EXPO DUBAI 2020
CRUZEIRO
DUBAI–
SIR BANI YAS- ABU DHABI- MUSCAT-ARABIA
SAUDITA-EGIPTO-CANAL DO SUEZ-CRETA- NAPOLES-
CIVITAVECCHIA-
GENOVA-MARSELHA-BARCELONA
Dia 20 Março – Sim, parece impossível, mas foi desta que fomos os primeiros a chegar ao aeroporto, razão não existe, pode haver o caso de termos pedido ao nosso filho Ricardo para nos levar, porque a viatura que de momento dispomos é muito pequena e com grande dificuldade poderíamos colocar as duas malas grandes e uma outra mais pequena. No aeroporto telefonamos para o Carlos a perguntar onde ele se encontrava porém já vinha a caminho, quando chegou ainda faltava o resto da comitiva composta por mais 11 elementos que vinham da outra banda. Passados alguns minutas já nos encontrávamos todos juntos para apresentações e cumprimentos da praxe. Às 10h35 já havíamos feito o check-in e encaminhamo-nos par a zona de embarque. Vamos na Emirates num airbus 350-900 com capacidade para 366 passageiros, no voo EK192. Partimos com bastantes minutos de atraso, não sendo problema para nós, sabendo que tantas as vezes os pilotos conseguem recuperar esse tempo de atraso. Aconteceu também que não foi a melhor forma de viajarmos alguns de nós ficamos espalhados, mais que um emaranhado pelo avião dificultando algumas conversas que poderíamos ter. Nas horas de viagem fomos ouvindo alguma música, lendo e até dormitando.
Há que focar o nosso colossal grupo, são eles: André, António, Beatriz, Cândida, Carla, Carlos, Catarina, Cláudia, Cláudio, Gilberto, Guilherme, Henrique, Júlia, Sofia, e Tiago.
Dia 21 Março – Chegamos de madrugada ao Dubai. Senda do desembarque, alçar a bagagem de porão e colocarmo-nos a caminho para levantar as viaturas de aluguer. Já
em poder das nossas máquinas para estes dias que aqui iremos ficar, agora a caminho do hotel para descarregar toda a tralha, tomar a nossa banhoca. No hotel tivemos de acertar uma das duas situações que se identificaram a primeira da falta do Jorge e da Paula que ficaram em casa por causa da Paula estar doente, havíamos feito a reserva de um quarto para eles e agora não sabíamos como este hotel iria reagir, porém foram simpáticos e não nos levantaram qualquer questão, tendo ficado sem efeito a reserva e não nos cobraram nenhum valor. A segunda questão era de que havia um desacordo quanto a um dia que queremos ficar a mais por estas paragens e o hotel estava a querer cobrar um valor exorbitante, quase o dobro do valor por mais um dia, existiram mails e telefonemas para o booking e contactos com o hotel, só no final quando estávamos para embarcar é que este hotel abriu a pestana e deu um preço mais ou menos compatível com a nossa proposta. Agora para nosso espanto o preço por mais um dia foi inferior ao que haviam proposto, tanta luta e tempo perdido para depois morrerem na praia, vamos nós compreender estes gajos, ok ficamos contentes, mas porquê tanta palha para nada. Problemas resolvidos, ainda fomos dormir umas 3 horitas. Pronto para arrancar para a tão esperada expo 2000. A distância é de 47km, circulando por amplas avenidas da cidade do Dubai para depois andarmos em vias rápidas, distância percorrida para finalmente imobilizarmos os três carros num dos estacionamentos de acesso ao parque temático que hoje foi o eleito por acaso o da “Mobilidade”, tivemos uma entrada de heróis, somos um pequeno grupo composto por 15 pessoas que nosiremos começar a divertir e conhecer novas inovações do nosso mundo que está atravessar momentos tão difíceis como o Covide 19 que está entre nós há imenso tempo, não bastando o louco do Putin um presidente da antiga URSS, há poucas décadas Rússia, lembrou-se de invadir a Ucrânia para assassinar milhares de pessoas
e destruir, vilas, aldeias e cidades matando inocentes indefesos. Mundo louco. Estas palavras de momento foi só uma achega, sei que nada tinham aqui para o momento, mais tarde ao lerem este dia irão-se relembrar ou mesmo ficarem a saber. Quem sabe, 10,20,100 anos bem lá longe do tempo alguém poderá ler como se vivia neste ano de 2022. A nossa entrada foi rápida, mas logo ficamos a saber que os maiores de 60 anos são tratados de maneira diferente dos restantes, têm, alguns privilégios que ficamos a conhecer, dando a cada um uma fita com um cartão, esta colocada ao pescoço, sinal de velhice. Agora passada a entrada em que os pertences são vistoriados, passados por RX e nós da mesma forma avançamos. Haja segurança para bem de todos e da humanidade. Após andarmos poucos metros e aí estamos a visitar um pavilhão emblemático sendo o da Mobilidade, fantástico, extraordinário, imaginário sei lá o quê não tenho sinónimos para o classificar, aí tirei ou tiramos tantas fotos que nos perdemos. Existem figuras feitas em cera que julgamos serem reais, o cabelo e a barba, mas que perfeição.Seguidamente visitamos uma grande quantidade de pavilhões de outros países aqui representados, entre eles a Áustria, India, Dinamarca, etc. Até que chegou a hora do almoço onde nos dividimos e uns optaram por comer determinada comida e outros ainda queriam beber cerveja, fui um dos que optou por tão digno líquido e no pavilhão da Austrália ele existia. À tarde visitamos mais pavilhões e admiramos alguns espectáculos que iam-se desenrolando, já noite dentro demos por encerrado o nosso primeiro dia de visita que nos agradou imenso. Foi então regressar ao hotel.
Dia 22 Março – Aqui estamos para o nosso segundo dia por estas paragens, continuámos todos bem de saúde e bem-dispostos. Para começar a nossa senda
temos de destacar um pormenor muito importante, existe entre nós uma personagem que é a Cláudia que desempenha um trabalho muito interessante, quando vamos visitar determinado pavilhão, ela aborda a entrada dirigindo-se ao responsável para que desfrutemos de primazia no acesso de todos nós, sim, 15 elementos, que por vezes passamos à frente de uma imensidão de pessoas, actuação dela é organizar os seniores que por serem velhinhos têm imunidade de entrarem sem que estejam nas filas, são eles; Gilberto, Sofia, Beatriz, Henrique, Júlia e o menino Carlos que podem entrar com acompanhantes, assim entram todos numa única vez, ou seja o tempo que auferimos é fundamental para que possamos visitar mais, ainda mais pavilhões.
A nossa entrada de hoje foi pela praça da Terra que dá acesso ao pavilhão temático da “Sustentabilidade”, composto por um edifício lindíssimo ladeado por painéis futuristas lembrando a entrada numa outra galáxia da nossa imaginação. Fomos visitar mais pavilhões, como o de Singapura, Brasil, Azerbaijão, Bahamas e tantos outros. Um dos muitos que nos agradou está o dos Estados Unidos da América com rochas lunares e um jipe-robô de Marte, no seu exterior uma réplica do foguetão SpaceX Falcon 9. Um SpaceX Falcon 9 que foi lançado recentemente com quatro astronautas, um japonês e três americanos a bordo para uma viagem à estação espacial internacional. No final da noite ainda fomos visitar o pavilhão da Suíça, mais outra obra de talento entre tantas as outras, mais umas voltas e passamos pelo do Egipto, foi entrar e vasculhar o seu interior, como sempre as pirâmides eram o factor principal. A noite finalizou-se na praça central de nome Al Wasl que ó composta por uma cúpula com 130 metros de diâmetro e uma altura de 67,5 metros o peso desta é de 350 toneladas. Vimos imensas imagens a serem projectadas nesta tela oval que enche os 360° da sua área. A definição das imagens e cores é perfeitíssima enchendo o nossoolhar de grandiosidade. Foi então que já tarde fizemos mais um regresso ao nosso hotel o Cytimax hotel Bur Dubai - situado na Kuwait street em Mankholl no Dubai, hotel razoável com bons preços e bem instalado na cidade.
Dia 23 Março – Hoje o dia está encantador, calor, um bocadinho a mais mas não faz
mal e aí vamos nós pelas longas avenidas do Dubai serpenteadas e a olharmos para os majestosos arranha-céus. Seguimos depois por duas vias rápidas que nos levaram mais uma vez à expo Dubai 2020. A primeira visita de hoje foi o pavilhão da República Checa o que me mais nos marcou foi uma super moeda toda em ouro com 130kg que este país cunhou para comemorarem o primeiro centenário da moeda Checa a coroa. Esta moeda foi cunhada em ouro com uma pureza de 999,9, tem um diâmetro de 535mm e uma espessura de 48mm, ainda estive um pouco a pensar como eu poderia levar dali tal moeda, desisti e achei que não tinha nenhuma hipótese. Mais outro pavilhão temático que abordamos ou seja “Oportunidade”, mais um espectáculo que nos deslumbrou. Refundamos mais umsem número de locais e pavilhões que percorremos, tanto que chegou a hora de almoçar e mais uma vez não nos foi fácil, existem muitas opções mas nós queríamos algo diferente. Um dos problemas é que a maioria estava já lotada, restando aqueles que não nos deliciavam. A situação no entanto já estava meio programada porque o António já sabia onde nos poderia levar a almoçar. Ainda estivemos numa fila para
sermos atendidos, pois 15 lugares não é fácil a sua acomodação. Chegou a hora de nos chamarem e lá estava a mesa para os portugueses meio esfomeados. A ementa foi muito simples, camarões com uma molhanga e arroz. Vieram os camarões em frigideiras mais o arroz que foi espalhado em cima da mesa, que estava coberta com toalhas de papel. Foi só distribuir sobre o arroz os camarões e o molho. Tínhamos já calçado luvas de plástico transparente para todos e a partir desse momento parecíamos uns porcos autênticos a devorarem toda aquela lavadura, mãos sebentas, pois não sãodistribuídos quaisquer tipos de talheres,
temos de comer com as mãos, mesmo à porco sujo. O nosso aspecto é nojento mesmo
com todo o cuidado que todos tivemos para não nos emporcalharmos mais. No final
ficamos todos satisfeitos com aquela comezaina. Pela tarde mais pavilhões,
Tailândia, França, Albânia, Estónia e muitos mais. Para o final da noite detivemo-nos no nosso
pavilhão, sim aquele que tem lá escrito “Portugal”, não podíamos perder de o
visitar. Fizemos o nosso percurso e fomos unânimes em dizer “veneramos”. O
pessoal que lhe estava adstrito era simpático e hospitaleiro, como todos nós.
Também se comeram pastéis de Belém que estavam bons. Aqui nos detivemos por
muito tempo, foi simplesmente pensar que nos sentíamos na nossa pátria. Tiramos
à frente do nosso pavilhão uma foto com a nossa bandeira e fizemos figura de
Cavaco Silva
ao colocarmos a bandeira ao contrário, não repararam eu reparei e
disse na altura que não era assim, mas com o entusiasmo ninguém ouviu.
Dia 24 Março – Mais um dia na expo 2020 visitando o Pavilhão dos Emiratos Árabe Unidos. É uma das obras existentes que nos chamou atenção devido à sua estrutura
de quatro andares que é coberta com 28 asas de fibra de carbono que podem-se abrir totalmente em cerca de três minutos para mostrar painéis solares que se encontram embutidos. Quando não se encontrem em uso, estes permanecem protegidos das intempéries, incluindo as poderosas tempestades de areia que são frequentes nesta região. Esta estrutura foi inspirada na graça e na força de um falcão, ave nacional dos Emiratos Árabes Unidos, disse o famoso arquitecto suíço-espanhol Santiago Calatrava que projectou este pavilhão. As asas podem-se posicionar entre os 110 e 125 graus para melhor absorver a luz solar e a electricidade que produzem é enviada para a rede eléctrica principal. No interior podemos experimentar algumas das instalações interactivas. Um deles chamados Crossroads é baseado em cerca de 700 objectos físicos historicamente comercializados no médio oriente, como piões, grãos de café, bússolas, frascos de perfume e pérolas, têm como objectivo destacar a posição geográfica deste país, numa encruzilhada de rotas comerciais históricas que remontam a milhares de anos.
Como vários outros pavilhões, este será reaproveitado para usos culturais assim que o evento for concluído daqui a poucos dias. Recebeu a certificação LEED Platinum – a classificação mais alta do sistema de pontuação mais usado no mundo para edifícios verdes. Seguimos para o pavilhão da Coreia do Sul onde nos encantou também. Seguiram-se o da Colômbia, Iraque, Indonésia, Timor Leste e Ucrânia o então discreto pavilhão que se tornou um dos mais visitados desde que começou a agressão da Rússia que tem agora do seu interior os três pisos forrados com post-its coloridos com milhares de mensagens que expressam a solidariedade dos visitantes do mundo inteiro. Tudo começou quando duas crianças solicitaram para deixar uma mensagem escrita de apoios à Ucrânia. Enfim a noite já vai longa, mais um dia finalizou com uns bons quilómetros por todos nós percorridos.
Dia 26 Março – Hoje o nosso grupo dividiu-se em três, Gilberto, Sofia, Carlos e Júlia tiveram que ir ao terminal de cruzeiros do Dubai fazer o chek-in, os restantes seguiram directamente
para a Expo e outros foram passear pela cidade do Dubai que ainda não conheciam. Levantamo-nos mais cedo do que os restantes para que não viéssemos a demorar e chegarmos muito tarde. Mas para nossa surpresa o acesso a este porto não foi nada fácil, motivada por existirem obras, uma das pontes antigas que julgávamos passá-la para o outro lado tinha sido demolida e feita uma nova num outro local, os acessos ainda não estavam totalmente concluídos e demos mais umas voltas para encontrar o caminho correcto. Quando chegamos já havia imensa gente para embarcar e demoramos mais tempo do que imaginávamos, nós apenas quisemos entregar as malas e pormo-nos ao caminho para irmos ao encontro do restante grupo que já se encontrava na feira. Documentação de embarque concluída e malastermos as horas todas repletas em que determinada altura conclui; necessitávamos de mais horas ou dias para completarmos a visita a este evento. Hoje conseguimos abordar uma vastíssima quantidade de pavilhões. Agora chegou a hora de nos separarmos, 11 elementos do grupo vão ter de nos abandonar porque pela madrugada vão ter que estar no aeroporto
para regressarem à nossa terra, estamos no final da tarde e mais beijinhos e abraços e lá nos despedimos. Nós os 4 ainda vamos dar mais umas voltas e esperar que a noite chegue para depois irmos para o nosso novo hotel o “MSC VIRTUOSA” que espera por nós. Já bastante tarde subimos ao nosso monstro marinho onde iremos passar os próximos 22 dias. Até tivemos tempo para dar uma volta a bordo e comermos qualquer coisa.
Dia 27 Março – Este é o primeiro dia que vamos estar os quatro sozinhos os outros abandonaram o grupo e nesta altura já estão nas suas casinhas, mas nós não desistimos e
resolvemos ir até ao final desta epopeia. Então depois de um pequeno-almoço substancial ao contrário dos antecedentes no hotel, já estamos preparados para seguirmos até uma zona desta cidade “Deira” que visitamos algum tempo atrás, nunca é demais lá voltarmos. Como ainda temos a viatura em nosso poder foi só sair do barco e dirigimo-nos para o parque de estacionamento existente neste porto e arrancar. Decidimos passear pela parte envelhecida onde existem as últimas construções antigas, mas hoje é domingo estão muitas lojas fechadas e há pouca gente nestas ruelas. Esta cidade noutros tempos era uma vila de pesadores que viviam à volta deste canal e comercializavam com outros mercadores dos países vizinhos. Nós somos de outro país longínquo que nada temos para comercializar, já em outros tempos os nossos conterrâneos portugueses o fizeram, apenas viemos ver. Do outro lado do canal o panorama é diferente, lindas construções modernas ocupam essa zona, avistamos a correnteza de embarcações que unem as duas margens do canal, com o passar das horas já há mais movimentação nas ruelas, mas até que veio a hora de abalarmos para entregar a
nossa viatura, nesse caso fizemos o regresso ao aeroporto para fazermos a sua devolução, mas quando já íamos para apanhar um táxi para o terminal de cruzeiros o Sr. Gilberto que é uma cabeça de vento apercebeu-se que tinha perdido o cartão do telemóvel, procura para aqui procura para ali e nada de encontrar o dito, foi quando nos lembramos que poderia ter caído na rental car quando foi entregar a viatura. Ficámos os três à espera que ele regressasse e lá vinha ele todo contente, afinal o cartão estava no carro caído no acento do condutor, mas que sorte, pois tratava-se de um micro cartão. Já tudo resolvido seguimos para a fila dos táxis que é dentro do aeroporto e lá vamos nós de regresso ao terminal de cruzeiros. Já dentro do Virtuosa começamos a descortinar esta embarcação parecida com tantas outras que já andamos, mas existem sempre coisas novas para descobrirmos. Quando chegaram as 18h00, foi a altura de levantar ferro, termo antigo quando estes barcos tinham a âncora arreada, hoje isso neste tipo de
embarcação tão à frente já nada disso se emprega. Dizemos o adeus à cidade e até à nossa próxima vinda aqui, nem que seja para mudarmos de avião o que é muito frequente entre nós. Conseguimos cá do alto vermos a nova ponte que dá acesso à gare e vermo-nos afastar cada vez mais, por fim fomos para dentro. Chegou a hora de presenciar um espectáculo de dança flamenga com algumas canções à mistura, foi lindo. De seguida o nosso jantar e mais umas curvas apreciar tudo o que nos rodeia, já tarde fomos para os camarotes descansar toda a lazeira do dia.Dia 28 Março – O destino de hoje é a ilha de Sir Bani Yas que se encontra a poucas milhas da costa dos Emiratos em que a chegada estava prevista para as 8h00, assim aconteceu, mas ficamos espantados que há dois anos já aqui tínhamos estado e não havia cais de acostagem, tivemos de ficar parados no meio do mar e transferidos para a ilha nos salva vidas. Num
espaço de tempo tão curto como as coisas se modificaram, aqui o dinheiro é que impõe e as obras aparecem com esta rapidez. Só os estudos e planos de construção em Portugal demoram anos e tantas que morrem pelo caminho depois de se terem gasto milhões de euros. Desembarcamos e fomos até a uma das praias, não têm aqueles areais que estamos habituados, são mais pedras e restos de corais que as compõem, está também muito vento que se torna desagradável. Ficamos numas espreguiçadeiras apanhar um pouco de sol, tanto que o Carlos e Júlia estão com frio e aí ficaram tapados, mas eu e a Sofia fomos fazer uma caminhada ao longo da costa e reparamos que num local o vento não existia, estivemos aí parados a olhar para o mar com a cor das Caraíbas, aquele azul-turquesa e a falar um pouco. Assim o tempo se passou e resolvemos ir ter com os nossos amigos e seguimos para o barco. Estivemos um pouco na piscina a ler e apanhar mais um pouco de sol e caminhamos mais um bocado pelo convés e interior a descobrir locais que nos fascinarão nos próximos dias. Para a noite o programa será sempre a ida ao grande teatro com os seus 1000m2 e 945 lugares e seguirmos para o regalado jantar.
Dia 29 Março – Esta é a segunda vez que estamos nesta cidade a bordo de um cruzeiro, foi há cerca de dois anos, por esse motivo o impacto será diminuto e de pouco interesse, sabemos
que há ainda muitos motivos para aqui vir, mas seja como for resolvemos visitar o nosso futuro palácio, existe uma pequena réstia de que uns de nós por parte de um navegador portuga do ano de 1500, que agora não me lembro o nome, seremos os verdadeiros herdeiros ao trono do poço de petróleo nº 22,5A. Depois é que são elas, iremos ter na nossa terra “pitrol” por todos os sítios. Já estamos às portas do nosso palácio o Qasr Al Watan para darmos uma vista de olhos ao seu estado de conservação. Para já ficamos muito frustrados pois tivemos de pagar bilhete, não sei por que razão, mas pronto também não estivemos para
nos chatear. Qsar Al Watan é um marco incrível único nos Emiratos Árabes Unidos. Um palácio repleto de conhecimento, oferecendo uma visão inédita sobre os Árabes, existem corredores majestosos, candeeiros e mármores vindas da nossa terra, só poderia ser que
demonstram a riqueza instrumentada pelo ouro negro. E as salas monumentais que existem! Extravasam riquezas, uma delas está já preparada para receber mais de 30 convivas para almoçar ou jantar numa única mesa, na mesma sala há mais umas 10 mesas que eu contei, cada uma para cinco pessoas que ficam à larga com o mesmo propósito todas com talheres em prata e ouro, copos em cristal e serviços de porcelana, não bastando a carpete colossal que cobre a totalidade do salão. Mas há ainda mais, outras salas apenas para reuniões ou eventos. Também podemos apreciar os detalhes do grande salão, explorando os cubos espelhados em cada canto dessa sala primorosamente decorada.
A sala de reuniões presidencial é usada apenas para visitas diplomáticas e é onde oficiais e dignatários estrangeiros de todo o mundo são recebidos pelos líderes dos Emiratos. O papa Francisco também já aqui esteve tal como nós, acho que o Encavado Silva, Beija-flor e Chamuça, nunca foram aqui recebidos, não se perdeu grande coisa. Cá fora o jardim é lindo e
pudemos observar do exterior a
grandeza desta construção, vamos de seguida apanhar o autocarro que nos vai levar
para a porta de saída. Já fora deste recinto o táxi contratado por estas 4
individualidades vai levar-nos até ao Mercado das Tâmaras, local também exótico
que merece o nosso registo, aí bebemos cada um o cafezinho de açafrão, grande
novidade que tivemos, compramos tâmaras e finalmente regressamos ao Virtuosa,
terminado a nossa visita por hoje.
Dia 30 Março – Depois de uns dias totalmente preenchidos com passeios e visitas, cá estamos a regalar-nos com a monotonia à volta da piscina, apanhar sol e acomodar a calanzice.
A leitura o olhar para o telemóvel e a ver passar as pessoas são factores que nos entretêm. Também estivemos a dar umas voltas pela pista que rodeia dois terços do barco perfazendo no final uns quatro quilómetros, é necessário pois a engorda está à nossa espreita. Veio a hora do almoço, vamos para o restaurante de self servisse neste deck, arranjamos uma mesa para os quatro e fomos buscar comida que nos agradasse, aconteceu que quando estava à espera que um dos funcionários que fazem omeletas e estrelam ovos fizesse mais para reposição do tabuleiro um fulano colocou-se ao meu lado e prostrou-se de seguida à minha frente, não bastando outra fulana comparsa do dito teve quase a mesma atitude. Quando foram colocadas as omeletas este fulano atrevidamente colocou o prato para que fosse servido de imediato. Eu já estava a ferver com a esperteza saloia e repentinamente disferi um empurrão que ficou logo de lado, este resmunou em inglês disse que eu era um imbecil, malcriado, etc. respondi da mesma moeda e mais ainda a partner ficou a resmungar, à minha frente é que não passaram. O Carlos foi acometido de idêntica atitude. Já nos tínhamos apercebido de que háneste cruzeiro uns quantos trastes que não respeitam as outras pessoas. O que fizemos da parte da tarde, novamente piscina; lá está o Ferrari, figura impar deste cruzeiro, este nome é a alcunha que pusemos por este calçar uns sapatos da marca Ferrari e ser um dançarino frequente que se tem realçado nas noites quando se encontra do hall central para dar o gostinho ao seu pezinho e sua mulher, ele mais hábil do que ela no que toca à dança. E assim que se passou uma tarde ao sol e a descansar. À noite fomos ver um espectáculo de um ventrículo espectacular que nos deixou maravilhados com a sua actuação, a seguir ao espectáculo fomos jantar como acontece todos os dias por fim fomos até ao hall central ouvir uma brasileirinha que canta e encanta, sendo também muito simpática, aí estava mais outra figura que nos marcou o casal Casanova, estes dançam que se desunham, são pessoas entre os 50 e alguns anos que sabem dançar, todos os presentes olham para eles
apreciando os seus movimentos, ela é uma mulher vistosa, bem arranjada e o dinheiro não lhes deve faltar. Vai quase todos os dias ao cabeleireiro e aparece com penteados diferentes até as roupas que usa, causam a diferença, fazem parte de um grupo numeroso de pessoas que estão constantemente com o copo nas mãos. Cerca das 11h30, fomos para os nossos camarotes retribuir o descanso do final da noite.
Dia 31 Março – Alvorada em Mascate, e não é que quando abordamos territórios onde em séculos passados os nossos antepasados portugueses estiveram presentes há sempre um
relato que gosto de mencionar. Então o nosso primo no 18º grau hereditário, ele o almirante Afonso de Albuquerque navegou no ano de 1507 na tentativa de estabelecer relações comerciais, os seus navios foram atacados e perante agressão resolveu ir conquistar a cidade incendiando-a. Nós, portugueses mantivemos o domínio de Mascate por mais de um século, apesar dos diversos desafios da Pérsia e bombardeamento pelos turcos otomanos em 1546 que nos capturaram a cidade por duas vezes, mas conseguimos a sua recuperação, só cerca de 1624 começou a mudar o poder para o Omã local. Entre os castelos e fortes mais importantes destacam-se o forte de Al Jalali e o forte Al-Mirani, são estes os vestígios mais proeminentes deixados por nós, no entanto a 16 de Agosto de 1648 o Imã enviou um exército para Mascate que capturou e demoliu as altas torres dos portugueses, enfraquecendo o nosso domínio sobre a cidade. Decisivamente em 1650, um corpo de tropas do Imã atacou o
porto à noite forçando a uma eventual rendição portuguesa em 23 de Janeiro de 1650. Sucede que passados estes séculos cá estamos nós para conquistar o passado dos nossos antepassados. Saímos do cruzeiro para a nossa visita pela cidade, alugamos um táxi que nos informou do percurso que achou mais relevante para percorrer. Iniciamos o percurso até à Grande Mesquita do Sultão Qaboos que fica a uma distância considerável, esta foi construída a partir de 300 mil toneladas de arenito índio. A principal Mussala, sala de oração é quadrada com as dimensões de 74,4x74,4 metros com uma cúpula central subindo a uma altura de 50 metros acima do chão. A cúpula principal e o minarete principal têm 90 metros, existem mais 4 minaretes de acompanhamento de 45,5 metros, são característicos visuais do chefe da mesquita. A principal Mussala pode abarcar mais de 6500 fiéis, enquanto
a Mussala das mulheres acomoda cerca de 750. O chão exterior pavimentado pode conter mais de 8000 fiéis e há espaço adicional disponível no pátio interior e nas passagens que fazem uma capacidade de 2000 fiéis. Quando íamos entrar as exigências na entrada foram tão rigorosas que tanto homens como as mulheres nada de pernas ao léu, mulheres todas tapadinhas, aconteceu que depois de tantas tentativas o Carlos, Júlia e Sofia não puderam entrar, a mim não levantaram obstáculos, vestia calças e um polo, mesmo assim resolvi não fazer a visita, mas por imposição dos restantes quiseram que fosse ver como aquilo era, após tanta força do grupo resolvi entrar. Deparei-me de início com uma mesquita que achei que nada tinham perdido em visitá-la, tirei umas fotos e saí para a rua de seguida fiz um outro trajecto e entrei num outro edifício e aí sim estava a mesquita grandiosa digna de se ver com seus lustres gigantescos e uma decoração riquíssima com as suas varandas em mármore branco e uma arquitectura puramente islâmica. No seu interior vi que algumas mulheres tiraram o lenço ficando com a cara completamente destapada, porquê tantas exigências à entrada para que depois num local tão sagrado não haja fiscalização. Gostei do que vi, valeu a pena. Contei o que vi ao restante grupo e seguimos para a Royal Ópera, outro local emblemático, mais uma obra simbólica do sultão Qaboos Bin Said Al Said, este que foi casado mas a mulher quis o divórcio e filhos, nada, razão de ele ser homossexual. Chegámos a maisoutra obra fantástica do sultão Qaboos, ficamos boquiabertos ao vermos tão luxuosa arquitectura contemporânea única de Omani, que tem capacidade para acomodar no máximo 1100 pessoas. O complexo da casa da ópera é composto por um teatro de concertos, auditório, jardins paisagísticos formais, mercado cultural, restaurante de luxo e um centro de arte para produções musicais, teatrais e operísticas. A nossa visita foi soberba e mais uma
vez ficamos a conhecer o luxo e riqueza acumulados, estivemos algum tempo sentados na sala a sonhar como deveria ser espectacular assistir ao vivo a um espectáculo de boa música.
Dia 1 Abril – Primeiro dia em alto mar, neste âmbito temos muito espaço para nos entretermos, podemos proferir que esta embarcação é uma pequena cidade na
realidade tem de quase tudo. Pela manhã designamos os nossos lugares á volta da piscina central, existem outras mas é esta a que nos atrai, toalhinhas nas cadeiras onde também deixamos os livros, revistas e outros pertences de seguida encaminhamo-nos para tomar o pequeno-almoço. Recolhemos os tabuleiros para colocar os alimentos o primeiro que tenha já em seu poder as coisas necessárias, vai escolher uma mesa que lhe agrade, onde de seguida comunica aos restantes onde se podem sentar. Há sempre alguma coisa que falte e lá vai um, depois outro, buscar mais alimentos ou guloseimas, segue-se também um pouco de conversa, enfim. também olhamos para quem nos rodeia ou passa no corredor, há sempre diálogo, olha aquele tem o prato abarrotar de comida, e aquele 4 copos de sumo mais 3 copos
de água, também quando passa uma mulher bonita se olha mais do que uma vez, por vezes não há comentário mas o olhar diz tudo. Os funcionários oriundos de toda a parte do mundo são educados e correctos em tudo que fazem. Digo e dizem também que os cruzeiros são só para velhos, e é verdade, pois só vejo velhos e a gente nova é diminuta. Depois desta abordagem a este local de refeições ou seja a maior área do barco onde se pode comer de tudo e mesmo beber, passamos para a zona da piscina, também a maior e colocada no cento do 15º deck. Aqui temos a piscina central ladeada de cadeiras onde podemos colocar-nos ao sol e a rondar a borda da piscina, uma quantidade de palanques onde se escarrapacham as lontras e os otários (sei que não há género masculino para designar otária), quero dizer que ali se encontram algumas espécies raras volumosas, exuberantes, maquiavélicas e panhonhas. Os restantes menos ardilosos e fofoqueiros deixam-se estar mais distantes para que não se confundam. Nós ficamos nessa zona. Aqui vamos ouvindo música colocada para as aulas de ginástica e aeróbica, vimos os dançantes, instrutores e olheiros. Em que classe é que nós estamos inseridos, sim pergunto? Já um pouco fartos de estarmos ao sol e a precisarmos de nos levantar, concluímos que o melhor é dar umas voltas à volta do 16º deck, onde há marcações para caminharmos e sabermos o total de metros percorridos numa volta, sim fizemos umas boas voltas e sempre a mirar o que está ao nosso alcance. Cansados de não fazermos nada, mas já fartos de andar às voltas, até parece que já estamos tontos, resolvemos acabar o percurso e irmos para as espreguiçadeiras apanhar mais sol. Já reparamos que há mais portugueses neste cruzeiro, ontem havíamos falado com uns no 6º deck, hoje já aqui avistamos mais alguns, estamos em toda a parte, mas que raio de povo este. Chegou depois a hora do almoço, mais tarde repetimos a nossa presença nas zonas da piscina e assim se
Dia 2 Abril – Ontem a MSC, deixou nos camarotes uma informação de como adquirir o visto para quem quisesse visitar a Arábia Saudita, imediatamente começamos a pesquisar e a deparamo-nos com grandes dificuldades, ou seja não é bem assim como indicam, fomos falar com a recepção e informações para nos ajudarem, não
conseguiram também, vimos que há pouca informação e a MSC, desta forma descarta-se, temos de descortinar outra forma, amanhã veremos então o que fazer. Vamos já no segundo dia a navegar pelo mar Arábico e golfo de Adém e a roçar as costas do Iémen de um lado do outro a Somália, mas que agradáveis vizinhos nós estamos a transitar, ambos em guerra. Há uns anos atrás era impossível aqui passar-se por causa dos piratas Somalis que assaltavam qualquer navio que por aqui navegasse. Está na altura de falar um pouco deste colossal cruzeiro que nos está a dar uns belos dias de bem-estar – o Virtuosa é um dos navios mais ambientalmente seguros dos mares desempenha um papel importantíssimo na eficiência energética da navegação moderna, Tem uma redução de 98% de emissões de óxido sulfúrico e 90% de óxido de nitrogénio graça às mais avançadas tecnologias. Também tem um vasto leque de equipamentos para poupança energética para maximizar a eficiência energética como aquecimento, ventilação e ar condicionado. Sistema de tratamento de águas residuais avançado com padrões de purificação mais altos que a maioria das instalações de tratamento de águas residuais em terra. Foi construído em 2020 com um comprimento de 331 metros por 43 metros de largura, 177100 toneladas, pode transportar 6344 passageiros e mais 1700 tripulantes. Agora o que fizemos hoje, nada de nada, comprámos tudo feito. Passados todos estes dias que saímos de casa a roupa suja é aos magotes, por isso a Sofia e Júlia estiveram toda a manhã no tanque a lavar roupa, mas como hoje está um dia esplêndido ficaram sim, deitadinhas na piscina apanhar sol que por engano eu chamei de tanque. O Gilberto e Carlos também optaram ou seja já tinham optado por ficarem na piscina para o bronze. Sim foi uma manhã de papo para o ar. À tarde apercebemos mais uma vez que a hora tinha sido alterada, assim menos tempo tivemos. Já a noite tinha chegado e conseguimos repetir o que havíamos feito na noite anterior, assim, espectáculo e jantar para mais tarde virmos até à piscina onde havia mais uma noite de música para os hábeisdançarinos, eu sou pé de chumbo, dançar não é para mim, mas há quem se ajeite e dance que se desunhe. Ali estivemos uns a dançar e outros apreciar, até que chegou a altura de nos recolhermos.
Dia 3 Abril – Já estamos no 3º dia de alto mar, apenas vamos vendo o mar por vezes olhamos a contemplar se conseguimos ver a costa, mas não, o que acontece e é raro lá aparece a cruzarmos com um petroleiro ou cargueiro. Há duas horas atrás apareceu a sobrevoar o barco uma ave, pensei que não devemos estar longe de terra.
Esta era uma indicação há seculos para os nossos marinheiros que o seu aparecimento, a costa estava por perto, mas não, pois estou no 17º deck, bem no alto e olhei para todos os lados e nada de terra. Nestes dias a actividade no 15º deck é totalmente preenchida à sua volta com concursos de sabedoria geral, jogos, dança e aeróbica. Quem não participa, vai apanhando sol, lendo, além da banhocas. Hoje a Sofia ao contrário dos outros dias esteve muito tempo com o cuzinho de molho, até diz que não vai ao fundo resultante da água ser muito salgada. Sucede que estes dias são rentáveis para o pessoal do barco que anda atrás das pessoas para venderem mais e mais bebidas, e é que vendem mesmo, alguns passageiros já atestados deixam, ou esquecem-se do copo por vezes quase cheio. Cada vez que nos ausentamos para comer ou beber fora deste lugar temos de deixar objectos sobre a mesa de apoio e na espreguiçadeira, caso contrário quando chegássemos lugar não havia. Existe a situação dos vistos para a Arábia Saudita o Carlos mais uma vez esteve a falar com a Ana Pombal, ela está a tentar tudo para solicitar os vistos, é conhecedora das dificuldades em obtê-los, já vimos que da parte dela as coisas não estão fáceis. Depois do almoço voltamos ao local da manhã o sol aperta e recuamos a mesa um pouco para nos sentarmos à sombra, a meio da tarde, demos mais umas voltas e conseguimos andar alguns quilómetros. Também a Ana Pombal ligou-nos por causa do pagamento, ou seja as coisas estão a modificar-se porque apenas já só falta fazer o pagamento. Já me esquecia de focar a nossa passagem pelo estreito que nos liga ao mar vermelho, esta sucedeu de madrugada, pena foi, pois havia a possibilidade de vermos as margens de um dos lados. Andamos já a navegar pelo mar vermelho que da cor não tem nada, é azulado como a maioria dos mares ou oceanos. Finalmente a Ana concretizou os vistos e os documentos do covid, estes são baseados nos dados que trouxemos de Portugal e o governo Saudita emite documentos apoiados nas informações que lhes transmitimos, a Ana vai mandar-nos por correio electrónico toda a papelada para imprimir. Mas que luta esta. E chegou a noite, tudo se repetiu, depois do jantar estivemos na praça central onde se localiza um palco aonde estão sempre músicos a cantar ou a tocar piano ou violino. Ficamos algum tempo apreciar e quase ao mesmo tempo a falar com uns portugueses que aqui conhecemos e disseram-nos da dificuldade nos tais vistos Arábicos. Já se pronunciaram que não vão visitar este país. Abalámos novamente até à piscina onde perdura a farra, também terminados mais um dia no mar.Dia 4 Abril – Hoje vai ser um dia muito idêntico aos três dias que passamos no alto mar, água por todos os lados, céu azul com o brilho de um sol esplêndido e a boa disposição. Ora vejamos, programamos acordar pelas 8h30 e eram 9h30 já nos encontramos no restaurante para comer o nosso pequeno-almoço, começamos a comer uns ovinhos mexidos, bolinhos, frutinha, iogurtinhos, queijinhos, pãozinho e tudo que possa acabar em inho ou inha. Todos estes alimentos em excesso contribuem para a engorda, razão de estar a usar tais diminutivos. Depois o que fomos fazer?
Não adivinham?
Ora essa, até à piscina estender estes corpinhos do século anterior para banhos de sol e de seguida mais umas quantas voltas pelo deck superior a caminhar e a olhar
para quem se encontra na piscina na popa do barco, esta menor mas com muita gente, porque é um local mais recatado e para muita pessoas é primordial. Contornamos esta parte e uns metros mais à frente subimos uma escada onde deparamos com a parte infantil, aí há escorregas, quedas de água, figuras divertidas que as crianças adoram, vimos umas quantas aos saltos, correr e a brincarem na piscina infantil, no deck de cima vimos uns maravilhosos escorregas que num dia destes teremos de ensaiar. Descemos para a pista de caminhada e voltamos ao início em que estivemos cá do alto apreciar a multidão que a esta hora se encontra na nossa piscina, uma farra autêntica visto daqui, ali se nada, apanha sol dançasse e dorme-se, é mesmo tranquilidade e alegria para todos.Quando chegou a hora do almoço, nós não temos hora marcada para comer a qualquer momento podemos ir tratar de nós. Fomos buscar já não sei o quê, a verdade é que ficamos mais do que satisfeitos, estávamos já a tomar o café numa zona perto das piscinas e eis que estava mais uma vez a olhar para o exterior e lá ao fundo um barco de carga e mais uns dois pequenos a seu lado, eis que naquele momento surge uma informação pelos altifalantes a dar uma informar que não entendi, porém toda a gente veio para bombordo ver o que se passava. Apercebi-me que houve passageiros que ficaram em pânico, devem ser piratas, sei lá o quê. A certo momento um dos barcos dirige-se para o nosso e este, reparamos que reduziu a velocidade, tudo estranho, até que se encostou e ficou andar à mesma velocidade, para que víssemos cá do alto uns quantos elementos
com sacos e caixas do Virtuosa que embarcaram no bote tipo rebocador que depois arrancou para o cargueiro que já se encontrava bem longe de nós. Até parece que o perigo passou, mas não ouve perigo nenhum, mas para muita boa gente, eram piratas Somalis. Esta troca de prisioneiros deu-se pelas 14h30 em pleno mar Vermelho.
Veio o meio-dia da tarde e as lontras estão regaladas a empanzinar-se e
a esturricarem-se nas espreguiçadeiras, esta vida de cruzeiro é assim mesmo.
E à noite mais uma ida ao teatro para assistir a uma linda encenação, nós ficamos no centro na 1ª ou 2ª fila do cimo e conseguimos ver como bem gostamos, para isso chegámos uns 15 minutos antes do começo, assim somos dos primeiros a entrar e dos primeiros a sair, há uma regra que encaixa muito bem, a saída é feita por filas por causa do raio do covid. Abalamos para a sala de jantar, onde espera por nós uma gostosa refeição, não
podemos dizer que é para ficarmos fartos, ficamos satisfeitos. Temos um casal de vizinhos junto à nossa mesa, são eles de nacionalidade espanhola, ambos simpáticos e faladores, atrás uns brasucas, ele e ela antipáticos e sempre de trombas, devem ser da favela, quase de certeza. Ao nosso lado três pingentes que um deles já o vimos por duas vezes a dormir à mesa um outro parece um gringo falhado sempre a resmungar com os funcionários do restaurante, julga-se pessoa nobre e importante, atribuímos-lhe várias alcunhas para o julgar; impertinente/rabugento ou capanga/jagunço. Ainda fomos dar mais umas voltas que nos faltavam outras se repetiram.
Dia 5 Abril – Depois de uma luta árdua para se poder entrar na Arábia Saudita, chegou a hora da nossa saída do cruzeiro e entrar neste país tão fechado ao turismo.
Assim que fomos para a zona de controlo dos vistos e
passaportes, foi tudo tão rápido, tanto que as pessoas que estão a entrar
vindas do cruzeiro cifram-se em muito poucas. Já fora do local de desembarque
havia alguns táxis, não muitos. Não vimos a fossanguice de outros locais em que
somos abalroados por um sem número de fulanos a oferecerem os seus serviços,
não tivemos tais problema, fomos ter com um deles e conseguimos um preço justo
para aquilo que precisamos. Nesta cidade o factor mais importante que é muito
badalado é a zona antiga conhecida como Al Balad, pronunciando em português
dizemos mesmo Alvalade, pergunto será deste nome de cidade que surge o nome em
Portugal, não sei, fica a dúvida.
Características como ter um comprimento de 1900km, uma profundidade média de 500 metros e a máxima de 2,5km. A temperatura das suas águas ronda os 20ºC e o desenvolvimento económico devido ao turismo submarino que abriga uma imensa variedade de espécies. Nesta altura navegam nele quatro espécies raras; Gilberto, Carlos, Sofia e Júlia, que estão a navegar estas águas pela primeira vez, vamos ficar à espera que não seja a última. Um outro pormenor que me ia esquecendo sobre a bíblia, a travessia do mar Vermelho faz referência ao episódio da abertura do mar para a libertação dos hebreus e Moisés após as dez pragas do Egipto. Apesar desta incomensurabilidade de informação achamos que a cor vermelha não é visível por nós, há aqui dois sportinguistas que nunca admitiriam a cor vermelha os outros dois, sim a cor vermelha existe mas de momento não a conseguimos distinguir. Eram cerca das 17h00, avistamos uns petroleiros e mais à frente umas boas milhas, barcos ou plataformas de prospecção do ouro negro, muito distantes. Conseguimos ainda, pois praticamente não tivemos grande tempo para andarmos, mas ainda fizemos uma caminhada à volta do 16º deck, nesta altura o sol já se encontra mais para o horizonte e o calor já não apertava. É fundamental à noite a nossa ida ao teatro para mais um espectáculo seguido do
Dia 8 Abril – Hoje, encontramo-nos a navegar pelo golfo do Suez que se estende por cerca de 310 quilómetros, tem uma profundidade média de 40 metros. Este golfo também faz a separação entre o continente africano e o asiático, não sendo também largo pois varia entre os 19 e 32 quilómetros, mas no percurso que estamos a fazer nunca avistamos qualquer das margens, mesmo encontrando-nos acima do 15 deck o que é já uma boa altura para se poder avistar terra ou embarcação no horizonte.
As tarefas que temos hoje são muito simples, estar na piscina apanhar sol, mas a temperatura não está assim tão satisfatória, corre uma pequena aragem e o calor deve rondar os 22º, também já demos umas voltas no deck onde há a pista para caminhar, lemos e apreciamos a aula de aeróbica e os concursos que se vão completando no átrio defronte da piscina, tudo isto da parte da manhã. Depois do almoço a situação repete-se até cerca 18h00, depois já não é possível ficarmos mais tempo pois temos que ir tomar banho e prepararmo-nos para abalarmos ver o espectáculo, é da praxe que todos os dias temos de assistir apresentação de algo diferente que nos encante. Terminada esta tarefa lá seguimos para a seguinte, nem mais do que o jantar, este não é um enfarta brutos, pois é na base do gourmet,acompanhado por uma bebida que pode ser vinho, cerveja ou água. Sobre o vinho é muito caro e certas marcas são-nos desconhecidas, mas por serem de países que produzem bom vinho a escolha é um tanto aleatória, bebemos alguns que não valem o preço que desembolsámos. Por cerca das 23h00, soubemos que já estamos muito perto do canal do Suez, mas será pela manhã que iniciaremos a sua travessia, também nos informaram que este cruzeiro vai ser o primeiro amanhã a partir ou seja a chefiar todos os outros navios que estão à espera de começarem também esta travessia. Fico ansioso que chegue o amanhã para regalarmos a paisagem do canal.
Que me lembre, a primeira vez que ouvi falar neste canal foi na altura da guerra dos 6 dias tinha eu 14 anos, estava no ano de 1967e nessa altura acompanhava todos os dias o desenrolar do acontecimento, também recordo que não tinha qualquer inclinação política mas estava do lado israelita para que fosse o vencedor, tal como hoje estou ansioso que os ucranianos vençam os russos, nessa época este canal esteve encerrado desde 1967 a 1975. Tenho muitas coisas para falar deste canal, ou seja na minha geração já aconteceram imensas situações como estas; guerra de Yom Kippur em 1973, em 2015 o canal foi alargado, em 2021 um navio porta contentores encalhou bloqueando o canal nos dois sentidos, em 2022 estas quatro aves de rapina vão começar atravessar esta grandiosa obra de arte. Foi construído entre 1859 e 1869, mas o primeiro navio passou-o em 1867, no entanto a sua inauguração foi a 7 de novembro de 1869, na altura o imperador francês era Napoleão III que não esteve presente, encontrava-se doente, sendo representado por sua esposa a imperatriz Eugénia. A ópera “aida” tinha sido encomendada para esta inauguração, apenas ficou concluída dois anos mais tarde, naquela altura um jornalista português de nome Eça de Queirós esteve presente para fazer o relato para o Diário de notícias.
Passamos por certos locais em que os residentes ou trabalhadores olham para este navio com admiração e acenam-nos, muitos de nós retribuem. A determinado momento numa estrada paralela ao canal, um jipe com soldados movimentam-se à mesma rota do que a nossa, pensamos ser para protecção. Há também ao longo do trajecto quartéis, guaritas e postos de controlo onde pudemos ver soldados. Já passamos pelo lago Amargo, seguiu-se a cidade de Ismaília, depois por uma ponte do caminho ferro que parece desactivada, mais à frente duas placas comemorativas da primeira inauguração e a outra mais recente referente à última obra. Fomos vendo que há pontes móveis e pequenas travessias em lanchas para passarem de um lado para o outro as viaturas ou pessoas.
Passadas algumas horas transpusemos o canal paralelo e as pessoas continuam nos mais diversos locais do cruzeiro a contemplarem esta travessia. Passou um comboio de passageiros numa linha que circula ao lado de uma estrada, há muitos barquinhos de pesca que os pescadores nos vão acenando. A cerca de 50km do final passamos por baixo da ponte que está a ser restaurada de nome “ponte de amizade egípcio- japonês”, este cruzeiro é tão alto que nos dá a aparência de que vamos raspar nela, tirei umas quantas fotos na altura que a ultrapassamos. Um pouco à frente juntaram-se uma grande quantidade de barquinhos de pesca com os pescadores a gesticularem, mais um adeus e até à próxima, boa gente e que façam boa pescaria é o que lhes podemos desejar.
Mais um quartel, mais um jipe acompanhar este barco e por fim chegámos ao Porto Said, lá estavam parados dois barcos de cruzeiro e vários navios, à entrada do mar Mediterrâneo umas dezenas de navio à espera de fazerem este trajecto em sentido contrário. Desta forma passei horas a testemunhar a minha, nossa passagem pelo canal do Suez, irei lembrar-me para sempre de um dos locais que ansiava ver. Agora já dentro do mar Mediterrâneo a caminho da Grécia.
Dia 10 Abril – Mais outro dia de navegação desta vez através do mar Mediterrâneo. Há alguns anos atrás fizemos já uma travessia deste mar entre o Chipre do Norte, saindo do porto de Kyrenia para Alania na Turquia, foram também umas horas fantásticas. Hoje fomos fazendo as coisas tão comuns entre nós quando estamos em alto mar, ora piscina, ora caminhada, ouvindo a música para os dançantes e pseudo-dançantes ou deitados nas espreguiçadeiras apanhar os raios de sol. Contudo assim se passou a manhã, para de seguida comermos e repetir o que fizemos da parte da manhã. De vez enquanto vamos olhando para o mar que nos rodeia para ver se avistamos algum barco, desta vez aconteceu umas quantas vezes passarmos perto de navios de transporte, cruzeiros é que nada e até uma ave esteve algum tempo a sobrevoar-nos.O fim do dia acabou por chegar e fizemos o mesmo dos antecedentes. Ao lado da nossa mesa no restaurante encontra-se um grupo de três pessoas estranhas, hoje um dos fulanos com um aspecto de foragido à justiça esteve o tempo todo a dormir à mesa, não conseguimos perceber o que se passava. Os funcionários abordaram-no para lhes facultarem ajuda na refeição ou noutra coisa, mas o resultado foi dormir e fugir, pois o xerife está a chegar. Todos os dias ao final da noite gostamos de ouvir música do trio brasileiro é simpático e atraem imensa gente a Rafaela é a cantora dos outros não sei o nome, também há um pianista de nome Alfredo que canta muito bem acompanhado por um violinista espectacular, também aparece um terceiro elemento que canta e encanta que fazem outro trio que não esqueceremos, resumindo este cruzeiro tem uma espantosa porção de artistas que têm todo o potencial para serem cantores de renome. Mais um final de noite e lá vamos descansar, subimos num dos elevadores até ao 10º deck onde se encontram as nossas cabines.
Para não haver discussão
estamos em corredores opostos, bem longe uns dos outros.
Dia 11 Abril – Continuamos a navegação em direcção à ilha grega de Creta, local histórico e turístico dos dias de hoje, mais uma vez a temperatura está agradável, com um senão há muito vento ao longo da manhã, atracamos pelas 7h00 e vamo-nos preparando para fazermos a visita que nada aparelhamos do que fazer neste local.
Desembarcamos e dirigimo-nos para o centro da cidade de Heraklion, mas antes detivemo-nos no forte construído no ano de 1500 numa ponta do porto, sendo esta uma fortaleza que parece inexpugnável com paredes robustas. No seu interior há bolas de canhão e outros artefactos de épocas passadas, fizemos o percurso pelas ameias deste forte com muito vento e é possível que venha a cair alguma chuva por aqui. Seguimos por uma pequena marginal e entrámos numa das ruas principais da cidade, esta cheia de lojas que são um chamariz para os turistas comprarem bugigangas, muita gente a maioria turistas é que passeia por aqui. Conseguimos dar umas voltas nestas ruas, mas concluímos regressar à nossa casa flutuante, mas ainda com vontade de conhecermos algo mais, vimos um posto onde vendiam bilhetes com outros destinos, foi aí que soubemos que ainda tínhamos tempo de ir até Knossos.
Não fomos em transportes públicos mas alugamos um táxi que nos transportou. O motorista foi simpático e falador, tanto quando chegámos ao local arqueológico de Knossos existia uma fila enorme para a compra dos ingressos, aconteceu que ele por conhecimento conseguiu rapidamente bilhetes. Percorremos quase todos os sítios a visitar nestas ruínas descobertas apenas em 1878 por um antiquário cretense que liderou as primeiras escavações. Reparei que quase todos os locais da história grega se encontram em ruínas este local não se ficou atrás, isto inicialmente seria um amontoado de pedras em que algumas ainda foram colocadas nos seus sítios primitivos mas a maioria não teve esse direito, tais como as pinturas que vêem-se bem que não seriam originais, tais como o uso de betão colocado para fazerem pisos novos ou segurarem paredes. Faz-nos lembrar o que possivelmente foi este local há 2000Ac, também sabemos que muitos séculos atrás existiram outros povos que viveram neste local, mas noutras condições. Gostei mas não fiquei assim tão entusiasmado nesta reconstrução rocambolesca. Um pouco de história deste local: Knossos é um sítio arqueológico da idade do bronze, permaneceu durante o período clássico e romano, até que a sua população se mudou para Heraklion, pois no ano de 1375Ac foi destruída possivelmente por um terramoto ou por invasões de outros povos.
Para o final desta visita tivemos como companhia uma carga de chuva e que nós já não sabíamos o que era chover há muito tempo, habituadinhos ao sol, hum. O motorista ainda deu uma imensa volta pelas mais diversas ruas e locais da cidade de Heraklion, desta forma ficamos a conhecer e a saber mais história deste local que ele nos informou.
Dia 13 Abril – Depois de mais uma noite serena por este mar, chegámos a Nápoles, cidade italiana situada ao sul, próxima do Vesúvio que destruiu a cidade romana de Pompeia.
Abalamos dar uma volta imensa para ficarmos a conhecê-la melhor. O porto desta cidade pode-se dizer que está no centro desta, mais parece o porto de Lisboa em que o viajante fica também próximo da baixa da cidade. Mal saímos e ali a pouca distância lá está o “castel Nuovo”, também conhecido pelo nome de Maschio Angioino, sua construção iniciou-se em 1279, terminando a 1282, mas permaneceu desabitado até 1285.
Altura que foi ocupado por Carlos II de Nápoles. Caminhamos um pouco pela marginal e quatro centenas de metros percorridos logo entrámos nas ruas, vielas e ruelas mais movimentadas da cidade antiga, animada e caótica, as lojas ou lojinhas como queiram dizer são às centenas, gerando uma confusão medonha nas ruas que se encontram apinhadas de gente e quando há um carro ou mota a querer passar por aqueles locais pior ainda.Na maioria das ruas a circulação automóvel não é permitida, outras são tão estreitas que isso é impossível, mas as motorizadas galgam todos esses locais. Nas varandas e janelas dos prédios a roupa a secar faz parte do senário, também existem muitas igrejas, ainda entramos nalgumas e a determinado momento deparámo-nos com o complexo monumental de San Lorenzo Maggiore, a que chamam também La Neapolis Sotterrata onde fomos visitar umas ruínas subterradas que datam do século V ac, mais adiante a igreja de Jesus Novo, seguimos para a catedral de Nápoles para voltarmos às ruelas e alguns becos. Andamos pela praça do Plebiscito que é a maior praça da cidade. Não podíamos deixar de ver o museu do tesouro de San Gennaro composto por obras de arte e doações colectadas durante sete séculos de papas, reis, imperadores e pessoas famosas e comuns. Existe um estudo feito por especialistas que analisaram todas as peças, informando que este tesouro é ainda mais rico que a coroa da rainha de Inglaterra e dos czares russos. Já de regresso visitamos as galerias Umberto I que nos fazem lembrar idênticas, existentes em Milão. No entanto todos adoramos a nossa visita e ficamos mais familiarizados com esta cidade que no entanto é suja e mal tratada.
Dia 14 Abril – Atracados no porto de Civitavecchia e não temos qualquer programa para hoje, uma das razões é que este porto é o porto de escala para quem quiser visitar Roma, como nós todos já estivemos mais do que uma vez em Roma, não faz qualquer sentido ir de excursão ou de táxi para lá, tanto que é substancialmente caro tal trajecto como longo, então resolvemos ficar por aqui e dar uma volta por esta pequena cidade que pouco terá para nos mostrar.
Fizemos o retorno por umas lojinhas junto a uma marginal que dá acesso ao porto e regressamos para ao cruzeiro. Tivemos tempo para nos repousarmos ao sol e dar as nossas voltas para que chegasse a noite e detivéssemos no teatro assistir a mais um espectáculo.
Dia 15 Abril – Ontem ficámos a saber que irão entrar aqui em Génova mais 4000 passageiros, não consegui verdadeiramente saber quantos eramos até esta altura mas devem rondar os 2000, sei que a capacidade máxima deste cruzeiro é de 6334.
Nós que estamos já habituados nestas semanas que se passaram a vivermos com espaço e harmonia, não sei como vai ser logo à noite quando nós quisermos ir para o restaurante, teatro ou mesmo a movimentação por outros locais e quando quisermos ir para a piscina, vai de certeza haver atropelos. Não vamos pensar nisso, logo já vamos ver como vai ser. Agora vamos pornos a caminho da cidade que espera por nós. Esta é dos locais de Itália que já havia passado por aqui umas quantas vezes mas nunca fiz nenhuma paragem para a conhecer, sabendo que tem história. Génova é um importante porto marítimo que rivaliza com o da cidade francesa de Marselha na disputa pelo melhor porto do Mediterrâneo. Há imensos locais para visitar nomeadamente a catedral de Génova. Como até aqui nunca falei em futebol lembrei-me agora que esta cidade tem duas equipas na 1ª divisão, são elas o Génova e o Sampdoria.Por azar o Génova este ano desceu de divisão por culpa nossa de termos aqui vindo. Outro pormenor muito importante para nós portugueses foi que a maior enchente no estádio do Génova deveu-se a um jogo entre as selecções de Itália e Portugal no ano de 1949 que encheu o estádio com 60000 espectadores, até hoje que estamos no ano de 2022 não ouve tamanha enchente. Percorremos uma pequena distância, para nós 1, 2 ou 3 quilómetros são pequenas distâncias e chegámos à catedral depois de passarmos por algumas ruelas e becos, vimos algumas casas senhoriais, uma delas havia um casal que se encontrava vestido com roupa de outros tempos, foram bem simpáticos e tiramos-lhe umas fotos com sua autorização e afeição. Essas casas e palácios encontram-se bem conservados e pode-se ver as campainhas das portas trabalhadas em cobre muito brilhantes resultados de serem limpas com solarina. Andávamos a deambular por ruas e praças e mais uma vez encontramos os nossos amigos espanhóis que estavam numa dessas praças, estes não conseguem fugir, nós encontramo-los sempre.
Fomos também descobrir os restos da casa onde nasceu Cristóvão Colombo, esta que foi destruída em 1684 pelos franceses. Sei que há uma enormidade de historiadores afirmando que Colombo era português e Alentejano. Esta é mais uma cidade que nos encanta, tem muita vida e segura, até o trânsito foi empurrado para outras vias desocupando certas áreas, assim o peão tem mais liberdade de se movimentar. Fomos visitar a catedral que é lindíssima para depois subirmos à torre do sino cujo acesso é por uma escada de espiral com 140 degraus, no cimo temos uma vista espectacular e lá ao longe vimos o farol de Génova com os seus 117 metros de altura. Começamos a descer as ruas até chegarmos à zona marítima onde fomos encontrar uma feira destinada a comes e bebes, conseguimos apreciar a quantidade e diversidade que havia para se comer, tudo bem arranjado e planeado, sendo os fritos e grelhados a maioria.
Mais adiante fomos encontrar uma tenda que vendia peças para aspiradores da marca de um que nós temos há muitos anos um Vorwerk, alemão, reparamos que tinham lá duas peças para substituir umas que já se encontram velhas. O preço foi económico pois sei que em Portugal me iriam custar quase o dobro. Fomos dar mais uma volta pela zona marítima onde vimos uma réplica de uma caravela o aquário, qualquer deles não entramos, apenas a júlia entrou num recinto para fazer o seu chichi.
Finalmente já fartos de andar caminhamos para o nosso hotel flutuante.
Dia 16 Abril – Está praticamente concluído este cruzeiro, chegamos a Marselha que é a segunda cidade maior de França e a única cidade francesa que faz parte do programa deste cruzeiro, já todos estivemos aqui, mas existe continuamente algo que não contemplamos ou reconhecemos.
Abalamos do cruzeiro e fomos num dos autocarros que foram colocados para tirar as pessoas da zona portuária, ainda é uma distância imensa que nos colocou num local fácil de nos dirigirmos para o centro ou outro local da cidade. Nas férias do ano passado estivemos aqui muito perto em Cassis um lugarejo muito simpático e com imenso turismo, sucedeu que eu e a Sofia também em 2014 vai para 8 anos estivemos aqui em Marselha e visitamos uma zona lindíssima que foi Calanques de Marselha onde fizemos uma volta imensa por esta linda cidade. Hoje ficamos apenas aqui onde começamos o percurso pela basílica de Notre-Dame de la Garde, para mim é mais uma monstruosidade, desproporcionada com uma arquitectura horrível, todos entramos e fizemos a nossa visita, depois seguimos para a parte antiga conhecida por “Le Panier”, pelas ruas estreitas e acidentadas onde existem muitos restaurantes e vimos terreiros e paredes todas escrevinhadas pelos pinta-paredes a isto os franceses chamam-lhe murais. Passamos de seguida para o velho porto com os seus veleiros e dali auferimos uma linda vista desta zona.Também estava um pouco de calor, subimos a longa avenida de La Canebière e viramos na Boulevard d’Athènes. Concluímos este percurso passando por uma praça onde estava um mercado em fim do dia para chegarmos ao local de partida, deu ainda para a Sofia ir comprar o magnético e regressarmos ao Virtuosa. Pouco havia para contar desta vez de Marselha, na realidade foi mesmo isto que fizemos, nada mais.
Quando chegámos, estávamos os quatro esfomeados, fomos comer umas brutas saladas e beber uma cervejola. Não deu para irmos para a piscina porque esta estava completamente cheia com os novos viajantes, sem dúvida os dias de sossego acabaram-se, assim estivemos nas varandas a olhar para o imenso porto e vimos o barco que viajaremos em Novembro para o Brasil é ele o Seaview que se encontra aqui a fazer escala noutro trajecto, quem diria que o nosso futuro barquito estaria aqui à nossa espera. Ocorreu que chegámos à última noite da nossa viagem, amanhã aproximaremos do final desta longa etapa, mas ainda temos muitas horas pela frente para finalizarmos este longo período, não vou dizer férias, pois para mim e Sofia já não são de maneira alguma férias, são sim dias para gozar o resto da nossa vida com alegria.
Dia 17 Abril – Dia D, chegou a hora do desembarque em Barcelona, com medo que não chegássemos a horas à central de camionagem, saímos o mais cedo possível do cruzeiro, e eu que nunca tenho pressa, lá fui ao engano.
Malas já no átrio de desembarque e tudo em ordem para apanharmos um táxi que nos leve ao destino. Sim, conseguimos transporte que nos fez chegar com rapidez. Já todos na central de camionagem aí vamos estar à seca cerca de três horas, lá falamos, dormimos nos bancos algo de muito incómodos, até que veio a hora da partida, havia um senão quanto às bagagens, parecia que não podíamos levar alguns pertences connosco, eles seriam embarcados com as malas de grande volume no porão do autocarro, mas não aconteceu, podemos transportar as restantes coisas connosco. Os lugares dentro do autocarro são marcados, porém eu e a Sofia tivemos um azar do caraças, os bancos encontravam-se avariados, fomos estúpidos a valer, o motorista esteve avisar, mais do que uma vez para as pessoas manterem as máscaras colocadas, até frisou que parava o autocarro se não cumprissem com o estabelecido, mas não é só as máscaras que representam perigo há outros factores, ora esta de irmos pessimamente mal sentados toda a viagem que iríamos fazer naquele estado tínhamos mais do que razões para lhe dizer que não eram condições de transportar ninguém naqueles bancos miseráveis. Perante tal situação o papagaio do motorista teria de resolver tais problemas de imediato, pois era muito perigoso viajar naquele estado, as costas dos bancos estavam sempre inclinadas para trás, dificultando também os passageiros que vinham nos bancos traseiros. Mais uma vez eu e Sofia fomos burros, eu que nestas situações não fico calado, fui um provinciano vindo do alto da serrania. No entanto a viagem foi decorrendo com normalidade, até que ao fim de duas centenas de quilómetros fizemos uma pequena paragem para se comer qualquer coisa e fazer o chichi. Nesse local não havia sitio onde se pudesse comprar alguma coisa, estava já tudo encerrado, mais outra vez comentei, mas que merda de empresa de transporte, esta de nome “rede expressos”, mais me parece que transporta gado em vez de pessoas. Lá embarcamos novamente a caminho de Madrid, onde chegámos noite adentro, cansados num ambiente doentio, com calor e pessoas a tossirem constantemente, pensei várias vezes que o covid estava ali muito perto de nós. Por fim em Madrid, cansados e a saber que dentro poucas horas partíamos para outra etapa do caraças. Tentamos descobrir de onde partiria a camioneta para Lisboa que não foi nada fácil para seguidamente encontrar fora da estação de camionagem que é enorme onde poderíamos comprar algo para comer, tivemos de vir para a rua e procurar aquela hora restaurante para comprarmos umas sandes e beber umas cervejas. Saímos então de Madrid num autocarro um pouco melhor, completamente cheio e com uma temperatura ambiente de cortar à faca.
Dia 18 Abril – Havíamos percorrido poucos quilómetros e encontramos imenso trânsito, também devido ao fim de semana prolongado por causa do feriado de 6ª feira. A polícia espanhola tinha cortado o trânsito no sentido de Madrid numa das faixas contrárias, ou seja ninguém podia fazer qualquer ultrapassagem no sentido que íamos, foi até Talavera de La Reina que o transido se desenrolou desta forma, depois conseguimos andar um pouco mais rápido.
Em Badajoz, fomos para um local desta cidade para trocar de motorista, mais tempo fomos perdendo até ouve um desvio para Évora onde entrou um passageiro num local muito fora do trajecto, coisas enigmáticas. Continuamos viagem calmamente, pois reparei que o motorista não tinha qualquer pressa em chegar a Lisboa. Por fim pela manhã do dia 18 de Abril de 2022, aportamos na gare do oriente, todos esfalfados da longa travessia da Península Ibérica, um drama que nunca mais quero repetir, para mais os bilhetes até foram caros 92,37€ por passageiro. Todos fomos sãos e salvos desta última tormenta para nossas casas. Mas preparados para próxima viagem que não demore muito.