera de embarcarem, quando soubemos já se encontravam dentro do avião. Passava da hora estabelecida e o avião Embraer E195, levantava voo, viagem decorreu com normalidade e aterramos com segurança em Campinas-S. Paulo. Agora temos de mudar da porta de acesso para outra a A04, um pouco mais distante, tivemos tempo para irmos comer mais qualquer coisa e fazer tempo até que pelas 18h05 iniciássemos o último voo para a nossa Lisboa. Este vai ter muitas horas umas 9 horas. Falámos, dormimos e sei lá o que mais o tempo não queria passar, veio mais uma refeição que detestei, mas consegui beber dois copos de vinho, um tinto e outro branco. 

23 Dezembro  Já muito cansados de andarmos de avião para chegarmos ao nosso destino em Lisboa. Andar de avião é mais reles do que viajar de autocarro. Como passamos o tempo! Fomos vendo uns filmes também já ultrapassados e cortados, os monitores são também reles, sem qualidade de imagem, até nos faz mal olhar para aquela tela deslumbrada.
Houve alturas que dormitei mas quase de imediato acordava e logo olhava para o relógio que teimava em não andar para a frente. Por vezes ouvia-se o silvo do avião a lembrar que havia turbulência, ou seja, tem sido sempre assim, grandes superfícies de nuvens altas que provocam deformidades no voo. Assim as horas se foram passando, está na altura de nos servirem o pequeno-almoço e que coisas nos serviram, uma espécie de pão desfigurado com uma mistela de queijo fundido que não sabia a nada mais um bolinho e um copo de café com leite, ficamos todos fartos à espera de chegarmos para comermos algo de bom. A hora de estarmos perto do nosso destino está já muito próxima são mais uns quilómetros e logo estaremos a sobrevoar a nossa capital. Isto sucedeu após mais alguns minutos com uma descida programada e cerca das 7h05, aí estamos nós aterrar, aterragem um pouco inconclusiva pois quando colocou as rodas no chão deu uma forte sacudidela.

Agora já estamos na gare e dirigimo-nos para o tapete para levantar as malas, por acaso foram praticamente as últimas a chegar. Já fora do aeroporto chegou o táxi do Cláudio que levou a sua família e uma quantidade de malas. Nós ficamos à espera que o Cláudio fosse buscar o carro do Carlos para nos levar até ao stand onde se encontra o nosso carrinho. Foi num instante que chegámos, passados uns minutos chegaram o Henrique, Beatriz e Cândida. Estivemos um pouco a falar na companhia da Rosa e do Soqui, os cães do Cláudio, ainda a mãe do Cládio foi com a Sofia apanhar couves e alhos franceses. O nosso boguinhas não queria arrancar pois esteve um mês parado e a bateria ficou fraca o Victor foi buscar uma outra para lhe dar carga e assim começou a trabalhar. Chegou a altura das despedidas entre todos e abalamos em direcção à nossa casa na Tapada das Mercês onde chegamos pelas 9h20, cansados mas sem sono, só nos deitamos era meia-noite.


O Misterioso Iraque - 2025

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