sábado, 10 de junho de 2006

Cruzeiro nas Caraíbas - 2006








Donde emergiu este cruzeiro, num almoço entre vizinhos o meu amigo Orlando Pires, questionou porque não fazes um cruzeiro, sabendo ele que eu já tinha feito imensas viagens pelos mais diversos locais e não tendo ainda o prazer de fazer uma viagem sem que andasse a conduzir ou a andar de avião de um lado para outro. Mas, ele no ano anterior tinha feito um cruzeiro pelas Caraíbas e contou-me imensas peripécias e locais paradisíacos que me fascinaram. Com esta toxina letal e na conclusão desta conversa fiquei com o bichinho  para que eu nos próximos meses pudesse preparar uma viagem dentro dos parâmetros por ele proposto.

10 Abril - Lisboa-Madrid-San Juan (Porto Rico)

São perto das 5 horas da manhã e já estamos numa azafama para nos arranjarmos, as malas ficaram prontas ontem à noite mas ainda há algumas coisas que nos podem faltar, mais umas voltas e parece-nos que está tudo em ordem. Passados alguns momentos toca o telefone é a Júlia a perguntar se estamos preparados, mais um pouco de conversa e vamos pôr-nos a caminho.
Temos que fazer o check in pelas 07H45 para embarcarmos no voo da Ibéria 3107, que vai sair pelas 08H45 com destino a Madrid. Já está todo o grupo neste aeroporto, Gilberto, Sofia, Carlos, Júlia, Luís, Alice, Tiago e João, todos com ar de que estamos de férias, ouviram estamos de férias, parecem gritar bem alto, tal é a cara de todos nós de irmos de férias numa altura destas em que ainda há frio por aqui e que daqui a algumas horas estaremos numa zona onde abunda o calor e não só, é que vamos todos para as Caraíbas. Estamos já a fazer o percurso até Madrid, vamos pondo a nossa conversa em dia e rapidamente chegamos ao nosso primeiro destino. Feito o transbordo vamos embarcar no voo 653 que parte às 12H25 e chegará a San Juan pelas 14H45, há uma diferença horária de menos cinco horas. Como temos que esperar ainda algum tempo para embarcar fomos dar uma volta pelas lojas e  comer uns bocadilhos e beber umas canãs, coisas que nós gostamos imenso e que só as temos  quando vimos até Espanha. Finalmente chegou a hora de fazermos o percurso mais longo numa aeronave da Ibéria, um Airbus A340-313X de nome Maria Bárbara de Braganza. Talvez não saibam mas esta
Maria Bárbara de Braganza foi uma princesa Portuguesa filha de D. João V, um dos monarcas mais ricos da época e da arquiduquesa Maria Ana da Áustria, Também foi irmã de D. José I, isto só foi um aparte para que saibam mais um bocado da nossa história, pois os anos que se vão passando não trazem história para os nossos descendentes. São umas horas bem jeitosas, estas que vamos encurralados neste avião,  esta companhia   para que tenham mais lugares encurtam o espaço entre bancos e nós viajamos de pernas encostadas ao banco da frente. Fizemos grande parte da viagem a ver filmes, ler, ouvir música e a dormitar, íamos bebendo refrigerantes, chá, café e algumas cervejas. Chegamos a Porto Rico perto das 03H00, onde tratamos dos tramites alfandegários, levantamento das malas e eis que falta-nos uma mala, e de quem é a mala, da Sofia, apenas tinha a roupa que trazia vestida, grande problema. Fomos reclamar, perdemos imenso tempo e nada de encontrar a dita, tinha ficado em Madrid, segundo informação da Ibéria, mas que no próximo voo chegava, mas nós às 20H00 partíamos no cruzeiro, como é que nos faziam chegar lá a mala?

Num próximo porto onde atracasse-mos a mala seria-nos entregue, nesta altura tivemos grandes dúvidas, mas, enfim vamos acreditar. Desta forma depois de se perder imenso tempo com voltas e mais voltas lá chegamos um pouco tarde ao cais de embarque. Entregamos toda a papelada necessária e entramos na plataforma de acesso ao Empress of the Seas, o barco que nos vai transportar e servir de hotel ao longo dos próximos onze dias. Tiramos as nossas fotografias da praxe e cá estamos para a formação em caso de termos de abandonar o barco como devemos proceder, ou seja já terminou, nós chegamos atrasados. A nossa entrada neste barco foi triunfal parecíamos os guerreiros, vencedores a passar o arco do triunfo, para nós os quatro, Gilberto, Sofia, Carlos e Júlia, os restantes já tinham feito outros cruzeiros, nós os pés rapados, somos assim. Sem dúvida é um belíssimo barco, muito bem decorado, iluminado e com pessoal muito simpático. Fomos colocar as nossas malas nos camarotes, demos umas voltas por todo o navio e chegou a hora do jantar. Esta sala de
jantar é imensa, está completamente cheia, fomos colocados em duas mesas que nos estavam já reservadas, onde tivemos como parceiros dois casais de americanos. Falamos da nossa terra que já conheciam e festejamos o dia de anos do Carlos, sim, ele hoje faz anos. Foi uma festa com vela e bolo de anos. O João já dorme todo enroscado em cima de uma cadeira, nem o imenso barulho o consegue acordar, está cansado, são muitas horas sem dormir e em pé qualquer coisa como 20 horas, poucos resistem. Finalizado o nosso jantar,  vamos para os camarotes, mas antes, ainda deu para passarmos pelo casino e locais de diversão, finalmente dormir que amanhã já estaremos em outro local.
 
11 Abril - Philipsburg (Saint Martin)

Combinamos que nos levantávamos cedo para  pudermos ver a atracagem deste navio, não aconteceu, porque fomos para a cama já tarde, e estávamos cansados  da viagem do dia anterior.
Quando acordamos já o barco tinha atracado, deu para virmos até ao deck 9 e apreciar toda a paisagem envolvente, desde a cor do mar, um azul celeste, as praias ao longe a zona do cais e a quantidade de cruzeiros já encostados também ao paredão de acostagem, é lindo de se ver. De seguida fomos até ao deck inferior tomar o pequenos almoço, onde deparamos com uma variedade imensa de iguarias que nos deliciaram.  Seguidamente fomo-nos preparar para sair e percorrer aquele imenso porto, todo ele repleto de navios de cruzeiros. Um senão aconteceu, a Júlia está com problema em andar, tem as articulações enferrujadas ou gripadas, pareceu-nos que é o problema da ferrugem, porque só consome ice teas.
Tivemos a informação de que poderíamos levar uma cadeira de rodas do barco para que ela pudesse movimentar-se. Assim vamos todos acompanhar a velhota que está entrevada e  o Carlos lá lhe vai mudando a fralda de quando em vez. Demos uma grande volta pelo centro desta cidade que também é a capital desta colónia, dividida entre a França e a Holanda, isto de colónias traz-nos água no bico; ora vejamos, com esta história das independências Portugal, perdeu ou deu tudo em prol da liberdade dos povos, então nestes e noutros casos, onde está essa independência? Não havia muito tempo para podermos desfrutar da beleza desta ilha, fomos alugar uma viatura de 7 lugares e pusemo-nos ao caminho, visitando alguns lugares e apreciando os lindos recantos da costa. De tantas voltas dadas, fomos parar a  uma praia de onde avistava-mos os cruzeiros, entre os quais o nosso. Não havia ninguém nesta praia, ela tem um areal imenso e uma água límpida com uma temperatura que nunca esqueceremos, desta forma, deu para estacionar o monovolume em cima da areia mesmo ao pé de nós, até serviu de vestiário.
Passamos ainda umas  horas  nos nossos banhos e alguns mergulhos para aqueles que sabem nadar, os outros limitaram-se a molhar os calções e pouco mais. No final da tarde, regressamos ao centro de Philipsburg para entregarmos o carro e regressar ao cruzeiro. Já dentro deste fabuloso barco, demos mais uma série de voltas para irmos de seguida jantar e no final assistir a um belo espectáculo.

12 Abril -Basseterre (Saint Kitts)

Hoje o nosso dia começou por volta das 8 horas, combinamos todos  encontrar-nos no deck 6, para deliciarmos um pequeno almoço retumbante, porque estava assente que íamos dar uma volta imensa por esta ilha. Tivemos de alugar mais uma vez uma viatura para transportar toda esta malta, nada mais do que 8 personagens conhecidas universalmente e sempre bem determinadas para estas curvas. Fui obrigado a tirar a carta de condução para poder conduzir nesta ilha, eu que só estava habituado a conduzir carroças, vejam lá no que me meti. Passei logo de imediato; assim que acabei de pagar a taxa, já posso conduzir tudo sem problemas.  Fomos à empresa de rent a car e  seguidamente deram-nos uma viatura Hyundai apta para as voltinhas que vamos dar. Começamos por visitar a capital desta ilha Basseterre que pouco locais com história tem para nos mostrar. Sem dúvida as principais atrações desta ilha, são as praias com uma água estupenda e uma areia espetacular. Mas mesmo assim estivemos em The Circus, local este que tem um relógio voltado para cada umas da quatro ruas que se cruzam aqui.
Fomos até à Independence Square, onde está uma fonte muito linda,  também passamos pela catedral católica. Mais umas voltas e deparamos com a igreja mais frequentada pelos habitantes da ilha a St. George's, herança da época da colonização inglesa. Foi no cemitério, junto a esta que pulei para dentro de uma vedação que circundava a campa de alguém que não tinha companhia há muito tempo. Deitei-me lá dentro, mas não tive qualquer resposta, um dia, quem dirá, ele me virá dizer que eu estava a fazer-lhe muito peso em cima das costas. Depois destas passagens pusemo-nos ao caminho para percorrer toda a Wellington Road a estrada que percorre toda a ilha, andamos alguns quilómetros e fomos visitar o forte Brimstone Hill, daí avistamos outros locais e vimos passar um pequeno comboio que faz um trajeto para turistas, parece ser engraçado o circuito que efetua. Já pela tarde, fomos até  uma praia onde a areia é um pouco mais escura, devido à origem vulcânica desta ilha.
A cor da água é tipo Caribe, ou seja esplêndida. Já de regresso ao nosso barco avistamos o monte Liamuiga o pico mais alto desta ilha com 1156 metros de altura, onde fica um vulcão extinto, reformou-se já há imenso tempo. Paramos para beber umas cervejolas desta terra e vamos recordar com saudade este dia maravilhoso. Foi curto para todas as possíveis voltas que ainda queríamos fazer, fica para a próxima.

13 Abril - Saint John's (Antígua)

Atracamos perto das  6H00, o dia já estava a nascer e uma temperatura de se lhe tirar o chapéu. Estivemos a olhar para a paisagem que nos rodeava e seqguidamente irmos tomar o nosso pequeno almoço e desembarcarmos, para dar-mos umas voltas por esta ilha que nos parece também maravilhosa. Esta ilha também faz parte das pequenas Antilhas e tem uma área de 280km2 e uma grande quantidade de praias, nada menos do que 365, contas bem feitas temos uma praia para cada dia do ano. Se o ano for bissexto é bem provável que haja uma prainha para o completar. A economia deste país baseava-se na plantação da cana do açúcar, hoje em dia já poucas plantações  se vêem e o principal fator da economia é o turismo. A temperatura ronda os 29 graus, por todo o lado vê-se uma vegetação tropical que embeleza esta ilha, muitas casinhas coloridas, em madeira a rodear algumas praias ou enseadas, ou mesmo nos vales ou montanhas, desta forma também nos apercebemos que esta ilha está pouco povoada. Vemos que há dezenas de hotéis e resorts. Nesta ilha também se encontra o resort Sandals  Grande Antígua, reconhecido como o mais romântico do mundo.
Não me importava de lá passar uma noite que fosse, só para sentir o que de tão romântico transmite. Visitamos um engenho muito antigo onde foi tratada a cana de açúcar, hoje está totalmente em ruínas, pena é , pois seria interessante ver este engenho em funcionamento. Mais adiante vimos um extenso terreno onde estão grandes plantações de ananases.  Neste percurso paramos para uma sessão  fotografica, todos tiramos desta ou daquela maneira uma quantidade de fotografias que mais tarde recordaremos.  Também fizemos a nossa paragem numa praia maravilhosa, onde tomamos as nossas banhocas. A água está sempre com uma temperatura excelente e a cor desta é lindíssima. Não há vento e a temperatura agradável. Finalmente regressamos ao nosso barco que espera por nós no porto. Neste dia optamos por alugar um carro com motorista, não me pareceu a melhor ideia, ficamos limitados às voltas que ele entendeu que dessemos e no final todos achamos que tinha sido caro e não andamos aquilo que tínhamos imaginado.

Quando chegamos ainda vimos um lindo espetáculo na zona das piscinas, comemos uma quantidade de gelados, para depois irmos jantar e assistir mais uma vez a um agradável programa de variedades. Fomos informados que esta noite passaremos muito perto da ilha Montserrat, onde o seu vulcão está em erupção. Assim aconteceu, já noite dentro conseguimos ver da amurada do navio a lava incandescente a descer a encosta da ilha e as sua explosões a expelir toda aquela lava. São cores vermelhas, muito fortes que nos encantaram. Nunca tínhamos  visto tal coisa, gravamos nas nossas mentes mais este momento. São horas de nos irmos deitar, amanhã mais coisas boas nos esperam.

14 Abril - Castries (Santa Lúcia)


Continuamos encantados com o clima que permanece diariamente nestas ilhas, um mar calmíssimo com uma cor que só aqui encontramos, sol deslumbrante, ilhas encantadoras e um ambiente sereno. Existe tudo aqui que necessitamos, para termos umas férias que iremos relembrar ao longo das nossas vidas. Como de costume a nossa alvorada é quando o barco está já próximo da ilha para podermos ver todas as manobras de acostagem e apreciar os seus recantos e vegetação. Finalizando este ritual, vamos tomar o nosso pequeno almoço, é um acto muito importante para nós, sim , estamos todos bem instalados com uma vista soberba e apreciamos toda a movimentação dos restantes passageiros, novos, velhos e a tripulação que desenfreadamente se movimenta para que não falte nada a ninguém, por vezes  levantamo-nos com pouca vontade tal é a nossa descontração e lazeira.
Mas tem que ser, vamo-nos embora, temos um dia pela frente para desfrutar outros locais que desconhecemos. Ao ataque, ao ataque forasteiros, ainda somos oito portugas nestas terras. Mas aproveitando, um pouco da história destas paragens: A ilha foi descoberta em 13 de Dezembro de 1502 por Cristovão Colombo, navegador genovês que deu-lhe o nome de Santa Lúcia em homenagem à santa desse dia. A escravidão foi abolida em 1836 e tornou-se independente em 1967. Em 1999, os plantadores de bananas de Santa Lúcia ameaçaram substituir a plantação desta fruta pelo de maconha caso não recuperassem o mercado europeu, perdido por denúncias feitas pelos norte-amaricanos. A Júlia continua em maus lençóis – dói-me aqui, dói ali e dói acolá, ela é transportada numa cadeira de rodas que o menino Carlos, empurra e carrega, ou seja um mordomo para todo o serviço, para depois não tenho água, não tenho ice teas e não estou a ver, frases mais frequentes. Também viaja connosco um grande pinta, bem conhecido pelo Johnny B Goode, este é, um simplesmente desenrascado, inteligente e sempre pronto, para o que der e vier. Serão estes os piratas do século XXI.
Aconteceu nesta ilha um imprevisto, somente um parafuso minúsculo dos meus óculos ter-se solto e caído  no meio do areão, procurei e consegui encontrá-lo, caso raro e firmeza na procura.

15 Abril - Bridgetowon (Barbados)

Estamos preparadíssimos para irmos dar a nossa volta por esta ilha. Sabemos que é uma ilha pequena, mas com muito para se descobrir, desde as casas históricas até à vegetação. Estamos muito perto do equador, desta forma o Sol aqui é bastante forte.
Ficámos de alugar uma viatura de 8 lugares para nos deslocar no percurso por nós idealizado, quando sairmos do barco vamos procurar onde encontrar um rent a car.  Sabemos que esta ilha  foi avistada em 1498 por Cristóvão Colombo, mas foram os Portugueses de outros tempos os primeiros aqui a desembarcar em 1537. Os Portugueses de agora apenas conseguiam descobrir a foz do Rio Seco, mesmo assim com imensa dificuldade. O nome desta ilha, Barbados também foi dado pelos nossos queridos antepassados, devido às longas raízes exteriores das abundantes  figueiras da ilha. Posteriormente, após o abandono da ilha pelos Portugas em 1625 foram os Bifes a coloniza-la, sendo em 1966 independente, mas membro da comunidade Inglesa.
Falando do aluguer da viatura, aqui estamos nós já todos dentro dela para partimos, decidimos circundar toda a ilha, apenas temos 7 horas é pequena e fácil de percorrer, tem belíssimas praias de areia branca e com um mar  cor verde-esmeralda. A nossa primeira paragem foi junto a um moinho de vento tipo holandês onde nos divertimos e tiramos algumas fotografias, passamos por locais de grande beleza, para mais adiante irmos dar o nosso mergulho numa praia com uma ondulação excelente, eu gosto de praias onde há ondas, se forem enormes quanto melhor, mas a maioria deste grupo gosta de águas calmas, quase paradas. Estivemos grande parte do nosso tempo a contemplar  e a banharmos nestas águas límpidas desta praia, com uma temperatura excelente, não estivéssemos nós nas Caraíbas.
Pusemo-nos a caminho e eis que olhamos para o manómetro da gasolina ele marcava “seco”. Agora há que encontrar uma bomba para nos abastecermos, mas pensamos – ainda não vimos nenhum posto de abastecimento, raios, então andamos mais uns quilómetros muito devagar e vimos alguém e perguntamos, deu-nos a informação que ficava perto, mas para nós perto deveria ser logo ali, ainda andamos mais meia dúzia de quilómetros, isto quase a passo de caracol, lá avistamos a dita, bomba. Será que lá chegamos, sim conseguimos, já cansados e exaustos, pois tínhamos pensado se iríamos empurrar este monstro. Grande aventura que concluímos. Vamos pôr-nos ao caminho até à capital Bridgetwon, está situada numa pequena baía, é uma cidade muito animada com as cores coloridas dos mercados e das roupas tão folclóricas deste povo.
A Sofia aproveitou mais esta paragem para comprar mais alguma roupa; como é sabido ela não tem roupa a sua mala perdeu-se, não se sabe onde se encontra. Passamos por Broad Street e Swan Street e mais alguns locais de interesse desta cidade, provamos uma cervelojas e comprei os postais da praxe.
Finalmente o Carlos e o Luís aproveitaram este paraíso fiscal para depositarem mais um baú cheio de patacas.
Vamos de imediato para o nosso barco pois temos que estar lá  até às 5 horas.

16 Abril - At sea - 

Grandioso dia nos espera, será aquilo de que nós chamamos de sopas e descanso, pela primeira vez vamos passar um dia a navegar em alto mar, dentro desta gigantesca casa flutuante, onde temos de tudo e com um clima de fazer cobiça.
Acordamos sem grandes afogadilhos, para depois nos dirigirmos para o deck onde fomos tomar o nosso pequeno almoço.
Está um dia esplendido, Sol brilhante, água do mar cintilante e de um azul ultramar forte, não há ondulação, parece que estamos a navegar nas nuvens, mas nuvens nem vê-las, julgamo-nos no espaço a caminho de um novo mundo, designo a tal rica vida, pena é não poder fazer tudo isto durante a totalidade da vida, seria fascinante. Há uma animação constante em todo este deck, música caribenha, tocada por músicos calejados e grandes animadores, é contagiante, todo o mundo baila a seu jeito. Na piscina há dezenas de pessoas mergulhando ou só molhando o pezinho. Ao longo desta zona há funcionários, animadores que incentivam as pessoas a fazer ginástica ao som desta música, são novos e velhos tudo salta e vão bailando, outros lêem, alguém está a olhar para o horizonte para avistar algo que se mexa ou tentar avistar outra embarcação,
também há aqueles que fazem o seu crosse matinal ao longo da coberta, há quem esteja a fazer sauna, outros optaram pelo ginásio, andando de passadeira, bicicleta e há quem esteja no aço, na sua musculação forçada ou figurativa, ainda há aqueles que optaram por ir às compras ou gastarem os seus cobres no casino, e aqueles que ainda não fizeram nada e estão nos quartos a dormir ou sei lá a fazer o quê. Temos comida e gelados com abundância, neste caso damos umas quantas voltas, primeiro para mirarmos e depois concluirmos aquilo que vamos comer, assim nos perdemos a observar a frescura e a variedade expostas, tal é a quantidade que a escolha se  dificulta. Nós já fizemos esta manhã um bocadinho de tudo, estamos com uma moleza que só falta um chaparro para a nossa soneca. Eu encetei a ler um livro, complicadíssimo de decifrar, não basta lê-lo tenho de fazer pausas para compreender o autor e a acção que possivelmente surja ou não, é uma história fantástica.
Pela tarde tudo se repete, pessoas com novos visuais, sempre a música que nos  estimula.
Estão a chegar uns blocos de gelo para que dois funcionários ligados à hotelaria lhes dêem golpes de machado e faca para concluírem figuras muito simpáticas. A meio da tarde sobreveio um pintor que pintou montes de pessoas com figuras alusivas às Caraíbas, ao Johnny B Goode, pintou-lhe a cara toda para parecer um pirata verdadeiro, mas ele tem traços de árabe a Sofia e a Júlia também foram pintalgadas. Já tarde dentro fomos dar mais uma volta pelo barco, descendo até aos outros decks, onde aportámos e visitamos a biblioteca, salas de leitura, bares, lojas, capela e casino, ajudou a desmoer tudo o que fomos comendo durante todo o dia para que mais logo houvesse espaço para o jantar. Pela noite lá estávamos mais uma vez no teatro para fitarmos mais um espectáculo de dança e cantares, fantástico. Foi assim que desfrutamos este belíssimo dia em alto mar onde já estamos muito perto da Ilha Margarita. 

17 Abril - Ilha Margarita (Venezuela) 

Cedo chegamos a esta ilha, contemplámos como este barco aqui atracou, desfrutamos a linda paisagem que nos rodeava e sempre este maravilhoso clima das Caraíbas, é extraordinário, sempre sol, águas lindíssimas e praias magníficas.
Questões dpraxe - tomar pequeno almoço no deck 10, preparativos de saída e combinarmos como nos deslocar, alugar carro sem ou com condutor, são estas as questões principais para iniciarmos a nossa viagem pela ilha. Já enxerguei que  o alugar do carro com condutor não é a forma que  mais nos favorece, ficamos sujeitos ao trajeto que ele nos vai levar e como são gajos que só vêm o negócio, fazem por encurta-lo e passar imenso tempo em sítios que não nos agrada e o preço não é assim tão relevante que nos leve a esta opção.
Já nos encontramos no cais de desembarque e vamos procurar uma viatura para alugar, há poucas opções e depois de algumas voltas lá estamos a entrar para uma carripana alugada com condutor, todos nos rimos porque mais parece uma carreta funerária, onde há um cheiro a velho e tudo está gasto e solto, vai ser mais uma grande aventura o nosso passeio de hoje dentro deste fogareiro que não tem ar condicionado e algumas das janelas não se conseguem abrir. Nesta altura já a D. Júlia está com calores e falta de ar.
O João está com sono de resto toda a tripulação se encontra bem de saúde. Neste  trajeto já ultrapassamos uma grande quantidade de carros que nos parecem terem  saído hoje do stand dos carros em fim de vida, estão velhos e a cair aos bocados, portas amolgadas, falta de vidros, fumaça e barulhos em tudo quanto é sitio. O calor é imenso dentro desta carripana, quase que esgoto todos os adjetivos para o qualificar. Vejo a cara de todos nós a transpirar e dizem; quando é que chegamos, parece que não tem fim a viagem. Por fim chegamos a La Asuncion onde fomos fazer a nosso primeira visita, fomos até à basílica da virgem do vale, tiramos mais umas fotos, algumas voltas por esta cidade e vamos partir para outra etapa que nos vai levar ao outro lado da ilha. Caminhamos por locais que não têm grande beleza, apenas vemos ao longe o mar e algumas praias que se avizinham, há algum trânsito, alguns carros de polícias a fazerem operações stop, há um que manda parar esta charanga, mas manda-nos seguir.
Por fim chegamos a uma praia que o condutor achou que iríamos gostar, sem dúvida, local aprazível e rodeado de palmeiras e com grandes ondas, praia belíssima. Fomos todos a banhos com os nossos fatos de banho de mil novecentos e carqueja lavar as nossas partes intimas que já estavam todas assadas e molengonas pelo calor e percurso que efectuamos até aqui. Ficamos todos restaurados e frescos, aqui passamos uma duas horas a divertir-nos e a comprar algumas bugigangas que nos conseguiram vender, tais como óculos de sol de marcas consagradas e colares de pérolas em plástico, tudo made em China. Partimos e percorremos mais algumas zonas engraçadas, mas que não se comparam com as outras ilhas que já visitamos, isto aqui é um pouco agreste e vê-se que há miséria, pensamos  o que atrai o turismo a esta ilha é apenas as praias e pouco mais.
O nosso regresso ao barco iniciou-se e a distância ainda é razoável, onde por volta das 4h00 lá chegamos sãos e salvos. Todos achamos que esta carroça não nos dava garantias de segurança, pensamos muitas vezes se travava ou avariava.

Dentro da nossa embarcação, encontramos um ambiente de festa, tudo dança, uma azafama total, corrida para os bares, restaurantes. Nós iremos fazer o mesmo, estamos com as nossas barrigas atrasadas, já não comia-mos nada desde que saímos. Isto de turista pé rapado é assim, temos de poupar para fazermos mais viagens, por  essa razão já estamos sentados a comer umas grandes pratadas de boa comida. Vimos que no final de cada refeição sobram quantidades enormes de alimentos que não mais serão postas para consumo, quase de certeza vão para o lixo, é assim este mundo consumista, uns com tanta fartura e outros ainda a morrerem à fome.
Passamos o resto da tarde a descansar, uns na piscina outros no passeio, mais gelados, mais comida até que chegou a hora do jantar. Pela noite vamos ver o nosso programa de cantares e música, momento sempre por nós aguardado. Amanhã outro dia nos aguarda.

18 Willemstad (Curacao)


Alterando o início do relato deste dia, também se torna gratificante conhecer um pouco da história deste local  tão encantador. Ora vejamos, esta Ilha tornou-se independente do Reino dos Países Baixos, tendo como  capital Willemstad, situa-se a norte da Venezuela e próximo de Aruba. Há documentos antigos, dizem que a ilha em Portugal era conhecida como ilha do Curação, não mais do que um nome dado por navegadores Portugueses que viram nesta ilha a cura de doentes atacados pelo escorbuto. Provavelmente terão sido salvos pelas vitaminas dos frutos que ingeriam na ilha. Há registos históricos que indicam as tribos dos Caiquetios como os primeiros habitantes desta ilha. No entanto os primeiros exploradores foram os nossos vizinhos espanhóis e só mais tarde os Holandeses se apoderaram desta ilha.
Agora falando na nossa pequena passagem por esta ilha. Estivemos nas ameias do navio a ver a sua acostagem nesse imenso paredão que compõe esse cais enorme. Sentimos a aragem, brisa fresca da manhã a bater-nos na cara, tão agradável, pois o calor já está apertar, as águas límpidas e azuladas num mar calmo e sereno, tão agradável são as Caraíbas.
Já preparados para abandonarmos a barcaça e também decidimos alugar um carro com condutor. No entanto a Júlia não está a sentir-se bem, sente que o coração está com problemas, não esteja ela na ilha de Curação que nós podemos interpretar por coração. Só que o sentido do nome em nada tem a ver uma coisa com a outra, apenas serve para complemento das nossas conversas da treta. O problema é de tal ordem que o Carlos Neves, resolve ir com ela até ao hospital onde é atendida e diagnosticado uma taquicárdia, problema já usual nela, só que poderia ser em outra altura, agora que estamos de férias é incomodativo.
Com este problema o grupo ficou dividido, mas lá fomos iniciar a nossa volta por uma gruta aqui existente, visitamo-la, mas nada de relevante para recordar, apenas uma gruta e mais nada. Adiante passamos por uma pequena zona onde há imensas iguanas, apenas vimos uma ou outra mas bem pequenas as grandes esconderam-se ou foram de férias. Voltamos à cidade e fomos encontrar-nos com os famigerados, doente e acompanhante que regressavam. Tudo resolvido, começamos a fazer as nossas compras e a visitar a capital, sítio bonito, bem decorado com as suas casas coloniais  pintadas com cores fortes que realçam o visual das ruas marginais. Não tínhamos visto iguanas das grandes, mas um morador abordou-nos com duas bem grandes,  que foram o suficiente para tirarmos algumas fotografias e no final exigiu-nos que lhe déssemos algum dinheiro, demos-lhe  $5 dólares mas ele não achou suficiente e ficou a resmungar. Seguidamente fomos até uma praia onde passeamos e pouco mais. Com o problema da Júlia, atrasamos o nosso trajecto e o motorista, não se esforçou em nada para que conhecêssemos os locais de interesse.
Mais uma vez afirmo que a opção de aluguer de viatura com condutor ficamos limitados e sem espaço de manobra, ainda mais nós que somos viajantes experientes e conhecedores de como nos deslocarmos em todas as situações que nos sejam ou não adversas. Com este aluguer ficamos a perder muito, tanto que no final o fulano quis negociar connosco para pagarmos mais como possibilidade de irmos a outros locais, ou seja vigarice perpetrada.
Visita concluída, vamos para o nosso barco lanchar para depois irmos fazer a nossa escalada, já programada algum tempo. No entanto a noite começou a cair e vamos tomar as nossos banhos para seguidamente jantar e vermos o nosso programa de variedades desta noite.
 

19 Abril - Oranjestad (Aruba)

Chegamos a esta ilha bem cedo a distância que separa estas duas ilhas  é bastante curta. O tempo por estas paragens passa devagar.   Saímos da nossa barcaça do século XXI, abordamos o cais desembarque e fomos alugar uma carrinha de 8 lugares para nos transportar nesta ilha fabulosa.
Partimos em direcção às montanhas, estas são muito baixas e bastante desérticas, pouca vegetação com imensos cactos e iguanas. No trajecto fomos visitar umas grutas, mais uma, nestas ilhas, é muito vulgar encontrarem-se grutas. Avistamos mais praias, sempre com areia branca e muito luzidia, fomos dar uns mergulhos numa das mais conhecidas “Eagle Beach” e deliciamo-nos com este sol maravilhoso. No trajecto vimos imensos catos de onde se extrai a aloe vera, produto que se encontra em voga de momento, pois diz-se que faz bem a tudo.
Depois de termos andado por diversos pontos da ilha resolvemos ir novamente até a outra praia, não menos famosa do que a que estivemos anteriormente, bem sossegada e um areal excelente. Aqui descansámos as nossas fadigas, não mais do que; se nada temos para fazer , menos queremos fazer. Até parece que estamos cansados!
Como já faltam poucas horas para embarcarmos, resolvemos ir até à capital  para fazermos algumas compras e conhecê-la. Aqui demos as nossas voltas de reconhecimento a pé e de carro,  rapidamente ficamos a conhecer esta micro cidade. De volta à nossa casa flutuante, fomos até ao deck para saborearmos as nossas comidas preferidas, bebemos mais uns valentes copos de sumo de limão e gelados. Quase de seguida instalamo-nos junto à piscina para ouvir alguma música e ver toda aquela gente a divertir-se, cantavam, dançavam, nadavam na piscina ou liam como eu estou a fazer. Aqui os dias são enormes, escurece tarde e o Sol de manhã também aparece cedo, é assim que nós gostamos. O barco está a sair do cais, dá umas apitadelas, toda a gente vai ver como a ilha vai ficando mais longe. Ou seja mais uma visita finalizada neste clima tão agradável.
Este dia vai acabar como tantos outros, vamos todos jantar para seguidamente nos deslocarmos para o teatro onde iremos ver mais uma boa apresentação musical por um grupo que entrou nesta ilha. Finalmente fomos descansar, amanhã mais outra etapa se avizinha. 

20 Abril - At sea

O dia começou de forma diferente, vamos passá-lo em alto mar, não iremos sequer avistar terra. Combinamos todos encontrarmo-nos no último deck para tomarmos o nosso pequeno almoço, como sempre está um dia maravilhoso, cheio de sol e uma excelente temperatura que já estamos habituados.
A água deste mar está com uma cor azul turquesa, calmo, praticamente não há qualquer ondulação, mais nos parece um lago, olhamos e temos um horizonte infinito onde tentamos avistar um barco que poderá estar a passar no horizonte, mas nada, parece que apenas somos nós que existimos. Assim, vamo-nos deslocando em silêncio por este mar sem fim. 
Neste hotel de luxo, flutuante a farra é enorme, há música e divertimento por todo o lado, come-se e bebe-se, há imensos americanos que passam todo o tempo a correr para onde haja comida e bebida, parecem que estão rotos, são uns monstrinhos, todos acima das 10 arrobas. São a maioria da terceira idade que aqui viaja, estão eles acompanhados de bengalas, andarilhos, muletas ou acompanhantes para os ajudarem nos momentos complicados. Há elementos da tripulação que estão a fazer jogos nas piscinas ou nas cobertas, desta forma entretêm os viajantes que querem festa. Lá ao fundo existe uma parede onde se faz escalada, temos uma pista onde se poderá fazer caminhada ao longo de todo o barco. Nós optamos por estar na piscina ou sentados ao longo da coberta a ler e apanhar um pouco de sol, com tudo isto a hora de almoço chegou, caminhamos para um dos restaurantes, este localizado na proa, onde vamos comendo e olhando lá para o horizonte, tão agradável é viajar desta maneira.
O apetite não é grande, fomos comendo uns gelados ao longo da manhã e agora a fome é reduzida, tanto mais que o esforço físico tem sido pouco. Terminada a refeição ainda ficamos algum tempo sentados a conversar. Regressamos aos nossos lugares para ver como toda a gente vai dançando ao som de músicas caribenhas, tocadas por excelentes músicos que sempre animam toda a gente, velhos e novos vão dançando e pulando, alegria contaminante e constante.
A meio da tarde, aparecem no recinto deste convés uns grandes blocos de gelo, tomando conta deles um funcionário da cozinha munido de um machado e cutelo que começa a dar-lhe golpes para devasta-lo e uma imagem se afigura, finalizando ao fim de uns largos minutos uma figura perfeita de um pinguim, seguidamente outro executa trabalho idêntico e quando acaba, outra figura gigante em gelo é mostrada, uma maravilha destes artistas asiáticos que estão rodeados por dezenas de passageiros apreciar as suas mestrias. Acabam e outro espectáculo se avizinha, mais música e momentos de ginástica, para entretinimento de todos. Foi assim que se passou uma tarde fantástica de sol e alegria.
Mais tarde resolvemos ir dar mais uma volta por todo o navio para vermos e revermos toda a actividade. Passamos pelo casino onde alguns passageiros gastavam o seu dinheiro com apostas ou jogatanas, alguns de nós, ainda gastaram uns míseros dólares, sem que tenham na ideia de saírem dali com uns cobres a mais. Nas lojas compramos umas bugigangas feitas na China, anéis, camisolas e copos com figuras deste barco “Empress of the Seas”. Por fim a noite se avizinha, lá teremos de nos encaminhar ao restaurante para o nosso jantar, seguidamente fomos até ao teatro ver o espectáculo da noite de encerramento, pois amanhã termina este grandioso cruzeiro.
Foi excelente, onde foram recriados alguns dos bons momentos já apresentados e uma série de boas canções por todos nós conhecidas. Esta companhia consegue reunir uma série de artistas desconhecidos, mas com um valor muito equiparado aos já consagrados. Maravilha de noite, inesquecível. Vamos recordá-la para sempre.

21 Abril - San Juan (Porto Rico)

Hoje atracamos muito cedo, eram cerca das 6h30, já o barco estava acostado ao cais. Ontem há noite  começou toda a azafama por causa das malas, estas tinham que ser retiradas dos camarotes e colocadas nos corredores para serem transportadas pela tripulação para o deck de descarga. Hoje já vimos imensas dessas malas no exterior, nós por sua vez fomos tomar o pequeno almoço com calma para seguidamente aguardarmos pela chamada para abandonarmos a embarcação, fomos quase dos últimos, sem pressas, pois vamos ficar nesta ilha praticamente dois dias. Reparamos que o dia estava nublado e alguma chuva já tinha caído. Desembarque feito, recolhemos as nossas malas e lá vamos todos, somos 8 elementos, não esquecer.
Alugamos uma viatura onde cabemos todos mais as nossas malas um V6 de 3800cc e aí vamos nós a caminho do nosso hotel alugado há alguns meses, onde iremos colocar toda a nossa tralha e irmos dar uma grande volta por toda a ilha. Começamos esta façanha e reparamos que uma grande parte da cidade está nos locais mais baixos inundada pela quantidade elevada de chuva que caiu há algumas horas atrás, há viadutos que passamos com alguma dificuldade os carros não conseguem prosseguir a marcha. Esta cidade de San Juan é conhecida pela cidade amuralhada, devido à quantidade de fortes que a rodeiam, estes construídos pelo nossos hermanos espanhóis na altura da colonização, hoje este território está associado aos Estados Unidos como território livre. Também sabemos que nesta terra nasceu Ricky Martin. Pelo caminho paramos numa praia onde a ondulação é enorme, há indícios de tempestade, vamos esperar que isso não acontece. Temos pela frente um areal imenso, vários barcos estão acostados e a praia encontra-se deserta, apenas nós, que chegamos aqui de passagem, também não podemos esquecer que existem cerca de 500km de praias, é obra. Seguimos o nosso trajecto e já nos encontramos na outra ponta da ilha, onde estamos a passar pela floresta tropical “Yunque”, ou seja a única reserva tropical dos parques nacionais dos Estado Unidos, onde existem mais de 200 espécies de árvores, prosseguimos e vimos mais praias desertas, ou seja ninguém quer ir para a praia!
Será por serem muitas e ficarem um pouco fora de mão, é que são lindas, está calor, apenas o sol escasseia. Percorremos já cerca de 200km ao longo da costa para agora fazermos o regresso na obliqua desta ilha, assim iremos apreciar o interior, onde passamos por algumas vilas e locais mais montanhosos. Está a escurecer o tempo também se encontra nublado, nesta altura já tudo dorme aqui dentro desta viatura; Tiago, João, Sofia, Alice e Júlia, conseguimos tirar lindas fotos deste episódio tão fútil para quem conduz é mesmo dar “bolotas a porcos”, há madames que não gostam em nada desta frase, mas paciência neste regresso paramos para jantar num restaurante que tivemos alguma dificuldade para estacionamento. Já bem noite regressamos ao nosso hotel para o descanso tão merecido. 

22 Abril - San Juan - Madrid

Estamos praticamente a findar este nosso período de férias passados nas Caraíbas, para mim já é o meu local de eleição, não conhecia esta paragem, apenas ouvia algumas pessoas a dizerem bem, mas com esta satisfação que se apoderou de mim, não.
Ficamos bem instalados neste hotel, situado numa zona central de Porto Rico, sossegado e uma qualidade de serviço excelente. Despachados que estamos, partimos para as nossas voltas por Old San Juan ou Viejo San Juan, fundada em 1520, hoje património da Unesco, começamos por ver as lindas ruas com as suas casinhas muito coloridas, cafés e as ruas em paralelos azuis, colocados pelos espanhóis no século XVI, cruzamos o Capitólio, não mais do que uma réplica do de Washington, ao lado a estátua de S. João Baptista. Depois de umas horas a visitar esta cidade, afastamo-nos um pouco e passamos a observar o forte de San Cristóbal, mais adiante outro forte o de San Filipe del Morro.
Chegou a hora de almoço, onde resolvemos comer num restaurante que pudéssemos apreciar a comida Porto Riquenha, bebemos umas cervejas muito boas e comemos todos bem, tudo estava ao nosso gosto. Mais tarde mais umas voltas por esta cidade, fomos ainda até à praia, apenas para ver, o tempo estava nublado e parecia que vinha chuva. Final da tarde todos para o aeroporto, pois pelas17h35 o avião espera por nós para regressarmos à nossa pátria. Atenção foi neste dia que o Carlos comprou uma botas e a Júlia não gostou nada da cor, temos pena.

23 Abril - Madrid - Lisboa

Já estamos muito perto de Madrid, dormitamos todos um pouco, alguns mantiveram-se a ler ou a ver uns filmes e logo que chegamos, lá vamos nós embarcar noutro avião de regresso a Lisboa. 
Relembro que ontem quando embarcamos ainda fomos contactar os serviços do aeroporto de Porto Rico para tentar desvendar o paradeiro da mala da Sofia. A minha insistência foi de tal ordem que me ouviram e me levaram a uma zona onde estavam centenas de malas, embrulhos e outro objectos que estavam dados como extraviados. 
Disseram-me na altura que são objectos que não têm qualquer identificação e que deste modo são colocadas naquelas salas imensas, grandes intrujões, logo que entrei vi muitas malas com as etiquetas que as identificam. Também não demorou muito tempo e logo vi a tão desejada mala, diferente de todas as outras e que tinha ainda a sua identidade, grande bagunça existe neste aeroporto, estão-se completamente borrifando que falte uma mala ou outra qualquer coisa. Nesta altura fiquei muito contente e logo saí todo orgulhoso para mostrar ao resto da nossa pandilha que a mala tinha aparecido, ou seja, ela nunca desapareceu.
Vi na cara de todos a alegria de eu ter recuperado tal mala. Mais perguntas me fizeram, mas como é possível uma pessoa reclamar todos os dias e não haver informação plausível, apenas que nos iria ser entregue no dia seguinte, queriam saber em que ilha nos iríamos encontrar e com estas desculpas se passaram duas semanas, sem qualquer tipo de roupa, valeu-nos que em alguns locais ainda compramos algumas peças, outras foram emprestadas pelo resto da nossa equipa. A tudo isto eu chamo desorganização, e mais uma vez só poderei continuar a dizer mal, muito mal da Ibéria. Se querem saber não viagem nesta companhia, já tivemos grandes problemas com esta transportadora espanhola.
Ok, já nos encontramos dentro da aeronave e brevemente vamos aterrar em Lisboa. Gostei, gostamos todos imenso desta viagem pelas Caraíbas, estivemos sempre bem dispostos por termos enveredado por esta viagem, está no topo das grandes viagens que temos feito e de certeza que a iremos repetir. As Caraíbas dão-nos imensas hipóteses de virmos a conhecer outras ilhas, são imensas e todas com culturas e paisagens diferentes. Todas as praias são de sonho a água cristalina com uma cor que as diferencia.
Até breve “Mar das Caraíbas”.

Sem comentários:

Enviar um comentário

O Misterioso Iraque - 2025

O MISTERIOSO IRAQUE EXPEDICAO MESOPOTANIA