HEADING FOR SCOTLAND
Aqui jantamos no
restaurante deste camping que aconselho (Camping Oliden), boa cerveja e uma
variedade de pratos, qual deles o melhor.
Dia 18 de Junho – O destino de hoje será a linda cidade de Perigoux, para isso teremos de percorrer cerca de quatro centenas de quilómetros, e nós que desde que saímos de Portugal temos evitado as vias com portagens, será que vamos continuar com esse propósito, veremos.
Tem chovido substancialmente por estas bandas. Assim passamos esta noite relaxados só que quando chegou a hora de partimos deparamo-nos com o caos, a minha viatura ficou atolada pois tive todo o cuidado de não acelerar muito, mesmo assim começou a enterrar-se, e nada a tirava dali, até o Cláudio conhecedor da faculdade de desempanar não conseguiu. Então retirou a sua viatura do local enlameado onde se encontrava e logo lavrou uns bons metros de terra enlodada, este acelerou com força, também acho que se não fosse dessa maneira teria dificuldade em sair mesmo com 4x4, é que tinha chovido muito durante a noite e eu a Sofia já havíamos falado que de manhã é que seriam elas.
Não possuíamos cordas ou cintas para amarrarem uma viatura à outra, foi o responsável pelo parque que já tarde arranjou esse material, aí o problema resolveu-se, mas o estado eu que ficou aquela parcela do parque não dá para esquecer tão cedo. E pronto, lá partimos para visitar Périgueux que é uma comuna francesa na região administrativa da Nova Aquitânia no departamento de Dordonha que durante o período romano tinha o nome de Vasunna. Começamos por visitar a catedral de Saint-Front com as suas cúpulas de inspiração Bizantina que domina esta linda cidade. O arquitecto chamado Abadie, restaurou-a, ele que ficou conhecido por ter desenhado o Sacre-Coeur em Paris. Fizemos um percurso pelas ruas e ruelas da parte antiga, as senhoras compraram os seus magnéticos, eu uns postais, o Cládio um cinto a Cândida uma bracelete o Carlos não esteve para gastar fosse o que fosse. E pronto, volta da praxe concluída e partimos para Dinan. O percurso de hoje também está a ser fantástico com paisagens lindas, no entanto a meio do caminho reparei que os meus sapatos que já percorreram mais de uma centena de países têm de ser lançados janela fora, durante muitos anos foram comigo de férias, uns 33 anos, bem velhinhos e grandes recordações e milhares de quilómetros andaram. Isso mesmo chegou o seu FIM.Quando disse ao resto do grupo que os ia atirar pela janela do carro, alguém teve a ideia de que não deveria deitá-los fora, também cogitei e surgiu a conceito de os deixar na porta de alguém ou colocá-los à porta de um museu ou outro local onde as pessoas os lograriam admirar, então vão ficar guardados à espera que esse momento chegue. Conseguimos percorrer mais uma distância considerável até chegarmos a Partheney, e será aqui que vamos pernoitar.
Aqui existem um sem número de digressões costeiras, mas a nós falta-nos tempo e algum dinheiro para estas preciosidades exploradoras, permanecemos com estas informações e fizemos um percurso muito interessante que nos satisfez. Tempo é dinheiro e nunca conseguimos ver tudo o que desejamos, portanto partimos para o Monte Saint-Michel este sim a preciosidade do nosso conhecimento. Este está situado numa ilha rochosa na foz do rio Couesnon no departamento da Mancha na região da Normandia onde foi construída uma abadia e santuário em homenagem ao arcanjo São Miguel, ou seja, o neto da Júlia Agostinho da família dos Malatos. Antes de aqui chegarmos tivemos de arranjar camping, o que não foi nada fácil.
A marcação deste teve que ser pela net, um questionário tão complexo e entravado que só depois de preenchimento de todos os nossos dados, às vezes é mais fácil de transpor certas fronteiras do que a reserva deste camping, retardou o seu tempo e a entrada definitiva no pórtico outra tramóia, nada facilitado uma confusão afrancesada.
O tempo que aqui perdemos foi imenso, então resolvemos ir visitar o Monte Saint-Michel amanhã com mais tempo. No final do dia que chegou, fizemos o nosso jantar que foi delicioso acompanhado por um dos licores da Sofia.
Estas cidades marcavam a fronteira dos reinos no final da idade média, servindo como elementos de defesa e dando aos povos novas oportunidades sociais. Só na França foram construídas mais de 300 entre os anos 1220 e 1350, também foram construídas e projectadas em toda a Europa desde Portugal até à Polónia. Relatando agora o dia de hoje; existia um transfere desde o camping até quase à entrada que nos colocou a poucos metros do ingresso. Iniciamos a visita com as nossas fotos, algumas panorâmicas, capturando a sua totalidade.
Quando entramos as senhoras começaram a examinar as montras há procura de algum artigo que lhes chamasse atenção. Iniciamos a escalada entre rampas e escadas que nos levaram até ao cimo, e por fim entrámos na igreja, em que estivemos a observar os preparativos para a missa, assistimos ao seu início, mas optamos por sair quando iniciaram os cânticos e as palestras, ainda mais em francês que a maioria não entendia nada. Ficamos ainda algum tempo no topo, apreciar bem do alto, as paisagens encantadoras que circundam este monte. Na altura em que encetamos a descida a fome abeirou-se de todos e paramos para comer umas sandes e crepes típico da Bretanha, estes são feitos de uma massa escura de trigo sarraceno com recheio salgado e chamado de “gallete”, também os há de recheio doce. O Monte Saint-Michel e a sua baía tornaram-se património Mundial da Unesco em 1979.
Dia 24 de Junho – Ontem foi dia de procurar como fazer a travessia para as duas ilhas do canal.
Primeiramente não sabíamos ao certo o porto onde na realidade poderíamos apanhar o ferryboat, o preço mais económico e qual a maneira de visitarmos duas ilhas do canal, Jersey e Guernsey. Após alguns contactos muito morosos, optamos por ir desta vez somente até Jersey, pois o transporte das autocaravanas, depois o estacionamento nas ilhas é difícil e muto complicado, está tudo montado para irmos e permanecermos alojados em hotéis, e é isso que nós não queremos. Assim ficou estabelecido que as autocaravanas ficavam deste lado, duas no camping e a do Carlos no estacionamento do porto. Nesta altura já com os bilhetes adquiridos foi só embarcar e lá vamos a caminho de Jersey que é a maior das ilhas do canal que fica entre a Inglaterra e a França, esta uma dependência autónoma do Reino Unido, com uma mistura de culturas de ambos os países. Iremos visitar principalmente um complexo de túneis da guerra que foram um antigo hospital escavado num rochedo com o trabalho de escravos quando decorria a 2ª guerra, esta ilha foi ocupada pelos alemães durante cinco anos.
Neste momento acabamos de desembarcar e vamos procurar o autocarro que nos vai levar a circundar a totalidade da ilha. Também um pormenor o motorista é um português que emigrou para aqui há uma récula de anos, natural da Madeira. Já estamos apresentados, ele um falador e temos como companhia muitas crianças francesas que vieram até aqui igualmente para passear. Este autocarro é uma relíquia, que até então, anda a fazer estas voltas pela ilha. Ao longo do percurso vamos tendo informações do que poderemos ver e por onde estamos a passar.A metade do itinerário foi feita uma paragem de alguns minutos. Retomámos o trajecto por estradas estreitas e sinuosas e chegámos ao ponto da partida. Seguidamente fomos apanhar outro autocarro que nos levou até aos túneis do hospital de guerra. Compramos os bilhetes e fomos informados que a temperatura dentro destes túneis é muito baixa. Percorremos a totalidade destes túneis onde ficamos a compreender como seria a vida dos soldados, médicos, enfermeiros, etc., naquela época em que só a guerra era o seu dia a dia. E a família o que seria, onde estavam e o que fariam pela vida! Assim vou relatar apenas os homens que aqui trabalhavam, ou seja, a mão-de-obra estrangeira que eram recrutados na França, Bélgica ou Holanda. Também centenas de argelinos e marroquinos, franceses desempregados foram entregues aos alemães pelo governo de Vichy e enviados para aqui. Cerca de dois mil espanhóis que se refugiaram em França após a guerra civil espanhola foram entregues para trabalhos forçados. A maioria eram trabalhadores, escravos soviéticos vindos da Ucrânia, também 1000 judeus franceses foram importados. No entanto a 1 de Agosto de 1941, os alemães aceitaram a convenção de Haia, para que nenhum civil fosse obrigado a trabalhar em obras militares, porém em vários casos certos trabalhos eram considerados pelos alemães como jardinagem. Este e outros foram mais um dos dramas deste conflito estúpido.
Por fim a nossa vinda a esta ilha concluiu-se, vamos embarcar e regressarmos a França. Amanhã novas aventuras esperam por nós.
Dia 25 de Junho – Somos uma cambada de saltimbancos ontem em Jersey, hoje em França, agora vamos já embarcar para Inglaterra, isto não é para qualquer um. Podemos considerar que temos os dias contados para esta viagem, praticamente encontramo-nos no início, mas temos de nos acautelar para que lá para o final não tenhamos dissabores.
Os trâmites fronteiriços com a Inglaterra foram rápidos, com a saída do Reino Unidos da comunidade as coisas pioraram para outros povos, mas para os europeus as coisas parecem mais simplificadas. Chegados a Portsmouth, foi encaminharmo-nos para o camping que ainda está a alguns quilómetros a norte. Este camping com o nome de “Three Oaks Fishery and Camping”, situado numa zona verde onde nos pareceu que a maioria das pessoas que por ali passam vão-se dedicar à pesca, poucas haverá como nós que de passagem procuram um local para descansar uma noite, pouco mais. Os proprietários com aspecto de campesinos, são simpáticos e possuem dois cães muito habituados aos estranhos. Foi muito agradável a nossa passagem por estas bandas.Dia 26 de Junho – A distância que hoje iremos andarilhar vai ser de três centenas e tal de quilómetros, muito além dos quilómetros feitos nos últimos dias, iremos ter como destino a cidade de Lincoln em que vamos conhecer o castelo Normando contruído no século XI, como também a catedral que o início da sua construção principiou no ano 1088, para se prolongar ao longo de mais uns anos.
Numa condução preventiva e agradável fomos percorrendo estes longueiros quilómetros por estradas secundárias em que o trânsito também é intenso, assim desta feição conseguimos ter um panorama mais irrepreensível transpondo vilas, aldeias, campos de cultivo e mais que nos fomos deparando, caso contrário circulando por auto-estradas tudo isto passava-nos ao lado. Apercebemo-nos que os bifes não são nada acessíveis nos cruzamentos, acessos e saídas das estradas, uns mongos, sacaninhas do reino de sua majestade. Finalmente estamos em Lincoln, já havíamos avistamos ao longe a tão alta catedral.Hoje foi o dia dos nossos amigos e comparsas, Paulo (Jardinas) e Natalina terem chegado a Manchester, já nos telefonaram a dar notícias das peripécias que têm tido, desde a avaria do avião até ao carro alugado aqui em Inglaterra que tão poucos quilómetros tinham andado e já se encontrava empanado numa das ruas de Manchester, estão com uma sorte do caraças. É esta a época da história que todos nós estamos a atravessar, “tudo feito com uma perna às costas”, quem vier a seguir que se desenrasque. Agora como se faz tarde, pensamos melhor e só visitaremos esta cidade amanhã, vamos andar mais um pouco para encontrar um camping que a Cândida já localizou. Ficamos num camping rural, arrumamos as nossas diligências em U para que possamos ripostar algum ataque índio. Preparamos a jantarada que estava uma delícia. A noite chegou e a temperatura arrefeceu um pouco.Dia 27 de Junho – Acampamento aciganado levantado, caravanas a caminho de Lincoln. Primeiramente encontrar lugar para o estacionamento das caravanas, e é que conseguimos depois de algumas voltas junto à catedral e perto do centro da cidade, tivemos alguma sorte arranjar estes lugares, possivelmente por causa das horas.
Rapidamente iniciamos a visita à catedral, sua construção iniciou-se no ano de 1072. Antes era uma igreja a de Santa Maria em Lincoln. Esta Obra finalizou-se em 1092, no entanto em 1141 a cobertura feita em madeira foi destruída por um incêndio. Existia um bispo que a reconstruiu e a expandiu, mas esta foi novamente destruída, desta vez por um terramoto em 1185. É a terceira mais extensa de Grã-Bretanha e a sua altura é um tema de debate por ser considerada a segunda igreja mais alta do mundo com 160 metros de altura. Também existem 13 sinos na torre sudoeste, dois na torre noroeste e cinco na torre central.
Nas duas guerras mundiais, Lincoln mudou para produzir armamento, sendo os primeiros tanques inventados, projectado e construídos em Lincoln por William Foster & Co., na segunda guerra produziu mais tanques, aviões, munições e veículos de combate, os alemães sabendo do poderio desta cidade lançou 6 bombas de alto explosivo contendo cerca de 500 bombas incendiárias. Uma troca de mimos que causou alguns danos, não tantos como esperariam os nazis. Nesta altura colidiram um spitfire e um Hurricane dobre a cidade. Esta foi e é uma grande cidade industrial como a firma Ruston & Hornsby produziu motores a diesel para navios e locomotivas, mais tarde em 1950 uniu-se com antigos colegas Frank Whittle e Power Jets, dando início à produção de motores de turbina a gás para a produção de energia terrestre e marítima. Quando aqui estivemos pouco ou nada sabíamos da história desta cidade. Poucas pessoas que visitam esta cidade conhecem o seu poderio.O certo é que percorremos uma grande parte desta cidade, entramos no castelo, subimos e descemos ruas e ruelas e apercebemo-nos da vicissitude destes habitantes. Neste dia a Sofia recebeu uma chamada no telemóvel que não atendeu, pois, o número era-lhe completamente desconhecido, mas o indicativo era de Inglaterra. Passado um ou dois dias o mesmo número chamou, desta vez atendeu, e quem seria a pessoa do outro lado, nada mais do que o sobrinho da Sofia que viu na net que ela estava na terra onde reside e trabalha Lincoln, só que nesta altura já nos encontrávamos a milhas de distância. Visita concluída com grande sucesso, entretanto partimos e vamos ter que fazer 327 quilómetros por estradas secundárias, vias rápidas complicadas com muito trânsito para chegamos ao destino final em Edimburgo.O facto importante para hoje foi o nosso encontro a meio do caminho com os nossos amigos, Jardinas e Natalina, tudo bem programado o Cláudio estava a controlar já há muito tempo pelo telemóvel a distância que nos separava deles, mas a certo momento deu-se a acoplagem, paramos beijos e abraços, histórias e não sei mais quê! Lá prosseguimos viagem até Edimburgo para que fossemos encontrar um Camping onde ficaremos alojados as próximas duas noites. O eleito foi o Mortonhall Caravan & Camping Park, espaço grande, onde tentamos jantar no seu restaurante, mas foi impossível, estava preenchido. Resolvemos fazer o jantar para todos o que estava mais uma vez delicioso.
Dia 28 de Junho – Já nos encontramos em Edimburgo agora com companhia de mais dois elementos foi então fantasiar o programa para hoje.
Assim deixamos as carripanas no parque e fomos apanhar um autocarro que passa aqui por perto para nos levar até ao centro da cidade. Ainda foi uma distância considerável, valeu a pena pois o estacionamento por estas bandas é dificultado pelos poucos espaços disponíveis, mais o tamanho dos veículos, já não acontece com o do Jardas que é um carro alugado em Inglaterra. Assim percorremos várias ruas do centro da cidade, fizemos algumas compras, nomeadamente os magnéticos das senhoras que estão viciadas nestes objectos. Como sempre entramos na catedral para darmos uma olhadela e apreciar a arquitectura de muitas décadas atrás, penso que nenhum de nós entra para rezar, a não ser a concubina Júlia: Não pensem mal da palavra que acabei de empregar, mas é apenas uma forma de realçar a companhia da madre Júlia, assim desta forma fundamento que uma “concubina não é mais do que a condição do casal que vive junto em união estável, mas que não tem seu relacionamento reconhecido legalmente. Estado da relação cujas pessoas envolvidas não casadas (uma ou outra). Diz-se também de uma união livre e estável”, pronto aqui está a real justificação. Até tirei uma foto a todos eles com carinhas de anjinhos, podem apreciar! Nestas voltas deparamo-nos com figuras tão carismática no seu vestir ou caminhar que nos chamaram várias vezes atenção, e pergunto há festa na cidade? Por vezes parecemos uns parolos a olhar, estamos nesta altura noutro patamar da nossa presença por estas bandas. A determinada altura passamos pelo pub “Deacon Brodies Tavern”, um local histórico e carismático, muito antigo na Royal Mile, este recebeu o nome de William Brodie (1741-1788), um marceneiro e diácono. Este durante o dia era um bom cidadão e homem de negócios, mas à noite mantinha uma vida secreta de jogos de azar e mais as amantes não poderiam faltar. O seu lado sombrio significava que tinha de assumir o roubo para pagar as suas dívidas, acabou mal, foi enforcado em 1788, toda esta vida deu origem a um romance. Na verdade, este pub existe desde 1806, ou seja, uma enorme taberna, em bom português uma enorme tasca com uma grande variedade de cervejas e óptima comidinha. Por cada sítio que passamos, tantos são emblemáticos, eu poderia estar hoje a escrever umas boas dezenas de páginas, mas se tornaria fastidioso. Mais adiante não poderia faltar o escocês vestido a rigor a tocar a gaita de foles, instrumento regional.É que todos se detêm para o apreciar e tirarem as suas fotos, isto passou-se connosco. Por vezes temos de nos abrigar porque mais uns pingos vão caindo, mas logo prosseguimos. Esta é uma cidade escura os seus edifícios a tornam assim, entretanto já vamos vendo alguns edifícios com cores fortes que no meio dos cinzentos escuros sobressaem com furor. Encontrámo-nos em pleno Verão, sucede que mais parece um dia de Outono ou mesmo de Inverno, há pessoas agasalhadas, estas são turistas como nós, outros encalorados ou sejam os povos cá do norte da europa. Chegou a hora do almoço, falta descobrir um restaurante e local que nos agrade, sim descobrimos quase defronte do Museum Context - Harry Potter” o restaurante Bertie’s onde quase todos comeram Fish & Chips com boa cerveja cá da terra. Há tarde demos continuidade ao nosso programa pela cidade, mais factos históricos percorremos e por fim resolvemos dar um passeio de comboio ou eléctrico como queiram falar pela cidade sendo um dos pontos o cais onde se encontra ancorado o velhinho Britannia, antigo iate real da monarquia britânica que esteve ao serviço de 1954 a 1997.
Dia 29 de Junho – Para hoje temos como destino final, chegarmos a Inverness, cidade já muito acima do local donde vamos sair.
Dia 30 de Junho – Principiamos o percurso por esta cidade de Inverness situada na costa nordeste da Escócia, onde o rio Ness vem ter com um braço do mar de Moray, primeiro descobrir estacionamento para a totalidade das viaturas, encontramo-lo num local magnífico perto do centro, apenas tivemos de fazer um percurso pequeno e eis praticamente no centro onde visitamos a catedral de Inverness do século XIX, mais adiante a igreja Old High St. Stepen’s do século XVIII, onde os beatos Carlos e Júlia estiveram a orar por todos nós, foram orações do “Arco da Velha”. Ali perto encontrava-se um mercado vitoriano, mas como era domingo encontrava-se encerrado.
Dia 1 de Julho – Outra aventura programada para este dia, explorando pontos turísticos, icónicos das terras altas da Escócia com destino à ilha de Skye, residência do Clã Mac Leod, onde irá receber mais 4 clãs provincianos vindos para lá dos montes Hermínios, estes ainda são familiares do Viriato. Depois de serem feitos uns bons quilómetros, sempre por vias secundárias, estas são aquelas que nos mostram a maior diversidade de locais e paisagens lindíssimas por estas bandas.
Dia 2 de Julho – Vamos hoje concluir a visita à ilha de Skye, começamos a retroceder o trajecto, utilizando novos caminhos, no entanto sucede que para o final tivemos de percorrer a mesma estrada que nos deu acesso inicialmente, isto porque só existe uma ponte de entrada, antigamente a travessia do estreito era suportada por barco.
Para o final da etapa a temperatura baixou bastante e quando chegamos ao parque foi feita uma sopa caldosa para correr com o frio existente. Outro dia concluído com sucesso.
Dia 3 de Julho – Outro troço que realizamos, mais uma vez por estreitas estradas ao longo da costa, onde a realidade supera muitas vezes a ficção e mergulhamos na fantasia pelas deslumbrantes paisagens naturais.
Com toda esta resenha não o fomos visitar, mas tiramos as fotos necessárias para nossa recordação. Estamos a circular pela via panorâmica “route 500”, sendo esta uma rota de pouco mais de 500 milhas, 516 para ser mais exacto, de paisagens costeiras deslumbrantes, praias de areia branca, montanhas escarpadas, aldeias piscatórias remotas. É uma riqueza de experiências inesquecíveis a North Coast 500, uma das viagens rodoviárias mais bonitas do mundo. Será hoje que iremos percorrer a totalidade dos quilómetros que estamos a fazer por ela!
Dia 5 de Julho – Combinámos que hoje será o dia em que iremos fazer uma viagem de comboio entre a cidade de Fort William e Mallaig e vise-versa. Fomos de manhã adquirir os bilhetes que nos custaram a exígua quantia de ida e volta 18,30£x2, coloquei o valor de uma viagem para parecer mais barato, só que depois há que multiplicar e ter o valor total de cada passageiro, isto vezes seis é um valor muito alto para se andar de comboio.
Dia 6 de Julho – Caminho para Glasgow que é a maior cidade da Escócia, sendo a terceira mais populosa do Reino Unido.
Dia 10 de Julho – Esta cidade de Chester tem a reputação de ser uma cidade medieval inglesa por excelência, porém como muitas aldrabices que todos os dias passamos e somos informados esta é sim uma cidade onde os seus edifícios são da era vitoriana. Possui sim, a mais completa muralha da Grã-Bretanha.
Esta cidade de nome Stratford ao princípio era chamada de Straetford que queria dizer via romana. Existem várias atracções turísticas na cidade as de maior destaque não poderiam deixar de ser a casa natal de Shakespeare, bem como as casas Hall’s Croft que em tempos foi a casa de sua filha Susannah e a casa nova New Place que foi sua propriedade e onde viveu seus últimos dias até à sua morte em 1616. Há ainda a destacar a igreja onde foi baptizado e enterrado o dramaturgo inglês. Todos estes locais foram visitados por nós à excepção da igreja. No parque de campismo onde tínhamos parqueado as autocaravanas a distância entre esse lugar e a cidade ainda era um pouco distante, tivemos de ir de táxi, este um bote que navega num dos muitos canais tão frequentes em Inglaterra, foi muito engraçado o percurso até chegarmos à doca situada num jardim em que estavam um número elevado de embarcações estacionadas, quais delas a mais sublime, todas com decorações diferentes, havia uma que tinha barris, jarros e baldes em cima a decorá-la, tudo pintado à mão, com cores fortes. Quase todas as ruas estão floridas e sempre arranjadas, um autêntico jardim. Existe num dos jardins da cidade uma roda gigantesca onde o Cláudio e Cândida foram dar umas voltas, os restantes ficaram em terra apreciar o passeio dos amigos lá pelas alturas.Entrámos no Teatro Real de Shakespeare para vermos uma imensidão de vestuários utilizadas em peças de teatro, quadros e outros apetrechos. Esta sem dúvida uma cidade muito animada com muitos restaurantes com diversas opções do que poderemos comer. Entramos num que tinha uma ementa que nos encheu as medidas, todos gostamos. Mais tarde chegou a hora do regresso ao camping em que o retorno foi feito da mesma maneira da chegada, em bote de canal, uma pequenina lancha que não transportava mais do que a totalidade de todos nós. Destino calendarizado para a tarde de hoje, chegarmos a Londres. A partir daqui as estradas secundárias ficaram dadas como concluídas, elas existem só que o tempo que iriamos demorar seria imenso, desta forma a opção é seguir por vias rápidas ou auto-estradas. Todos os dias antes de partimos, temos o cuidado de ver os parques de campismo que nos sejam mais benéficos, hoje não fugimos à regra e partimos com o intuito de alcançarmos o parque o mais breve possível. A Cândida e eu registámos nos nossos GPS o dito parque e eis, lá vamos a caminho. Ou seja, ambos as maquinetas davam o mesmo trajecto, por vezes umas pequenas diferenças e assim nos aproximávamos no final. A determinada altura, já nos arredores de Londres, ambos começam a enrodilharem o percurso, volta à direita, mais volta à esquerda, quando demos por conta estávamos praticamente no centro de Londres. Eis o que se passa! Não pode haver aqui nenhum parque, mais duas dezenas de quilómetros já em engarrafamentos medonhos e o parque assinalado, não era parque nenhum, mais um daqueles locais assinalados em GPS que enganam montes de utilizadores. Desistimos e remarcamos outro parque nas imediações de Londres. Mais uns bondosos quilómetros andarilhados para sairmos daquela barafunda, ainda passámos no bairro Judeu onde podemos ver montes de rabinos e judaicos na sua labuta pelas ruas da cidade.Questiono como foi possível andarem três autocaravanas naqueles locais da cidade? Seria permitido, a verdade é que ninguém nos abordou, também não me lembro de ver alguma polícia nas ruas. Mais umas voltas e já estávamos no caminho correcto para o parque de campismo, este “Lee Valley Camping and Caravan Park”. Como já se tornava tarde, optamos mais uma vez por confeccionar o nosso jantar, este estava apetitoso e como sempre bem cozinhado. Assim se fazem coisas boas. Este parque tem excelentes instalações, é tranquilo tanto de dia como de noite. Aqui perto fica uma estação de metro a de Edmonton que a iremos usar amanhã quando formos para Londres.
Dia 12 de Julho – Uma particularidade que devo salientar é que a nossa passagem e paragem em Londres, não fazia parte do programa das festas, ou seja, como os nossos amigos já estiveram aqui em Londres há alguns anos não havia razão para voltarem cá agora.
É uma situação despropositada porque nós também já estivemos em Londres por duas vezes, mas há mais anos, não encontrámos qualquer razão para que todos voltássemos a visitar Londres, Londres é sempre Londres, há sempre algo de novo para se contemplar.
No entanto sucede que as pessoas repetem sempre o mesmo quando aqui vêm, mais parece que não há mais nada para se ver. Vou esperar que não se repita o que já se viu, mas…. Deixamos as autocaravanas no parque, com excepção da do Carlos, esta mais fácil de manobrar e o espaço que ocupa nos parques de estacionamento mais curto e se transpõe mais despercebida como autocaravana.
Percorremos o percurso entre o parque e a estação de metro mais próxima em Edmonton e ficou estacionada num parque de uma grande superfície comercial, vamos esperar que não haja problema com este estacionamento, logo veremos.
Apanhámos o metro e saímos pertíssimo do parlamento, aqui fizemos uma volta por fora, mas nada de entrarmos, mais adiante passamos junto Big Ben, olhámos, apreciámos e seguimos para as margens do rio Tamisa para apanharmos um barco e fazermos um percurso ao longo deste rio e vermos uma parte da cidade a partir do leito do rio é diferente, são imagens díspares com outra beleza.
Passámos por diversas pontes, uma delas a mais conhecida como a “Tower Bridge”, um bilhete postal da cidade, lá ao longe o “Shard” o mais alto arranha-céus de Londres, passamos pela City Hall para mais adiante finalizarmos o percurso. Gostei deste passeio em que o tempo ajudou, nada de chuva ou nevoeiro o que é frequente nestas paragens.
Estamos agora na zona de Greenwich onde vamos almoçar num restaurante de comida italiana onde fomos atendidos por um funcionário português, sim há portugueses em qualquer parte do mundo. Seguiu-se a subida até ao Royal Observatory Greenwich, aqui já todos tínhamos vindo, serviu para visitar o telescópio equatorial construído em Dublin e instalado aqui no ano de 1893. No final do dia visitámos a Abadia de Westminster, onde realçamos os mosaicos da catedral que consistem em pedaços de mármore, pedra, terracota ou vidro, que são aplicados a uma superfície já preparada. Há mais de 120 variedades diferentes de mármores. Estes são provenientes de 25 países dos cinco continentes. Tantas, outras coisas há por visitar em Londres e ainda não foi desta vez que consegui dar uma outra volta diferente para poder dizer: eu conheço Londres. No regresso ao local onde se encontra estacionada a autocaravana do Carlos, nada de especial se passou, multas nada.
Dia 13 de Julho – Mais um dia em Inglaterra, desta vez vamos viajar mais para sul e visitar uma cidade com muita história deste país. Canterbury em bom português Cantuária no condado de Kent é conhecida como “The Garden of England” (O Jardim da Inglaterra), esta é uma região produtora de cervejas, onde está localizada a mais antiga cervejaria da Grã-Bretanha.
Mal saímos de Londres escolhemos o trajecto mais rápido para chegarmos, aconteceu que no caminho encontrámos uma portagem para passarmos uma ponte sobre o rio Tamisa, não fazia parte do plano; pagarmos portagens, mas não podíamos fugir. Já em Canterbury conseguimos parqueamento com facilidade, onde pagamos estacionamento, não todos. O Carlos fez de conta que pagou, eu de conta fiz, o Cláudio de conta pagou. Suma somos uns portugas que não gostam de pagar estacionamentos. Antes de começarmos o passeio vou mencionar mais um pouquinho da história. Esta cidade é o principal centro religioso do Reino Unido por abrigar o arcebispo de Cantuária, líder espiritual da igreja anglicana, com sede espiritual na catedral da Cantuária. Esta é uma das cidades mais visitadas do Reino Unido, tanto que a sua economia depende muito do turismo, por essa razão aqui estamos nós para o seu engrandecimento, se não viéssemos cá este ano era uma desgraça para a sua economia, só nos têm de agradecer a estes seis portugueses. No entanto num dos locais que passámos deparámo-nos com uma porta e montras centenárias em que estas encontram-se totalmente tortas ou inclinadas, esta conhecida pela “Crooked House, sabe-se que um deslizamento interno da chaminé deu à casa sua aparência assimétrica. Hoje uma estrutura de aço a mantém ainda de pé. Ainda passámos pelo arco ou portão, como queiram interpretar de St. Augustine, lindo sem dúvida e tão parecido como a entrada para a catedral, parecem gémeos.Não lográmos entrar na catedral, mas soubemos que foi fundada no ano de 597 e mais tarde entre o ano de 1070 a 1077 foi completamente reconstruída. A extremidade leste foi bastante ampliada no início do século XII após um incêndio em 1174.
Um arcebispo foi assassinado na catedral no ano de 1170. Vimos o castelo e mais do que um dos canais que passam por esta cidade, estivemos no jardim principal onde estavam a tirar fotos de casamento duas bichas, até se beijaram, acto tão romântico para os restantes convidados promoverem tal conduta. Vão ter muitos meninos, reconhecemos que o baixote já deveria estar grávido de uns 4 meses, não nos vamos enganar. Assim concluímos a nossa visita, vamos percorrer os últimos quilómetros para irmos comprar bilhetes de barco para amanhã fazermos a travessia do Canal da Mancha com destino a França. Mas ao entrámos nas zonas de embarque quando demos por conta apercebemo-nos que podíamos embarcar de imediato, não perdemos mais tempo. É que embarcamos mesmo e o trajecto de barco foi feito rápido e com uma temperatura excelente. Já em França foi só procurar local onde permanecermos, sendo o eleito Camping Le Grand Gravelot em Calais.
Dia 14 de Julho – Nós não paramos e eis que estamos organizados para a primeira visita de hoje. Este o Museu da Guerra em Calais situado no meio do parque Saint Pierre, mesmo defronte da prefeitura. A marinha de guerra alemã construiu este importante bunker de comando.
Após a guerra este bunker foi transformado num museu que trata da ocupação e libertação da europa ocidental, com ênfase na situação na França. Este museu mostra recortes de jornais, fotos, motores de aviões, salas que representam a actividade de certas ocupações naquela altura, uniformes e outros objectos. Um pouco adiante, noutro local da cidade, deparamo-nos com uma parada militar e mão sabíamos o propósito, mas a net diz-nos tudo e soubemos que o dia 14 de Julho é a festa nacional francesa ou dia da Bastilha, este é um feriado nacional em memória ao episódio histórico da “Tomada da Bastilha” em 1789.
As comemorações deste feriado consistem em grandes celebrações e paradas militares por todo o país, com destaque para o desfile militar nos Champs-Élysées em Paris sempre prestigiado com a presença do presidente da república. Estivemos bastante tempo à espera que se desenrolasse o desfile, mas consistiu sempre, naqueles longos minutos em que estivemos a assistir a palestras atrás de palestras e não saiam disso, uma “cansera”. Até que desistimos e partimos para visitar “Haringzelle Batterie Todt” ou “Museum of the Atlantic Wall” situada a 30 quilómetros de Calais.
Prontos para iniciarmos a visita desta bateria construída pela Alemanha nazi durante a segunda guerra mundial. Esta bateria consistia em quatro canhões de 380mm com um alcance de 55,7km, capazes de atingir a costa britânica, cada um protegido com um bunker feito em betão com grossas vigas de aço. Também existia o canhão Krupp K5 montado em carris, um gigante destruidor. Foi a 3ª divisão de infantaria do Canadá que atacou estas baterias em 29 de Setembro de 1944.
O recheio aqui existente de material de guerra é estupendo, desde armamento, munições, comunicações e muitas mais coisas aqui vimos. Ficamos a saber mais situações da segunda guerra mundial que ignorávamos, muito aliciante, mesmo este local. Finalizada mais uma visita de estudo, seguimos para a Bélgica que fica aqui ao lado, destino a cidade de Bruges.
Dia 15 de Julho – Há muitos anos que tenho idealizado conhecer a cidade Belga de Bruges, vai ser desta vez e com certeza todos vão gostar. Esta é a capital da província de Flandres Ocidental no noroeste da Bélgica, distingue-se pelos canais existentes, as ruas em paralelepípedos e construções medievais, tem um imenso porto que fica muito perto e torna esta cidade um local para ser visitado.
Sem darmos por conta encontrámos o centro rapidamente e aí começámos a desbravar os muitos arruamentos e canais em que num deles apanhámos um dos botes e fizemos um percurso muito interessante. Até a guia e 2ª comandante do barco era uma mulher simpática e muito palradora, não estava calada um minuto, adquirimos muitos explicações dos lugares por onde navegávamos. Mais um projecto de andar nos canais de Bruges concretizado. Há imensos museus, mas o nosso interesse é relativo, porém seria uma forma de aprendermos algo mais sobre a cultura da cidade e dos cidadãos.
Os Belgas vibram e têm muito orgulho nas suas raízes, mas os portugueses não gostam dos Belgas, ainda mais nós, Gilberto, Carlos, Sofia e Júlia, porque há muitos anos quando nos encontrávamos em Bruxelas uma Belga, dona ou empregada de uma loja foi insurrecta para connosco sem qualquer motivo para ter aquela atitude a partir daquele ápice, Belgas, são para esquecer.Com todas estas voltas chegou a hora de almoçar e o local mais económico do momento foi o Burger King. Depois deste rápido e económico almoço foi hora de percorrer mais ruas da cidade e voltarmos à Grote Markt a praça principal em que vimos imenso artesanato típico e uma grande variedade de iguarias. Final do dia encontrar como é habitual todos os dias, local para pernoitar. Descobrimos um mini camping ‘T Veld’ na localidade de Zedelgem, este é sim um mini camping muito agradável, bem organizado e com um ambiente familiar, é de louvar.
Temos à nossa volta uns amigos cavalinhos e vaquinhas que durante a noite foram ouvidos os mugidos das ditas e o relinchar e o bufar dos ditos. Há muito tempo que não víamos uma tal viatura Citröen Ami8 com a matrícula holandesa DZ-06-98 que nos fez lembrar também as nossas matrículas portuguesas do antigamente.
Dia 16 de Julho – Hoje será um dia praticamente a conduzir, iremos percorrer cerca de 300km por estradas muito movimentadas para chegarmos a Vijfhuizeb onde se situa o camping “Camperpark N205”, este vai servir como base para podermos visitar as cidades situadas ao seu redor.
Saímos do camping ’T Veld localizado em Zedelgen a alguns quilómetros a sul de Bruges, cruzamos esta cidade e encaminhamo-nos para norte pela A11 para mais adiante cruzarmos a fronteira com a Holanda. Portanto já estamos a circular em estradas holandesas, nem demos por conta que mudámos de país, hoje circular na maioria da europa é assim, fronteiras não existem praticamente. Mais uns quilómetros e vimos pela primeira vez nesta viagem os célebres moinhos holandeses na povoação de Serooskerke, mais as fotos do costume e seguimos viagem na N61 depois adiante N62 e A58 em direcção de Roterdão, onde os engarrafamentos começaram logo nos arredores. Nós que nem desejávamos passar por esta cidade, mas para seguirmos para norte não podíamos fugir a estas zonas industriais tão movimentadas, são camiões por todo o lado, mais os caminhos de ferro que por aqui passam, não interferem no trânsito, mas dá para entender que por aqui se trabalha.Mais adiante avistamos a quantidade de suportes e barreiras existentes ao longo desta estrada que controlam a entrada da água do mar, evitando o alagamento das terras produtivas e habitadas.
Estas barreiras são um feito notável de engenharia, um marco mundialmente reconhecido em engenharia hidráulica. A distância vai-se encurtando, mas ainda estamos longe e as médias que estamos a fazer são baixas, mas pressa também não temos.Chegou a altura de pararmos para comer e beber, num recanto ou simplesmente num parque detivemo-nos e montámos o estaminé para degustar o que já resta do nosso presunto ”pata negra” que teimosamente ainda perdura. Já com os bojos cheios partimos. Nesta altura começou a cair uma chuva miudinha para mais adiante uma forte carga, choveu a valer e com muita força deu para lavar as nossas carrinhas que andavam carregadas de pó. Os quilómetros foram-se encurtando e eis que encontrámos o parque para as próximas duas noites, sim vamos permanecer neste local por duas noites para conseguirmos fazer as voltas que pretendemos.
Dia 17 de Julho – Já estabelecidos num camping a meio caminho de Haarlem e Amesterdão, apenas teremos de fazer estes percursos em autocarro e comboio.
Hoje vamos iniciar a nossa visita por Haarlem, fomos apanhar o autocarro que passa muito perto deste parque, percurso rápido da nossa parte bem como os quilómetros feitos de autocarro, por fim já perto do centro da cidade saímos e fomos visitar a igreja de São Bavão ou a igreja grande de Haarlem, esta é uma igreja gótica que no ano de 1559 foi elevada à categoria de catedral, aqui além de outros objectos reparamos no órgão esplendoroso que aqui se encontra, data de 1738 onde tocaram vários famosos, músicos e compositores como Händel e Mozart, este com apenas 10 anos de idade.
Este órgão dispõe de 62 registos e cerca de 5000 tubos, o menor dos quais é do tamanho de um lápis, e o maior dos quais é um tubo de 37 centímetros de diâmetro e de mais de 10 metros de comprimento. Reparamos também nuns baús ou caixas fortes de há muitos anos atrás, feitos em madeira e ferro com cadeados daquela época, peças muito interessantes. Visita completa, passamos por um e depois por outro dos canais da cidade onde nos encontramos com o moinho de vento Adriaan que foi incendiado em 1932 e reconstruído em 2002, ou seja, o moinho original datava de 1779, aproveitámos para tirar fotos como uma recordação desta urbe.
Pensamos que ficámos a conhecer o mínimo indispensável, vamos para a estação do caminho de ferro e partirmos para Amesterdão, viagem rápida, chegámos à estação central desta cidade já conhecida por todos nós. Deambulamos por ruas e canais, não mais do que uma duplicação do que já fizemos anos atrás nesta cidade com uma arquitectura pitoresca, cheia de cafés, restaurantes e pontes. Pensámos visitar a casa de Anne Frank, não foi possível, soubemos que para tal deveríamos ter feito reserva online com meses de antecedência, apenas estivemos parados à porta onde ela, sua família e mais quatro pessoas esconderam-se dos nazis durante cerca de dois anos. Percorremos a rua do putedo, coitadas a pedirem reforma, mas eu e Sofia de imediato comentámos que quando aqui estivemos e já foi há longos anos, fizemos este percurso com os nossos filhos Ricardo e Gonçalo, aconteceu que a rua foi percorrida apenas de um lado e quando chegámos ao fim, o nosso filhote Gonçalo, questionou – então não vamos ver o outro lado. Houve risota e comentários de imediato. Nessa altura o maroto do Gonçalo tinha apenas 8 anos. Saudades desses tempos e de mais outras coisas. Fizemos um passeio de barco por alguns canais, mas no final sem grande impacto, isto porque andar de barco nestas circunstâncias já se torna um pouco corriqueiro.
Aproveitámos e jantámos num restaurante que estava quase a encerrar, vimos que a maioria já tinha as portas fechadas, note-se que já era noite. Por fim regressámos de comboio para o camping onde as nossas queridas autocaravanas nos esperavam, eram precisamente 23 horas quando chegámos. Vamos descansar, pois, as pernas já nos pesam. Amanhã outro destino nos espera.
Dia 18 de Julho – Viajar pela Holanda é fantástico, este sim um país pequeno, quase plano, onde podemos ver os seus moinhos de vento que julgo serem inéditos deste país, onde plantam lindas tulipas, estas de todas as cores, onde há milhentos tamancos, mais o queijo gouda, milhões de bicicletas e existe um povo tolerante.
Um país que sempre teve uma brilhante equipa de futebol que ficou conhecida como a laranja mecânica no ano de 1974, tendo um brilhante jogador Johan Cruyff. Podíamos ficar à vontade um mês a passear, todos os dias iriamos descobrir mais e mais coisas, apesar do nível de vida aqui ser muito elevado comparado com o nosso Portugal, é pena, pois temos um território rico e um oceano invejável por todos os europeus. Mas, adiante, mal saímos do camping dirigimo-nos erradamente para sul para visitar duas pequenas vilas indicadas como ponto turístico, mas na verdade não era bem aquilo que desejávamos, ainda conseguimos passar junto a mais um moinho de vento para de seguida seguirmos em direcção de Zaanse Schans, esta uma vila fascinante, já perto começámos a avistar o local repleto de moinhos em que a vila é uma réplica de uma antiga vila holandesa dos séculos XVII e XVIII. Em Zaanse Schans o cenário é lindíssimo com moinhos de madeira edificados na orla do rio Zann. Há muitas casas e pontes, há lojas que fabricam e vendem queijos, tamancos em madeira e todas as quinquilharias que os turistas procuram, eu procuro postais deste local, bem como as senhoras os imanes. Um pouco de história deste lugar: Jaap Schipper criou um plano em 1946 para Zaanse Schans, tornar este sítio um local de preservação de história holandesa e a partir de 1961, vários edifícios foram para aqui transportados por estrada ou pela água.Como diversos moinhos históricos já não tinham qualquer utilidade em outras regiões do país foram trazidos e montados nas margens deste rio para que as pessoas pudessem entender como eles funcionavam, também outras construções também foram trazidas para aqui, sendo a mais antiga uma casa do ano de 1623. Todas as construções são originais, não existe qualquer réplica.
Com todas as voltas que hoje fizemos o tempo começou a escassear e partimos em direcção a Warmenhuizen onde se situa o Camping de Kolibrie onde este encerra pelas 19h00, razão de tanta pressa nesta altura.
No trajecto cruzámo-nos com um carro que o Carlos Neves disse não gostar, apenas ele, pois todos os restantes gostaram; esse carro é um Porsche de cor azul modelo 911 Carrera 4S. Tenho pena de não ter um igual, até podia ser com aquela cor “azul cobalto”.
Dia 19 de Julho – Damos continuidade da nossa estadia pelos Países Baixos que no nosso dia a dia continuamos chamando-lhe Holanda. A nossa primeira paragem será Alkmaar, situada na província da Holanda Setentrional e muito perto do canal Noord-Holland a norte de Amesterdão e situada numa zona relativamente pantanosa. Já em Alkmaar seguimos em direcção da Praça Waagplein, sendo esta a principal da cidade e onde fica Waag um edifício do século XIV, aqui acontece a tradicional feira da pesagem dos queijos Gouda.
Quando aqui chegámos não fazíamos uma pequena ideia de que hoje iriamos assistir a tal acontecimento. Antes já nos havíamos deparado com uma enchente de multidão que descia uma das ruas principais que dá acesso a esta praça e quando chegámos a grande novidade. Vimos uma praça super movimentada ao fundo um canal com diversas embarcações e no meio do recinto uma azafama de homens e mulheres vestidos com roupas tradicionais ou de outras épocas num frenesim os homens andam a carregar e a movimentar grandes queijos, uma tradição medieval para pesarem centenas de queijos e os transportarem de um lado para a outro em cima de padiolas.
As mulheres estão mais envolvidas na venda de pequenas quantidades de queijos aos turistas ou habitantes que por ali andem a deambular. Aqui podemos ver várias qualidades de queijos, não os sabemos distinguir, mas sabemos que o mais conhecido é o Gouda, mas há outros como o Edam e Leyden. O Edam é um queijo de pasta prensada, meio dura ou dura, feito de leite de vaca e em forma de bola, envolvido por uma película vermelha. O mais famoso o Gouda, sendo este um dos melhores do mundo que representa 60% da produção queijeira holandesa, tem um sabor adocicado e uma cobertura preta enquanto o seu interior é amarelo com o passar do tempo o seu sabor intensifica-se, este pode ser servido como queijo de mesa ou como sobremesa.
Eu aconselho que acompanhado por um bom vinho tinto é de comer e chorar por mais. Por fim o Leyden que também é conhecido como Komijnekaas, é um queijo tradicional de casca dura, também feito de leite de vaca, tem um formato oval e a casca é polida e protegida por colorau ou pasta plástica, no seu interior pode-se adicionar colorau e cominhos, estes vão lhe dar um sabor que contrasta com nata e nozes.
Descrevo estes pormenores destes queijos para quando estes lhes passarem pelas beiças já saberem alguma coisa dos ditos. Isto é para não morrerem estúpidos em relação a queijos holandeses. Há um dos nossos amigos que conseguiu emprego por algum tempo aqui na Holanda é ele o Carlos que foi galardoado como estivador de 1ª classe, o seu amigo beija-flor o irá condecorar com a medalha de “mérito de bom samaritano” quando chegar a Portugal.
Todos nós compramos queijo de diversas qualidades nesta feira para podermos avaliar a qualidade dos diversos gostos. Tinha-me esquecido de mencionar que muitas regiões da Holanda estão situadas em áreas abaixo do nível do mar que foram transformadas em terra firme, apôs o bombeamento da água para o mar. Nesta altura chegou o momento de nos deslocarmos para Deventer onde está situado o nosso camping desta noite o Stadscamping Deventer.
Dia 20 de Julho – Parque de campismo muito agradável este em Deventer, enorme, na margem de mais um rio em que do outro lado se situada a cidade. A fracção principal deste parque, ontem quando chegámos já se encontrava toda abarrotar, tivemos de ficar numa zona que praticamente já ficava fora do parque, mas aqui na Holanda não é problema, pois consideramo-lo um país seguro. Usufruímos na mesma da electricidade, no entanto os restantes serviços encontravam-se na área de camping propriamente dita.
Já havia mais pessoas nas mesmas circunstâncias que nós e mais ainda haviam de chegar. O combinado para o início desta manhã foi caminharmos um pouco a pé para embarcarmos num barco para atravessar o rio Issel e visitarmos esta cidade de Deventer que recebeu a carta de cidade no ano de 956 que a partir desta data foram construídas fortificações. Surpreendeu-nos o pouco movimento existente, pois trata-se de um sábado e ser ainda muito cedo, fizemos uma caminhada pela parte antiga da cidade nas ruas mais pitorescas e deparámo-nos com crianças a banharem-se nuns repuxos existentes numa das praças antigas, sim está um dia de calor e elas divertem-se, não sejam elas ainda crianças.Foi uma curta passagem por aqui, pois temos de fazer ainda uns bons quilómetros até França onde iremos recomeçar a nossa visita pela Normandia. Então partimos com esse intuito. No entanto sucedeu que passados alguns quilómetros o Carlos Neves comunicou-nos que queria comprar a autocaravana na Alemanha, quando no dia anterior e ainda hoje mesmo antes de partimos tinha dito que viria à Alemanha noutra altura. Muito estranho, mas como há conversas que ele está sempre a dizer que quer comprar uma nova e a Júlia está sempre a denunciar a atitude dele, por vezes contrária. Sim é de aproveitar tanto que é-lhe mais fácil descer alguns quilómetros e fica com o assunto resolvido. Então rota alterada e aí vamos em direcção a Colónia onde iremos ficar esta noite. No trajecto fomos vendo onde podemos encontrar camping porque nesta altura do ano é complicado encontrar vagas. Ao fim de algumas tentativas encontrou-se o Reisemobilhafen Köln, bem localizado. Também estamos a conduzir em auto-estrada a forma mais rápida, mas sucedeu que a determinado momento quando eu seguia na frente um carro da polícia ultrapassou-me e acendeu as luzes de emergência que piscavam e começou a reduzir a velocidade à minha frente – mas o que se passa! Não fiz nenhuma manobra perigosa e a velocidade do carro da polícia ainda mais lenta, mas não fez qualquer sinal para parar, ou seja, o que fosse até que deixei-me ficar mais longe e por fim parou no meio das duas faixas impedindo que o trânsito se desenrolasse.Acabei também por parar e eis que saem da viatura dois polícias e encaminham-se para os rails separadores, recolhendo um maço de lixo ou outra coisa que ali se encontrava. De certeza, houve alguma denúncia alertando a polícia daquele embrulho, ou seja, o que fosse. Fiquei mais descansado porque aquela atitude nada tinha a ver comigo. Mais uns quilómetros e chegámos aos arredores de Colónia, agora é irmos para o Camping. deixámos as autocaravanas no parque, excepto a do Carlos que nos levou até perto do centro da cidade. Foi encontrar parque para a estacionar o que não foi nada fácil, ficou à porta de um serviço de beneficência ou lá o que fosse e partimos a pé. Num local da cidade onde fomos ter havia sinal de que ali havia festa, fomos andando e começámos a ver situações bastante estranhas, vimos nuns placardes que era uma festa gay, não mais do que um desfile Gay em Colónia, também conhecido como o “Orgulho Gay de Colónia”, que é uma extravagância de duas semanas do orgulho LGBTQ+.A verdade é que todos nos sentimos totalmente atópicos de toda aquela gente. Ocorreu que nos embrenhamos no meio daquela multidão, mas eles iam na sua e nós na nossa caminhada. Tirámos imensas fotos, rimo-nos, contestámos e como nada fosse connosco. Ficámos a ver pessoalmente aquilo que nunca pensaríamos que nos ocorresse. Mais uma novidade para todos. Ainda fomos até à catedral de Colónia. Mas já não conseguimos entrar, pois estava a encerrar, tivemos muita pena, gostava imenso de ter entrado. Já com alguma fome fomos então para o Brauhaus Sion, uma das cervejarias mais antigas da Alemanha que sobreviveu à 2ª guerra mundial. Aqui todos devoramos joelho de porco “EISBEIN” e boa cerveja alemã.E chegou a hora de regressarmos, porém quando já estávamos perto da autocaravana e seguíamos em cima de uma ponte começou a chover incessantemente e ainda nos molhámos, andámos mais depressa e abrigámo-nos debaixo de um alpendre de um prédio, mas a chuva era de tal ordem que alguns pingos tocados a vento vinham para cima de nós. Coitadas daquelas pessoas que vinham a caminho, é que ficaram totalmente encharcadas, nós vimos.
Dia 23 de Julho – O que ficou acordado ontem à noite é que nós Sofia e Gilberto gostaríamos de visitar o Museu da Porsche, entretanto ontem segunda-feira, encontrava-se encerrado. Os nossos amigos estiveram nesta cidade no passado ano e já o visitaram, razão para não estarem interessados o que achamos correctíssimo. Outra hipótese é que existe mais um museu de renome na cidade, nem mais do que o Museu Mercedes Benz, este, eles também não conhecem, mais uma razão para todos seguirmos e visitarmos tão consagrado museu do automóvel que abrange a história desta marca.
Dia 24 de Julho – Já nos encontramos mais perto de casa, de momento não será este o intuito de chegarmos, ainda temos mais 8 dias de férias, os nossos amigos, esses querem ir par casa mais cedo, têm sempre pressa ao contrário de nós. Com tudo, já nos encontramos em França na cidade de Nancy, nunca aqui estive é mais uma local que deveremos conhecer.
Dia 25 de Julho – Aqui estamos todos prontos para ingressarmos no Futuroscope, local onde existem 40 atracções e espectáculos estão à nossa espera, vamos ver se teremos capacidade para ver tudo. De certeza que o tempo irá ser o nosso maior inimigo, temos de andar depressa, esperar que não haja filas infindáveis como nos sucedeu nas duas vezes que cá estivemos, porém nessa altura era o mês de Agosto que sempre arrasta mais enchentes do que neste mês de Julho, vamos ver. Adquirimos os bilhetes de entrada que nos custaram a módica quantia de 54€, como se pode ver não é um preço barato, pelo contrário, bem carote. Mas aí vamos, combinámos começar por uma das atracções no local oposto à nossa entrada.
Dia 26 de Julho – As coisas decorrem tão depressa, mais parece uma corrida para a morte, nada disso. Como neste ou em outros trajectos, poderíamos fazer mais paragens, mas não as fazemos porque existem locais já bem conhecidos por nós, ou teríamos de fazer desvios consumáveis o que precisaríamos de muito mais tempo. Logo, para podermos fazer esta viagem englobando outros lugares, precisaríamos de pelo menos o dobro do tempo, mas todos nós ainda não nos achamos com esse propósito.
Dia 27 de Julho – O itinerário de hoje levar-nos-á para Ciudad Rodrigo, uma cidade espanhola muito perto da nossa fronteira noutras palavras, esta encontra-se na raia espanhola e portuguesa. Uma cidade com muita história em que engloba também muita cronologia com Portugal. Vai ser um dia com uma mão bem cheia de quilómetros que temos de fazer atravessando as Comunidades Autónomas de Navarra, La Rioja, Castela e Leão e Salamanca. Ciudad Rodrigo situa-se na margem direita do rio Águeda, (este rio vai desaguar no rio Douro em Portugal), ocupa o topo de uma colina, tem uma muralha principal muito antiga contruída no século XVIII com alvenaria de péssima qualidade, existe também um castelo e uma catedral.
Dia 28 de Julho –
Dia 29 de Julho –
Dia 30 de Julho – Estamos em Mirandela no parque de campismo, mais conhecido na gíria dos mirandeses pelo nome de “Três Rios – Maravilha”, porque aqui passam três rios, o Tuela, Rabaçal e Tua, dizem ainda beijados pelo Sol da Terra Quente, ora vejam se não é mesmo fazer grande propaganda a este lugar, também para lá do Sol posto! Nesta altura a ocupação é enorme e há muita miudagem que lhe dá um aspecto de um pouco vulgar, pelos comportamentos barulhentos e provocatórios.
Quando entrámos reparámos logo que o local não era agradável. No local onde pensámos inicialmente ficar, mudámos de sítio para nos colocarmos mais uns metros afastados, tanto que à noite o barulho persistiu por muito tempo. Aproveitámos e fomos para a cidade, como sempre não se torna fácil o estacionamento, tivemos de arranjar local um pouco distante, mas só nos faz bem andar. Volta pela cidade, fotos tiradas nalguns sítios, reparámos que vai haver festa nos próximos dias, estão a preparar os recintos e as ruas estão engalanadas. A Sofia já reparou mais do que uma vez que os preços aqui pelo norte são mais acessíveis do que na saloiada onde vivemos e arredores, resolveu comprar umas calças de ganga e uma camisola. Ali perto uma mercearia com bom aspecto, vende enchidos tradicionais, aproveitámos e comprámos alheiras de Mirandela, vamos esperar que sejam de boa qualidade, não nos basta dizerem que são de Mirandela, por vezes apenas lhe dão o nome, vamos então esperar que tenhamos comprado qualidade.![]() |
Ainda tivemos tempo de nos embrenharmos por uns becos e ruelas que nos mostram o que de velho e mal conservado se encontram estes locais, muitos edifícios em ruínas outros já desmoronados, emparedados ou com tapumes pela frente. Estão à espera do quê? Mais uma vez finalizámos as nossas voltas pedonais diárias. Temos pela frente ainda 349 quilómetros até à próxima paragem. O percurso esteve a desenrolar-se normalmente, passámos por Sever do Vouga, mas não parámos, ficou-nos na mente que deveremos numa próxima viagem passar por estes locais e pararmos, ao redor desta terra há muitos sítios que ainda não conhecemos. No caminho havíamos pensado ficar em Aveiro, como o tempo está muito nublado resolvemos prosseguir e optámos pela Nazaré.Assim chegámos aos arredores e fomos procurar camping, sucedeu que no primeiro que parámos pertíssimo da Nazaré não conseguimos lugar, pois este exigiu a permanência mínima de 3 dias, porque não um mês ou mesmo um ano. Só visto as precursões o mesmo que pioneirismo destas atitudes neste Portugal tão miserável. Ali perto fica outro camping onde fomos muito bem recebidos e com muita qualidade. Jantámos no restaurante do parque, no entanto começou a cair alguma chuva. Fomo-nos recolher na autocaravana pois esta é a nossa última noite que vamos dormir nela, as férias estão a chegar ao fim, amanhã regressamos a casa.
Dia 31 de Julho – Ao fim de quarenta e seis dias vamos iniciar a última etapa, estamos já muito perto de casa. Não temos saudades nenhumas de ir para casa, ainda mais nesta altura em que a tristeza nos acompanha.
Fizemos estes quilómetros calmamente e por fim na Tapada das Mercês. É um costume antigo que quando estou a circular pela estrada de acesso ao prédio olhar para a nossa varanda, tantas as vezes que o nosso olhar se deparava com uma figura na varanda a fumar o seu cigarrinho, era ele o nosso Gonçalinho, agora a tristeza e as lágrimas nos carregam até ao final das nossas vidas. Beijinhos para o nosso querido filho o nosso grandalhão, Gonçalo.