Nós fomos à Rússia
No
início de Julho partimos de automóvel com os nossos filhos para esta longa
viagem. Atravessámos vários países da Europa, a República Checa e a Polónia,
onde já estivemos em anos anteriores, para depois chegarmos à fronteira, em Brest na
Bielo-Rússia. Aqui começaram as formalidades para entrar neste país, desde os
passaportes com visto, o dinheiro, o que íamos lá fazer, questionários
escritos, etc.
Passadas
duas horas, conseguimos entrar. Seguimos viagem por estradas que não de podiam
comparar com as do resto da Europa que tínhamos atravessado: não tinham
marcações no asfalto, a gravilha saltava debaixo das rodas… De 70 em 70km
existem controlos rodoviários feitos por tropas, que verificam os documentos. A
comunicação é muito difícil, pois só falavam russo, alguns sabiam alemão e
raros os que sabiam inglês.
Ao
longo das estradas encontrávamos bombas de gasolina com aspecto antigo. A
gasolina sem chumbo era a 36$00, na nossa moeda claro. Com paragens e mais
paragens chegámos a Moscovo. Ficámos espantados! Esta cidade não tem nada a ver
com as outras cidades da Rússia que tínhamos atravessado! Grandes avenidas, com
quatro, cinco e seis faixas de rodagem para cada lado,. Grandes edifícios,
muito trânsito, muita gente… Chegámos ao hotel cansados mas bem dispostos e o
que estávamos a ver aumentava a nossa ansiedade de conhecer melhor Moscovo.
Às
quatro da manhã já era dia e já tínhamos reparado na véspera, que a noite não
era tão escura como cá, parecia não anoitecer por completo.
De
visita à grande cidade, passámos por grandes jardins, esplanadas cheias de
gente e chegámos à Praça Vermelha. O mausoléu de Lenine (estava lá uma manifestação), o Kremlin logo
ali ao lado, o centro comercial Gum, a catedral de São Basílio, as cúpulas das
igrejas, majestosas, revestidas a ouro…
No
dia seguinte, visitámos outra zona de Moscovo.
Fomos
ver o monumento a Gagarine, a antiga Universidade, o estádio de futebol do
Dínamo, a Cidade Olímpica, mais jardins, mais praças, grandes avenidas.
E, nos dias seguintes, continuámos a
descobrir bairros antigos, modernos, ruas, parques e lojas. Não vimos roubos
nem assaltos. Por todo o lado havia polícias e soldados. À volta de Moscovo, muitos carros de combate.
Vimos, pelo menos, quatro centrais nucleares muito perto das zonas de
habitação. Fiquei com a impressão de que Moscovo é uma cidade muito bonita,
muito grande; as pessoas são civilizadas; as mulheres têm dentes de ouro e
pelos nas pernas!
Após
seis dias de visita a Moscovo, dirigimo-nos para a Ucrânia: Fizemos 600km por
estradas com buracos e lombas, sempre devagar e parando nos controlos
rodoviários. Na fronteira, os vistos que tinham de ser revistos pelo consulado
Ucraniano em Moscovo, as demoras infindáveis. E lá continuamos a atravessar
cidades e vilas. Passamos nos pântanos de Pripet, muito perto da central
nuclear de Chernobyl, já na Bielo-Rússia e chegamos novamente a Brest. Desta
vez, estivemos doze horas para passar a fronteira. Havia à nossa frente
perto de duzentas viaturas de polacos,
bielo-russos e russos. Nestas horas de espera, vimos apenas um carro
alemão e portugueses só nós!
Os
carros são revistados e as pessoas têm de mostrar a cara aos funcionários da
alfândega. À hora do almoço fecha tudo e ninguém passa. As pessoas não
reclamam. Ficam calmas e serenas, aguardando a sua vez.
No
posto fronteiriço polaco, perdemos apenas três ou quatro minutos e, a partir
daí foi sempre a andar.
Foram
vinte e quatro dias inesquecíveis. Gostamos muito desta viagem e vamos
recordá-la toda a vida.
Sem comentários:
Enviar um comentário