sábado, 2 de junho de 2018

Geleira na primavera - Islândia - 2018




ISLANDIA

2018-GELEIRA NA
 PRIMAVERA



26 de Maio – Lisboa/Madrid/Keflavik


Encontrámo-nos no aeroporto da Portela cerca das 15h30. Pelas 16h45 o voo IB 3103 partia em direção a Madrid. No entanto fomos os últimos a chegar por uma simples razão não gostamos mesmo nada de estar nos aeroportos à espera da hora da partida, somos totalmente alérgicos a este tipo de espera. O mesmo já não se passa com os nosso amigos, Carlos, Júlia, Luís e Alice, eles gostam de chegar cedo bem cedo.
Chegada a hora da partida todos nós demonstrávamos boa disposição por estarmos a iniciar tão ilustres mini férias na Islândia que dois meses antes tinha apelidado de férias na “Geleira da Primavera”. Este nome  deve-se ao conhecimento que temos de ser uma zona muito fria, quase gelada, onde iremos passar nesta altura do ano um frio do caraças. Encontramo-nos já com alguns agasalhos e levamos roupa para enfrentar o que se advém.
A viagem foi rápida chegamos a Madrid-Barajas, aeroporto bem conhecido por nós. Estávamos com alguma fome, resolvemos comer alguma coisa, o próximo embarque para a última tirada é às 22h40 com destino a Keflavik, desta vez são mais umas horas de viagem. Ainda demos umas voltas por algumas lojas para ver novidades e possivelmente comprar alguma coisa, assim passamos o tempo que medeia o momento de partida. Já no cais de embarque ficamos a ver pela tv o jogo da final da liga dos campeões entre o Real Madrid e a Juventus, quando fomos para dentro do avião já o Real estava a ganhar. O que vai acontecer é, nenhum de nós gosta de viajar nesta tão reles companhia de aviação espanhola, Ibéria, é péssima em todos os níveis, espaço, simpatia do pessoal e alimentação. Já havia umas duas ou mais horas de voo e soubemos que não iam servir nenhuma refeição, quem quisesse tinha de pagar. Já podem ver como é viajar pela Ibéria. Sempre que possam não usem esta companhia.
Passamos a noite a dormitar. 


27 de Maio (343km - Luís) –Keflavik/Selfoss/Reiquiavique



Quando nos aproximávamos da Islândia reparamos que àquela hora, mais propriamente 4h00 da manhã era dia e o sol já se via no horizonte, encontrávamos na zona do globo em que nesta altura do ano não se faz noite, vai ser agradável tal situação.
Chegados à Islândia tivemos um primeiro senão a companhia de rent a car encontra-se encerrada. Tivemos pouca informação e resolvemos passar pelas brasas nos bancos deste aeroporto, mais pessoas encontravam-se nesta situação. Todos dormitamos um pouco mas dali a poucas horas já estávamos com a pestana aberta. Foi o suficiente para repararmos num funcionário que ali se encontrava e que já lhes tínhamos feito umas perguntas quando aqui chegamos, agora o questionamos sobre a hora que podíamos ir até à empresa de aluguer. Conversa e questões por nós levantadas foi o suficiente para abreviarmos o levantamento das viaturas bem como a troca de levarmos apenas uma maior com capacidade para 8 passageiros, como somos seis vamos mais à vontade. Impasse ultrapassado vamos então encaminhar-nos para a nossa primeira visita, sendo Blue Laggon, esta é a única piscina natural de águas azuis leitosas de lama de sílica.
Os campos de lava que a rodeiam fazem lembrar um sítio doutro planeta. Seguimos um novo trajecto até Selfoss para chegarmos mais adiante ao géiser situado no vale Haukadalur onde pudemos observar as suas explosões de água que pode ir até uma altura de 30 metros. Finalizada esta visita passamos por uma queda de água espetacular onde esta passa por um estreito que a projeta com grande velocidade provocando um torrente medonha. O dia de hoje tem sido fértil em vermos jipes, camionetas e pick up, modelos totalmente transformados para transpor os mais diversos obstáculos, são lindos e têm aspecto de agressivos, toda a gente os olha e tirão as mais diversas fotos. Por fim regressamos a Reiquiavique capital deste país tão lindo, demos as nossas voltas onde visitamos a catedral, tem a forma de um órgão de tubos e é o ex-libris desta cidade onde qualquer turista aqui vem tirar a sua melhor foto, sem dúvida tem uma arquictetura totalmente diferente.
Logo seguimos para a zona ribeirinha para depois nos embrenharmos na zona comercial, não mais o nosso intuito é jantar qualquer coisa diferente, mas logo deparamos com preços elevadíssimos como 70€ para um prato que não inclui bebidas nem sobremesas, mais, entrei dentro de um que me parecia o mais indicado e vi que não era mais que marisco e este não era da qualidade que esperava para o preço indicado, supercaro, Desistimos e fomos parar num bar de estilo americano onde saboreamos uma boa cerveja (água) e não poderia faltar um hamburger enfarta brutos.  Na realidade uma cerveja neste bar custava a modica quantia de €12. Foi o melhor que se arranjou para o zé pelintra Portuga neste 1º dia a levar com frio, quatro graus e alguma chuva.



28 de Maio (299km - Carlos) – Reiquiavique/Vik


Notícias do dia a D. Alice mais parece que não está de férias, uma das razões até ao momento foi ter acordado o Luís às 6 da manhã, será já caduquice!
Acordamos a tentar digerir o preço de 1 litro de água, apenas €4,70 um litro, ainda dizemos que as garrafas de águas que são vendidas nas estações de serviço  dos nossos auto estradas são caras.
A contrapartida foi termos um pequeno almoço excepcional que superou as nossas espectativas dos preços elevados deste país.
É muito importante a escolha do trajecto para hoje, mas vamos andando ao sabor do vento, apenas sabemos que teremos de chegar a Vik para pernoitar e como os dias aqui têm muitas horas não será problema, mas já sabemos que o comércio fecha às 18h00, alguns um pouco mais tarde mas nunca ultrapassam as 19h00. Ao longo desta viagem temos tido sempre umas paisagens agradáveis com as montanhas terem ainda grandes quantidades de neve o que nos desperta sempre atenção, tanto que o degelo está a derrete-la fazendo enormes cascatas. Vimos várias casas de campo que embandeiram quintas ou pequenas herdades, que se encontram com uma decoração de há longos anos, onde estão bem visíveis as placas ou tabuletas em madeira que dão o nome do proprietário ou do local, por vezes lembra-me os ranchos dos Estados Unidos, tal é a sua semelhança. Estamos a passar por Þingvellirn, não é mais do que um parque nacional devido à sua importância histórica. Neste local duas placas tectónicas estão afastar-se fazendo que haja uma imensa garganta entre ambas provocando de tempos a tempos tremores de terra que são notórios nesta região.
Fizemos um percurso imenso para ficarmos com uma ideia ampla do que está acontecendo. Vimos as enormes brechas ao longo do caminho. A certa altura estávamos entre colossais rochedos que nos rodeavam, caso houvesse um tremor de terra nessa altura qual seria o desenrolar da situação. Todos nos sentimos alegres por aqui estar e várias questões nos vamos lembrando, sendo factor das nossas conversas. Tantas fotos tiramos, nós e outras pessoas, sei que a maioria nunca mais será vista, tira-se a foto guarda-se e acabou, fica num saco sem fundo, comigo não será bem assim, tantas vezes vou ver fotos com muitos anos e chega a nostalgia dos bons velhos tempos.
Neste local há várias quedas de água, talvez provenientes deste desníveis de terreno, lá em baixo corre um rio no vale que avistamos, estando tudo verdejante, mas desprovido de arvoredo, raramente avistamos árvores. Os invernos  longos e agrestes não as deixam crescer.
Longa viagem a de hoje, passamos por mais quedas de água a última desprende-se de uma altura de muito metros, não me lembro do seu nome, é bem conhecida e faz parte de todos os roteiros da Islândia. Um pouco mais à frente chegamos ao tão nosso conhecido vulcão que fez parar uma grande parte dos aviões que sobrevoavam grande parte da Europa por causa das cinzas que expeliu para a atmosfera. Seu nome muito fácil de pronunciar “Eyjafjallajökull” A actividade sísmica iniciou-se em final do ano de 2009, dando lugar a uma erupção a 20 de Março de 2010. Há nossa passagem esteve muito calminho e não teve a ousadia de fazer das suas, também não nos apercebemos se estava mais à direita ou à esquerda, soubemos que ficava para lá daquelas montanhas e que seria a mais alta que avistamos.
Ao final do dia chegamos a Vik, onde não gostamos do local que inicialmente alugamos e fomos procurar noutros sítios, entretanto depois de algumas voltas resolvemos chegar à casa da partida e verificamos que o aspecto exterior em nada indicava que o recheio fosse idêntico, todos gostamos, fomos bem atendidos e pudemos usufruir de grande espaço. Noite bem passada e mais uma aposta ganha.


29 de Maio (304km - Gilberto) – Vik/Höfn



A nossa saída da casa onde pernoitamos, mais parecia que íamos começar naquele momento as nossas férias no entanto este já é o nosso quarto dia. Todos satisfeitos e sorridentes que até ouve um momento para tirarmos a nossa fotografia de despedida à porta de saída desta casa tão modesta em que o seu exterior deixa algo a desejar.
Esta Islândia é sem dúvida um daqueles locais especiais, promovendo para cada dia que aqui estivermos motivos diferentes. Contornando muitos dos locais onde já estivemos apercebemo-nos que aqui o turismo é escasso por aqui anda-se à vontade, até os automóveis são parcos. Estivemos num pequeno miradouro apreciar montes de bolas de lava de antigas erupções, questionamo-nos porque têm esta aparência de bolas enormes, como foi que isto aconteceu. Com o decorrer dos anos têm uma camada de musgo espessa. Foi um local merecido de ser visto. Mais uns quilómetros, mais  quedas ou cascatas de água para admirar.

Visitamos uma pequena quinta onde pudemos apreciar um velho Willys, jipe que ficou famoso durante a 2ª guerra mundial, agora está a descansar debaixo do pequenino barracão porque o seu dono um velhote que sucumbiu á idade há poucos anos, por obra do destino ele e outros familiares que chegaram ou ultrapassaram a centena de anos encontram-se sepultados neste terreno sem que algo os venha incomodar. Permanecem também as suas casinhas, os barracões onde guardavam os seus haveres, as cortes dos animais e até uma pequena igreja, que de tão pequena que é, só cabem lá 4 ou 5 pessoas, sem dúvida era só para eles. Digo igreja porque tem toda a sua fisionomia. E felizes foram todos os habitantes deste lugar de nome “Núpsstaður”.
Caminhamos mais uns quilómetros para chegarmos ao parque nacional de Vatnajökull. A geleira domina uma área que é a maior de todas as geleiras da Europa juntas, vimos vários glaciares a percorreram as suas encostas. Amplos pântanos são visíveis nestas áreas. Num destes locais podemos apreciar focas, gansos e outra passarada que se encontram neste habitat tão gelado. Enormes blocos de gelo flutuam num dos lagos, junto ao mar ainda resistem nesta altura do ano grandes blocos de gelo.




Passamos para o outro lado onde outro glaciar se encontra, mais icebergues flutuam num lago e deparamo-nos com uma enorme quantidade de pássaros que não nos deixam sequer aproximar de um terreno onde depositam os seus ovos sem fazerem qualquer ninho. Eles picam em voos rasantes para nossas cabeças para nos crivarem, fazendo enorme chilreadeira, não há quem os cale, defendendo seus territórios.
Demos por finalizada a nossa viagem quando chegamos a Höfn, onde já tínhamos o nosso alojamento reservado.






O Carlos já tinha visto no Lonely Planet onde havia um bom local para jantarmos. Foi junto ao cais onde encontramos o pequeno restaurante que fazia vários tipos de comida entre eles “sandes”, foi essas sandes que fomos comprar, sandes de lagosta que trouxemos para casa onde nos deliciamos com umas cervejas que já havíamos comprado no supermercado. Todos estes malabarismos para não pagarmos somas aterradoras por uma refeição, mesmo assim cada sandes custou-nos a módica quantia de €20,00, estavam bem servidas e saborosas, gostamos.
 

30 de Maio (450km - Luís) – Höfn/Mývatn


Malas aviadas e lá vão estas seis doninhas fedorentas galgar mais umas quatro centenas de quilómetros, tendo como primeira paragem a pequena vila de Djupivogur, local onde existem cerca de três dúzias de ovos gigantes feitos em granito a ladear a estrada ao longo da baía colocados em cima de paralelos, são uma homenagem às aves do leste da Islândia. A cada espécie de pedra descreve com precisão a forma e os padrões e as cores dos ovos de pássaros que eles representam. Os ovos apesar de diferirem uns dos outros na verdade são todos do mesmo tamanho. Deixamos para trás estradas que circundavam ao longo da costa mas nada tão recortadas como esta que hoje estamos a percorrer, são o começo de uma imensidão de fiordes que vamos ter de desbravar ao longo dos próximos dias. Estes recortes fazem com que o mar entre por terra  a dentro ao longo de muitos quilómetros, não são mais do que aconteceu há milhares de anos em que nestes locais existiram enormes glaciares que se alongavam até ao mar, arrastando consigo pedras e terra dando origem a estes fiordes. No primeiro fiorde fizemos 25 quilómetros até ao final para logo de seguida e paralelamente á via que antecedeu este trajecto vamos fazer outros tantos. A distância entre ambas as estradas é tão curta que qualquer coisa como dois quilómetros a direito rapidamente concluíamos o percurso.

Situação estranha, a temperatura tem estado nos 6-9 graus o que fez que pensássemos que quanto mais caminhássemos para norte mais frio iria estar, nada disso está um dia fabuloso com uma temperatura a oscilar entre os 22 e 23 graus, nem parece que estamos neste país do gelo.
Uns quilómetros mais adiante e pela primeira vez conseguimos ver uma manada de renas, são cervídeos de grande porte, com chifres, sendo o seu habitat em latitudes altas, tais como Canadá, Alasca, Rússia Escandinávia e não deixando de ser também a Islândia. Designo o termo cervídeos, pois eu sou natural de Vila Nova de Cerveira que segundo a história lá viviam inúmeros veados, não mais do que familiares das renas. Já não se contam por quantas quedas de água temos passado, agora mais outra, esta de dimensões assustadoras. Nestas situação tivemos de subir uns bons metros, cerca de 500 para cada lado para podermos apreciar de perto esta queda, não foi possível aproximarmo-nos mais por causa das imensas gotículas que se espalham, resultante da altura donde caem bem como a deslocação de ar que provoca.

Perto de Mývatn ainda tivemos tempo para visitar uma aérea vulcânica em que vimos lugares onde existem imensas fumarolas de actividade vulcânica, havendo um odor pestilento a enxofre  pois vimos grandes quantidades a serem cuspidas, por vezes ficamos asfixiados com o forte odor e névoa. A emissão constante de gases tornou o solo completamente estéril e ácido, incapaz de manter as diferentes floras e faunas que existem na Islândia. Mais um local e um nome bem difícil de se ler ou pronunciar "Námaskarð". Finalizamos este dia nas margensa do lago Mývatn que se formou por uma grande erupção de lava há 2300 anos. Um dos problemas foi a grande quantidade de mosquitos que tivemos de enfrentar quando fomos comprar as nossas pizas que custaram a modesta quantia de €37, para que não gastássemos todo o dinheiro neste jantar, levamos as pizas para casa onde já tínhamos as nossa bebidas do costume, caso contrário iriamos gastar mais uns €15 para bebida e se caso bebêssemos um café seriam mais €8, ou seja cada pessoa iria pagar nas melhores das hipóteses €42, barato não acham!


31 de Maio (841km – Carlos) –Mývatn/Isafjörður
 
Vamos deixando para trás uma grande parte do leste desta ilha, embrenhando-nos cada vez mais nos colossais fiordes que nos vão acompanhar ao longo do dia de hoje,  torneando e intercalando durante todo o percurso.
Umas da primeiras paragens programada seria em Akureyri, mas encontramos outro lugar  encantador, Langanes onde fizemos um giro por esta cidade encontrando um pequeno bar explorado por um fulano que tem sempre algo para contar, mais parece aqueles navegadores que já correram mundo inteiro e finalizam sua etapa numa pequena ilha ou mesmo num lugarejo  como este onde montou o seu negócio e assim vai viver até ficar velho, velho mesmo, contando todas as suas histórias.
Visita concluída aí vamos fiordes e mais fiordes, para chegamos a Akureyri que fica supostamente num desses fiordes.
Já com muitos quilómetros concluídos começamos avistar esta linda cidade do outro lado deste enorme fiorde, foi engraçada a nossa aproximação, mais parecia que nunca mais chagávamos. Paramos num vale que nos forneceu uma bela paisagem para de seguida passearmos ao longo do cais onde atracam grandes cruzeiros e pudemos ver outras embarcações que estão preparadas para os duros invernos, pois a proa desses barcos está arranjada para quebrar o gelo destes mares. Neste percurso ainda fomos visitar uma exposição de trajes, zoologia, descobrimentos, exploradores e muitos mais factos deste território. Como não se encontrava ninguém à entrada, sorrateiramente fomos indo, vimos uma série de crianças que estavam numa visita de estudo, passamos por um dos responsáveis que nos olhou mas não fomos intimidados a pagar seja o que fosse. Porém reparei que havia uma placa na entrada a informar o preço do acesso €5,00. Invasão de Portugas, foi o que aconteceu, mais uma vez. Gostamos desta cidade e prosseguimos nossa viagem através da costa, vamos vendo que a floresta não existe, mas a paisagem é um encanto, ainda existe muita neve nas encostas das montanhas, dá-nos uma vista admirável.
Chegamos a um cruzamento que indica a 6km podem-se avistar baleias. Aí também havia uma mesa e uns bancos que serviu para nos sentarmos e comermos os nossos alimentos que nós já possuíamos para tal.
De seguida lá fomos no intuito de ver tais raridades, porém apenas avistamos focas e baleias nem vê-las, valeu pelo desvio que fizemos.
Mais outro local que passamos o Troll do Nordeste, uma formação rochosa na península de Vatnsnes de nome Hvítserkur com 15 metros de altura que mostra uma figura que podemos imaginar como camelo, hipopótamo, sei lá o quê. O certo é que quando o olhamos nos faz parecer algo que… Mais fotografias foram tiradas e a caminho que já se faz tarde, pois a noite está a chegar e pouco luz vamos ainda ter.
Ei, mas que raio de conversa esta – a noite está a chegar!
Qual noite o dia aqui permanece por 24 horas nesta altura do ano, temos sim dia para tudo o que queiramos fazer.
Desta forma mais adiante passamos por uma manada de cavalos que se encontravam dentro da cerca, mas eram tão mansos que se  aproximaram de nós, mais umas festas lhes fizemos, até um macho, um garanhão  do caraças quis mostrar os seus dotes de ter tantas éguas e chega-se a nós com o seu trólei a roçar o chão.
Estavam a ser 10h00 quando chegamos a Isafjörður, isto ao fim da nossa maior etapa concluída com 841km, sempre o mesmo condutor, Carlos Neves.


1 de Junho (497km – Gilberto) – Isafjörður/Látrabjarg/Búðardalur


O dia iniciou-se com um passeio que fomos fazer pela zona portuária, pudemos reparar nas imensas embarcações existentes, não sendo este país uma local de grandes navegadores como foram os portugueses e comparando com a densidade nacional o número de embarcações supera as existentes na nossa terra. Como é possível tal acontecer!
Muito facilmente vemos que o poder de compra de todos nós é escasso e ter uma embarcação em Portugal acarreta uma mão cheia de impostos, por isso é esquecer e compra-se um chaço velho para dar umas voltas pela terra ou pelo menos não ter de ir a pé ao supermercado. Fiquei a saber que esta cidade tem uns escaços 4000  habitantes, no entanto existe uma zona onde a construção é muito antiga toda feita em madeira onde as cores vão diferir umas das outras tornando-a encantadora.
Partimos para mais um percurso em que poucos quilómetros tinha-mos feito e logo transpomos um túnel que parecia não ter fim, este atravessa uma montanha que nos vai levar ao outro lado desembocando num vale que de seguida visitamos mais outra queda de água fabulosa.
Hoje parece que só temos novidades e o que vemos lá adiante, uma praia enorme onde a areia é branca, igualzinha às nossa praias – areia branca que nos faz vontade de irmos tomar uma banhoca. Alto lá a água de certeza que é mesmo fria.
Já perto da hora do almoço avistamos os restos de um avião da força aérea americana ainda com as letras da “United States Navy”, quanto bastou para pararmos e basculhar a razão de ali estar, logo vimos que uma grande parte dele estava espalhada ao longo do terreno, como o trem de aterragem, motores, painel do comando e as asas, porém outras raridade por ali estavam; camião antigo, grua e mais outro avião muito antigo este, encontra-se dentro de um enorme hangar, mas completamente reconstruido. Havia neste lugar tanta tralha, até a fuselagem de um Boeing ainda com a sua parte eletrónica. Ficamos bem elucidados e soubemos que o futuro de tudo aquilo era para expandir um museu que já estava principiado dentro daquele hangar.
Este local também era um ponto de paragem para todos os turistas como nós que estávamos a dirigirmo-nos para Látrabjarg. Todos, nós quisemos comer uma sopa mas apenas conseguimos duas pois já não havia mais, porque momentos antes tinha entrado uma excursão que consumiu quase tudo o que havia. A compra de uma sopa, dava direito a repetir e quase todos repetiram e mais, bem nós reparamos quando fomos repetir a sopa, já não havia, mas resolveram o problema dando em troca duas bolinhas de pão, fatia de queijo, manteiga e um frasquinho de compota, quantidades bens servidas.
Eram 14h00 quando chegamos a Látrabjarg onde vamos procurar onde estão os tais papagaios do mar, mais conhecidos de “Puffin” neste penhasco com abismos e avisos de derrocadas de terra. Logo avistamos os primeiros, empoleirados numa rocha junto da ravina, logo outros chegaram e as máquinas fotográficas começaram a disparar sem parar, todos queriam a melhor foto, acho que consegui.
Juntamente haviam mais pássaros entre eles, uma imensidão de gaivotas de várias famílias, estas eram uns milhares que se empoleiravam nas pedras que estavam cobertas pelos seus excrementos espalhando um cheiro nauseabundo misturado com o cheiro de peixe podre que transportam para estes rochedos. Fizemos uma longa caminhada, vimos toda esta bicharada e regressamos à nossa viatura para voltar atrás pela mesma estrada que nos trouxe aqui, são umas largas dezenas de quilómetros até apanharmos a estrada que nos irá levar para o sul.
Sucedeu que já fizemos mais de uma centena de quilómetros em macadame e buracos monstruosos e pavimento muito irregular, pois as sacudidelas e saltos levou a que a Sofia tivesse muitas dores nas costas, a coluna levou aquilo que chamamos de tareia. Para minimizar começou a sentar-se no lugar da frente, mas teve de tomar uns comprimidos para reduzir aquele choque violento.
Continuamos a nossa viagem e mais macadame pela frente, foi uma tirada dos diabos onde a nossa média foi mais baixa, mas ao final da tarde finalizamos a nossa viagem de hoje, mais uma vez com sucesso e boa disposição.
    
2 de Junho (257km – Luís) – Búðardalur/Reiquiavique/Keflavik


O amanhecer de hoje foi igual a todos os outros dias, ou seja digo amanhecer porque acordamos, pois dia foi sempre, pergunto pode-se chamar a este começo de “amanhecer”. E no final do dia podemos dizer que está anoitecer?
Adiante, que se faz tarde para irmos visitar a cratera de Grabrok, logo chegamos e começam a cair uns pingos que fez que parte dos veraneantes de inverno perdessem o empenho de a visitar. Lá vai então a Sofia mais a Alice e eu, subir uma enorme escadaria que nos levou até à vertente da cratera, começamos a fazer o tour pela sua encosta ao ponto de que em determinado local estava uma ventaneira que trazia um frio de enregelar os ossos. Tivemos de acelerar para transpor aquele gelo, poucos metros adiante e o frio e vento tinha passado, porque começamos a circular já dentro da cratera que nos abrigou. Belas paisagens nós detivemos, tanto que do alto avistamos outro vulcão vizinho e mais ao longe o vale que não parece ter fim. Valeu a pena a visita.
Retomado o circuito encaminhamo-nos para Reiquiavique onde demos a nossa volta pelo porto onde vimos um barco enorme na zona de reparação mas como esta parece que nunca mais termina o pobrezinho pinga ferrugem por tudo que é sítio, até os carris, suportes e guinchos estão a desfazer-se em ferrugem. Aqui parece que já vimos tudo, então voltamos para a zona portuária mais moderna e comercial. Aí detivemo-nos com uma festa rija, com música e bancas onde ofereciam uma diversidade de acepipes de peixes, entre os quais de baleia, salmão, arinca, arenque e outros, conseguimos provar uma série deles que gostamos e apreciamos outros sabores. Fomos visitar um barco de treino onde uma classe de bombeiros eram informados e treinados para socorrer pessoas de barcos em perigo. Nestas voltas conseguimos assistir a uma corrida de bicicleta onde o mais simples cidadão poderia mostrar as suas habilidades ciclísticas. Falo em simples cidadão apenas para dizer que não é um ciclista que faça as suas corridas com regularidade, reparamos que havia senhoras todas emproadas, vestidas a rigor em cima das duas rodas, bem como velhotes da mesma classe e crianças, misturadas com aqueles que pedalam duro para vencer a corrida.
Agora estamos já no centro, aquilo que chamamos baixa da cidade a ver as montras das lojas e apreciar os lindos edifícios.  Num canto estivemos a ouvir cantar um grupo de homens que demonstraram a sua aptidão coral muito afinada, não nos pareceu ser grupo de ocasião, tantas vezes já devem ter tido aquela presença tão espontânea na rua onde o público aplaudiu e ficou encantado com aqueles cantos tradicionais. Estes encontravam-se vestidos a rigor, valorizando a sua actuação.
Já tarde demos uma fugida ao cimo da colina de Öskjuhlíð para subirmos aos enormes depósitos de água quente conhecido por Perlan. Em 1991 foi reacondicionado formando seis cilindros colossais que hoje são um ex-líbris desta cidade.
Finalizamos desta forma a nossa visita para depois nos metermos a caminho de Keflavik para fazermos a devolução da viatura alugada seguidamente irmos apanhar o avião para Madrid.
Perto da meia-noite já nos encontrávamos dentro do aeroporto a tratar do nosso embarque.

3 de Junho - Keflavik/Madrid/Lisboa


Finalizada a nossa ida à Islândia onde contornamos toda a ilha percorrendo um total de 2991km, podemos afirmar que ficamos imensamente satisfeitos com todo o desenrolar dos acontecimentos que  engrandeceram esta pequena permanência neste país. Achamos que viemos aqui na altura ideal em que as temperaturas estão mais ajustadas com o nosso modo de coabitar, sem dúvida mais um enorme sucesso no índice, das grandes viagens que temos feito.
Apenas um senão; os preço praticados nesta ilha são exageradamente elevados para a maior parte dos turistas que aqui vem, mesmo aqueles em que o suporte financeiro é mais elevado do que o nosso se queixam. Vimos que há turistas que alugam auto-caravanas para combater os preços exagerados dos serviços hoteleiros e de restauração, ali dormem e cozinham, com isto disse tudo da exorbitância dos valores praticados.

Ao fim da noite apanhamos o avião que nos trouxe para Madrid  onde fizemos a escala para regressarmos ao nosso querido Portugal que só não está na vanguarda da Europa por causa dos péssimos políticos que sempre tivemos.

Percorremos 2232 km

O Misterioso Iraque - 2025

O MISTERIOSO IRAQUE EXPEDICAO MESOPOTANIA