terça-feira, 12 de julho de 1994

Nós fomos à Rússia - 1994





    Nós fomos à Rússia







As nossas férias deste ano foram passadas na Rússia.
No início de Julho partimos de automóvel com os nossos filhos para esta longa viagem. Atravessámos vários países da Europa, a República Checa e a Polónia, onde já estivemos em anos anteriores, para depois  chegarmos à fronteira, em Brest na Bielo-Rússia. Aqui começaram as formalidades para entrar neste país, desde os passaportes com visto, o dinheiro, o que íamos lá fazer, questionários escritos, etc.
Passadas duas horas, conseguimos entrar. Seguimos viagem por estradas que não de podiam comparar com as do resto da Europa que tínhamos atravessado: não tinham marcações no asfalto, a gravilha saltava debaixo das rodas… De 70 em 70km existem controlos rodoviários feitos por tropas, que verificam os documentos. A comunicação é muito difícil, pois só falavam russo, alguns sabiam alemão e raros os que sabiam inglês.
Ao longo das estradas encontrávamos bombas de gasolina com aspecto antigo. A gasolina sem chumbo era a 36$00, na nossa moeda claro. Com paragens e mais paragens chegámos a Moscovo. Ficámos espantados! Esta cidade não tem nada a ver com as outras cidades da Rússia que tínhamos atravessado! Grandes avenidas, com quatro, cinco e seis faixas de rodagem para cada lado,. Grandes edifícios, muito trânsito, muita gente… Chegámos ao hotel cansados mas bem dispostos e o que estávamos a ver aumentava a nossa ansiedade de conhecer melhor Moscovo.
Às quatro da manhã já era dia e já tínhamos reparado na véspera, que a noite não era tão escura como cá, parecia não anoitecer por completo.
De visita à grande cidade, passámos por grandes jardins, esplanadas cheias de gente e chegámos à Praça Vermelha. O mausoléu de Lenine  (estava lá uma manifestação), o Kremlin logo ali ao lado, o centro comercial Gum, a catedral de São Basílio, as cúpulas das igrejas, majestosas, revestidas a ouro…
No dia seguinte, visitámos outra zona de Moscovo.
Fomos ver o monumento a Gagarine, a antiga Universidade, o estádio de futebol do Dínamo, a Cidade Olímpica, mais jardins, mais praças, grandes avenidas.
E, nos dias seguintes, continuámos a descobrir bairros antigos, modernos, ruas, parques e lojas. Não vimos roubos nem assaltos. Por todo o lado havia polícias e soldados.  À volta de Moscovo, muitos carros de combate. Vimos, pelo menos, quatro centrais nucleares muito perto das zonas de habitação. Fiquei com a impressão de que Moscovo é uma cidade muito bonita, muito grande; as pessoas são civilizadas; as mulheres têm dentes de ouro e pelos nas pernas!
Após seis dias de visita a Moscovo, dirigimo-nos para a Ucrânia: Fizemos 600km por estradas com buracos e lombas, sempre devagar e parando nos controlos rodoviários. Na fronteira, os vistos que tinham de ser revistos pelo consulado Ucraniano em Moscovo, as demoras infindáveis. E lá continuamos a atravessar cidades e vilas. Passamos nos pântanos de Pripet, muito perto da central nuclear de Chernobyl, já na Bielo-Rússia e chegamos novamente a Brest. Desta vez, estivemos doze horas para passar a fronteira. Havia à nossa frente perto  de duzentas viaturas de polacos, bielo-russos e russos. Nestas horas de espera, vimos apenas um carro alemão  e portugueses só nós!
Os carros são revistados e as pessoas têm de mostrar a cara aos funcionários da alfândega. À hora do almoço fecha tudo e ninguém passa. As pessoas não reclamam. Ficam calmas e serenas, aguardando a sua vez.
No posto fronteiriço polaco, perdemos apenas três ou quatro minutos e, a partir daí foi sempre a andar.
Foram vinte e quatro dias inesquecíveis. Gostamos muito desta viagem e vamos recordá-la toda a vida.
Mas aquelas doze horas de espera em Brest tiraram-nos a vontade de lá ir outra vez…



 
   

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