ISLANDIA
2018-GELEIRA NA
PRIMAVERA
PRIMAVERA
26
de Maio – Lisboa/Madrid/Keflavik
Encontrámo-nos no aeroporto da
Portela cerca das 15h30. Pelas 16h45 o voo IB 3103 partia em direção a Madrid.
No entanto fomos os últimos a chegar por uma simples razão não gostamos mesmo
nada de estar nos aeroportos à espera da hora da partida, somos totalmente
alérgicos a este tipo de espera. O mesmo já não se passa com os nosso amigos,
Carlos, Júlia, Luís e Alice, eles gostam de chegar cedo bem cedo.
Passamos a noite a dormitar.
27
de Maio (343km - Luís) –Keflavik/Selfoss/Reiquiavique
Logo seguimos para a zona ribeirinha para depois nos embrenharmos na zona comercial, não mais o nosso intuito é jantar qualquer coisa diferente, mas logo deparamos com preços elevadíssimos como 70€ para um prato que não inclui bebidas nem sobremesas, mais, entrei dentro de um que me parecia o mais indicado e vi que não era mais que marisco e este não era da qualidade que esperava para o preço indicado, supercaro, Desistimos e fomos parar num bar de estilo americano onde saboreamos uma boa cerveja (água) e não poderia faltar um hamburger enfarta brutos. Na realidade uma cerveja neste bar custava a modica quantia de €12. Foi o melhor que se arranjou para o zé pelintra Portuga neste 1º dia a levar com frio, quatro graus e alguma chuva.
Quando
nos aproximávamos da Islândia reparamos que àquela hora, mais propriamente 4h00
da manhã era dia e o sol já se via no horizonte, encontrávamos na zona do globo
em que nesta altura do ano não se faz noite, vai ser agradável tal situação.
Chegados
à Islândia tivemos um primeiro senão a companhia de rent a car encontra-se
encerrada. Tivemos pouca informação e resolvemos passar pelas brasas nos bancos
deste aeroporto, mais pessoas encontravam-se nesta situação. Todos dormitamos
um pouco mas dali a poucas horas já estávamos com a pestana aberta. Foi o
suficiente para repararmos num funcionário que ali se encontrava e que já lhes
tínhamos feito umas perguntas quando aqui chegamos, agora o questionamos sobre
a hora que podíamos ir até à empresa de aluguer. Conversa e questões por nós
levantadas foi o suficiente para abreviarmos o levantamento das viaturas bem
como a troca de levarmos apenas uma maior com capacidade para 8 passageiros,
como somos seis vamos mais à vontade. Impasse ultrapassado vamos então
encaminhar-nos para a nossa primeira visita, sendo Blue Laggon, esta é a única
piscina natural de águas azuis leitosas de lama de sílica.
Os campos de lava
que a rodeiam fazem lembrar um sítio doutro planeta. Seguimos um novo trajecto
até Selfoss para chegarmos mais adiante ao géiser situado no vale Haukadalur
onde pudemos observar as suas explosões de água que pode ir até uma altura de
30 metros. Finalizada esta visita passamos por uma queda de água espetacular
onde esta passa por um estreito que a projeta com grande velocidade provocando
um torrente medonha. O dia de hoje tem sido fértil em vermos jipes, camionetas
e pick up, modelos totalmente transformados para transpor os mais diversos
obstáculos, são lindos e têm aspecto de agressivos, toda a gente os olha e
tirão as mais diversas fotos. Por fim regressamos a Reiquiavique capital deste
país tão lindo, demos as nossas voltas onde visitamos a catedral, tem a forma
de um órgão de tubos e é o ex-libris desta cidade onde qualquer turista aqui vem
tirar a sua melhor foto, sem dúvida tem uma arquictetura totalmente diferente.Logo seguimos para a zona ribeirinha para depois nos embrenharmos na zona comercial, não mais o nosso intuito é jantar qualquer coisa diferente, mas logo deparamos com preços elevadíssimos como 70€ para um prato que não inclui bebidas nem sobremesas, mais, entrei dentro de um que me parecia o mais indicado e vi que não era mais que marisco e este não era da qualidade que esperava para o preço indicado, supercaro, Desistimos e fomos parar num bar de estilo americano onde saboreamos uma boa cerveja (água) e não poderia faltar um hamburger enfarta brutos. Na realidade uma cerveja neste bar custava a modica quantia de €12. Foi o melhor que se arranjou para o zé pelintra Portuga neste 1º dia a levar com frio, quatro graus e alguma chuva.
28
de Maio (299km - Carlos) – Reiquiavique/Vik
Notícias do dia a D. Alice mais parece
que não está de férias, uma das razões até ao momento foi ter acordado o Luís
às 6 da manhã, será já caduquice!
Acordamos a tentar digerir o preço
de 1 litro de água, apenas €4,70 um litro, ainda dizemos que as garrafas de
águas que são vendidas nas estações de serviço
dos nossos auto estradas são caras.
A contrapartida foi termos um
pequeno almoço excepcional que superou as nossas espectativas dos preços
elevados deste país.
É muito
importante a escolha do trajecto para hoje, mas vamos andando ao sabor do
vento, apenas sabemos que teremos de chegar a Vik para pernoitar e como os dias
aqui têm muitas horas não será problema, mas já sabemos que o comércio fecha às
18h00, alguns um pouco mais tarde mas nunca ultrapassam as 19h00. Ao longo
desta viagem temos tido sempre umas paisagens agradáveis com as montanhas terem
ainda grandes quantidades de neve o que nos desperta sempre atenção, tanto que
o degelo está a derrete-la fazendo enormes cascatas. Vimos várias casas de
campo que embandeiram quintas ou pequenas herdades, que se encontram com uma
decoração de há longos anos, onde estão bem visíveis as placas ou tabuletas em
madeira que dão o nome do proprietário ou do local, por vezes lembra-me os
ranchos dos Estados Unidos, tal é a sua semelhança. Estamos a passar por Þingvellirn, não é mais do que um parque
nacional devido à sua importância histórica. Neste local duas placas tectónicas
estão afastar-se fazendo que haja uma imensa garganta entre ambas provocando de
tempos a tempos tremores de terra que são notórios nesta região.
Fizemos um
percurso imenso para ficarmos com uma ideia ampla do que está acontecendo.
Vimos as enormes brechas ao longo do caminho. A certa altura estávamos entre
colossais rochedos que nos rodeavam, caso houvesse um tremor de terra nessa
altura qual seria o desenrolar da situação. Todos nos sentimos alegres por aqui
estar e várias questões nos vamos lembrando, sendo factor das nossas conversas.
Tantas fotos tiramos, nós e outras pessoas, sei que a maioria nunca mais será
vista, tira-se a foto guarda-se e acabou, fica num saco sem fundo, comigo não
será bem assim, tantas vezes vou ver fotos com muitos anos e chega a nostalgia
dos bons velhos tempos.
Neste local há várias quedas de água, talvez
provenientes deste desníveis de terreno, lá em baixo corre um rio no vale que
avistamos, estando tudo verdejante, mas desprovido de arvoredo, raramente
avistamos árvores. Os invernos longos e
agrestes não as deixam crescer.
Longa viagem
a de hoje, passamos por mais quedas de água a última desprende-se de uma altura
de muito metros, não me lembro do seu nome, é bem conhecida e faz parte de
todos os roteiros da Islândia. Um pouco mais à frente chegamos ao tão nosso
conhecido vulcão que fez parar uma grande parte dos aviões que sobrevoavam
grande parte da Europa por causa das cinzas que expeliu para a atmosfera. Seu
nome muito fácil de pronunciar “Eyjafjallajökull” A actividade sísmica
iniciou-se em final do ano de 2009, dando lugar a uma erupção a 20 de Março de
2010. Há nossa passagem esteve muito calminho e não teve a ousadia de fazer das
suas, também não nos apercebemos se estava mais à direita ou à esquerda,
soubemos que ficava para lá daquelas montanhas e que seria a mais alta que
avistamos.
Ao final do dia chegamos a Vik, onde não gostamos do
local que inicialmente alugamos e fomos procurar noutros sítios, entretanto
depois de algumas voltas resolvemos chegar à casa da partida e verificamos que
o aspecto exterior em nada indicava que o recheio fosse idêntico, todos
gostamos, fomos bem atendidos e pudemos usufruir de grande espaço. Noite bem passada e mais uma aposta ganha.
29
de Maio (304km - Gilberto) – Vik/Höfn
A nossa saída da casa onde
pernoitamos, mais parecia que íamos começar naquele momento as nossas férias no
entanto este já é o nosso quarto dia. Todos satisfeitos e sorridentes que até
ouve um momento para tirarmos a nossa fotografia de despedida à porta de saída
desta casa tão modesta em que o seu exterior deixa algo a desejar.
Esta Islândia é sem dúvida um
daqueles locais especiais, promovendo para cada dia que aqui estivermos motivos
diferentes. Contornando muitos dos locais onde já estivemos apercebemo-nos que
aqui o turismo é escasso por aqui anda-se à vontade, até os automóveis são parcos.
Estivemos num pequeno miradouro apreciar montes de bolas de lava de antigas
erupções, questionamo-nos porque têm esta aparência de bolas enormes, como foi
que isto aconteceu. Com o decorrer dos anos têm uma camada de musgo espessa.
Foi um local merecido de ser visto. Mais uns quilómetros, mais quedas ou cascatas de água para admirar.
Visitamos uma pequena quinta onde
pudemos apreciar um velho Willys, jipe que ficou famoso durante a 2ª guerra
mundial, agora está a descansar debaixo do pequenino barracão porque o seu dono
um velhote que sucumbiu á idade há poucos anos, por obra do destino ele e
outros familiares que chegaram ou ultrapassaram a centena de anos encontram-se
sepultados neste terreno sem que algo os venha incomodar. Permanecem também as
suas casinhas, os barracões onde guardavam os seus haveres, as cortes dos
animais e até uma pequena igreja, que de tão pequena que é, só cabem lá 4 ou 5
pessoas, sem dúvida era só para eles. Digo igreja porque tem toda a sua
fisionomia. E felizes foram todos os habitantes deste lugar de nome
“Núpsstaður”.
Caminhamos mais uns quilómetros para chegarmos ao parque nacional de Vatnajökull. A geleira domina uma área que é a maior de todas as geleiras da Europa juntas, vimos vários glaciares a percorreram as suas encostas. Amplos pântanos são visíveis nestas áreas. Num destes locais podemos apreciar focas, gansos e outra passarada que se encontram neste habitat tão gelado. Enormes blocos de gelo flutuam num dos lagos, junto ao mar ainda resistem nesta altura do ano grandes blocos de gelo.
Caminhamos mais uns quilómetros para chegarmos ao parque nacional de Vatnajökull. A geleira domina uma área que é a maior de todas as geleiras da Europa juntas, vimos vários glaciares a percorreram as suas encostas. Amplos pântanos são visíveis nestas áreas. Num destes locais podemos apreciar focas, gansos e outra passarada que se encontram neste habitat tão gelado. Enormes blocos de gelo flutuam num dos lagos, junto ao mar ainda resistem nesta altura do ano grandes blocos de gelo.
Passamos para o outro lado onde
outro glaciar se encontra, mais icebergues flutuam num lago e deparamo-nos com
uma enorme quantidade de pássaros que não nos deixam sequer aproximar de um
terreno onde depositam os seus ovos sem fazerem qualquer ninho. Eles picam em
voos rasantes para nossas cabeças para nos crivarem, fazendo enorme
chilreadeira, não há quem os cale, defendendo seus territórios.
Demos por finalizada a nossa viagem
quando chegamos a Höfn, onde já tínhamos o nosso alojamento reservado.
30
de Maio (450km - Luís) – Höfn/Mývatn
31 de Maio (841km – Carlos) –Mývatn/Isafjörður
Umas da primeiras
paragens programada seria em Akureyri, mas encontramos outro lugar encantador, Langanes onde fizemos um giro por
esta cidade encontrando um pequeno bar explorado por um fulano que tem sempre
algo para contar, mais parece aqueles navegadores que já correram mundo inteiro
e finalizam sua etapa numa pequena ilha ou mesmo num lugarejo como este onde montou o seu negócio e assim
vai viver até ficar velho, velho mesmo, contando todas as suas histórias.
Malas aviadas e lá vão estas seis
doninhas fedorentas galgar mais umas quatro centenas de quilómetros, tendo como
primeira paragem a pequena vila de Djupivogur, local onde existem cerca de três
dúzias de ovos gigantes feitos em granito a ladear a estrada ao longo da baía
colocados em cima de paralelos, são uma homenagem às aves do leste da Islândia.
A cada espécie de pedra descreve com precisão a forma e os padrões e as cores
dos ovos de pássaros que eles representam. Os ovos apesar de diferirem uns dos
outros na verdade são todos do mesmo tamanho. Deixamos para trás estradas que circundavam
ao longo da costa mas nada tão recortadas como esta que hoje estamos a percorrer,
são o começo de uma imensidão de fiordes que vamos ter de desbravar ao longo
dos próximos dias. Estes recortes fazem com que o mar entre por terra a dentro ao longo de muitos quilómetros, não
são mais do que aconteceu há milhares de anos em que nestes locais existiram
enormes glaciares que se alongavam até ao mar, arrastando consigo pedras e
terra dando origem a estes fiordes. No primeiro fiorde fizemos 25 quilómetros
até ao final para logo de seguida e paralelamente á via que antecedeu este
trajecto vamos fazer outros tantos. A distância entre ambas as estradas é tão
curta que qualquer coisa como dois quilómetros a direito rapidamente
concluíamos o percurso.
Situação estranha, a temperatura tem
estado nos 6-9 graus o que fez que pensássemos que quanto mais caminhássemos
para norte mais frio iria estar, nada disso está um dia fabuloso com uma
temperatura a oscilar entre os 22 e 23 graus, nem parece que estamos neste país
do gelo.
Uns quilómetros mais adiante e pela
primeira vez conseguimos ver uma manada de renas, são cervídeos de grande
porte, com chifres, sendo o seu habitat em latitudes altas, tais como Canadá,
Alasca, Rússia Escandinávia e não deixando de ser também a Islândia. Designo o
termo cervídeos, pois eu sou natural de Vila Nova de Cerveira que segundo a
história lá viviam inúmeros veados, não mais do que familiares das renas. Já
não se contam por quantas quedas de água temos passado, agora mais outra, esta
de dimensões assustadoras. Nestas situação tivemos de subir uns bons metros,
cerca de 500 para cada lado para podermos apreciar de perto esta queda, não foi
possível aproximarmo-nos mais por causa das imensas gotículas que se espalham, resultante
da altura donde caem bem como a deslocação de ar que provoca.
Perto de Mývatn ainda tivemos tempo
para visitar uma aérea vulcânica em que vimos lugares onde existem imensas
fumarolas de actividade vulcânica, havendo um odor pestilento a enxofre pois vimos grandes quantidades a serem
cuspidas, por vezes ficamos asfixiados com o forte odor e névoa. A emissão
constante de gases tornou o solo completamente estéril e ácido, incapaz de
manter as diferentes floras e faunas que existem na Islândia. Mais um local e
um nome bem difícil de se ler ou pronunciar "Námaskarð". Finalizamos este dia nas margensa do lago Mývatn que se formou por uma grande erupção de lava há 2300 anos. Um dos problemas foi
a grande quantidade de mosquitos que tivemos de enfrentar quando fomos comprar
as nossas pizas que custaram a modesta quantia de €37, para que não gastássemos
todo o dinheiro neste jantar, levamos as pizas para casa onde já tínhamos as
nossa bebidas do costume, caso contrário iriamos gastar mais uns €15 para
bebida e se caso bebêssemos um café seriam mais €8, ou seja cada pessoa iria
pagar nas melhores das hipóteses €42, barato não acham!
31 de Maio (841km – Carlos) –Mývatn/Isafjörður
Vamos deixando
para trás uma grande parte do leste desta ilha, embrenhando-nos cada vez mais
nos colossais fiordes que nos vão acompanhar ao longo do dia de hoje, torneando e intercalando durante todo o
percurso.
Visita concluída
aí vamos fiordes e mais fiordes, para chegamos a Akureyri que fica supostamente
num desses fiordes.
Já com muitos
quilómetros concluídos começamos avistar esta linda cidade do outro lado deste
enorme fiorde, foi engraçada a nossa aproximação, mais parecia que nunca mais
chagávamos. Paramos num vale que nos forneceu uma bela paisagem para de seguida
passearmos ao longo do cais onde atracam grandes cruzeiros e pudemos ver outras
embarcações que estão preparadas para os duros invernos, pois a proa desses
barcos está arranjada para quebrar o gelo destes mares. Neste percurso ainda
fomos visitar uma exposição de trajes, zoologia, descobrimentos, exploradores e
muitos mais factos deste território. Como não se encontrava ninguém à entrada,
sorrateiramente fomos indo, vimos uma série de crianças que estavam numa visita
de estudo, passamos por um dos responsáveis que nos olhou mas não fomos
intimidados a pagar seja o que fosse. Porém reparei que havia uma placa na
entrada a informar o preço do acesso €5,00. Invasão de Portugas, foi o que
aconteceu, mais uma vez. Gostamos desta cidade e prosseguimos nossa viagem
através da costa, vamos vendo que a floresta não existe, mas a paisagem é um
encanto, ainda existe muita neve nas encostas das montanhas, dá-nos uma vista
admirável.
Chegamos a um
cruzamento que indica a 6km podem-se avistar baleias. Aí também havia uma mesa
e uns bancos que serviu para nos sentarmos e comermos os nossos alimentos que nós
já possuíamos para tal.
De seguida lá
fomos no intuito de ver tais raridades, porém apenas avistamos focas e baleias
nem vê-las, valeu pelo desvio que fizemos.
Mais outro local
que passamos o Troll do Nordeste, uma formação rochosa na península de Vatnsnes
de nome Hvítserkur com 15 metros de altura que mostra uma figura que podemos
imaginar como camelo, hipopótamo, sei lá o quê. O certo é que quando o olhamos
nos faz parecer algo que… Mais fotografias foram tiradas e a caminho que já se
faz tarde, pois a noite está a chegar e pouco luz vamos ainda ter.
Qual noite o dia
aqui permanece por 24 horas nesta altura do ano, temos sim dia para tudo o que
queiramos fazer.
Desta forma mais
adiante passamos por uma manada de cavalos que se encontravam dentro da cerca,
mas eram tão mansos que se aproximaram
de nós, mais umas festas lhes fizemos, até um macho, um garanhão do caraças quis mostrar os seus dotes de ter
tantas éguas e chega-se a nós com o seu trólei a roçar o chão.
Estavam a ser
10h00 quando chegamos a Isafjörður, isto ao fim da nossa maior etapa concluída
com 841km, sempre o mesmo condutor, Carlos Neves.
1 de Junho (497km – Gilberto) –
Isafjörður/Látrabjarg/Búðardalur
O dia iniciou-se
com um passeio que fomos fazer pela zona portuária, pudemos reparar nas imensas
embarcações existentes, não sendo este país uma local de grandes navegadores
como foram os portugueses e comparando com a densidade nacional o número de
embarcações supera as existentes na nossa terra. Como é possível tal acontecer!
Muito facilmente
vemos que o poder de compra de todos nós é escasso e ter uma embarcação em
Portugal acarreta uma mão cheia de impostos, por isso é esquecer e compra-se um
chaço velho para dar umas voltas pela terra ou pelo menos não ter de ir a pé ao
supermercado. Fiquei a saber que esta cidade tem uns escaços 4000 habitantes, no entanto existe uma zona onde a
construção é muito antiga toda feita em madeira onde as cores vão diferir umas
das outras tornando-a encantadora.
Partimos para
mais um percurso em que poucos quilómetros tinha-mos feito e logo transpomos um
túnel que parecia não ter fim, este atravessa uma montanha que nos vai levar ao
outro lado desembocando num vale que de seguida visitamos mais outra queda de
água fabulosa.
Hoje parece que
só temos novidades e o que vemos lá adiante, uma praia enorme onde a areia é branca,
igualzinha às nossa praias – areia branca que nos faz vontade de irmos tomar
uma banhoca. Alto lá a água de certeza que é mesmo fria.
Já perto da hora
do almoço avistamos os restos de um avião da força aérea americana ainda com as
letras da “United States Navy”, quanto bastou para pararmos e basculhar a razão
de ali estar, logo vimos que uma grande parte dele estava espalhada ao longo do
terreno, como o trem de aterragem, motores, painel do comando e as asas, porém
outras raridade por ali estavam; camião antigo, grua e mais outro avião muito
antigo este, encontra-se dentro de um enorme hangar, mas completamente
reconstruido. Havia neste lugar tanta tralha, até a fuselagem de um Boeing
ainda com a sua parte eletrónica. Ficamos bem elucidados e soubemos que o
futuro de tudo aquilo era para expandir um museu que já estava principiado
dentro daquele hangar.
Este
local também era um ponto de paragem para todos os turistas como nós que
estávamos a dirigirmo-nos para Látrabjarg. Todos, nós quisemos comer uma sopa
mas apenas conseguimos duas pois já não havia mais, porque momentos antes tinha
entrado uma excursão que consumiu quase tudo o que havia. A compra de uma sopa,
dava direito a repetir e quase todos repetiram e mais, bem nós reparamos quando
fomos repetir a sopa, já não havia, mas resolveram o problema dando em troca duas
bolinhas de pão, fatia de queijo, manteiga e um frasquinho de compota,
quantidades bens servidas.
Eram 14h00
quando chegamos a Látrabjarg onde vamos procurar onde estão os tais papagaios
do mar, mais conhecidos de “Puffin” neste penhasco com abismos e avisos de derrocadas
de terra. Logo avistamos os primeiros, empoleirados numa rocha junto da ravina,
logo outros chegaram e as máquinas fotográficas começaram a disparar sem parar,
todos queriam a melhor foto, acho que consegui.
Juntamente
haviam mais pássaros entre eles, uma imensidão de gaivotas de várias famílias, estas
eram uns milhares que se empoleiravam nas pedras que estavam cobertas pelos
seus excrementos espalhando um cheiro nauseabundo misturado com o cheiro de
peixe podre que transportam para estes rochedos. Fizemos uma longa caminhada,
vimos toda esta bicharada e regressamos à nossa viatura para voltar atrás pela
mesma estrada que nos trouxe aqui, são umas largas dezenas de quilómetros até
apanharmos a estrada que nos irá levar para o sul.
Sucedeu que já
fizemos mais de uma centena de quilómetros em macadame e buracos monstruosos e
pavimento muito irregular, pois as sacudidelas e saltos levou a que a Sofia
tivesse muitas dores nas costas, a coluna levou aquilo que chamamos de tareia.
Para minimizar começou a sentar-se no lugar da frente, mas teve de tomar uns
comprimidos para reduzir aquele choque violento.
Continuamos a
nossa viagem e mais macadame pela frente, foi uma tirada dos diabos onde a
nossa média foi mais baixa, mas ao final da tarde finalizamos a nossa viagem de
hoje, mais uma vez com sucesso e boa disposição.
2 de Junho (257km – Luís) –
Búðardalur/Reiquiavique/Keflavik
O amanhecer de
hoje foi igual a todos os outros dias, ou seja digo amanhecer porque acordamos,
pois dia foi sempre, pergunto pode-se chamar a este começo de “amanhecer”. E no
final do dia podemos dizer que está anoitecer?
Adiante, que se
faz tarde para irmos visitar a cratera de Grabrok, logo chegamos e começam a cair uns pingos que fez que parte dos veraneantes
de inverno perdessem o empenho de a visitar. Lá vai então a Sofia mais a Alice
e eu, subir uma enorme escadaria que nos levou até à vertente da cratera,
começamos a fazer o tour pela sua encosta ao ponto de que em determinado local estava
uma ventaneira que trazia um frio de enregelar os ossos. Tivemos de acelerar
para transpor aquele gelo, poucos metros adiante e o frio e vento tinha
passado, porque começamos a circular já dentro da cratera que nos abrigou.
Belas paisagens nós detivemos, tanto que do alto avistamos outro vulcão vizinho
e mais ao longe o vale que não parece ter fim. Valeu a pena a visita.
Retomado
o circuito encaminhamo-nos para Reiquiavique onde demos a nossa volta pelo
porto onde vimos um barco enorme na zona de reparação mas como esta parece que
nunca mais termina o pobrezinho pinga ferrugem por tudo que é sítio, até os
carris, suportes e guinchos estão a desfazer-se em ferrugem. Aqui parece que já
vimos tudo, então voltamos para a zona portuária mais moderna e comercial. Aí detivemo-nos
com uma festa rija, com música e bancas onde ofereciam uma diversidade de
acepipes de peixes, entre os quais de baleia, salmão, arinca, arenque e outros,
conseguimos provar uma série deles que gostamos e apreciamos outros sabores.
Fomos visitar um barco de treino onde uma classe de bombeiros eram informados e
treinados para socorrer pessoas de barcos em perigo. Nestas voltas conseguimos
assistir a uma corrida de bicicleta onde o mais simples cidadão poderia mostrar
as suas habilidades ciclísticas. Falo em simples cidadão apenas para dizer que
não é um ciclista que faça as suas corridas com regularidade, reparamos que
havia senhoras todas emproadas, vestidas a rigor em cima das duas rodas, bem
como velhotes da mesma classe e crianças, misturadas com aqueles que pedalam
duro para vencer a corrida.
Agora
estamos já no centro, aquilo que chamamos baixa da cidade a ver as montras das
lojas e apreciar os lindos edifícios. Num
canto estivemos a ouvir cantar um grupo de homens que demonstraram a sua
aptidão coral muito afinada, não nos pareceu ser grupo de ocasião, tantas vezes
já devem ter tido aquela presença tão espontânea na rua onde o público aplaudiu
e ficou encantado com aqueles cantos tradicionais. Estes encontravam-se vestidos
a rigor, valorizando a sua actuação.
Já
tarde demos uma fugida ao cimo da colina de Öskjuhlíð
para subirmos aos enormes depósitos de água quente conhecido por Perlan. Em
1991 foi reacondicionado formando seis cilindros colossais que hoje são um
ex-líbris desta cidade.
Finalizamos desta forma a nossa visita
para depois nos metermos a caminho de Keflavik para fazermos a devolução da
viatura alugada seguidamente irmos apanhar o avião para Madrid.
Perto da meia-noite já nos encontrávamos
dentro do aeroporto a tratar do nosso embarque.
Finalizada a
nossa ida à Islândia onde contornamos toda a ilha percorrendo um total de
2991km, podemos afirmar que ficamos imensamente satisfeitos com todo o
desenrolar dos acontecimentos que engrandeceram esta pequena permanência neste país.
Achamos que viemos aqui na altura ideal em que as temperaturas estão mais
ajustadas com o nosso modo de coabitar, sem dúvida mais um enorme sucesso no
índice, das grandes viagens que temos feito.
Apenas um senão;
os preço praticados nesta ilha são exageradamente elevados para a maior parte
dos turistas que aqui vem, mesmo aqueles em que o suporte financeiro é mais
elevado do que o nosso se queixam. Vimos que há turistas que alugam auto-caravanas para combater os preços exagerados dos serviços hoteleiros e de
restauração, ali dormem e cozinham, com isto disse tudo da exorbitância dos
valores praticados.
Ao fim da noite
apanhamos o avião que nos trouxe para Madrid
onde fizemos a escala para regressarmos ao nosso querido Portugal que só
não está na vanguarda da Europa por causa dos péssimos políticos que sempre
tivemos.
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